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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL CURSO DE ODONTOLOGIA MARIANA SOARES FIGUEIREDO FATORES ETIOLÓGICOS ASSOCIADOS A HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO (HMI): REVISÃO DE LITERATURA SISTEMATIZADA TERESINA 2017 MARIANA SOARES FIGUEIREDO FATORES ETIOLÓGICOS ASSOCIADOS A HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO (HMI): REVISÃO DE LITERATURA SISTEMATIZADA Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Integral Diferencial – DeVry | Facid como requisito para conclusão do curso de graduação de Odontologia. Orientadora: Profa. Dra. Neusa Barros Dantas Neta. TERESINA 2017 MARIANA SOARES FIGUEIREDO FATORES ETIOLÓGICOS ASSOCIADOS A HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO (HMI): REVISÃO DE LITERATURA SISTEMATIZADA Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Integral Diferencial – DeVry | Facid como requisito para conclusão do curso de graduação de Odontologia. Monografia aprovada em:____/____/____ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________ Profa. Dra. Neusa Barros Dantas Neta Orientadora ___________________________________________________________ Profa. Me. Daniela Nunes Nogueira DeVry | Facid – Faculdade Integral Diferencial ___________________________________________________________ Profa. Me. Marcia Regina Soares Cruz DeVry | Facid – Faculdade Integral Diferencial Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida: aos meus pais e minha irmã. O apoio de vocês, foi essencial para essa conquista. Só tenho a agradecer! Amo vocês. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, porque nunca foi sorte, mas sim Ele! Que sempre esteve presente em mim, guiando, fortalecendo, me fazendo acreditar, me mostrando que nunca devemos baixar a cabeça diante das dificuldades quando você tem um objetivo. Aos meus pais, por todo o amor, carinho, trabalho, apoio, estimulo, que apesar das dificuldades nunca mediram esforços para proporcionar o meu crescimento, amo muito vocês. A minha irmã, Larruama Soares, que me acompanhou durante todo esse caminho, sendo meu alicerce, sem você eu não conseguiria chegar até aqui! Te amo. E ao meu cunhado, Denival Filho que sempre me apoiou e incentivou. A minha família, que apesar da distância sempre esteve torcendo por mim. As amizades que fiz durante o curso, me proporcionando maior leveza. Especialmente a minha dupla Nubia Alves, permanecemos juntas durante todo o curso, passando por tristezas e alegrias. Aos pacientes, pela confiança depositada em mim e pelo carinho que recebi. E não menos importante a minha orientadora, Neusa Barros! Que eu deveria ter conhecido no início da minha vida acadêmica, pois me proporcionou experiências incríveis, em pouco tempo de orientação. Só tenho a agradecer pela paciência e incentivo. Além disso, pela assistência que nunca faltou, antes, durante e após a gestação do Francisco Miguel. Obrigada Professora! FIGUEIREDO, M. S. Fatores etiológicos associados a hipomineralização molar incisivo (HMI): revisão de literatura sistematizada. 2017. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso orientado pela Profa. Dra. Neusa Barros Dantas Neta (Graduação em Odontologia) – Faculdade Integral Diferencial – DeVry │Facid, Teresina, 2017. RESUMO A hipomineralização molar - incisivo (HMI) é um defeito de desenvolvimento do esmalte dentário causada por um distúrbio que afeta os ameloblastos durante a fase precoce da maturação amelogênica. Desta forma, é um defeito qualitativo, identificado visualmente como uma anormalidade na sua translucidez, que se caracteriza por áreas de coloração branca, creme, amarelas ou castanhas, de superfície lisa e espessura normal de esmalte. Por ser uma alteração no esmalte, pode ser confundida com outras doenças como: hipoplasia do esmalte dentário, fluorose dentária e amelogênese imperfeita. A sua prevalência varia entre 2,4% a 40,2% no mundo. Sua etiologia é incerta mas acredita-se que seja multifatorial envolvendo fatores genéticos e ambientais. O objetivo do estudo foi verificar os fatores etiológicos associados a HMI através de uma revisão de literatura sistematizada. A pesquisa foi feita através da consulta nas seguintes bases de dados on line secundárias: Scielo, Lilacs, Pubmed e ScienceDirect. Os critérios de inclusão foram: artigos com disponibilidade na íntegra, em idiomas português ou inglês ou espanhol, que apresentassem coerência com a temática, com data de publicação entre 2007 e 2017, que usassem os critérios da Academia Europeia de Odontopediatria (EAPD). Foram excluídas publicações cujos títulos e/ou objetivos não possuíam ligação direta com a temática ou que fugiam ao objetivo do estudo e que fossem do tipo revisão bibliográfica. Os dados obtidos foram organizados em forma de tabelas. Em seguida, foi feita uma análise das pesquisas a fim de verificar quais artigos corroboravam do assunto em questão. Das publicações mencionadas, 21 artigos específicos dos últimos 10 anos debatem a etiologia da HMI, Destes 71,42% (n=15) mencionaram a como fator etiológico, os fatores pré (antes do parto), peri (durante o parto) e pós natais ( após o parto), 9,54% (n=2) a genética e 19,4 % (n=4) como indefinida. Portanto conclui-se que os fatores pré, peri e pós-natais tem grande influência em relação a causa da HMI. De posse dessas informações pode-se propor que a partir do conhecimento dos fatores etiológicos associados a HMI é possível a adoção de estratégias de tratamento diferenciadas de acordo com a causa encontrada e a detecção precoce da doença contribui para evitar a sua progressão. Palavras-chave: Hipomineralização. Molar incisivo. Desmineralização do Dente. Etiologia FIGUEIREDO, M. S. Etiologic factors associated to incisive molar hypomineralization (HMI): systematized literature review. 2017. 50 p. Completion of Course Work directed by Prof. Dr. Neusa Barros Dantas Neta (Graduation in Dentistry) – Faculdade Integral Diferencial – DeVry │Facid, Teresina, 2017. ABSTRACT Molar-incisor hypomineralization (MIH) is a developmental defect of tooth enamel caused by a disorder that affects the ameloblasts during the early phase of amelogenic maturation. In this way, it is a qualitative defect, visually identified as an abnormality in its translucency, characterized by white, cream, yellow or brown areas with a smooth surface and a normal enamel thickness. Because it is a change in the enamel, it can be confused with other diseases such as: hypoplasia of dental enamel, dental fluorosis and imperfect amelogenesis. Its prevalence ranges from 2.4% to 40.2% in the world. Its etiology is uncertain but is believed to be multifactorial involving genetic and environmental factors. The objective of the study was to verify the etiological factors associated with HMI through a literature review. This work was a review of systematized literature. The research was done through the consultation in the following secondary online databases: Scielo, Lilacs, Pubmed and ScienceDirect. Inclusion criteria were: articles with full availability in Portuguese or English or Spanish, which were consistent with the theme, published between 2007 and 2017, using the criteria of the EuropeanAcademy of Pediatric Dentistry (EAPD). We excluded publications whose titles and / or objectives had no direct link with the subject or that fell outside the scope of the study and were of the type literature review. The data obtained were organized in the form of tables. Afterwards, an analysis of the research was done to verify which articles corroborated the subject in question. Twenty-one articles were evaluated, of which 71.42% (n = 15) mentioned as a etiological factor pre, peri and postnatal factors, 9.54% (n = 2) and 19.4% (n = 4) as indefinite. Therefore, it is concluded that pre, peri and postnatal factors have a great influence on the cause of MIH. With this information, it can be proposed that, based on the knowledge of the etiological factors associated with MIH. It is possible to adopt differentiated treatment strategies according to the cause found and the early detection of the disease contributes to avoid its progression. Keywords: Molar incisor hypomineralization. Tooth demineralization. Etiology LISTA DE FIGURAS E QUADROS Figura 1 – Imagens eletrônicas do esmalte ............................................................... 22 Figura 2 – Dentes com opacidades que variam de branco a marrom ....................... 23 Figura 3 – Diagnóstico diferencial ............................................................................. 24 Figura 4 – Esmalte desintegrado de molares ............................................................ 25 Figura 5 – Prevalência de alguns lugares do mundo ................................................ 27 Figura 6 – Fluxograma da metodologia da pesquisa ................................................. 31 Quadro 1 – Descrição dos resultados ....................................................................... 33 Quadro 2 – Relação dos artigos incluídos na revisão de literatura sistematizada ..... 42 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AINEs Anti-inflamatórios Não Esteróides EAPD Academia Europeia de Odontopediatria FDI Federação Dentária Internacional GINIplus Influence of Nutrition Intervention plus air pollution and genetics on allergy developmet HMI Hipomineralização Molar Incisivo LISAplus Lifestyle factors on development of the Immune System and Allergies in East and West Germany plus air pollution and genetics on allergy development Soro 25(OH) D 25-hidroxi vitamina D SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 19 2 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 21 2.1 Características Bioquímicas do Dente com HMI .......................................... 21 2.2 Hipomineralização Molar Incisivo ................................................................. 22 2.3 Prevalência ...................................................................................................... 26 2.4 Etiologia ........................................................................................................... 30 3 METODOLOGIA ............................................................................................... 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 33 5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 45 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47 19 1 INTRODUÇÃO A hipomineralização idiopática extensa severa do esmalte de incisivos e molares permanentes em crianças foi vista pela primeira vez no final da década de setenta, nos serviços públicos odontológicos na Suécia. Esses molares eram referidos como opacidades do esmalte não fluoretado, hipoplasia do esmalte interno, manchas de esmalte não endêmico, manchas opacas, opacidades do esmalte idiopático, opacidades do esmalte e molares de queijo (KOCH et al. 1987) Somente 14 anos depois, propuseram o termo hipomineralização molar- incisivo (HMI) para descrever este defeito do esmalte dentário. Causado por um distúrbio que afeta os ameloblastos durante a fase precoce da maturação amelogênica. Essa definição é pela Academia Europeia de Odontopediatria (EAPD) (WEERHEIJM et al., 2001). Com o desenvolvimento dos critérios de classificação da EAPD para a HMI houve um crescente interesse mundial na investigação da prevalência de opacidades delimitadas no esmalte dos dentes. Entretanto, a falta de um sistema padronizado para fins de registro de dados em levantamentos epidemiológicos sobre o tema tem contribuído grandemente para as grandes variações na prevalência entre os estudos (GHANIM et al., 2015). O esmalte hipomineralizado é frágil e pode se destacar facilmente, deixando a dentina exposta e causando problemas como sensibilidade dentária e maior risco para o desenvolvimento de lesões de cárie (BASSO et al., 2007). Clinicamente, a HMI difere da hipoplasia de esmalte por ser um defeito qualitativo, caracterizado por opacidades demarcadas de esmalte. Além disso, quando ocorre perda de estrutura, as margens do tecido fraturado são ásperas e irregulares, diferenciando dos defeitos quantitativos das hipoplasias, que apresentam margens lisas e arredondadas (JEREMIAS et al., 2010). A prevalência da HMI é incerta e a maioria das pesquisas sobre o tema são baseados na população europeia, no entanto alguns estudos indicam uma prevalência que varia entre 2,4% a 40,2% no mundo (KEMOLI, 2008). A HMI permanece ainda uma entidade relativamente desconhecida e de etiologia não totalmente definida, pois a falta de evidência na literatura não permite estabelecer os fatores etiológicos desta doença de forma clara. Contudo, fatores de 20 natureza sistêmica, como as doenças respiratórias e as complicações pré-natais no último trimestre gestacional são consideradas como possíveis causas (JEREMIAS et al., 2010). Este estudo justifica-se pelo fato de que a partir do conhecimento dos fatores etiológicos associados a HMI é possível a adoção de estratégias de tratamento diferenciadas de acordo com a causa encontrada. Neste sentido, a detecção precoce da doença contribui para evitar a sua progressão, diminuindo sensibilidade dentária e risco de lesões de cárie. O objetivo do presente trabalho foi verificar com base numa revisão de literatura sistematizada quais os fatores etiológicos associados à HMI. 21 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Características Bioquímicas do Dente com HMI O processo de formação do esmalte é um fenômeno complexo que pode ser dividido em diferentes estágios. A fase secretora, na qual o esmalte é depositado em toda a sua espessura, e é seguida pela fase de maturação, onde a água e a matéria orgânica são removidas do tecido para propiciar um influxo adicional de mineral (ELHENNAWY et al., 2017). Os dentes com HMI apresentam-se porosos, e isso pode ser devido a um intervalo de tempo, durante a diferenciação dos ameloblastos, desde o nascimento até o 1º ano de vida. Nessa fase, em que os ameloblastos perdem a capacidade de extrair magnesio (Mg) da matriz do esmalte durante o estágio de maturação, mostrando que os valores médios de Mg são significativamente maiores no esmalte hipomineralizado em comparação com o normal (CROMBIE et al., 2013). Além disso os niveis de cálcio (Ca) e potássio (P) em um dente com HMI são menores, apresentando os molares permanentes com um menor conteúdo mineral e menor dureza micro comparada ao esmalte normal, mas também possuem maiorteor de carbonato (MELIN et al., 2015). Comprovado os dados a cima, uma pesquisa avaliou e contastou sistematicamente as diferenças relatadas em microestrutura, densidade mineral, propriedades mecânicas e químicas entre dentes afetados por HMI e dentes normais. Nessa pesquisa 22 estudos foram incluídos. Foi encontrado uma redução da quantidade mineral e da qualidade (teor reduzido de calcio e potassio), redução de dureza, aumento da porosidade, e concentrações de carbono / carbonato em dentes com HMI. Com isso percebe-se que o esmalte afetado por HMI é muito diferente do esmalte não afetado. O que implica em novas as estratégias de procedimento (ELHENNAWY et al., 2017). A cor dos defeitos do esmalte hipomineralizado pode refletir na diferenças da dureza, porosidade e conteúdo mineral. Os defeitos amarelo-castanho têm valores de dureza mais baixos e maior porosidade do que defeitos brancos e esmalte normal (WILLIAN et al., 2006). Isso confirma a degradação pós-eruptiva dos dentes com HMI, que é um dos muitos sintomas clínicos observados (FAGRELL et al., 2010). 22 Em relação a microestrutura do esmalte hipomineralizado em dentes permanentes é descrita como bainhas de prismas menos diferenciadas e desorganização dos cristais (FAGRELL et al., 2010). Corroborando com o que foi mencionado, um artigo analisou o esmalte afetado por HMI e através de uma espectrometria, e em concordância com o que já foi colocado, concluiu que nas imagens elétron transmitidas, o esmalte hipomineralilizado aparece mais escuro em comparação com o esmalte normal, nucleos aprismaticos e desoganização dos cristais (Figura 1A – 1B) (MELLIN et al, 2015). Figura 1 – Imagens eletrônicas do esmalte A: Esmalte normal; B: Esmalte com HMI. Fonte: MELLIN et al, 2015 2.2 Hipomineralização Molar Incisivo Na década de setenta, nos serviços púbicos odontológicos na Suécia, a hipomineralização molar incisivo (HMI) foi identificada pela primeira vez, como uma hipomineralização idiopática extensa severa do esmalte de incisivos e molares permanentes (KOCH et al., 1987). A HMI é uma desordem de origem sistêmica no esmalte dentário caracterizada pela diminuição da mineralização de um até 4 primeiros molares permanentes e que surge constantemente associada aos incisivos permanentes, os quais podem ou não estar, igualmente, afetados (Figura 2) (BASSO et al., 2007; FERNANDES et al., 2012; SOUZA, et al 2011). Esse distúrbio afeta os ameloblastos durante a fase precoce da maturação amelogênica que é uma condição relativamente comum, mas ainda desconhecida por muitos (WEERHEIJM et al. 2001). 23 Figura 2 – Dentes com opacidades que variam de branco a marrom Fonte: Weerheijm et al., 2001 Os defeitos de desenvolvimento de esmalte de acordo com a Federação Dentária Internacional (FDI) são classificados em duas categorias distintas: hipomineralizações e hipoplasias. As hipomineralizações ou opacidades são definidas como desordens qualitativas dos tecidos dentários, identificados visualmente como uma anormalidade na sua translucidez, e se caracterizam por áreas de coloração branca, creme, castanhas ou amarelas, de superfície lisa e espessura normal de esmalte. As hipoplasias são descritas como defeitos quantitativos do esmalte, nas quais há o envolvimento da superfície do dente (defeito externo). Estas estão associadas a uma menor espessura do esmalte na área afetada, apresentando-se como fossas profundas, sulcos horizontais ou verticais, bem como áreas com ausência parcial ou total de esmalte (BASSO et al., 2007). A HMI também pode ser distinguida da fluorose dentária, já que esta é associada à exposição prolongada ao flúor e as opacidades de esmalte são mais difusas e simétricas. O diagnóstico diferencial com a amelogênese imperfeita é baseado no fato de que na HMI raramente os molares são igualmente comprometidos enquanto na amelogênese, quase toda dentição é afetada e há sempre um padrão hereditário correlacionado (Figura 3) (JEREMIAS et al., 2010). 24 Figura 3 – Diagnóstico diferencial Fonte: BASSO et al, 2007; JEREMIAS et al, 2010 A hipomineralização de molares e incisivos é classificada quanto à opacidade e à severidade dos defeitos. Em relação as severidades são classificadas em: leve (dentes que apresentarem opacidades demarcadas sem a necessidade de tratamento), moderada (lesões em dentes com esmalte áspero ou fraturado) e grave (lesões associadas à perda de estrutura dental afetando tanto o esmalte e quanto a dentina, substituição de tecidos duros com restaurações atípicas e dentes extraídos devido à hipomineralização (LEPPÄNIEMI; LUKINMAA; ALALUUSUAA, 2001). A opacidade do defeito é classificada quanto a tonalidade em: branco, amarelo e marrom (KOCH et al., 1987) Clinicamente, os molares com hipomineralização podem gerar desconforto para a criança. Os dentes afetados podem ser muito sensíveis a uma corrente de ar, frio e calor. A degradação do esmalte pode ocorrer logo após a erupção dentária, ou mesmo quando não há desintegração, os estímulos mecânicos, como por exemplo o fato de escovar os dentes, pode instigar a dor nestes elementos que estão frágeis, devido a sua porosidade (Figura 4). 25 Figura 4 – Esmalte desintegrado de molares Fonte: Weerheijm et al., 2001 Com isso as crianças tendem a evitar os molares sensíveis durante a escovação, levando ao aumento da estagnação de alimentos e acúmulo de placa bacteriana facilitando o desenvolvimeto das cáries. Este distúrbio é agravado porque a evolução da lesão cariosa pode mascarar a razão por trás da susceptibilidade da HMI nestes molares, por isso a necessidade do dentista em analisar com muita atenção esta sensibilidade (KACZMAREK; JAWORSKI, 2014) O melhor momento para o exame clinico é quando os primeiros molares permanentes estiverem erupcionados, que é geralmente aos 8 anos de idade (GARG et al., 2012). O esmalte exposto é poroso e a dentina pode promover a penetração bacteriana na dentina resultando em inflamação crônica da polpa e dificuldades na obtenção de analgesia local adequada (FAGRELL et al., 2008). Assim, a criança pode estar mais ansiosa quanto ao tratamento, necessitando de uma gestão comportamental considerável. Portanto, opções de tratamento ideais podem não ser possíveis e planos de tratamento alternativos podem ser necessários (LYGIDAKIS et al., 2010) As modalidades de tratamento disponíveis para HMI são extensas, desde prevenção, restauração até extração. A decisão sobre o qual o tratamento deve ser utilizado é complexa e depende de vários fatores. Os fatores comumente identificados são a gravidade da condição, a idade do paciente, a base e a expectativa social da criança / pai (LYGIDAKIS et al 2010). Embora a ocorrência de defeitos nos incisivos seja menor que nos molares, o esmalte destes dentes raramente apresentam perda estrutural, mas apresentam frequente queixa em relação à estética, tanto da criança quanto dos familiares (FRAGELLI et al., 2015). A aparência dos dentes anteriores, com manchas que vão 26 do branco ao amarelo acastanhado, pode gerar uma autoimagem desfavorável e prejudicar sua interação social. É comum a insatisfação com relação ao sorriso, normalmente acompanhado de problemas na escola e no convívio com outras crianças. A estética facial, incluindo a estética oral, pode afetar severamente a qualidade de vida das crianças, causando problemas físicos, sociais e psicológicos (Figura 2) (SCHEFFEL et al., 2014). Logo é importante fornecer um tratamento dental estético adequado para a reabilitação de uma criança, quando isto se tornaa principal fonte de bullying. Melhorando significativamente a auto-estima, autoconfiança e socialização na escola e em seu próprio ambiente familiar atraves de uma condição estética satisfatória, reduzindo a exposição a violência física ou psicológica causando dor e angústia desses indivíduos (SCHEFFEL et al., 2014). Por ser uma doença dentária frequente na população pediátrica é necessário um diagnóstico precoce e o acompanhamento, que este deve ser realizado junto aos pais e profissionais de saúde. Além disso é importante compreender as propriedades estruturais, mecânicas e químicas dos dentes afetados pelo HMI impedindo a exigência de um tratamento invasivo para reduzir a gravidade da HMI (MISHRA; PANDEY, 2016). 2.3 Prevalência Apesar de ainda precisar de uma investigação mais aprofundada, considerando amostras populacionais, com padronização da metodologia, verifica-se claramente que diferentes países, em diferentes regiões do mundo estão realizando pesquisas epidemiológicas usando as definições da EAPD para HMI (Figura 5). 27 Figura 5 – Prevalência de alguns lugares do mundo Fonte: FIGUEIREDO (2017) Isso é essencial para verificar a prevalência da HMI, para traçar estratégias para o diagnóstico, monitoramento e tratamento do dente com HMI. Assim, é essencial fazer estudos clínicos de design adequados considerando critérios de diagnósticos estabelecidos na literatura (SANTOS; MAIA, 2011). Com o desenvolvimento dos critérios de classificação da Academia Europeia de Odontopediatria (EAPD) para a HMI, houve um crescente interesse mundial na investigação da prevalência de opacidades delimitadas no esmalte dos dentes. Entretanto, a falta de um sistema padronizado para fins de registro de dados em levantamentos epidemiológicos sobre o tema tem contribuído grandemente para as grandes variações na prevalência entre os estudos (GHANIM et al., 2015). No 6º Congresso da EAPD, em 2003, foi relatado um aumento mundial na prevalência da HMI. Entretanto, havia limitações em estudos anteriores com relação a prevalência e etiologia, pois as pesquisas apresentavam diferentes critérios para avaliação e diagnóstico. Isso dificultou comparações, o que contribuiu para que os pesquisadores desviassem a atenção para a abordagem nos defeitos de mineralização envolvendo os primeiros molares permanentes (WEERHEIJM et al. 2003) Os membros da EAPD decidiram padronizar as caracterizações e assim cada dente deveria ser classificado individualmente de acordo com os seguintes critérios: ausência ou presença de opacidades demarcadas maiores que 1mm, 28 desintegração pós-eruptiva do esmalte, restaurações atípicas, exodontias de molares devido à HMI ou falha na erupção de molares e incisivos (WEERHEIJM et al. 2003). Eles também decidiram que em casos de presença de outras alterações no esmalte como amelogênese imperfeita, hipoplasia, opacidades difusas, lesões de manchas brancas, manchas de tetraciclina, erosão, fluorose, cúspide e cristas marginais brancas o diagnóstico de HMI deve ser excluído (WEERHEIJM et al., 2003). A partir desse Congresso os autores passaram a utilizar essa metodologia como forma de padronização. Entretanto, ainda se encontra artigos com metodologias para classificação da HMI baseado em outros índices (CHO; KI; CHU, 2008; FAGRELL et al., 2008; COSTA-SILVA et al., 2010) A prevalência da HMI é incerta e a maioria das pesquisas sobre o tema são baseados na população europeia, devido essa patologia ser mais comum nesses países. No entanto alguns estudos indicam que a prevalência varia entre 2,4% a 40,2% no mundo (KEMOLI, 2008). A menor prevalência ocorre em crianças chinesas, e a maior no Brasil (SOVIERO et al., 2009). Resultados semelhantes foram encontrados em uma pesquisa recente, com o objetivo de investigar a prevalência em todo o mundo e a HMI. Na qual, 70 estudos, foram avaliados e mostrou-se uma prevalência de 14,2% globalmente. A América do Sul (18%) e a Espanha (21,1%) apresentaram maior prevalência e não houve diferença significativa entre homens (14,3%) e mulheres (14,4%). Mas em relação a idade, o índice de crianças com 10 anos de idade ou menos (15,1%) foi muito maior do que a prevalência em crianças mais velhas (12,1%). Com isso é notável a alta incidência globalmente, especialmente entre crianças menores de 10 anos de idade. É, portanto, imperativo desenvolver estratégias de cuidados odontológicos mais adequadas para cuidar dessas crianças e identificar a etiologia da HMI para prevenir sua ocorrência (ZHAO et al., 2017). Em Araraquara/SP, Brasil um estudo com 1157 escolares do ensino fundamental, com idade entre 6 a 12 anos foram examinadas com o objetivo de determinar a prevalência e a severidade da HMI e sua relação com a cárie dentária. Foi encontrada uma prevalência de 12,3%, sendo mais comum nas meninas (62%). Resultado preocupante, especialmente por ter apresentado correlação com a cárie dentária na dentição permanente (JEREMIAS 2010). Outro estudo com a mesma faixa etária foi realizado no Brasil, em Minas Gerais, na cidade de Botelhos. No qual buscou avaliar 918 escolares da rede pública 29 da zona rural e urbana dessa região. As crianças possuiam todos os 4 primeiros molares erupcionados. Foi encontrado uma prevalência de 19,8%, sendo a maior encontrada na zona rural (24,3%). Além disso, foi afirmado que não houve associação da HMI com o gênero (p=0,14), mas que houve com a idade (p=0,001) (COSTA-SILVA et al., 2010). Com isso é notavel o impacto do meio ambiente em associação a HMI. Logo a prevalência nessa região merece atenção dos profissionais e administradores de saúde, especialmente em um país com distribuição desigual de doenças bucais, onde a contextualização das ações de promoção e prevenção da saúde é necessária (COSTA-SILVA;MIALHE, 2012; SOUZA et al., 2012) Um estudo observacional transversal com 594 escolares de 11 a 14 anos, do município de Teresina, Piauí, Brasil, foi feito com o objetivo de identificar a prevalência nessa região. Resultados mostraram um valor de 18.4%, sem associação com o gênero. Os primeiros molares permanentes foram os dentes mais afetados pela condição. A cor predominante dos defeitos foi a amarelada (ANDRADE, 2014) No Brasil ainda, na cidade de São Luís, foram incluídos 1179 alunos com idades entre 7-14 anos de ambos os sexos, todos com os primeiros molares e incisivos permanentes na cavidade oral. A prevalência de HMI encontrada foi de 2,5% (RODRIGUES et al., 2015). Valor menor também foi achado em um trabalho na região de Gama, Distrito Federal no Brasil com 168 crianças entre 6 e 8 anos de idade, que frequentavam escolas públicas e nasceram no Hospital Regional do Gama. A prevalência foi de 5,36% (KAIRALA, 2015). Em Manaus/AM depois de examinar 2.062 crianças do ensino fundamental de escolas públicas com idade entre 6 a 10 anos o estudo apresentou uma prevalência de 9,12% (HANAN, 2014). Esses dados foram menores que em outras cidades do Brasil, mas semelhante a dados de outros países (RODRIGUES et al., 2015). No oeste da India, por exemplo, foi feito um levantamento transversal no qual investigou-se a prevalência de 1.366 crianças com HMI, com idade entre, 8-12 anos. Dados mostraram uma prevalência de 9,2% na população pesquisada (PARIKH; GANESH; BHASKAR, 2012) Já em um estudo transversal na população suburbana na Nigéria, houve a combinação entre a prevalência de HMI e as variáveis sócio demográficas de cada criança, sendo que 83 das 469 crianças examinadas (17,7%) tiveram HMI (OYEDELE et al., 2015). 30 Outro estudo transversal, teve objetivo determinar a prevalênciade hipomineralização molar incisivo e quaisquer causas associadas em crianças de duas divisões rurais no Quênia. Analisou um total de 3.591 crianças, de seis a oito anos de idade, de uma comunidade de baixo poder socioeconômico e com pouco acesso a cuidados de saúde (médicos ou odontológicos). 55,6% eram do sexo masculino e 44,4% do sexo feminino. A prevalência encontrada de HMI foi 13,73%, sendo associada com as más condições de saúde que as crianças viviam durante o período mais vulnerável entre o nascimento e a idade de três anos (KEMOLI, 2008). Um grupo de crianças iranianas (n= 810), entre 9 e 11 anos, apresentaram uma prevalência alta de HMI (20,2%). Isso levando em consideração uma possível influência de parâmetros biográficos e sócio demográficos. No final foi declarado que esses parâmetros pareciam não ter correlação significativa com a HMI exceto o peso corporal, o que justifica pesquisas futuras (GHANIN et al., 2013). Como foi descrito no início a prevalência dessa patologia varia de acordo com a região e o tipo de corte (WEERHEIJM, 2003). 2.4 Etiologia Não existem dados conclusivos quanto à etiologia da HMI, pois a compreensão é limitada em relação à patogênese exata, contudo tem-se tido um entendimento mais amplo em relação as características clínicas das opacidades (MISHRA; PANDEY, 2016). Entretanto estudos apontam os fatores pré, peri e pós natal como sendo os principais envolvidos. Sendo considerado um fator pré natal, qualquer problema antes da gravidez, como episódios repetitivos de febre alta ou o uso de medicamentos utilizados pela gestante (LYGIDAKIS; DIMOU; MARINOU, 2008). Destaca-se um fator peri natal, as complicações durante o parto como por exemplo a prematuridade (BROGARDH; MATSSON; KLINGBERG, 2011). Já o fator pós natal é marcado por perturbações após o parto, que acontecem com o bebê que pode ter feito uso de antibióticos e antinflamatórios até os 3 anos de idade, hipóxia, hipocalcemia, febre alta, deficiência na nutrição, doenças na primeira infância, problemas respiratórios (Alaluusua, 2010) Existe ainda a possibilidades de fatores genéticos, estarem associados a HMI. Porém é necessário novos estudos mais detalhados (Jeremias, 2010). 31 3 METODOLOGIA Tratou-se de uma revisão de literatura sistematizada. As informações foram obtidas mediante artigos científicos que usavam os critérios da Academia Europeia de Odontopediatria (EAPD). A pesquisa foi operacionalizada nas bases de dados feita através da consulta nas bases de dados on line: Scielo, Lilacs, Pubmed e ScienceDirect. Os critérios de inclusão foram: artigos com disponibilidade na íntegra, em idiomas português ou inglês ou espanhol, que apresentavam coerência com a temática e com data de publicação entre 2007 e 2017. Foram excluídas da pesquisa, publicações cujos títulos e/ou objetivos não possuíam ligação direta com a temática ou que fugiam do objeto de estudo e artigos classificados como revisão bibliográfica. Utilizaram-se os seguintes descritores: Molar incisor hypomineralization, tooth demineralization e etiology. Das publicações mencionadas, 21 artigos específicos dos últimos 10 anos debatem a etiologia da HMI (Figura 6). A coleta de dados se baseou em um levantamento sistemático do material, o qual foi adquirido através de downloads, constituindo-se por arquivos em pdf e impressão. Os dados obtidos obedeceram aos objetivos propostos na pesquisa e a temática em estudo. Em seguida, foi feita uma análise das pesquisas a fim de verificar quais artigos corroboravam e/ou discordavam do assunto. Os dados obtidos foram organizados em forma de tabelas, em que se colocou o(s) autor (es), ano, país, faixa etária, tamanho da amostra, objetivo, tipo de estudo e resultados. Em seguida, foi realizada uma análise das pesquisas a fim de verificar quais artigos corroboraram e/ou discordaram do assunto em questão. Figura 6 – Fluxograma da metodologia da pesquisa Fonte: FIGUEIREDO (2017) 33 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com o intuito de identificar os fatores etiológicos associados a HMI foi realizada uma revisão de literatura sistematizada nas bases de dados Scielo, Lilacs, Pubmed e ScienceDirect. Com data de publicação entre 2007 e 2017, utilizando os seguintes descritores: Molar incisor hypomineralization, tooth demineralization e etiology. A quantidade final de artigos foram 21, organizados em forma de tabela (Quadro 1). Foi encontrado uma maior associação entre a HMI e os fatores pré, peri e pós natais 71,42% (n=15), sendo o fator pós natal 38,1% (n=8) o mais relevante apresentado em crianças que fizeram uso de antibióticos e antiflamatórios até os 3 anos de idade, hipóxia, hipocalcemia, febre alta, deficiência na nutrição, doenças na primeira infância, asma, pneumonia e alergias. Outras associações foram observadas, como o período peri-natal 4,8% (n=1), período peri e pós-natal 4,8% (n =1), período pré e pós-natal 19,0 %(n=4), período pré, peri e pós-natal 4,8% (n=1). Foi encontrada associação com a genética 9,5% (n=2) e outro estudo relatou a etiologia como causa indefinida 19,0 % (n=4) (Quadro 1). Quadro 1 – Descrição dos resultados FATORES % n Pré Peri Pós 4,8 % 1 Pré - Pós 19,0 % 4 Peri - Pós 4,8 % 1 Peri - - 4,8 % 1 Pós __ __ 38,1 % 8 GENÉTICA 9,5 % 2 INDEFINIDA 19, 0% 4 Fonte: FIGUEIREDO (2017) A etiologia da hipomineralização molar-incisivo permanece desconhecida, a literatura aponta como sendo multifatorial (AHMADI et al., 2012; ALALUUSUA, 2010; ALLAZZAM; ALAKI; MELIGY, 2014; BIONDI et al., 2010; BROGARDH; MATSSON; KLINGBERG, 2011; FAGRELL et al., 2011; JEREMIAS et al., 2013; JEREMIAS, 2010; KÜHNISCH et al., 2015; KUSCU et al., 2013; LAISI et al., 2009; LYGIDAKIS; DIMOU; MARINOU, 2008; MISHRA; PANDEY, 2016; OLIVEIRA, 2015; SERNA et al., 2016; SILVA et al., 2016; SONMEZ; YILDIRIM; BEZGIN, 2013; SOUZA et al., 2012; SOUZA et al., 2013; TEXEIRA et al., 2017; WHATLING; FEARNE, 2008). Um estudo recente 34 mostrou que apesar da causa da HMI ser indefinida, devido à ausência de um consenso sobre essa patogênese, tem-se tido mais conhecimento sobre as características clínicas das opacidades (MISHRA; PANDEY, 2016). O uso de antibióticos pode estar ligado a HMI, durante o primeiro ano de vida. No entanto, novamente não é possível ter certeza se doença da infância / febre ou o tratamento com um antibiótico é o fator causal ou se ambos estão envolvidos (LAISI et al., 2009). Na Finlândia uma pesquisa analisou o risco de HMI associada ao uso de antibióticos durante o primeiro, segundo, terceiro e quarto anos de vida. As informações sobre Amoxicilina, Penicilina V, Cefalosporin, Eritromicina, Sulfonamida e Trimetoprim foram obtidas nos prontuários médicos do centro de saúde local. 147 crianças (com idade entre 7,8 à 12,7 anos) participaram do estudo. Dessas 85% receberam pelo menos um tipo de antibiótico. Das crianças com HMI, 52,2% tomaram antibióticos durante o primeiro ano de vida, entretanto esse trabalho é contraditorio pois ele mostra que o indice de antibiotico em si nao é considerado um fator etiologico, mas ao final, ele conclui que o uso desse medicamento aumenta a chance dessa patologia no paciente (LAISI et al., 2009). Um estudo populacional parecido foi executado com 903 crianças com idade entre 6-12 anos, nascidas e residentes em áreas rurais e urbanas da cidade de Botelhos, Estado de Minas Gerais, Brasil. Suas mães completaram um questionário estruturado de histórico médico, desde a gravidez até o 3º ano de vida da criança. Dois examinadores avaliaram crianças para HMI de acordo com os critérios sugeridospela Academia Europeia de Odontopediatria. A HMI foi significativamente mais comum entre aqueles cujas mães tiveram problemas médicos durante a gravidez, que tiveram infecções na garganta, e que apresentaram febre alta e que utilizaram a Amoxicilina associada a outros antibióticos durante os primeiros 3 anos de vida (SOUZA et al., 2012). Na Arábia Saudita, outro estudo se mostrou corroborar com os anteriores. Um grupo de crianças de 8 a 12 anos foi recrutado. Elas tinham pelo menos um primeiro molar permanente. Foram obtidas informações demográficas, histórico médico infantil e dados relacionados à gravidez. De forma significativa a HMI foi associada a doenças durante os quatro primeiros anos de vida, incluindo asma, infecções adenoides, amigdalite, febre e ingestão de antibióticos (ALLAZZAM; ALAKI; MELIGY, 2014) 35 Resultado semelhante tambem encontrado em uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia de Araraquara, com o intuito de avaliar o efeito da Amoxicilina, e da associação da Amoxicilina com fluoreto no desenvolvimento do esmalte dentário de ratos. Nos dados observados, concluiu-se que a Amoxicilina é um fator etiológico da HMI (SOUZA et al., 2013). Esse antibiótico interferiu nos estágios iniciais da amelogênese, provocando uma redução da matriz do esmalte e alterações morfológicas nos ameloblastos. Não foram relatadas evidências sobre o mecanismo de ação desse fármaco na amelogênese, dentre as hipóteses estudadas, acredita-se que a Amoxicilina provoca atraso na diferenciação dos ameloblastos, em células secretoras. É possível que a Amoxicilina possa atrasar o processo de mineralização da dentina e consequentemente atrasar a diferenciação dos ameloblastos. Além disso, a pesquisa sugere que estudos experimentais são necessários para evidenciar o mecanismo de ação da Amoxicilina em ameloblastos, incluindo análise ultraestrutural de experimentos in vitro (SOUZA et al., 2013). Outro estudo tipo caso controle citando a mesma associação, foi realizado em Londres, com 109 crianças. Dos quais 57 possuíam o distúrbio e 52 eram controles, com média de idade de 8,3 anos. A hipomineralização molar-incisivo foi significativamente mais comum entre aqueles cujas mães tiveram problemas durante a gravidez, aqueles que tiveram varicela com idades entre 3 e 3,9 e entre as crianças fizeram uso apenas da Amoxicilina. (WHATLING; FEARNE, 2008) Apesar da causa da HMI ser incerta, é importante investigar as doenças que afetam as crianças até os três anos, como a varicela e também o uso indiscriminado da Amoxicilina nesses pacientes. Além disso, os autores descrevem que mudanças patológicas nos ameloblastos foram observadas nos estágios de transição e maturação por métodos histológicos. Uma zona de hipomineralização em incisivos foi observada após 4 semanas, indicando toxicidade de antibióticos (WHATLING; FEARNE, 2008) Alguns autores realizam experimentos com animais devido ao fato de que em humanos apenas podem ser feitas observações clínicas, e animais controlados não, pois existe um acompanhamento (ALALUUSUA, 2010). Com base nisso, uma pesquisa realizada com leitões, por exemplo, apresentou-se resultados diferentes. Com uma amostra de 20 desses animais, os quais foram separados em três grupos, sendo que dois grupos receberam diferentes doses de Amoxicilina na infância, 36 destacou-se que enquanto a HMI é um distúrbio multifatorial, o presente estudo tentava destacar os achados clínicos de uma possível relação entre o uso de Amoxicilina e HMI com auxílio de micro tomografia de raios-X, mas não teve associação (KUSCU et al., 2013). Uma revisão sistematica foi realizada com o objetivo de aprofundar outras causas da HMI, na qual avaliou os principais fatores envolvidos em experiências com animais, estudos sobre a etiologia e opacidades demarcadas em primeiros molares permanentes. A busca sistemática foi pelo banco de dados on-line Medline. Foram escolhidas 28 pesquisas, que envolviam problemas médicos durante o período pré- natal, perinatal e pós-natal, medicação da criança durante os primeiros anos de vida e exposição ao flúor ou tóxicos ambientais (dioxinas e PCBs) na primeira infância.. Entre os fatores sugeridos e encontrados para causar defeitos de esmalte em experimentos com animais foram: alta febre, hipoxia, hipocalcemia, exposição a antibióticos (Amoxicilina, macrólido) e dioxinas. Com base na avaliação dos artigos, ainda não foi possível citar especificamente os fatores que causam HMI, embora tenham sido apresentadas correlações entre vários fatores potenciais e HMI. Qualquer efeito combinado de vários fatores deve ser levado em consideração. Estudos experimentais de dose / resposta e pesquisa sobre os mecanismos moleculares que causam a função anormal dos ameloblastos também são necessários para aprofundar o conhecimento de HMI (ALALUUSUA, 2010). Mais pesquisas foram realizadas a fim de examinar os fatores etiológicos envolvidos com essa patologia. Uma população 4.049 crianças (2.029 meninas, 2020 meninos) foi estudada com idades entre 7-12 anos. As crianças foram examinadas no ambiente escolar. Os fatores etiológicos supostos foram avaliados utilizando um questionário enviado às famílias das crianças, incluindo questões sobre condições sistêmicas pré-natal, perinatal e pós-natal. A prematuridade, problemas gastrointestinais, pneumonia, febre alta frequente, sarampo e a varicela antes dos 4 anos de idade, estava significativamente relacionada com HMI. Confirmando que a etiologia da HMI não está clara ainda, os resultados deste estudo apoiam os resultados de estudos anteriores sobre o efeito causal de vários fatores (SONMEZ; YILDIRIM; BEZGIN, 2013). Em relação a prematuridade citada como fator etiológico no estudo anterior, na Suécia foi realizada uma pesquisa com o objetivo de avaliar a associação entre crianças suecas de 10 a 12 anos que nasceram prematuras e o desenvolvimento da 37 HMI. Os resultados mostraram que 82 filhos prematuros, nascidos entre 24 e 32 semanas de gestação, tinham uma maior associação com HMI em relação às 82 crianças do grupo controle, nascidos entre 37 e 43 semanas de gestação. Isso devido a essas crianças serem mais suscetíveis a alguma alteração durante a amelogênese (BROGARDH; MATSSON; KLINGBERG, 2011) Em Zahedan no Iran, pesquisadores fizeram um estudo com 433 crianças de 7 a 9 anos e concluíram que problemas pré-natais e doenças na primeira infância foram significativamente notáveis nas crianças com HMI. Além disso, problemas renais, catapora, asma, alergias e uso de Amoxicilina nos primeiros anos, foram também mais presentes nesses pacientes (AHMADI et al., 2012). Em Atenas, um estudo se propôs a examinar a causa da HMI. O exame clínico nas crianças e uma entrevista pessoal com os pais foram realizados. Das 3.518 crianças, 360 apresentaram HMI, e 316 registraram problemas médicos associados. Os mais frequentes foram os problemas perinatais (parto por cesariana e outras complicações de parto) e pós-natal (condições respiratórias, episódios repetidos de febre alta e doença neonatal), apenas 8,6 % estavam relacionados a pré-natal, antes do parto, (episódios repetitivos de febre alta). Vale ressaltar que muitos casos de HMI apresentaram mais de um problema médico durante o período peri e pós-natal. Com isso as crianças com HMI apresentam mais problemas médicos do que controles durante o período pré-natal, perinatal e pós-natal (LYGIDAKIS; DIMOU; MARINOU, 2008). Um estudo epidemiológico possuiu os mesmo resultados em uma população pediátrica indiana quis determinar a prevalência de HMI em crianças indianas e analisaros possíveis fatores etiológicos. Foram examinadas 1.369 crianças de 8 a 12 anos. Os pais receberam um questionário sobre história pré e pós-natal das crianças. Um total de 191 crianças foi diagnosticado com HMI. A prevalência de HMI foi de 13,9% na faixa etária de 8 a 12 anos. As infecções pré-natais e pós-natais desempenham um papel importante na hipomineralização de molares e incisivos (MISHRA; PANDEY, 2016). Em concordância com o estudo anterior uma revisão sistemática com 28 publicações, apresentou associações significativas entre HMI e doenças da infância mas citando a febre, asma e pneumonia (SILVA et al., 2016) A febre tem demonstrado experimentalmente ter uma influência prejudicial sobre a amelogênese. E isso é explicado pelo fato de que ela pode causar uma disfunção ameloblástica e 38 degeneração celular completa. As experiências mostraram também que as condições que afetam o pH da matriz do esmalte, isto é, acidose respiratória e níveis anormais de oxigênio resultantes da hipoventilação em várias doenças respiratórias inibem a ação das enzimas proteolíticas e o desenvolvimento da hidroxiapatita de cristal, resultando na hipomineralização do esmalte. Com base nisso os filhos nascidos prematuros e aqueles com pouca saúde geral ou condições sistêmicas nos seus primeiros 3 anos podem desenvolver HMI (TOURINO et al., 2016; Alaluusua, 2010). Corroborando as pesquisas mencionadas, um estudo tipo caso controle feito em escolares no Paranoá-DF, teve como objetivo de analisar os possíveis fatores etiológicos e o impacto dessa condição na qualidade de vida. 131 crianças foram diagnosticadas como portadoras de HMI e 131 sem HMI (controles). Foram aplicados dois questionários validados, um a respeito de possíveis fatores etiológicos da HMI e outro sobre qualidade de vida. As mães dos casos e controles foram entrevistadas por telefone e responderam a ambos os questionários. As crianças casos e controles responderam apenas ao questionário de qualidade de vida na própria escola sob a supervisão da avaliadora. Como resultado, para o questionário de etiologia, constatou- se haver associação estatisticamente significante entre doenças na primeira infância, febre alta, uso de antibiótico, trauma ou infecção na boca, manchamento dos dentes e sensibilidade dentária. Em relação ao questionário de qualidade de vida, observou- se que os casos apresentaram dificuldade em sorrir espontaneamente, menor satisfação com o alinhamento e manchamento dos dentes em comparação aos controles. Da mesma forma, as mães dos casos mostraram-se mais incomodadas com a aparência e cor dos dentes dos seus filhos quando comparadas com as mães dos controles. Desta forma, conclui-se que intercorrências médicas na primeira infância estejam associadas ao desenvolvimento da HMI, assim como existe um impacto negativo dessa condição na qualidade de vida das crianças acometidas, tanto sob a visão da criança quanto de sua mãe (OLIVEIRA, 2015). Contrariando as causas mencionadas anteriormente, na área urbana de Araraquara, no Brasil foram estudados 1.151 indivíduos de 7 a 12 anos para determinar os potenciais fatores etiológicos nas crianças brasileiras. Suas mães completaram um questionário estruturado sobre história médica, desde a gravidez até os 3 primeiros anos da vida. Crianças com rinite, bronquite, e febre alta foram mais prevalentes no grupo de HMI, mas não houve diferenças significativas entre os grupos. Sendo assim nenhum fator etiológico possível investigado foi associado com 39 HMI, logo estudos prospectivos são necessários para definir os fatores etiológicos envolvidos com HMI (SOUZA et al., 2013). Outro estudo em Araraquara/SP, Brasil, foi realizado. Com uma amostra de 1157 crianças entre 6 a 12 anos, porém apenas 142 possuiam HMI, na qual estas, não tiveram associação entre HMI e a história médica da gestação e dos primeiros três anos de vida da criança, incluindo: riscos gestacionais, nascimento, doenças sistêmicas, hábitos, amamentação, uso de medicamentos e uso de flúor. A complexidade e dificuldade em se estabelecer os fatores etiológicos, estudos prospectivos são necessários, abrangendo a área clínica, laboratorial e até mesmo a área genética para definição efetiva da etiologia (JEREMIAS, 2010) Outro fator etiológico teve relação com HMI, em um estudo no Sudeste da Suécia, em que os autores avaliaram os fatores etiológicos da HMI nos primeiros molares. Abrangendo: dados pré, peri e neonatais da criança e sua mãe; doenças durante os primeiros 3 anos de vida infantil; medicamentos e vacinas durante o mesmo período, fatores socioeconômicos e nutrição durante os primeiros 3 anos de vida infantil foram inseridos no banco de dados. Após a análise logística de regressão, os resultados encontrados mostraram que as condições nutricionais durante os primeiros 6 meses de vida podem influenciar o risco de desenvolver opacidades demarcadas severas nos primeiros molares permanentes (FAGRELL et al., 2011). Em relação as condições nutricionais é importante citar a vitamina D, que desempenha um papel fundamental na formação de tecido duro. Com isso, um estudo teve como objetivo analisar a relação entre o estado sérico de vitamina D e os dados de saúde dentária obtidos de 1.048 crianças sobre a Influência da Intervenção Nutricional mais a poluição atmosférica e a genética no desenvolvimento de alergias (GINIplus) e estudo sobre os fatores do Estilo de Vida no desenvolvimento do Sistema Imunológico e Alergias na Alemanha Oriental e Ocidental, além da poluição do ar e da genética no desenvolvimento de alergias (LISAplus) .O exame odontológico incluiu o diagnóstico de HMI e registro de lesões de cárie (não) cavitadas em dentes primários e permanentes. As concentrações de soro 25 (OH) D foram retiradas de amostras de sangue da investigação de 10 anos e medidas com um sistema modular totalmente automatizado. Diferentes modelos de regressão logística e Poisson foram calculados. Nesse estudo concluiu-se que menores concentrações séricas de vitamina D foram associadas a uma maior probabilidade de restaurações relacionadas com HMI e caries em crianças de 10 anos de idade. Esta descoberta notável e ao número limitado 40 de estudos e dados, é necessário investigar o papel da vitamina D a partir de diferentes perspectivas em futuros estudos antes de generalizar essa descoberta (KÜHNISCH et al., 2015). Em um estudo de caso-controle participaram 98 crianças com HMI e 98 sem, cujas mães concordaram em informar a história da criança. Além disso, foi realizada uma avaliação clínica para registrar: dentes afetados, extensão, gravidade e hipersensibilidade. Os autores encontraram associações positivas com infecções respiratórias, ingestão de lixos especiais e administração de antiinflamatórios não esteróides. Mesmo com a etiologia da HMI ainda obscura, na pesquisa observou-se associação firme com a ingestão de antiinflamatórios não esteróides (AINES) . Em relação à utilização de AINEs, geralmente o ibuprofeno e o paracetamol, mas não há resultados relatados em outros estudos, seria necessário continuar a investigar, uma vez que existe alguma sobreposição entre o momento da HMI, e desuso de dipirona e ácido acetilsalicílico em pacientes pediátricos (BIONDI et al., 2010). Como relatado bem no início tantos os fatores genéticos como ambientais podem estar envolvidos. Para investigar se esses fatores tem relação com a HMI, foi realizado um estudo transversal avaliando sua ocorrência entre pares de gêmeos monozigóticos e dizigóticos e a associação com fatores ambientais. Os pais dos 167 pares de gêmeos, de 8 à15 anos, em Teresina - PI,Brasil,responderam um questionário sobre dados sociodemográficos e saúde pré, peri-, e pós-natal e um exame odontológico foi realizado por dois examinadores calibrados para o diagnóstico de HMI. Houve uma maior concordância no diagnóstico de HMI entre os gêmeos monozigóticos o que indica uma influência genética, embora fatores ambientais, como renda familiar e hemorragia durante a gravidez, também estejam associados à sua ocorrência (TEXEIRA et al., 2017). Outro estudo apresentou varias conclusões e uma delas revela que 12,2% dos casos estudados , não houve histórico médico relatado, indicando a possível implicação de outros fatores etiológicos sistemáticos ou genéticos (LYGIDAKIS; DIMOU; MARINOU, 2008) Outro estudo, tentou analisar a variação nos genes de formação de esmalte a essa patologia, levando também em consideração a experiência da cárie. Foram estudadas amostras de DNA de 163 casos com HMI e 82 controles não afetados da Turquia e 71 casos com HMI e 89 controles não afetados do Brasil. Como resultado vários genes envolvidos na formação de esmalte parecem contribuir com HMI. Isso porque, o período de maturação do esmalte dentário comumente afetado por HMI 41 corresponde ao último trimestre da gravidez até o terceiro ano da vida de uma criança, é possível que a variação genética possa de alguma forma interagir com fatores ambientais. Estudos posteriores são necessários para avaliar essa interação potencial, bem como padrões de penetrância de HMI (JEREMIAS et al., 2013). Uma revisão sistemática foi realizada com objetivo de verificar a associação da HMI e outros fatores etiológicos, como o uso de drogas quimioterapêuticas, antibióticos, medicamentos para asma, antiepilépticos, antivirais, medicamentos antifúngicos e medicamentos. Essa pesquisa abrangia um período entre 1965 a 2014. E por fim concluíram que estudos adicionais e com alta qualidade são necessários antes que se possa alcançar conclusões firmes sobre a possível relação entre HMI e a ingestão de drogas durante a infância (SERNA et al., 2016). É notável a indefinição da HMI em relação a etiologia, sugere-se novos estudos mais especificos, pois a detecção precoce da doença contribui para evitar a sua progressão, diminuindo os desconfortos dos pacientes. Quadro 2 – Relação dos artigos incluídos na revisão de literatura sistematizada (continua) Autor Ano País Faixa etária Tamanho da amostra Tipo de estudo Resultados Lygidakis; Dimou; Marinou 2008 Grécia 5,5 a 12 anos 3.518 crianças Retrospectivo Período pré-natal, perinatal e pós-natal Whatling; Fearne 2008 Reino Unido 8,3 anos 109 crianças Caso controle Mães que tiveram problemas durante a gravidez; Crianças que tiveram varicela entre 3 e 3,9 anos; Crianças fizeram uso apenas da Amoxicilina. Laisi et al 2009 Finlândia 7,8 a 12,7 anos 147 crianças Coorte Retrospectivo Amoxicilina Alaluusua 2010 - - 28 publicações Revisão Sistemática Febre alta; hipóxia; hipocalcemia; antibióticos; dioxinas. Biondi et al 2010 Argentina 7 a 16 anos 196 crianças Caso Controle AINes Jeremias 2010 Brasil 6 a 12 anos 1157 escolares Transversal História médica da gestação e dos primeiros três anos de vida da criança NÃO teve associação Brogardh; Matsson; Klingberg 2011 Suécia 10 a 12 anos 164 crianças Caso controle baseado na população transversal Prematuridade Fagrell et al 2011 Suécia 12 anos 17.000 crianças Caso Controle Nutrição durante os primeiros 6 meses Ahmadi et al 2012 Iran 7 a 9 anos 433 crianças Prospectivo Período pré-natais; Doenças na primeira infância Problemas renais, catapora, asma, alergias Amoxicilina 4 2 Quadro 2 – Relação dos artigos incluídos na revisão de literatura sistematizada (continuação) Autor Ano País Faixa etária Tamanho da amostra Tipo de estudo Resultados Souza et al 2012 Brasil 6 a 12 anos 903 crianças Estudo populacional Ploblemas durante a gravidez Infecções na garganta Febre alta Antibioticos Jeremias etal 2013 Brasil/Turquia - 160/245 Caso Controle Genética Kuscu et al.,2013 2013 Turquia 20 leitões Randomizado Sem associação HMI/Amoxicilina Sonmez; Yildirim; Bezgin 2013 Turquia 7-12 anos 4.049 crianças Transversal Prematuridade; problemas gastrointestinais; pneumonia; febre alta; sarampo e a varicela antes dos 4 anos Souza et al 2013 Brasil 7 a 12 anos 1.151 crianças Prospectivo Sem associação entre HMI/crianças com rinite; bronquite; febre alta Allazzam; Alaki; Meligy 2014 Arabia Saudita 8 a 12 anos 267 crianças Estudo Transversal Asma; infecções adenoides; amigdalite; febre; antibióticos KUHNISCH et al 2015 Alemanha 10 anos 1.048 crianças Coorte Menor concentração de vitamina D Oliveira 2015 Brasil 9 anos 162 crianças Caso controle Intercorrências médicas na primeira infância Mishra; Pandey 2016 Índia 8 a 12 anos 1.369 Crianças Transversal Período pré-natais e pós-natais Serna et al 2016 - - - Revisão sistemática Indefinida Silva et al 2016 - - 28 publicações Revisão sistemática Febre; asma; peneumonia Teixeira et al 2017 Brasil 8 à15 anos 167 pares de gêmeos Transversal Genética Fonte: FIGUEIREDO (2017) 4 3 45 5 CONCLUSÃO Diante do presente trabalho é visível a associação dos fatore pré, peri e pós natais com a hipomineralização molar incisivo. Destacando como fator principal o pós natal, incuindo principalmente crianças que fizeram uso de antibióticos e antinflamatórios até os 3 anos de idade, hipóxia, hipocalcemia, febre alta, deficiência na nutrição, doenças na primeira infância, asma, pneumonia e alergias. 47 REFERÊNCIAS AHMADI, R.; RAMAZANI, N.; NOURINASAB, R. Molar incisor hypomineralization: a study of prevalence and etiology in a group of Iranian children. Iran J Pediatr., v. 22, n. 2, p. 245-51, 2012. ALALUUSUA, S. Aetiology of Molar-Incisor Hypomineralisation: a systematic review. Eur Arch Paediatr Dent, v. 11, n. 2, p. 53-8, abr. 2010. ALLAZZAM, S.M.; ALAKI, S.M.; MELIGY, O. A. S. Molar Incisor Hypomineralization, Prevalence, and Etiology. Int J Dent, v. 2014, 2014. ANDRADE, M. J. B. Hipomineralização molar-incisivo em escolares de uma cidade do nordeste brasileiro. 2014. 94 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Piauí, 2014. BASSO, A. P.; RUSCHEL, H. 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