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LINGUISTICA Aula 1: Linguística: O Estudo Científico da Linguagem Identificar a Linguística como o estudo científico da linguagem verbal humana; 2. reconhecer a diferença entre Linguística, Gramática Tradicional e Gramática Normativa; 3. conhecer os estudos linguísticos que antecederam Ferdinand de Saussure. Aula 2: As Noções de Língua e Fala 1. Identificar a contribuição de Ferdinand de Saussure no estabelecimento da Linguística no século XX; 2. definir língua e fala de acordo com a ótica saussuriana; 3. compreender a relação de interdependência entre língua e fala. Por que “faculdade da linguagem”? Saussure afirma que no conjunto ao qual corresponde a linguagem podemos localizar a língua. No CLG (p.19), ele postula que duas pessoas estão conversando e que no cérebro de cada uma delas há um conjunto de signos linguísticos armazenados. Assim, temos um processo psíquico, seguido de um processo fisiológico: “[...] o cérebro transmite aos órgãos da fonação um impulso correlativo da imagem; depois, as ondas sonoras se propagam da boca de A até o ouvido de B: processo puramente físico. Em seguida o processo se prolonga em B numa ordem inversa: do ouvido ao cérebro, transmissão fisiológica da imagem acústica [...]”. Por apresentar esse aspecto social mencionado, a língua só existe na massa. Esse aspecto social, ao lado da homogeneidade, é o responsável pela manutenção do sistema da língua. Qual a relaçao entre lingua e massa falante? “Trata-se de um tesouro depositado pela prática da fala em todos os indivíduos pertencentes à mesma comunidade, um sistema gramatical que existe virtualmente em cada cérebro ou, mais exatamente, nos cérebros dum conjunto de indivíduos, pois a língua não está completa em nenhum, e só na massa ela existe de modo completo.” Saussure compara a língua a um DICIONÁRIO, (CLG, p. 21) cujos exemplares tivessem sido distribuídos entre todos os membros de uma sociedade. Esse dicionário, que é a língua, existe no cérebro dos indivíduos como a soma de sinais todos idênticos. Ele é imposto como um código ao qual se deve obrigatoriamente seguir. Isso significa que a língua é uma instituição social: compartilhamos um sistema linguístico, mas não podemos utilizá-lo da forma como quisermos. Discutiremos melhor essa questão em nossa próxima aula, quando trataremos do signo linguístico. A língua é uma instituição social: compartilhamos um sistema linguístico, mas não podemos utilizá-lo da forma como quisermos. “A fala é, ao contrário, um ato individual de vontade e de inteligência [...]” (CLG, 22). Por ser “individual”, Saussure considera que ela é heterogênea. Possui caráter privado: pertence ao indivíduo que a utiliza. Pessoas que falam a mesma língua conseguem se comunicar porque, apesar das diferentes falas, há o uso da mesma língua. A heterogeneidade característica da fala não se presta a um estudo sistemático. A heterogeneidade característica da fala não significa que as pessoas falem de forma tão diferente a ponto de não conseguirem se comunicar e sim que temos liberdade de escolha entre as estruturas da língua. É como se a língua equivalesse a roupas guardadas em gavetas e pudéssemos abri-la e escolher a que quiséssemos usar. Saussure separa os fatos da língua dos fatos da fala: os fatos da língua dizem respeito à estrutura do sistema linguístico e os fatos da fala dizem respeito ao uso desse sistema. Apesar de língua e fala serem estudadas separadamente, elas são interdependentes: “A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os seus efeitos; mas esta é necessária para que a língua se estabeleça [...]”. (CLG, p. 27) Por que a língua é a forma? “Forma” para Saussure significa “essência”(= sistema e estrutura). A forma é constituída pela teia de relações entre os elementos da língua, enquanto que a substância é constituída pelos elementos dessa teia. Em 1979, o linguista romeno Eugênio Coseriu acrescenta o conceito de norma e reformula a relação estabelecida por Saussure entre língua e fala. Segundo ele, as variantes linguísticas fazem parte do sistema da língua e, por isso, ele substitui ‘língua’ por ‘sistema’. Entre o sistema, abstrato, e a fala, uso concreto, haveria a norma, um nível intermediário, um conjunto de realizações consagradas pelo uso. Coseriu¹ (apud Carvalho, 2001) disse: “[...] a norma é o como se diz e não o como se deve dizer. Castelar de Carvalho também afirma que “A norma seria assim um primeiro grau de abstração da fala.Considerando-se a língua (o sistema) um conjunto de possibilidades abstratas, a norma seria então um conjunto de realizações concretas e de caráter coletivo da língua.” (CARVALHO, 2001, p. 49-64). Aula 3: A Teoria do Signo Linguístico Identificar as partes que compõem o signo linguístico; 2. reconhecer as características do signo linguístico: linearidade e arbitrariedade; 3. discutir a mutabilidade e a imutabilidade do signo linguístico; 4. distinguir arbitrário absoluto e arbitrário relativo. Muito bem! Continuando nossos estudos das ideias de Saussure, temos a teoria do signo linguístico. Na aula passada, vimos que Saussure afirma que a língua é “[...] um sistema de signos que exprimem ideias [...]” Esses signos a que ele se refere são os signos linguísticos. Como Saussure define esses ‘signos linguísticos’?Signo linguístico para Saussure é a combinação de um conceito – o significado – a uma marca psíquica do som – o significante.“O signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte) psíquica desse som [...] tal imagem é sensorial [...]”. (CLG, p.80) ARBITRARIEDADE. Saussure estabelece que uma das características do signo linguístico é o fato de ele ser arbitrário. Essa característica nos explica por que Saussure escolheu ‘signo’ e não ‘símbolo’. “O símbolo tem como característica não ser jamais completamente arbitrário; ele não está vazio, existe um rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado. O símbolo da justiça, a balança, não poderia ser substituído por um objeto qualquer, um carro, por exemplo.” (CLG, p. 82) O que Saussure quis dizer quando falou que o signo linguístico é arbitrário? “A palavra arbitrário requer também uma observação. Não deve dar a ideia de que o significado dependa da livre escolha do que fala [...] queremos dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum laço natural na realidade.” (CLG, p. 83) Não podemos esquecer que o signo linguístico é uma convenção social. Por isso, ainda que o signo linguístico seja arbitrário e não haja relação entre significante e significado, não podemos utilizá-los da forma que desejarmos. O princípio da arbitrariedade parte da ideia de que não há uma razão natural para se unir determinado conceito a determinada sequência fônica, por isso, qualquer sequência fônica poderia se associar a qualquer conceito e vice-versa, desde que fosse consagrado pela comunidade linguística. A palavra ‘flor’ seria um exemplo do que ele chamava de ‘arbitrário absoluto’: seria o signo arbitrário, imotivado. No entanto, palavras como ‘florista’ e ‘floreira’ seriam parcialmente motivadas, já que nelas podemos perceber a palavra ‘flor’. Assim, elas seriam exemplos daquilo que Saussure chamou de ‘arbitrário relativo’. Saussure afirma que o signo linguístico é arbitrário, mas será que todos concordam? Não. Aqueles que discordam do fato de o signo ser arbitrário apoiam-se na existência de duas estruturas na língua, imitativas de sons: as onomatopeias e as exclamações. Sendo a língua um sistema, cujos signos são estabelecidos por convenção social, o vínculo associativo que une as duas faces do signo não é motivado, ou seja, não há um critério para se associar um significado a um significante na língua, por isso, o signo linguístico é arbitrário. Nesse sentido, arbitrariedade não significa liberdade para que o falante possa alterar o signo, pois este é convencional. E, exatamente por ser imutável, o signo é arbitrário; ele só se estabelece na língua quando consagrado por uma comunidade linguística. Assim, Saussure afirma que “Justamente porque é arbitrário, não conhece outra lei senão a da tradição, e é por basear-se na tradição que pode ser arbitrário”. Aula 4: Os Dois Eixos da Linguagem: O Eixo Sintagmático e o Eixo Paradigmático Aula 5: Os Pontos de Vista Sincrônico e Diacrônico nos Estudos Linguísticos
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