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INIC 2016 BORDAS RODOVIARIAS

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XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
1 
A PAISAGEM DAS BORDAS RODOVIÁRIAS: FORMAS CONFIGURADAS ENTRE 
A PREVISIBILIDADE E IMPREVISIBILIDADE DO PLANEJAMENTO URBANO 
 
Rafaelle Barbosa1, Gustavo Izabel2, Paloma Ferreira³, Ingrid Souza4 e Glaucineide 
Coelho5 
 
UNIGRANRIO, Escola de Ciência e Tecnologia, Arquitetura e Urbanismo, Rua Prof. José de Souza 
Herdy, 1160 - Jardim Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias - Rio de Janeiro, CEP: 25071-202. 
1
 rafaelle.barbosa@unigranrio.edu 
2 
gustavo.izabel@unigranrio.com.br 
3
 palomaferreira@unigranrio.br 
4
 ingridsds.arq@unigranrio.br 
5 
coelhoglauci@unigranrio.edu.br 
 
 
Resumo – Este trabalho, fruto das discussões para fundamentação do Trabalho Final de Graduação 
em arquitetura e urbanismo, área de concentração em análise e projeto da paisagem urbana, tem 
como objetivo analisar a paisagem urbana das bordas rodoviárias, modelada entre a previsibilidade 
imprevisibilidade do planejamento urbano. Tomamos como caso exemplar, o entroncamento da 
Rodovia Washington Luiz (trecho BR-040) com o Arco Metropolitano (BR-493), no bairro Figueira, 
município de Duque de Caxias no Rio de Janeiro. Entendemos que o impacto causado com a 
implantação, sem planejamento, de infraestruras rodoviárias, tende a impactar áreas. Acreditamos 
que os conflitos gerados nesse processo, subverte a lógica do planejamento urbano no que tange a 
sua força de manejo, ou seja, traçar decisões a serem tomadas na produção do espaço. A 
consequência na paisagem é a modelagem de formas e usos para os espaços que não dialogam com 
as demais infraestruturas e nem com a forma urbana que caracteriza o lugar.
Palavras-chave: paisagem urbana; bordas rodoviárias; planejamento urbano. 
Área do Conhecimento: ciências sociais aplicadas; arquitetura e urbanismo. 
 
Introdução 
 
A transformação da paisagem urbana do município de Duque de Caxias segue a mesma lógica de 
transfoemação do munícipio do Rio de Janeiro, que, uma vez vizinhos, não escaparam ao movimento 
da expansão urbana impulsionada pelo discurso da mobilidade viária ao longo das ferrovias e 
rodovias, principalmente a partir da década 1950. Percebemos com base nisso, que na realidade 
caxiense, as implantações de novas rodovias trazem grandes transformações na paisagem, podendo 
inclusive modificar a morfologia do local com impactos que desqualificam as conexões entre a 
paisagem urbana e a paisagem natural. 
Primeiramente ressaltamos que não é nosso objetivo esmiuçar a paisagem natural de Duque de 
Caxias, mas sim, tornar visível a paisagem urbana que se solidifica sobre a paisagem natural nas 
bordas rodoviárias, entre aquilo que é previsível pelo planejamento urbano municipal e o imprevisível, 
que uma vez fruto da necessidade de apropriação espacial da população, se impõe e constrói a 
imagem de Duque de Caxias. 
A partir de então, compreendemos a paisagem urbana como “(...) um conjunto de formas 
heterogêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas 
maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço” (SANTOS, 1997, p.68). Essa definição nos 
permite balizar que a paisagem das bordas rodoviárias se caracteriza pelo conjunto formal enraizado 
nas margens do sistema viário. Interpretada a partir dos pensamentos de Arroyo (2007), a paisagem 
da borda é exposta ou oculta pelo limite, no nosso caso os eixos conformados pela Rodovia 
Washington Luiz (trecho BR-040) e Arco Metropolitano (BR-493), com bordas limitadas pela faixa de 
600 metros
1
, onde, uma vez significadas como espaços de trajetos, 
 
 
1
 A faixa de 600 metros, destinada a ocupação do solo é definida e regulamentada pelo decreto nº 970 de 1977, 
sofrendo pequenas alterações ao longo dos anos, mas sendo aplicada até os dias atuais. 
 
 
 
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
2 
Uma rodovia ou uma linha férrea que corta uma malha urbana, pode representar ao mesmo 
tempo um elemento de sutura entre duas vizinhanças, uma linha perimetral que demarca dois 
bairros (...), e ao mesmo tempo uma linha de conexão (...). (PASSOS, 2013, p.33). 
 
Discutimos então, que a paisagem da borda rodoviária em Duque de Caxias se configura na 
tensão entre sutura e conexão das morfologias urbana e natural da cidade, a partir da emergência 
das necessidades imediatas de parcela da população – habitar-trabalhar - que primeiro intenciona 
através do seu eu criador, e então ocupa o espaço à revelia dos processos gestionários urbanos, por 
isso, configurando parcela das bordas como territórios irregulares no que tange as formas de 
ocupação e acesso à terra (COELHO & LOURES, 2006). 
O tema debatido pretende dar visibilidade a importância da pesquisa sobre as dinâmicas locais 
que tendem a ser impactadas por grandes intervenções de mobilidade urbana, como forma de 
antever e pensar o projeto urbano que medeia espaços públicos e privados em um desenho urbano 
comprometido com a qualidade do lugar. 
 
Metodologia 
 
Este trabalho fez uso de pesquisa exploratória, sob um olhar qualitativo. Primeiramente, a partir 
dos conceitos sobre paisagem urbana, bordas rodoviárias e planejamento urbano, efetuou-se revisão 
bibliográfica para delimitação temática e metodológica. A partir de então, procedeu-se levantamento 
de campo in loco e documental casdastral na Prefeitura da Cidade de Duque de Caxias, para 
construção e análise do cenário do tema pesquisado. 
Para balizar nossa análise, com a espacialização do nosso discurso, dando visibilidade à 
paisagem das bordas rodoviárias configurada entre a previsibilidade e a imprevisibilidade do 
planejamento urbano, nos reportamos a síntese sugerida por Brocaneli (2008), que embasada na 
obra Landscape Ecology Principles (DRAMSTAD; OLSON; FORMAN, 1996), propõe a “leitura 
ecossistêmica da paisagem da cidade” (BROCANELI, 2008, p.1) através de quatro matrizes
2
: mancha 
(patches); bordas e limites; corredores e conectividades; mosaicos (tabela 1). 
 
Tabela 01: Definições das matrizes de análise da paisagem urbana a partir da proposição ecossistêmica 
de Brocaneli (2008), embasada nos estudos de Dramstad, Olson e Forman (1996). 
1 MANCHA 
Área não linear analisada a partir das causas: áreas remanescentes 
(heterogeneidade do ambiente); distúrbios entre áreas (perturbações); áreas 
introduzidas (ação humana). 
2 
BORDAS 
Extremidades da mancha, onde o meio ambiente é significativamente diferente da 
parte interior: diferença de gabarito (skyline); adensamento; tipos de usos; tipologias 
de lotes e quadras. 
LIMITES 
Linha de divisa, material e/ou subjetiva, que influencia as circulações de grupos e 
indivíduos: vias, relevo, corpos hídricos, marcadores espaciais. 
3 
CORREDORES 
Faixas estreitas que 
diferem do mosaico em 
ambos os lados. 
Separação: divisão que separa a matriz por um 
corredor, com funções de limite, por exemplo uma 
estrada. 
Perfurações: diversas manchas numa mesma área. 
Encolhimento: diminuição em números ou tamanho de 
um ou mais áreas. 
Desgaste: desaparecimento de uma ou mais manchas. 
CONECTIVIDADES 
Conexão funcional e 
estrutural. 
4 MOSAICOS União de todas as matrizes anteriores, estruturada no espaço-tempo. 
Fonte: (BROCANELI, 2008, pp.3-4). 
 
No entanto, relembramos que nosso processo metodológico se concentra em observar 
analiticamente as matrizes manchas-limites-bordas (figuras 1 e 2), que relaciona consecutivamente 
 
2
 Segundo Brocaneli, “as matrizes da paisagemurbana são bem representadas pelos bairros consolidados da 
cidade, nos quais há residências, comercio, instituições e serviços além de praças e parques” (BROCANELI, 
2008, p.3). 
 
 
 
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
3 
as divisas materiais e subjetivas que influenciam diretamente a circulação à extremidade da mancha 
de ocupação urbana, como forma de orientar a importância do entendimento dos impactos da ação 
humana entre o planejado e o não planejado, no pensamento de desenho para os espaços públicos-
privados da cidade. 
Resultados 
 
A cidade de Duque de Caxias, desde a inauguração da Rodovia Washington Luiz em 1928, 
observa sucessivas ondas de ocupação do solo ao seu longo, sem antes mediar e manejar o espaço, 
com o consequente apontamento e aplicação de decisões que deveriam delinear a produção da 
paisagem da cidade através da apropriação qualitativa dos espaços tanto públicos como privados. 
Nesse caso, o que estamos dizendo é que a paisagem das bordas rodoviárias transita entre a 
imprevisibilidade de usos territoriais por parte da gestão e planejamento da cidade, e a previsibilidade 
projetual da forma a partir das dinâmicas emergentes e pontuais, nos apresentando uma paisagem 
do devir (LOURES & COELHO, 2008, p.113), que mescla no seu desenho “(...) a ordem e a 
desordem, a previsibilidade e a imprevisibilidade” (p.119). 
Segundo Brocaneli (2008), o planejamento e o desenho do ambiente se fazem importante a partir 
das análises de todo sistema ambiental urbano, pois são necessários nas diferentes escalas de 
apropriação dos espaços e construção das cidades (BROCANELI, 2008, p.7), que poderão ser 
consideradas fragmentadas ou conectadas conforme a materialização da paisagem urbana. 
 
Figura 01: Mapa analítico das manchas, limites e bordas da paisagem das bordas rodoviárias, previsível 
pela legislação municipal, conformadas pelo entroncamento Rodovia Washington Luiz (BR-040) com o 
Arco Metropolitano (BR-493), no bairro Figueira, município de Duque de Caxias no Rio de Janeiro. 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de Duque de Caxias – elaboração própria. 
 
Com base na análise temporal das manchas que traduzem os usos do solo do nosso caso 
exemplar, ressaltamos a acentuada tendência de industrialização do município, principalmente a 
partir do Decreto nº 970/1977 que incentiva a ocupação das margens rodoviárias como melhor área 
 
 
 
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
4 
para implantação de indústrias (figura 1). Esse decreto foi criado com base no discurso rodoviarista, 
que caracterizou as margens da Rodovia Washington Luiz como áreas livres disponíveis no 
município, considerando ainda tais áreas como sendo de fácil mobilidade por se configurarem como 
frente viária. O incentivo regulamenta então o uso industrial até 600 metros em quase toda rodovia, 
 
Considerando a acentuada tendência de industrialização do Município de Duque de Caxias; 
(...) 
Considerando que dentre as áreas , para a implantação das indústrias, as situadas próximo às 
rodovias, são melhores em termos de localização; 
Considerando que ao longo da das Rodovias BR-040 (Rodovia Presidente Washington Luiz) e 
BR-116 existe ainda grande disponibilidade de áreas livres em faixas de razoável largura; 
(...) 
DECRETA 
Art. 1º - Os lotes situados dentro da faixa de 600 m (seisentos metros) de largura, por ambos 
os lados, a partir do eixo das Rodovias BR-040 (Rodovia Presidente Washington Luiz) e BR-
116, quando ocupados exclusivamente para uso industrial, terão, fixadas as taxas de ocupação 
em 80%, e para utilização em 160%, obedecendo as demais disposições legais estabelecidas 
em razão daquele tipo de uso, no Setor Indutrial da Zona Industrial (ZI). 
(...). (DECRETO Nº 970/1977). 
 
Figura 02: Mapa analítico das manchas, limites e bordas da paisagem das bordas rodoviárias, 
confrontando o previsível pela legislação municipal com o imprevisível, conformadas pelo 
entroncamento Rodovia Washington Luiz (BR-040) com o Arco Metropolitano (BR-493), no bairro 
Figueira, município de Duque de Caxias no Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
 
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
5 
 
Fonte da imagem: Google Earth (Acessado em: 08/07/2016). 
Fonte dos dados: Decreto nº 970/1977 e observações de campo – elaboração própria. 
A partir do Decreto nº 970/1977 é possível observar na série história dos usos que ocupam as 
bordas rodoviárias do estudo de caso (figura 1), a tendência a diversificação de ocupação que se 
estabeleceu ao longo das três décadas subsequentes. Isso ocorreu a partir da verificação que o 
zoneamento por funções, sem levar em conta as dinâmicas internas do lugar, ocasiona ocupações 
irregulares pelos aspectos jurídicos e urbanísticos, principalmente habitações, (figura 2), o que 
caracteriza a imprevisibilidade das necessidades emergentes da população pelo planejamento 
municipal. Então, o Plano Diretor Urbanístico do Município de Duque de Caxias de 2006 (LC 
Nº1/2006) tratou de olhar para o zoneamento das bordas rodoviária não somente como zona 
industrial, mas também como área propícia a implantações de habitações, ao instituir as bordas 
rodoviárias como Zona de Ocupação Controlada Com as seguintes diretrizes, 
 
Art.42. Constituem diretrizes das Zonas de Ocupação Controlada: 
I. Reverter processos acentuados de adensamento urbano e fracionamento do solo; 
II. Garantir que a instalação de infra-estrutura e serviços urbanos, em especial de 
sistema viário básico, sistemas de macro-drenagem, esgotos sanitários e de 
abastecimento de água, preceda a ocupação do solo; 
III. Graduar a intensidade da ocupação urbana em áreas limítrofes de zonas de interesse 
ambiental e de paisagens notáveis. (ART. 42, LC. Nº 1/2006). 
 
A mudança de prioridades na forma de ocupação das bordas rodoviárias da Rodovia Washington 
Luiz em Duque de Caxias, indicada no Artigo 42 da Lei Complementar nº 1/2006, aponta a 
necessidade de gestão das formas de ocupação que emergiram da imprevisibilidade municipal, ao 
pensar tal área somente como zona industrial, sem considerar impactos infraestruturais. Por um lado, 
o que entra em cena é a análise do potencial de urbanização subaproveitado, a partir das ocupações 
irregulares jurídica e urbanisticamente, que uma vez não implantadas devidamente, ocasionam déficit 
de infraestrutura, e por outro, a observação e consideração das centralidades emergentes “cuja 
intensificação de ocupação é estratégica para a consolidação da cidade compacta e econômica e dos 
vetores adequados de expansão urbana” (ART. 47, LC. Nº 1/2006). 
 
Discussão 
 
Observa-se, a partir do zoneamento proposto pelo Decreto nº 970/1977, que a implantação de 
zonas indústrias gera demanda populacional, o que não foi igualmente prevista pela legislação 
municipal naquele momento. Como consequência, ocorreram ondas de ocupação do solo com intuito 
habitacional e comercial fora da previsibilidade da gestão municipal. Isso desenhou uma paisagem 
das bordas rodoviários, dentro do preconizado por Brocaneli (2008), com manchas fragmentadas, 
que esboçam os usos imprevisíveis pela legislação municipal, porém, usos conectados pela 
necessidade de manutenção da dinâmica instalada no lugar com a instalações das industriarias. 
Entretanto, os conflitos entre os usos do solo entre o previsto e não previsto, delineia suturas na 
paisagem das bordas rodoviária, que deixa de se conectar com a morfologia urbana da cidade deDuque de Caxias. A partir disso, os parâmetros desse decreto foram atualizados na Lei 
Complementar nº 1/2006, utilizada atualmente como instrumento de ordenamento municipal. O Plano 
Diretor de 2006 não possui eficácia jurídica, uma vez que sua aplicabilidade está comprometida pela 
não elaboração decretos e leis de ordenamento do território, que são originarias do Plano Diretor e 
que lhe efetivam, ratificando a submissão do ordenamento territorial e dos instrumentos de 
planejamento urbano à imprevisibilidade. 
 
Conclusão 
 
A análise da paisagem das bordas rodoviárias de Duque de Caxias nos permite observar a lógica 
de um planejamento urbano rodoviarista consolidado no espaço-tempo das cidades da Baixada 
Fluminense do Rio de Janeiro, onde a criação de bairros foi realizada principalmente através da 
imprevisibilidade, ou seja, sem a ação do planejamento urbano. A importância do planejamento 
 
 
 
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
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urbano para as bordas é destacada uma vez que por meio da análise, é possível enxergar as 
potencialidades do lugar, traçando assim, soluções qualitativas de cenários possíveis para o desenho 
de uma paisagem urbana que mescle usos de forma não conflituosa. A experiência de Duque de 
Caxias, nos leva a concluir que pensar a cidade pela lógica da setorização que não integra atividades 
diversas, gera problemas de demanda de uso e ocupação do solo, ocasionando com isso conflitos de 
usos que afetam a qualidade do lugar. A necessidade populacional de aproximar os usos industrial-
habitacional se sobrepôs a previsibilidade que delimita a zona industrial no município, explicitando 
uma paisagem das bordas rodoviárias caracterizada por fissuras e não conectividade com seu 
entorno. 
 
Referências 
 
ARROYO, Júlio. Bordas e espaço público: fronteiras internas na cidade contemporânea. 
Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 081.02, Vitruvius, fev. 2007. Disponível em: 
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.081/269 (Acessado em: 08/07/2016). 
 
BROCANELI, Pérola Felipette. Matrizes Naturais e Matrizes Urbanas: limites e bordas na 
paisagem da cidade de São Paulo. In: 4º Fórum de Pesquisa FAU Mackenzie, 2008. Disponível em 
http://www.mackenzie.br/fileadmin/FAU/Grupos_de_Pesquisa/paisagem_da_cidade/artigos_publicado
s/2008/BROCANELI.pdf (Acessado em: 08/07/2016). 
 
COELHO, Glauci; LOURES, Moema Falci; et al. Paisagem urbana no Rio de Janeiro: o Projeto-
Urbano na cidade entre a legalidade e a legitimidade. In: IV Congresso Brasileiro de Direito 
Urbanístico. Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico – IBDU, São Paulo, 2006. Disponível em: 
http://www.ibdu.org.br/imagens/paisagemurbananoriodejaneiro.pdf (Acessado em: 08/07/2016). 
 
DRAMSTAD, Wenche E.; OLSON, James D.; FORMAN, Richard T. T. Landscape Ecology 
Principles. In: Landscape Architecture and Land-Use Planning. Washington, DC: Harvard University 
Graduate School of design, Island Press and American Society of Landscape Architects, 1996. 
 
LOURES, Moema Falci; COELHO, Glauci. Paisagem revelada: possibilidades morfológicas nas 
favelas do rio de janeiro. In: Oculum Ensaios, N. 7-8, 2008, pp. 110-121. Pontifícia Universidade 
Católica de Campinas. Disponível em: http://periodicos.puc-
campinas.edu.br/seer/index.php/oculum/article/view/365 (Acessado em: 08/07/2016). 
 
LOURES, Moema Falci. Fronteiras de projeto: previsibilidade e imprevisibilidade. In: IX 
Seminário de História da Cidade e do Urbanismo. São Paulo, 2006. Disponível em: 
http://unuhospedagem.com.br/revista/rbeur/index.php/shcu/article/view/1085 (Acessado em: 
08/07/2016). 
 
PASSOS, Francisco Carlos Leal. As dinâmicas vivenciais na borda da metrópole: o caso de 
Atibaia. Campinas: PUC-Campinas, 2013. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.puc-
campinas.edu.br/tde_arquivos/7/TDE-2013-08-29T105734Z-
1819/Publico/Francisco%20Carlos%20Leal%20Passos.pdf (Acessado em: 08/07/2016). 
 
PREFEITURA DA CIDADE DE DUQUE DE CAXIAS. Decreto nº 970 de 11 de janeiro de 1977. 
 
_____. Lei Complementar nº 01, de 31 de outubro de 2006. Institui o Plano Diretor Urbanístico do 
Município de Duque de Caxias-RJ e estabelece diretrizes e normas para o ordenamento físico-
territorial e urbano. Disponível em: http://www.nima.puc-
rio.br/sobre_nima/projetos/caxias/apostilas/Plano_Diretor.pdf (Acessado em: 08/07/2016). 
 
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teórico e metodológico da 
geografia. São Paulo: Hucitec, 5ª ed., 1997.

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