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Direito Civil
SEÇÃO 3
ESPELHO DE CORREÇÃO
Seção 3
Direito Civil
Na prática!
A peça processual a ser ofertada na hipótese é o agravo de 
instrumento, nos termos do art. 1.015 e seguintes do Código de 
Processo Civil, tendo em vista que a decisão que rejeitou os embargos 
de declaração interpostos é considerada como interlocutória.
Observa-se que a decisão interlocutória rejeitou a denunciação 
da lide requerida, que é uma das modalidades de intervenção 
de terceiros prevista no Código de Processo Civil de 2015. 
Portanto, é aplicável, à espécie, o disposto no art. 1.015, inciso 
IX, do Código de Processo Civil.
Nos termos do art. 1.016 do Código de Processo Civil, o agravo de 
instrumento deve ser dirigido diretamente ao Tribunal de Justiça 
de São Paulo, ao presidente daquele tribunal. Como falamos 
anteriormente, o agravo será distribuído a uma das câmaras cíveis.
No início, o aluno deve informar e identifi car a interposição 
do agravo de instrumento e os nomes das partes e informar 
os nomes dos advogados das partes cadastrados nos autos, a 
juntada do comprovante de pagamento de custas e as peças 
processuais que devem acompanhar o instrumento do agravo.
Deve ainda o aluno informar que fará peça processual 
comunicando ao juízo de origem a interposição do pagamento 
de custas processuais e as peças processuais juntadas, nos 
moldes do art. 1.018 do Código de Processo Civil de 2015.
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CIVIL - ESPELHO DE CORREÇÃO - SEÇÃO 3
O aluno deve realizar um tópico demonstrando a tempestividade 
do recurso, que é pressuposto recursal, informando a data da 
publicação da decisão que indeferiu a denunciação da lide, a 
data da interposição dos embargos de declaração, a data da 
publicação da decisão de sua rejeição e a data de interposição 
do agravo de instrumento.
Em seguida, ao iniciar a peça, a teor do art. 1.016, inciso II, o aluno 
deve expor o fato e o direito tratado. Na verdade, a parte dos fatos tem 
por objetivo situar o andamento processual e identificar a decisão 
agravada. Portanto, é essencial que haja a narrativa de que houve 
a apresentação da denunciação da lide; que o juízo determinou a 
juntada aos autos da apólice de seguros original e do contrato de 
seguro; que houve a justificativa da sua desnecessidade; que houve 
indeferimento da denunciação da lide; e que houve a interposição 
de embargos de declaração e a sua rejeição.
O aluno pode lançar uma preliminar de nulidade da decisão por 
ausência de fundamentação, aduzindo que o juiz não deduziu 
os fundamentos jurídicos que justificassem a sua decisão, 
citando o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, e os arts. 11 
e 489, parágrafo primeiro, inciso II, do Código de Processo Civil, 
pedindo assim a nulidade da decisão.
No mérito recursal, o aluno deve mencionar que, a teor do art. 757 do 
Código Civil, o contrato de seguro celebrado garante a possibilidade 
do exercício do direito de regresso, o que preenche os requisitos do 
art. 125, inciso II, do Código de Processo Civil brasileiro.
A partir dessa premissa, o aluno deve se basear no disposto no art. 
758 do Código Civil, que considera como suficiente a prova do 
contrato de seguro, por meio da exibição da apólice ou bilhete de 
seguro, ou por comprovante de pagamento do prêmio, caso não 
possua a apólice de seguros, o que confirma a desnecessidade de 
juntada do contrato de seguro exigido na decisão.
Por outro lado, o aluno deve argumentar que a juntada da 
fotocópia da apólice não poderia ser argumento para impedir seu 
deferimento, tendo em vista que, por ser documento particular, 
33
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
não sofreu qualquer impugnação de autenticidade pelo juízo ou 
parte contrária, a teor dos arts. 411 e 412 do Código de Processo 
Civil de 2015. Ademais, o art. 422 do Código de Processo Civil 
de 2015 aduz que qualquer reprodução mecânica ou fotográfica 
pode fazer prova dos fatos se não houver impugnação pela parte, 
pelo que não poderia o juízo indeferir a denunciação da lide ao 
fundamento de que haveria juntada de fotocópia original.
Em seguida, o aluno deve pedir a antecipação da tutela recursal 
ou do efeito suspensivo, pois o andamento do processo antes 
do julgamento do agravo de instrumento pode prejudicar e 
tornar ineficaz o resultado do recurso, bem como proporcionar 
a prática de atos processuais desnecessários.
Nos pedidos, o aluno deve requerer a intimação do agravado 
para apresentar contrarrazões no prazo legal e o acolhimento 
da preliminar de nulidade da decisão. Deve haver também o 
pedido de deferimento da antecipação da tutela recursal ou 
do efeito suspensivo ao recurso interposto. Caso ultrapassada 
a preliminar, deve ser requerido o provimento do agravo de 
instrumento, para que seja reformada a decisão que indeferiu a 
denunciação da lide. 
A peça deve ser datada e assinada pelo advogado, devendo 
constar ainda a OAB/MG. Lembramos que, no exame de ordem, 
o aluno não pode se identificar, ok?
Por fim, lembramos também que, após a interposição do agravo 
de instrumento, em cumprimento ao disposto no art. 1.018 do 
Código de Processo Civil, o aluno deve, no prazo de três dias 
(se os autos forem físicos), peticionar ao juízo da 1ª instância, 
informando a interposição do agravo de instrumento e as cópias 
que instruíram o recurso. Ressalte-se que, caso essa providência 
não seja adotada, o agravo pode ser inadmitido, se a parte 
contrária alegar em contrarrazões o vício.
44
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Questão de ordem!
EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DE SÃO PAULO/SP.
Autos do processo n. ........................................
VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualifi cada nos autos da AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PERDAS E DANOS 
que lhe move CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA. ME, inconformada 
com a r. decisão que indeferiu o pedido de denunciação à lide 
manifestado na contestação, vem, respeitosamente, por seu 
procurador infra-assinado, interpor o presente AGRAVO DE 
INSTRUMENTO, com base no art. 1.015, do Código de Processo 
Civil, requerendo o seu provimento para reformar a decisão.
Na oportunidade, apresenta para formação do instrumento as 
seguintes peças processuais: inicial e documentos, procurações, 
contestação e documentos juntados a ela, despacho do juízo 
determinando a juntada da apólice de seguros original e contrato 
de seguro, petição justifi cando a desnecessidade, decisão que 
indeferiu o pedido e certidão de publicação da decisão.
Requer ainda a juntada do comprovante de pagamento das custas 
processuais referentes ao recurso.
Seguem abaixo os nomes e dados dos procuradores que atuam 
na causa, para fi ns de intimação: 
55
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Advogado do Autor: Dr. ..................., OAB .............., com endereço 
na rua ............., n. ............, bairro ..............., na cidade de ..............., 
CEP:
Advogado do Réu: Dr. ................., OAB.............., com endereço na 
rua ............., n. ............, bairro ..............., na cidade de ..............., CEP:
Termos em que pede e espera deferimento.
Bauru, 23 de abril de 2018.
Nome e assinatura do advogado e OAB
AGRAVANTE: VIAÇÃO METEORO LTDA.
AGRAVADA: CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA. ME
Autos de origem de n. .........................
EMÉRITOS DESEMBARGADORES
- DOS FATOS E DA DECISÃO AGRAVADA
A agravada ajuizou em face do agravante a ação de indenização 
por danos materiais c/c perdas e danos, em razão do acidente 
de trânsito que envolveu os veículos de propriedade das partes. 
Após a realização da audiência de conciliação em 15/2/2018, 
sem acordo, a agravada apresentou, tempestivamente, sua 
contestação, momento em que requereu à denunciação da lide 
daSeguradora Trafegar S/A, fundada em fotocópia da apólice de 
seguros contratada, para ressarcimento de eventuais prejuízos 
sofridos com o veículo durante a sua vigência.
66
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Ocorre que o r. juízo determinou a juntada aos autos da apólice 
original, bem como do contrato de seguros, no prazo de 10 (dez) 
dias, sob pena de indeferimento da denunciação da lide.
A ora agravante apresentou justificativa de que era desnecessária 
a juntada do contrato de seguro, bem como que a fotocópia 
da apólice de seguros era prova suficiente a autorizar a 
denunciação da lide, sendo, pois, desnecessária a juntada do 
documento original.
Não obstante as justificativas apresentadas, o r. juízo indeferiu o 
pedido de denunciação da lide aos seguintes fundamentos:
“Vistos, etc.
Considerando que a Ré não atendeu ao r. despacho de fls. e 
por considerar que a apólice de seguro original e o contrato 
de seguro são documentos essenciais para o deferimento 
da intervenção de terceiros requerida, indefiro o pedido de 
denunciação à lide. Publique-se.”
Portanto, o presente recurso busca a reforma dessa decisão.
- DA TEMPESTIVIDADE
A r. decisão que indeferiu o pedido de denunciação da lide foi 
publicada no Diário Oficial no dia 2/4/2018. Considerando que o 
presente agravo está sendo interposto em 23/4/2018, conclui-se 
que é tempestivo o presente recurso.
- PRELIMINARMENTE
- NULIDADE DA DECISÃO – AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
A decisão proferida pelo r. juízo a quo encontra-se eivada de 
nulidade, tendo em vista que deixou de apreciar o pedido de 
antecipação de tutela antecipada, bem como não fundamentou 
adequadamente os motivos pelos quais não deferiu a 
antecipação de tutela.
77
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Com efeito, era necessário que o digno magistrado apresentasse 
os motivos que o levaram a indeferir a denunciação da lide, não 
bastando a sua convicção pessoal e a obrigatoriedade do contrato 
de seguro e da apólice original.
Cumpre lembrar que, levando-se em consideração a legislação 
constitucional e infraconstitucional, todas as decisões emanadas 
do Poder Judiciário devem ser fundamentadas.
O Código de Processo Civil pátrio determina, em seu art. 11, de 
2015, que toda decisão deverá ser fundamentada, senão vejamos:
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade. (grifo nosso)
E não é só. A necessidade de fundamentação das decisões também 
encontra previsão na Constituição Federal, senão vejamos o 
artigo 93, inciso IX, in verbis:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas 
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, 
se o interesse público o exigir, limitar a presença 
em determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes. (grifo nosso)
Por outra senda, o art. 489, parágrafo primeiro, inciso II, do Código 
de Processo Civil, aduz que não se considera fundamentada a 
decisão que “empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem 
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso”.
Logo se vê que esse r. juízo não poderia apenas indeferir o pedido 
de denunciação da lide, mas sim fundamentar a razão que o levou 
a acolher o requerimento elaborado pela parte.
Nesse sentido é o entendimento deste Egrégio Tribunal:
Decisão Judicial: ausência de fundamentação e 
nulidade.
Não satisfaz a exigência constitucional de que sejam 
fundamentadas todas as decisões do Poder Judiciário 
(CF, art. 93, IX) a afirmação de que a alegação deduzida 
88
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
pela parte é “inviável juridicamente, uma vez que não 
retrata a verdade dos compêndios legais”: não servem 
à motivação de uma decisão judicial afirmações que, 
a rigor, se prestariam a justificar qualquer outra.” (STF, 
RE 217.631, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 
9/9/1997, DJ 24/10/1997, p. 54-194)
A ausência de fundamentação da decisão afrontou o art. 93, 
inciso IX, da Constituição Federal, bem como o art. 4, do Código 
de Processo Civil.
Isto posto, requer a V. Exas. o acolhimento da preliminar, para 
declarar nula a r. decisão, para que o r. juízo de 1º grau seja instado 
proferir nova decisão de forma fundamentada.
- DAS RAZÕES PARA O PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO 
A decisão interlocutória que indeferiu a denunciação da lide, por 
ausência de juntada da apólice de seguros original e do contrato 
de seguro, merece reforma, tendo em vista não estar de acordo 
com a lei e com os princípios processuais aplicáveis à matéria.
Com o devido respeito, o r. juízo agiu com excesso de formalismo 
ao determinar a juntada de apólice original e contrato de seguro e 
desrespeitou o disposto no Código Civil e no Código de Processo 
Civil brasileiro.
No caso dos autos, a apólice de seguros foi juntada aos autos 
para demonstração do direito de regresso para cobrir eventuais 
prejuízos, confirmando assim a possibilidade da denunciação da 
lide, nos termos do art. 125, inciso II, do Código de Processo Civil.
Conforme dispõe o art. 757 do Código Civil de 2002:
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se 
obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir 
interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a 
coisa, contra riscos predeterminados.
99
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
No que tange à determinação de juntada do contrato de seguro, 
o r. juízo de 1º grau incorreu em equívoco, pois deixou de 
considerar a aplicação do disposto no art. 758 do Código Civil 
de 2002, que preceitua:
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição 
da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, 
por documento comprobatório do pagamento do 
respectivo prêmio.
Ora, se a própria lei considera suficiente para efeito de prova da 
relação de seguro a exibição da apólice, não poderia o juízo exigir 
a juntada de contrato de seguro como condição para deferir a 
denunciação da lide.
Como restou demonstrado, o r. juízo de 1º grau não agiu com o 
costumeiro acerto, pois criou uma condição que nem mesmo a 
lei exigiu.
Portanto, conclui-se que a decisão carece de reforma, para que 
não seja exigida a juntada do contrato de seguro, ante a exibição 
da apólice de seguro original.
Por outro lado, no que tange à exigência da juntada da apólice de 
seguro original, novamente foi equivocada a r. decisão de 1º grau.
Com efeito, a apólice de seguros é documento necessário à 
demonstração da relação de regresso que autoriza a denunciação 
da lide.
Contudo, em momento algum a lei determinou a juntada da 
apólice de seguros original. A razão da juntada da apólice é 
simplesmente demonstrar a relação de seguro estabelecida entre 
a agravante e sua seguradora e pode até mesmo ser demonstrada 
por outros meios, como dispõe o art. 758, podendo ainda ser 
provada com os comprovantes de pagamento da apólice.
Ademais, a apólice de seguros é considerada um documento 
particular. Partindo dessa premissa, ela se submete aos ditames 
dos arts. 410 e 411 do Código de Processo Civil:
1010
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Art. 411. Considera-se autêntico o documento 
quando:
I - o tabelião reconhecer a firma do signatário;
II - a autoria estiver identificada por qualquer outro 
meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos 
termos da lei;
III - não houver impugnação da parte contra quem foi 
produzido o documento.
Art. 412. O documento particular de cuja autenticidade 
não se duvida prova que o seu autor fez a declaração 
que lhe é atribuída.
Por fim, no caso, é aplicável o art. 422 do Código de Processo Civil:
Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a 
fotográfica, a cinematográfica, a fonográficaou de 
outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos 
ou das coisas representadas, se a sua conformidade 
com o documento original não for impugnada por 
aquele contra quem foi produzida.
Como disserta Neves: “Qualquer reprodução mecânica 
(fotográfica, cinematográfica, fonográfica, etc.) tem aptidão 
de fazer prova das imagens que reproduzem, se a parte contra 
quem foi produzida lhe admitir a conformidade. Havendo 
impugnação, deverá ser apresentada a respectiva autenticação 
eletrônica e, não sendo possível, realizar perícia.” (NEVES, Daniel 
Amorim Assumpção. Novo CPC comentado. São Paulo: Editora 
JusPodivm, 2017. p. 747)
Não é demais ressaltar também que o processo civil prima 
atualmente pela primazia da decisão de mérito, eliminando 
formalidades desnecessárias que possam impedir que a parte 
tenha o pronunciamento judicial.
Nesse diapasão, comenta Theodoro Júnior: “Fácil é, diante 
dos numerosos exemplos arrolados, que não esgotam o 
tema, concluir que o atual Código de Processo Civil, na linha 
da instrumentalidade das formas, privilegia sobremaneira a 
garantia de acesso à justiça, que só é efetivo quando deságua 
no provimento de mérito, capaz de pôr fim ao litígio. De tal 
1111
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
sorte, sempre que possível, os juízes deverão se empenhar em 
superar embaraços formais, garantindo o prosseguimento do 
feito para uma verdadeira pacificação do conflito de direito 
material levado à apreciação do poder judiciário.” (THEODORO 
JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. I. 56. 
ed. São Paulo: Forense, 2015. p. 232)
Não se justifica o formalismo exacerbado exigido pelo juízo no 
caso em exame, pois é muito mais importante que a parte ré não 
sofra prejuízos em caso de derrota.
No caso dos autos, o r. juízo deixou de considerar que não 
houve e não haverá qualquer questionamento em relação à 
veracidade da apólice de seguros, cuja emissão foi realizada pela 
própria seguradora denunciada, como se vê pelo timbre e pelas 
assinaturas da apólice.
Ou seja: o r. juízo só poderia determinar a juntada do documento 
original, caso houvesse questionamento da denunciada.
Portanto, não se justifica a manutenção da r. decisão, pois esta 
desrespeitou as leis material e processual, configurando-se em 
ofensa aos arts. 411, 412 e 422 do Código de Processo Civil brasileiro.
Assim, conclui-se que, para reformar totalmente a decisão, deve o 
recurso ser provido, para que seja deferida a denunciação da lide, 
ante a comprovação da relação de regresso necessária para tanto.
- PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL/EFEITO 
SUSPENSIVO
Conforme dispõe o inciso I do art. 1.019 do Código de Processo 
Civil, o relator “poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso 
ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a 
pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão”.
No caso dos autos, como foi demonstrado, a decisão do juízo 
ofendeu frontalmente o disposto nos arts. 757 e 758 do Código 
Civil brasileiro, bem como o disposto nos arts. 411, 412 e 422 do 
1212
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Código de Processo Civil brasileiro. Dessa forma, configura-se o 
requisito de aparência do direito e, porque não, da verossimilhança 
das alegações.
Por outro lado, caso não haja o deferimento da medida pleiteada, 
a agravante corre o risco de ver a marcha processual prosseguir, 
sem ter a oportunidade de que a denunciada participe da 
relação processual, o que pode resultar em prejuízos caso seja 
condenada a ressarcir a agravada no processo. Por outro lado, 
caso se considere correta a pretensão recursal, os atos processuais 
seguintes à decisão deverão ser todos anulados e reproduzidos, 
pois deveriam contar com a denunciada no processo.
Dessa forma, encontra-se presente o requisito de perigo na 
demora, o que justifica o deferimento da medida.
Assim, requer a V. Exa. que se digne de deferir a antecipação de 
tutela recursal, determinando assim o imediato deferimento da 
denunciação da lide para prosseguimento do feito. Contudo, 
se não entender dessa forma, requer seja concedido efeito 
suspensivo ao recurso, para que não haja prejuízo processual ou 
a prática de atos processuais desnecessários.
- DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO
Isto posto, requer:
- O acolhimento da preliminar de nulidade da decisão, para que 
o juízo se fundamente da sua decisão.
- Caso ultrapassada a preliminar, requer seja deferida a antecipação 
da tutela recursal ou o efeito suspensivo, para evitar prejuízos e 
prática de atos processuais desnecessários.
- A intimação da agravada, mediante seu advogado, para, se 
quiser, apresentar suas contrarrazões ao agravo de instrumento 
interposto.
- Seja provido o recurso, para reformar a decisão de 1º grau, 
para considerar suficiente a exibição da fotocópia da apólice de 
1313
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
seguros e, assim, deferir a denunciação da lide pleiteada, com o 
prosseguimento do feito.
Termos em que pede provimento.
Bauru/SP, 23 de abril de 2018.
P/p Nome do advogado
Assinatura
OAB
PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DO ART. 1.018 DO CPC/2015.
EXMO. SR. JUIZ DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SP.
Autos do processo n. .......................
VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualificada nos autos da AÇÃO 
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PERDAS E 
DANOS que lhe move CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA. ME, vem, 
respeitosamente, por seu procurador infra-assinado, informar que, 
inconformada com a r. decisão que indeferiu a denunciação da lide 
e que rejeitou os embargos de declaração interpostos, interpôs 
agravo de instrumento perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, 
conforme fotocópia anexa. Informa ainda que acompanhou o 
instrumento a fotocópia na íntegra dos autos. Segue anexo o 
comprovante de pagamento das custas processuais.
1414
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Isto posto, requer a V. Exa. que se digne de exercer o juízo de 
retratação.
Termos em que pede deferimento.
Bauru/SP, ..... de .............. de ...........
P/p ........................................
Nome do advogado
OAB
1. De acordo com o Código de Processo Civil, quais recursos são 
cabíveis de decisões interlocutórias proferidas em 1ª instância?
Resposta: Os recursos cabíveis de decisões interlocutórias 
seriam os embargos de declaração e o agravo de instrumento, 
nas hipóteses em que a lei prevê a sua possibilidade.
2. No caso do agravo de instrumento, em quais hipóteses 
ele é cabível?
Resposta: O agravo de instrumento pode ser interposto nas 
hipóteses previstas no art. 1.015 do Código de Processo 
Civil, bem como em decisões interlocutórias proferidas em 
processos de execução. É importante lembrar ao aluno que 
existem autores que elastecem as hipóteses de cabimento, 
utilizando aplicações analógicas, tais como questões 
envolvendo competência, em que se interpreta por analogia 
da negativa de reconhecimento de convenção de arbitragem, 
que também trata de questão de competência do juízo. 
Contudo, entendemos que tais temperamentos serão dados 
pela jurisprudência.
Resolução comentada
1515
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
3. No nosso caso, houve um indeferimento da denunciação 
da lide. Qual recurso você entende ser o mais apropriado 
para a espécie?
Resposta: No caso, o recurso mais apropriado é o agravo de 
instrumento, que deve ser interposto no prazo de 15 dias, 
contados da publicação. O recurso deverá ser interposto no dia 
23 de abril de 2017. Embora o juiz não tenha fundamentado, as 
circunstâncias indicam que ele foi procurado e não concordou 
em modificar a sua decisão, pelo que o caminho mais ágil e 
eficaz é o agravo de instrumento. No nosso caso, conforme o 
art. 1.015, inciso IX, cabe o agravo de instrumentode decisão 
que rejeita a intervenção de terceiros. 
4. Quais fundamentos você adotará para a solução do caso?
Resposta: A decisão que se recorre possui vício de 
fundamentação. O juiz não fundamentou devidamente os 
motivos pelos quais indeferiu a denunciação da lide, pelo 
que ocorreu ofensa ao art. 11 do Código de Processo Civil 
e ao art. 92, inciso IX, da Constituição Federal. Ademais, 
existem dispositivos legais que indicam que a decisão do 
juízo foi equivocada. De acordo com o art. 758, o contrato de 
seguro pode ser demonstrado pela juntada da apólice, sendo 
desnecessária sua exibição. Por outro lado, o juízo deixou de 
observar principalmente o disposto nos arts. 411 e 422, pois 
o documento particular pode ser apresentado em fotocópia, 
que faz prova de seu conteúdo, só podendo ser determinada 
a juntada do original caso haja impugnação da parte contrária 
ou da denunciada no caso. Por esses motivos, acredito que 
haverá êxito no recurso.
5. Você faria algum pedido para agilizar a medida, de modo a 
evitar prejuízos? Quais demais cuidados devem ser tomados 
no agravo de instrumento?
Resposta: Quanto à primeira pergunta, no caso, poderia ser 
feito um pedido de antecipação da tutela recursal ou de efeito 
suspensivo, para evitar prejuízos no processo de a demanda 
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seguir e, posteriormente, ter que anular os atos processuais 
praticados para inserir a seguradora no polo passivo. Quanto 
aos demais cuidados, o agravo de instrumento requer muita 
precaução. Primeiramente, deve-se selecionar as peças 
processuais necessárias para o ajuizamento. Em alguns 
casos, recomenda-se até mesmo a juntada na íntegra do 
processo. Podem também ser juntadas peças facultativas, 
que serão necessárias para a compreensão da controvérsia 
recursal. Outra questão: uma vez interposto o agravo, 
deve o advogado juntar na 1ª instância a comunicação 
de interposição de agravo, anexando a cópia da petição 
de interposição protocolada e também a relação dos 
documentos que instruíram o agravo. Essa providência 
proporciona ao juiz de 1ª instância se retratar ou enviar 
informações ao desembargador responsável pelo processo.
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