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CURSO DE PEDAGOGIA
FRANCISCO MATHEUS FREITAS GUIMARÃES
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
PENTECOSTE - CE
2017
 CURSO DE PEDAGOGIA
FRANCISCO MATHEUS FREITAS GUIMARÃES
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 
Monografia apresentada a Faculdade Nossa Senhora das Vitórias como requisito para a obtenção do titulo de Licenciado em Pedagogia. 
Orientador: Profa. Me. Joelma Soares
PENTECOSTE - CE
2017
 CURSO DE PEDAGOGIA
TERMO DE APROVAÇÃO
 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FRANCISCO MATHEUS FREITAS GUIMARÃES
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção
do título de Licenciado em Pedagogia, tendo sido aprovado pela Banca Examinadora composta pelos Professores:
Data da apresentação: ___/____/____
 ___________________
 Média
______________________________ __________________
Prof. Esp.Joelma Soares dos Santos Pontuação Atribuida
 Orientadora
_____________________________ __________________
 Examinador Pontuação Atribuida
____________________________ _________________
 Examinador Pontuação Atribuida
AGRADECIMENTOS
 Agradeço á Deus que é o principal responsável pela minhas conquistas.
Aos meus pais, pois em todos os momentos de minha vida fizeram se presentes.
Aos mestres desta instituição que muito me acrescentaram com dedicação e amizade.
A orientadora Joelma Soares, por ter me ajudado com empenho e dedicação na realização deste trabalho. 
RESUMO
Este trabalho aborda a importância da ação de brincar, função essencial para o desenvolvimento infantil, que faz parte da condição humana, podendo ser considerado um importante elemento de enriquecimento das capacidades de comunicação e linguagem, além de ser um poderoso meio para o estabelecimento de contatos sociais. Mostrou a importância do brincar na educação infantil, das atividades lúdicas como fatores essenciais para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Ficando claro também a importância da formação e empenho dos professores da educação infantil, para que possam estimular e transformar a assimilação do conhecimento da criança em um processo prazeroso e divertido. 
Palavras – Chave: Educação Infantil. Brincar. Criança.
ABSTRACT
This work addresses the importance of play, an essential function for child development, which is part of the human condition, and can be considered an important element of enrichment of communication and language skills, as well as being a powerful means of establishing contacts Social rights. It showed the importance of playing in children's education, of play activities as essential factors for the development and learning of the child. It is also clear the importance of the training and commitment of teachers of early childhood education, so that they can stimulate and transform the assimilation of the child's knowledge into a fun and enjoyable process.
Keywords: Early Childhood Education. Play. Child
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO....................................................................................................8
CAPITULO I
2. A CULTURA E HISTÓRIA DO BRINCAR.......................................................10
2.1 Considerações sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil............13
CAPITULO II
3. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM....16
3.1 Psicomotricidade; jogos e brincadeiras.....................................................20
3.2 O lúdico no contexto educacional..............................................................25
CAPITULO III
4. O PAPEL DO PROFESSOR E DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.....27
4.1 As diretrizes curriculares no contexto educacional infantil.....................29
4.2 A família e a aprendizagem infantil.............................................................30
5. CONCLUSÃO...................................................................................................34
REFERÊNCIAS.......................................................................................................
1 INTRODUÇÃO
 
 A educação infantil é um período marcante no processo de formação do ser humano, pois é a primeira etapa da educação básica, e tem como finalidade o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da criança de até cinco anos de idade, sendo a escola, juntamente com a família e o meio social os principais responsáveis pelo bom desenvolvimento da criança, e entendendo o homem como um ser biopsicossocial, que passa por constantes transformações e que interage com o meio o tempo todo, pode-se perceber que brincar está presente em todas as dimensões da existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças.
 Neste sentido o presente trabalho justifica-se por tratar das brincadeiras como atividades inerentes ao ser humano, por serem essenciais na infância, por estar presente em tudo que a criança faz, sendo que á partir do momento em que nasce a criança já estabelece uma relação lúdica com tudo que o cerca, ficando clara a relação entre as atividades lúdicas e o desenvolvimento da criança. Acerca deste assunto Sebastiani (2003) afirma que: “brincando a criança cria uma postura imaginária enquanto brinca, se comportando como se estivesse atuando no mundo dos adultos”.
 A metodologia consiste em um levantamento bibliográfico, realizado através de amplas pesquisas em livros, revistas e artigos, á fim de mostrar a importância do brincar no aprimoramento do lado psicomotor das crianças e no desenvolvimento da aprendizagem. Desta forma, foram realizadas leituras acerca do tema contemplado, estruturando discussões para reconhecer as brincadeiras importantes e quais as práticas realizadas pelos docentes da educação Infantil.
 Assim, o objetivo geral deste trabalho é verificar a importância da utilização de brincadeiras, na psicomotricidade e no processo de aprendizagem da criança. E os específicos são basicamente: Investigar como os educadores desenvolvem as práticas lúdicas no cotidiano de seu trabalho e analisar de que maneira as brincadeiras influenciam na vida escolar e pessoal da criança, tendo em vista que, o Brincar; “é de fundamental importância para a aprendizagem da criança por que é através dela que a criança aprende, gradualmente desenvolve conceitos de relacionamento casuais ou sociais, o poder de descriminar, de fazer julgamentos, de analisar e sintetizar, de imaginar e formular e inventar ou recriar suas próprias brincadeiras” (SANTIN, 2001, p.523)
 Este trabalho está dividido em três capítulos. O capitulo I vem abordar um pouco sobre a cultura e a história do brincar, o capítulo II trata da importância do brincar no processo de aprendizagem da criança, observando as diferenças entre o brincar livre e o brincar dirigido, e quais as contribuições de cada um no desenvolvimento escolar e pessoal das crianças, e o capítulo III vem discutir sobre o papel do professor da educação infantil.
CAPITULO I
2. A CULTURA E HISTÓRIA DO BRINCAR
Ao longo dos séculos, a criança vem assumindo diferentes papéis de acordo com a época e a sociedade em que está inserida e a concepção de infância é uma noção historicamente construída e que consequentemente vem mudando, não se manifestandode maneira homogênea nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época. Segundo Wajskop (2007), a brincadeira, desde a antiguidade, era utilizada como um instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se rompeu o pensamento românico passou-se a valorizar a importância do brincar, pois antes, a sociedade via a brincadeira como uma negação ao trabalho e como sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo que é sério.
 A criança se desenvolve pela experiência social, nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado, e dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana, na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sociocultural dos adultos. Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (RCNEI), Brasil, (1998): 
“A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar”. (p.21).
A criança é um sujeito social e histórico que têm direitos e que faz parte de uma organização familiar que está inserida numa sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. A infância é uma fase aonde as crianças aprendem valores que servirão para a vida toda, para que isso ocorra devemos valorizar suas particularidades. (BRASIL, 1998)
Segundo Borba (2007, p.12): “Se entendermos que a infância é um período em que o ser humano está se constituindo culturalmente, a brincadeira assume importância fundamental como forma de participação social e como atividade que possibilita a apropriação, a ressignificação e a reelaboração da cultura pelas crianças”. Sendo a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB 1996, Art. 29)
Segundo Kramer (2007), as visões sobre a infância são construídas social e historicamente, a inserção concreta das crianças e seus papéis variam com as formas de organização da sociedade, assim, a ideia de infância não existiu sempre e da mesma maneira. Na Idade Média não existia um sentimento de infância que distinguisse a criança do adulto, sendo a criança considerada um adulto de pequeno tamanho executando também as mesmas atividades dos mais velhos. A infância, nessa época, era vista como um estado de transição para a vida adulta. Não se dispensava um tratamento especial para as crianças, o que tornava sua sobrevivência difícil. Para a sociedade medieval, o importante era a criança crescer rapidamente para poder participar do trabalho e de outras atividades do mundo adulto. Todas as crianças a partir dos sete anos de idade, independentemente de sua condição social, eram colocadas em famílias estranhas para aprenderem os serviços domésticos.
Segundo Kramer (2007, p.15): “Crianças são sujeitos sociais e históricos, marcadas, portanto, pelas contradições das sociedades em que estão inseridas. A criança não se resume a ser alguém que não é, mas que se tornará (adulto, no dia em que deixar de ser criança). Reconhecemos o que é específico da infância: seu poder de imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como experiência de cultura. Crianças são cidadãs, pessoas detentoras de direitos, que produzem cultura e são nela produzidas. Esse modo de ver as crianças favorece entendê-las e também ver o mundo a partir do seu ponto de vista. A infância, mais que estágio, é categoria da história: existe uma história humana porque o homem tem infância”.
Partindo deste ponto de vista, percebemos que depois de um tempo de análises e “com o início do renascimento, as brincadeiras que antes englobavam adultos e crianças, paulatinamente, foram se transformando numa especialidade das crianças. O brinquedo então passou a se tornar um mediador entre a criança e o mundo. A criança passa a ter um espaço para brincar junto ao brinquedo que torna possível sua inserção no mundo lúdico”. (Kishimoto, 1993).
 Nota-se que ao longo do tempo as brincadeiras começaram a significar pratica próprias da criança, e que era através dessas brincadeiras que elas utilizavam o imaginário no desenvolvimento do aprendizado. Á respeito disso Machado (2003, p.21) afirma que: “Brincar é nossa primeira forma de cultura. A cultura é algo que pertence a todos e que nos faz participar de ideais e objetivos comuns. A cultura é o jeito de as pessoas conviverem se expressarem, é o modo como às crianças brincam, como os adultos vivem, trabalham, fazem arte. Mesmo sem estar brincando com o que denominamos “brinquedo”, a criança brinca com a cultura”.
 Segundo KISHIMOTO (1997, p. 20), a brincadeira pode ser vista como: “o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social, um sistema de regras, onde permite diferenciar cada brincadeira e um objeto”. A criança constrói este conceito através de um processo lento e gradual, daí a necessidade de iniciá-la informalmente, desde cedo, por meio de atividades manipuláveis e de exploração espontâneas e intuitivas.
É importante entender que quando se fala em brincar e perceber a importância de um tempo no cotidiano das crianças destinado a um brincar de qualidade, em um espaço adequado, com materiais interessantes para as crianças e que estimulem a criatividade. Para isso é necessária à participação do adulto, de outras crianças e dos próprios objetos que se encontram a disposição da criança, pois fazem a diferença nas brincadeiras. Não basta deixar brincar, aos adultos é preciso olhar um pouquinho mais para as crianças, perceber suas necessidades e assim tentar entender e estimular a brincadeira.
Considerando que o brincar é uma atividade social, a criança não brinca sozinha, ela tem um brinquedo, um ambiente, uma história, um colega, um professor que media essa relação e que faz do brincar algo criativo e estimulante, ou seja, a forma como o brincar é mediado pelo contexto da escola e da família, porém é importante para que esta relação seja de qualidade e realmente ofereça a oportunidade de diferentes aprendizagens para a criança. Sendo que as brincadeiras são atividades sociais e livres, pois não é possível obrigar ninguém a entrar na brincadeira, elas possuem regras e uma situação imaginária. 
2.1 Considerações sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil
Desde seus momentos iniciais de vida, a criança se depara com a linguagem em sua tripla função: como meio de existência, transmissão e assimilação da experiência histórico social dos homens; como meio de comunicação ou intercâmbio de influências interpessoais que, direta ou indiretamente, orientam as ações realizadas e como ferramenta do pensamento, como substrato da atividade intelectual humana, pela qual se torna possível o planejamento de atividades, sua realização e a comparação de seus resultados às finalidades propostas (MARTINS, 2007, p. 65).
E a aprendizagem é o processo pelo qual os conhecimentos ou habilidades são adquiridos ou modificados, e a aprendizagem se dá quando há informação do individuo, desde o nascimento até a vida adulta, pois estamos sempre em busca de conhecimento e em constante adaptação. A aprendizagem significativa valoriza a compreensão da valorização, o querer aprender do sujeito espontaneamente, e é na sociedade que as pessoas apreendem, já que nascemos sem o conhecimento amplo.
Crianças pequenas alcançam a compreensão através de experiências que fazem sentido para elas e nas quais podem usar seus conhecimentos prévios. O brincar proporciona essa base essencial. É muito importante que as crianças aprendam a valorizar suas brincadeiras, o que só pode acontecerse elas forem igualmente valorizadas por aqueles que as cercam. Brincar mantém as crianças física e mentalmente ativas. (MOYLES, 2009, p. 19)
Vigotsky (1996) fala sobre o desenvolvimento social da criança nos primeiros meses de vida, ele afirma que: “a criança, em seus primeiros meses, tem uma peculiar e específica situação de sociabilidade. Sua comunicação social não está separada, todavia, de todo o processo de comunicação com o mundo exterior, a saber: com os objetos humanos e com a satisfação de suas necessidades vitais. A comunicação social está embasada numa comunicação visual direta, ativa, sem palavras. Ao invés de uma comunicação baseada no entendimento mútuo, se trata de manifestações emocionais, transferências de afetos, de reações positivas e negativas entre o bebê e o adulto. Neste sentido, o adulto é o centro de qualquer situação no primeiro ano. Todas as atividades da criança realizam-se com e na presença no adulto. Na ausência do adulto, é como se a criança fosse indefesa, toda sua atividade frente ao mundo paralisa-se ou limita-se em alto grau”. 
Neste sentido percebe-se que atualmente a educação e criança são vistas pela sociedade como fatores importantes para a construção social e cidadã de qualquer nação, que de uma forma ou de outra, precisam buscar a socialização, prática primeiramente desenvolvida nas escolas, através de atividades lúdicas. Assim o que se vê agora é uma criança da vida moderna, um ser único, completo e, ao mesmo tempo em crescimento e em desenvolvimento, uma vez que suas características estão em total transformação, que ocorre tanto em seu aspecto físico quanto ao seu cognitivo.
Neste sentido a educação infantil vem ganhando espaço e assumindo um papel importante, pois é de fundamental importância no desenvolvimento cognitivo da criança de zero a cinco anos, podendo ela ajudar em seu aprendizado, tanto cultural quanto social, dando a oportunidade para que a criança vivencie experiências positiva, sendo capaz de transformar toda uma personalidade de maneira eficaz e clara.
Para Fortuna (2005), ainda é preciso fazer uma reinvenção da infância a reconhecendo como fase de extrema importância dentro do desenvolvimento infantil, pois é durante o presente da infância que se nasce à expressão de um futuro melhor este que marca vários desafios ainda a serem superados pela criança e seus direitos e deveres, é preciso que a infância e inocência a sejam mantidas como sinônimos de alegria e afetividade.
A ação pedagógica infantil integra dois paradigmas; o cuidar e o educar, que indicam também uma aproximação entre dimensões educacionais e sociais, a fim de possibilitar uma aprendizagem satisfatória, realizada de maneira lúdica que é o brincar na infância, fazendo com que a criança se integre e se socialize com todos aqueles que estão ao seu redor por meio da brincadeira, sendo as brincadeiras responsáveis pelo desenvolvimento da criança, pelo estimulo e exercício de seus sentidos, envolvendo todo o seu corpo com movimentos que se transformam em aprendizagem.
Vigotski (1995) postula que o desenvolvimento infantil constitui uma unidade dialética entre duas linhas genéticas – o desenvolvimento biológico e o cultural. Trata-se, portanto, de um processo único de formação biológico-social da personalidade da criança, mas não de uma simples “mistura” entre o plano biológico e o social. No homem, o desenvolvimento cultural se sobrepõe aos processos de crescimento e maturação orgânica, pois na medida em que o desenvolvimento orgânico se produz em um meio cultural, ele converte-se em um processo biológico sócio historicamente condicionado.
Assim, o desenvolvimento infantil não é determinado por leis naturais universais, mas encontra-se intimamente ligado às condições objetivas da organização social, considerando que o ser humano é resultado do meio em que vive, sendo a família, amigos e o ambiente escolar os principais responsáveis pela formação do cidadão, o que aponta para a impossibilidade de se estabelecer estágios do desenvolvimento psicológico que se suceda em uma ordem fixa e universal, válida para toda e qualquer criança em todo e qualquer contexto e a qualquer tempo.
Sabendo da ligação entre aprendizagem e desenvolvimento, Vygotsky (2001, p.115) afirma que: “a aprendizagem constitui um elemento necessário e universal no desenvolvimento das características humanas formadas historicamente na criança: a aprendizagem não é em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não naturais, mas formadas historicamente. [...] todo o processo de aprendizagem é uma fonte de desenvolvimento que ativa a numerosos processos, que não poderiam desenvolver-se por si mesmos sem a aprendizagem”.
Em relação ao desenvolvimento da criança, Winnicot (1982) afirma que: “as crianças aprendem a observar com atenção tudo o que acontece no meio ao qual ela está inserida, e em seguida reflete essas observações nas suas brincadeiras, ratificando o pressuposto que elas aprendem com o contexto vivido, sendo assim no futuro as crianças estarão prontas para assumir os papéis que representaram na infância”.
3. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
As brincadeiras e os jogos fazem parte do cotidiano da criança, desempenhando importante papel em seu desenvolvimento, pois é o momento que ela expressa de modo simbólico, suas fantasias, seus desejos, medos, sentimentos e os conhecimentos que vai construindo a partir das experiências que vive. Para PIAGET (1971), “quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objetivo não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.” Neste processo ela reflete, ordena, desorganiza, reconstrói o mundo a sua maneira, aprende a decidir, ter opinião própria, descobre seu papel e seus limites.
Neste sentido, o brincar promove o desenvolvimento, porque está impregnado de aprendizagem, e isto ocorre porque os sujeitos, ao brincar de forma dirigida, passam a lidar com regras que lhes permitem a compreensão do conjunto de conhecimentos veiculados socialmente, permitindo-lhes novos elementos para apreender os conhecimentos futuros. Atitudes e situações do dia a dia estimulam a criança a pensar por si própria e a elaborar cada vez mais sua rede interna de conhecimento, sendo os jogos e brincadeiras atividades que influenciam a construção e o desenvolvimento da inteligência. 
Imma Marín e Silvia Penón (2003/2004, p.30), especialistas em brinquedo e educação afirmam que: “brincar é a principal atividade da infância, responde à necessidade de meninos e meninas de olhar, tocar, satisfazer a curiosidade, experimentar, descobrir, expressar, comunicar, sonhar... Brincar é uma necessidade, um impulso primário e gratuito que nos impele desde pequenos a descobrir, conhecer, dominar e amar o mundo e a vida”. 
Oliveira (2008) entende o brincar como o viver, é o prazer da ação, é a vivência da dimensão psíquica nas relações da criança com o mundo, onde ao brincar a criança vive o prazer de agir simultaneamente com o prazer de projetar-se no mundo em uma dinâmica interna que promove a evolução e a maturação psicomotora e psicológica dela. Segundo SANTOS (2001, p. 112) existem vários significados para brincar sendo eles: 
Do ponto de vista filosófico – o brincar é abordado como um mecanismo para contrapor à racionalidade. Ao brincar a criança une a razão, emoção, conhecimento e sonho, formando um ser humano mais completo e pleno; 
Do ponto de vista sociológico – o brincar é uma forma de inserção da criança na sociedade, pois o brinquedo é produzido pelo homem e colocado à sua disposição; 
Do ponto de vista psicológico – o brincar está presente em todo odesenvolvimento da criança nas diferentes formas de modificação de seu comportamento; pois na formação da personalidade, nas motivações, necessidades, emoções, valores, relações interpessoais estão associadas aos efeitos do brincar;
Do ponto de vista da criatividade – Tanto o ato de brincar como o ato criativo, estão intrinsecamente ligados, pois ambos estão em busca do novo. E para ambos é necessário ter coragem de errar e lançar-se numa atividade de forma descompromissada; é necessário ter iniciativa e autonomia de pensamento; 
Do ponto de vista psicoterapêutica – o brincar é uma terapia e tem a função de entender a criança nos seus processos de crescimento e de renovação dos bloqueios do desenvolvimento 
Do ponto de vista pedagógico – o brincar tem-se revelado como uma estratégia poderosa para a criança aprender.
A criança quando brinca começa a entender como as coisas funcionam ao seu redor, ela passa a perceber e distinguir o que pode e o que não pode ser feito por meio do brincar, ou seja, a partir das atividades e do brincar ela perceberá e aprenderá que existem regras sociais. Na concepção de Bijou (1978 apud AGUIAR, 1998, p. 38), o jogo (brinquedo, brincadeira) significa uma atividade que contribui para aumentar o “repertório comportamental de uma criança, influência seus mecanismos motivacionais, além de fornecer oportunidades inestimáveis para o aumento de seu ajustamento”.
 O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo. (MALUF, 2003, p. 9). Sendo que o brincar é importante, não porque é coisa de criança, mas porque é a melhor forma de aproximar o mundo da fantasia do mundo real, é fato que brincando, jogando ou cantando a criança aprende valores e aprende também a lidar com seus próprios sentimentos e frustrações. 
A Educação infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente ligado ao desenvolvimento da criança, a recreação é parte integrante da rotina diária e ficar fora deste momento é impossível para os pequenos, porque “além de muitas importâncias, o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz”. (MALUF, 2003, p.19).
Bijou (1998 apud AGUIAR, 2004) também considera quatro estágios no desenvolvimento do brinquedo social na infância. 
Brinquedo de observação – a criança é apenas um espectador e não participa do brinquedo. 
Brinquedo paralelo – duas ou mais crianças brincam lado a lado, e muitas das vezes com os mesmos brinquedos, mas não interagem entre si. 
Brinquedo associativo – as crianças interagem e compartilham o material. Brinquedo cooperativo – as crianças dividem, tem objetivos em comum e envolvem-se em comportamentos, ajuda e até em jogos de grupo com regras.
 Para Kishimoto (1999), a brincadeira enquanto manifestação livre e espontânea da cultura popular tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social, e permitir o prazer de brincar. Por pertencer a categoria de experiências transmitidas espontaneamente conforme motivações internas da criança a brincadeira infantil garante a presença do lúdico, da situação imaginária. Concordando com Kishimoto,VYGOTSKY (1995) afirma que: “a brincadeira é considerada como: Um espaço de aprendizagem, onde a criança ultrapassa o comportamento cotidiano habitual de sua idade, onde ela age como se fosse maior do que é, representando simbolicamente o que mais tarde realizará”.
Para Oliveira (1990), “as atividades lúdicas são a essência da infância” e considerando que estas atividades ajudam a construir o conhecimento e propiciam experiências prazerosas e benéficas para as crianças, alguns destes benefícios podem ser destacados como; desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento, socialização, assimilação de valores, aprimoramento de habilidades. Existindo, porém varias atividades lúdicas, dentre elas, algumas se destacam como: brincadeiras tradicionais, jogos, danças e faz de conta.
Vigotsky (1984, apud WAJSKOP, 2007), afirma que, é na brincadeira que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que vão além de sua idade e realidade, fazendo com que ela desenvolva sua consciência. Dessa forma, é na brincadeira que se pode propor à criança desafios e questões que a façam refletir, propor soluções e resolver problemas. Brincando, elas podem desenvolver sua imaginação, além de criar e respeitar regras de organização e convivência, que serão, no futuro, utilizadas para a compreensão da realidade. A brincadeira permite também o desenvolvimento do autoconhecimento, elevando a autoestima, propiciando o desenvolvimento físico-motor, bem como o do raciocínio e o da inteligência.
Brincando, a criança entra no mundo imaginário onde ela é autora do seu script. Quando diz: “Faz de conta que eu sou o motorista”, ela passa a ser o motorista naquele momento. Ela pode entrar na fantasia, experimentar outros papéis, criar outros temas e cenários. Mas ela sabe que ela é uma criança e não um motorista. Na hora em que ela acabar a brincadeira, ela volta à realidade. (ROSSETTI-FERREIRA et al, 2007, p. 101) Segundo Carneiro e Dodge (2007), diante dessa situação, podemos destacar quatro espaços que podem ser reconsiderados ou criados como locais onde as crianças possam realizar livremente suas brincadeiras: a observação da natureza, o teatro, a brinquedoteca e a escola.
Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente. Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por meio da criação de uma situação imaginária nova. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também se tornam autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata. (BRASIL, 1998, p. 22-23).
Para Valsiner (2000), a brincadeira ocorre em ambientes que são fisicamente estruturados de acordo com os sistemas de significado cultural das pessoas que os habitam. Muitas crianças que sabem brincar, descobriram e aprenderam isto em seu meio, com familiares, pares da mesma idade ou um pouco mais velhos, sendo a brincadeira uma atividade construída social e culturalmente em cada meio.
Neste sentido, Valsiner (1988) complementa que: “a criança, como ser ativo, no processo viver a brincadeira, vai além da cultura de seus pais e professores, uma vez que reconstrói as experiências adquiridas nos espaços familiares, escolares e comunitários. Ela, assim, cria, para suas brincadeiras, funções e cenários novos para as sugestões sociais, oferecidas por seu grupo; assim, ela externaliza sua subjetividade sobre os eventos sociais e, ao mesmo tempo, reconstrói o significado social da brincadeira”.
3.1 Psicomotricidade, jogos e brincadeiras.
Os jogos e as brincadeiras fazem parte da nossa vida desde os tempos mais remotos, estando presentes não só na infância, mas como em outros momentos do desenvolvimento humano. Os jogos e brincadeiras na vida da criança desde muito cedo, é de fundamental importância, pois quando ela brinca, manuseia e explora tudo aquilo que está à sua volta, isso se faz através de esforços mentais e físicos, pois jogando ela começa a ter sentimento de liberdade e alegria pelo que faz, dando, consequentemente, atenção às atividades vivenciadas naquele momento.
 Diante da importância do uso de jogos e de brincadeiras no contexto do desenvolvimento infantil, temosa psicomotricidade que se define como “uma ciência que estuda a conduta motora como expressão do amadurecimento e desenvolvimento da totalidade psicofísica do homem” (Le Boulch, 1980). Assim para que a educação psicomotora infantil trabalhada é necessário que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
 Barbosa (2008) considera a importância da psicomotricidade ao afirmar que:
“A Educação psicomotora deve ser considerada como uma educação básica para a escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares: estas não podem ser conduzidas a bom termo se a criança não tiver conseguido tomar consciência de seu corpo, lateralizar-se, situar-se no espaço, dominar o tempo; se não tiver adquirido habilidade suficiente e coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve constituir privilégio desde a mais tenra infância; conduzida com perseverança, permite prevenir ceras inadaptações sempre difíceis de melhorar quando já estruturadas...” (BARBOSA, 2008).
Os jogos, as brincadeiras e as práticas esportivas associadas ás atividades psicomotoras revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais os movimentos são aprendidos e significados. Sabe-se que a criança é um ser que esta sempre em constante movimento e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si mesma e daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas, pois a ação física é necessária para que a criança se harmonize de maneira integradora as potencialmente motoras, afetivas e cognitivas.
 As atividades motoras desempenham também um papel importantíssimo em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais, enquanto explora o mundo que a rodeia, com os olhos e com as mãos, fornecendo-lhe também os meios pelos quais fará grande parte dos seus contactos sociais com outras crianças. Durante a vida inteira, a visão de uma pessoa tem de si mesma é influenciada pela sua percepção do próprio corpo e suas propriedades, da própria força e liberdade no desempenho de atividades físicas (JERSILD, 1902, p.108).
Assim fica claro que quanto mais domínio sobre os próprios movimentos o indivíduo tiver, mais poderá utilizar-se dessa mesma linguagem para expressar seus sentimentos, suas emoções e ou seu estilo pessoal de forma intencional e espontânea, sendo que psicomotor privilegia a ato físico, mas leva-o ao trabalho mental, no qual se aprende a ouvir, interpretar, imaginar, organizar, representar, passar da ideia ao ato, do abstrato ao concreto, bases imprescindíveis da aprendizagem formal.
Quanto aos jogos infantis, sabe-se que são derivados de práticas deixadas por povos antigos, sendo que a tradição e universalidade dos jogos assentam-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e do Oriente que brincavam de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas, e até hoje as crianças o fazem quase da mesma forma. De acordo com Ximenes (2000, p. 556), “Jogo é toda e qualquer atividade física ou mental, geralmente coletiva, determinada por regras, mais estáveis, que definem ganhadores e perdedores.”.
O cientista Piaget (1978) classifica o jogo infantil em quatro tipos: 
De exercício – Se caracteriza pela repetição de uma ação pelo prazer que ela proporciona e é uma das primeiras atividades lúdicas do bebê. É o que acontece quando ele joga objetos no chão diversas vezes ou balança o chocalho sem parar. 
O simbólico – Envolve o faz-de-conta, a representação que ocorre quando os alunos brincam de pirata, de escolinha, de casinha ou de super-heróis. Também acontece quando as crianças manipulam objetos atribuindo a eles significados diferentes do habitual, como tratar um cabo de vassoura como cavalo. 
De regras – É o que exige que os participantes cumpram normas e passem a considerar outros fatores que influenciam no resultado, como atenção, concentração, raciocínio e sorte. 
De construção – Nele a atividade principal é construir e usar diversos objetos para criar um novo. Pode ser uma cidade com blocos de madeira ou um aviãozinho de sucata.
Vygotsky ressalta a importância dos jogos ao afirmar que: “Todos nós conhecemos o grande papel dos jogos para a criança, pois ela desempenha a imitação. Com muita frequência, estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram dos adultos, isso não obstante a estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzirem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança.” (Vygotsky, 1999 p.12) 
 Pelas definições percebe-se a relação entre os jogos, brinquedos e brincadeiras, pois são termos que empregados com significados diferentes, porém existe uma variedade de jogos conhecidos que podem ser considerados como brincadeira e, muitas vezes um brinquedo também é utilizado como objeto de um jogo ou de uma brincadeira. Sendo fundamental para a aprendizagem o fator lúdico para a criança, considerando que as atividades trabalhadas de maneira planejada são excelentes instrumentos do ensino-aprendizagem.
Neste sentido OLIVEIRA (2000, p. 55) cita Pedroza ao afirmar que: “as crianças constroem suas brincadeiras recortando pequenas ações das outras, ajustando-se a elas, quer seja repetindo-as integralmente ou parcialmente, quer seja acrescentando-lhes algo e, até, substituindo parte delas. Cada uma das crianças parece fazer uma ‘previsão’ do que é brincadeira e age nessa direção, mas a cada instante é confrontada com as ações, das outras crianças e o efeito de suas próprias ações”.
A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si mesma e daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas, assim a ação física é necessária para que a criança se harmonize de maneira integradora as potencialmente motoras, afetivas e cognitivas. Sendo o trabalho psicomotor de suma importância pois privilegia a ato físico, mas leva-o ao trabalho mental, no qual a criança aprende a escutar, interpretar, imaginar, organizar, representar, passar da ideia ao ato, do abstrato ao concreto, bases imprescindíveis da aprendizagem formal.
Teixeira (2010) ao discorrer sobre os jogos, brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil e no Ensino Fundamental destaca que os mesmos são vistos de diferentes formas e interpretados por diferentes aspectos: físicos, emocionais e socioculturais. Sendo que esses aspectos quase sempre se encontram interligados. No aspecto físico, por exemplo, podemos observar componentes de ordem cognitiva, afetiva e social que acompanham o ato motor. Sendo as atividades psicomotoras consideradas importantes para o desenvolvimento das crianças, pois acontecem desde o começo de nossas vidas, é através deles que as crianças podem se expressar, se comunicar, criar, misturar realidade e fantasia.
As atividades psicomotoras são muito importantes no desenvolvimento da criança, e contribuem significativamente no processo de ensino e aprendizagem, pois é através dessas atividades que a criança se conhece, conhece seu corpo, aprende a se expressar através dele, conhece o mundo em que vivem as pessoas e os objetos que a cercam. É basicamente o começo de todas as suas conquistas.
Segundo Freud (1973, p.1344, apud MEIRA, 2004, p.84): Não haveremos de buscar já na criança as primeiras marcas da atividade poética? A ocupação favorita e mais intensa da criança é o jogo. Acaso seja lícito afirmar que toda criança que joga se conduz como um poeta, criando-se um mundo próprio ou, mais exatamente, situando as coisas de seu mundo em uma nova ordem, grata para ele. Seria injusto, nestecaso, pensar que não toma a sério este mundo: pelo contrário, toma muito a sério seu brincar e dedica e ele grandes afetos. A antítese do brincar não é gravidade, senão a realidade. A criança distingue muito bem a realidade do mundo e seu brincar, apesar da carga de afeto com que o satura e gosta de apoiar os objetivos e circunstâncias que imagina em objetos tangíveis e visíveis no mundo real. Este apoio é o que ainda diferencia o “brincar” infantil do “fantasiar”.
A importância do brincar para o desenvolvimento infantil reside no fato de esta atividade contribuir para a mudança na relação da criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora na brincadeira. “A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir independentemente daquilo que vê.” (Vygotsky, 1998, p. 127). A brincadeira é, assim, a realização das tendências que não podem ser imediatamente satisfeitas, e esses elementos da situação imaginária constituirão parte da atmosfera emocional do próprio brinquedo.
Meira (2003) afirma que: “as crianças usam objetos para representar coisas diferentes do que realmente são: pedrinhas de vários tamanhos podem ser alimentos diversos na brincadeira de casinha, pedaços de madeira de tamanhos variados podem representar diferentes veículos na estrada. Na brincadeira, os significados e as ações relacionadas aos objetos convencionalmente podem ser libertados. As crianças utilizam processos de pensamento de ordem superior como no jogo de faz-de-conta, que assume um papel central no desenvolvimento da aquisição da linguagem e das habilidades de solução de problemas por elas”. 
Verificada a importância da atividade do brincar para o desenvolvimento infantil, numa perspectiva construtivista pode-se considerar que a criança, desde seu nascimento, se integra em um mundo de significados construídos historicamente. É por meio da interação com seus pares que ela se envolve em processos de negociação, dentre os quais, os de significação e ressignificação de si mesma, dos objetos, dos eventos e de situações, construindo e reconstruindo ativamente novos significados.
3.2 O lúdico no contexto educacional
A criança é um ser complexo, com suas próprias características, com uma forma específica de observar o mundo de modo muito singular, que fornece perspectivas para transformar o mundo, perspectivas que devem ser entendidas dentro do seu estágio de vida. Neste sentido, a escola não complementa ou molda a criança, mas sim, proporciona condições para que se desenvolva plenamente. É um conceito variável e que se estabelece nas dimensões psicológica, social e afetiva (ROUSSEU, 1995).
 Levando em consideração as características singulares das crianças, percebemos a importância das atividades lúdicas que são: “as atividades consideradas lúdicas são representadas pelos jogos, brinquedos e dinâmicas diversas, são manifestações presentes no cotidiano das pessoas e portanto, na sociedade desde o início da humanidade. O lúdico faz parte da personalidade humana, é uma forma de o indivíduo relacionar-se com a coletividade e consigo mesmo. “O Lúdico é eminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda descoberta e toda criação”. (SANTO AGOSTINHO apud SOUSA, 1996, p. 45).
 Santos (2010) afirma que: as mudanças que estão ocorrendo na escola tendem, no futuro, a mudar a educação por completo, e um dos caminhos viáveis pode ser a utilização das atividades lúdicas, uma vez que estas têm possibilidade de ajudar na busca de mudanças – tendem a ser mais abertas, criativas e dinâmicas. É importante frisar que uma escola com inspirações lúdicas não é aquela em que se realizam todas as atividades com jogos, mas aquela que as características lúdicas estejam presentes no modo de ser do educador, na organização do ambiente e na visão que se tem do sujeito.
Baseando-se na real importância que o brincar passou a ter, vemos este como um forte aliado que contribui para a “construção de uma educação voltada para a criança criativa e para a realidade do ser humano como um ser social e transformador. Afinal, o principal objeto da educação é criar pessoas com espírito crítico, capazes de inovar e não repetir simplesmente o que as outras gerações fizeram”. Vasconcelos (2002, p. 106).
Ainda segundo Vasconcelos (2002, p. 105), ao brincar a criança: 
- Desenvolve a curiosidade e a iniciativa de buscar coisas novas; 
- Busca a novidade e situações onde se estabeleça relações entre os objetos e as pessoas;
 - Desenvolve a confiança para imaginar confiança e situações; 
- Desenvolve a segurança para se expressar sem medo; 
- Inventa problemas e formula questões 
- Desenvolve o respeito pelos sentimentos e o ponto de vista do outro;
 - Desenvolve a capacidade de elaboração de conceitos.
Para Vigotsky (2001), há a necessidade de se usar a ludicidade com mais intensidade, pois a brincadeira é universal e é própria da saúde, o brincar facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais. Ressalta Oliveira (2011, p.15) que o lúdico “manifesta a forma como a criança está organizando sua realidade e lidando com suas possibilidades, limitações e conflitos, já que, muitas vezes, ela não sabe, ou não pode, falar a respeito deles”. Assim, pode-se dizer que a criança ao brincar expressa seus sentimentos e seus conflitos em relação ao mundo na qual esta inserida.
O lúdico é ao mesmo tempo estratégia e ação, pois implica em diferentes formas de relação do sujeito com o objeto, que pode ser a realidade em que a criança vive, o ambiente em que é capaz de conduzir o desenvolvimento e a transformação dos envolvidos no processo educativo, podendo promover a construção do conhecimento, pois o brinquedo apresenta uma função social, uma vez que permite o processo de apreensão, análise, síntese, expressão e comunicação da criança sobre si mesma e o mundo que a rodeia, criando um sentimento e uma identidade pessoal e social, de pertencer e interagir em uma determinada realidade, evoluindo progressivamente.
4. O PAPEL PROFESSOR E DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Os saberes do professor da educação infantil consistem em compreender o que é e que são as crianças, analisando como se dá seu desenvolvimento e aprendizagem, dando ênfase ao cuidar e o educar, utilizando as diversas linguagens da criança: oral e escrita, matemática, artística, corporal, musical, temporal e espacial, de modo a atender as necessidades da criança: físicas, emocionais, intelectuais e sociais. 
A prática social do professor da educação infantil exige o perfil de um profissional qualificado e preparado, e este preparo não se limita ao fator acadêmico, mas aquele que o qualifica enquanto humano, uma formação que dê as bases para que o docente identifique que necessita construir um emocional equilibrado, a fim de que possa ensinar boas ações e formas éticas para que a criança aprenda sob a ótica de uma concepção de educação libertadora, que se educa para a vida, do individual para o coletivo e vice versa, pois a criança de hoje será o adulto de amanhã.
Concordando com a afirmação citada, Ferreira (2012) menciona em seus estudos a relevância de verdadeiramente se conhecer a realidade de seus alunos, ressaltando, que: “a criança deve ser considerada o centro do planejamento, ou seja, a organização do tempo e do espaço é essencial para que o trabalho pedagógico possa ser realizado de maneira significativa”, ficando clara a importância de se analisar cada criança, pois seus avanços escolares estão diretamente ligados ao ambiente em que vivem.
 A formação do educador depende da concepção que cada profissional possui sobre a criança, o adulto, a sociedade, a educação, a escola, o conteúdo e o currículo. E a prática de uma educação permanente e continuada é peça fundamental de qualquer sistema educativo. Se desejarmos formar seres criativos, críticos e aptospara tomar decisões, um dos requisitos é o enriquecimento do cotidiano infantil com a inserção de contos, lendas, brinquedos e brincadeiras (KISHIMOTO, 2003).
Os PCN. s (1997) afirmam que o docente deve trabalhar de forma que as crianças dominem os conhecimentos, que os façam se reconhecer como sujeitos sociais, sendo participativos, reflexivos, autônomos e conhecedores de seus diretos e deveres. O professor deve garantir condições de aprendizagem a todos seus alunos, utilizando meios e medidas extras que atendam as necessidades individuais.
Vasconcelos (2002, p. 105), ao afirmar que durante a utilização do brinquedo como um recurso pedagógico, ou seja, um centro de interesse comum, o professor precisa:
Tratar o brinquedo enquanto necessidade da criança; 
Estar atento que a ação da criança está no princípio da expansão ao imaginário; 
Estar atento que o significado das palavras assume função primordial nas brincadeiras de faz-de-conta; 
Favorecer a atividade do aprendiz, não apenas informando a criança, mas deixando que ela busque o conhecimento; 
Oferecer tempo para usar materiais, deixando que se completem as atividades auto iniciadas e espontâneas; 
Respeitar o erro da criança, sugerindo outros caminhos de ação; 
Considerar a criança como um ser integral.
Em relação ao espaço escolar, sabe-se que a escola está sendo constantemente construída crítica e historicamente influenciando a sociedade e sendo influenciada por ela, e quando se fala que a escola tem a função de desenvolver o indivíduo integralmente não se quer dizer que essa é a única e exclusiva função da escola, a mesma deve ir além de seus muros, ela deve trabalhar com o aluno, mas também com sua família e junto à comunidade ao qual o indivíduo está inserido, levando em conta sempre o contexto que o cerca. 
Pois quando a criança tem a oportunidade de frequentar uma escola, de desfrutar de um ensino de boa qualidade, em que os educadores façam uso de estratégias lúdicas no desenvolvimento das atividades, isso permite com que ela desenvolva capacidades como cooperação, confiança, o que também é importante na sua aprendizagem, juntamente com os conhecimentos científicos. Moyles (2002) fala da importância de se planejar utilizando o brincar como ferramenta de ensino ao enfatizar que: “o brincar no contexto educacional propicia meios de aprendizagens, bem como permite que os adultos sejam perceptivos e aprendam com as crianças e suas necessidades, o que vai servir de termômetro no desenvolvimento da aprendizagem e os professores possam replanejar e promover novas aprendizagens seja no domínio cognitivo e afetivo por meio de práticas que promovam aprendizagem eficaz”.
Para Holtz (1998, p.12), a aprendizagem para as crianças pequenas é inevitável, pois o brincar deve ser valorizado por aqueles envolvidos na educação e na criação das crianças pequenas, fazendo a escolha dos materiais lúdicos que são reservados no brincar, cujo objetivo deve ter seu efeito sobre o desenvolvimento da criança. Porque muitas crianças chegam à escola maternal incapazes de envolver-se no brincar, em virtude de uma educação passiva que via o brincar como uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária.
O professor também precisa ter um compromisso com o trabalho que esta executando, buscando sempre apresentar materiais que irão facilitar as relações das crianças com o ambiente externo, e também possibilitando às crianças a descoberta de novos espaços de aprendizagem fora da sala de aula e do ambiente escolar. Sendo que para que o processo educativo seja mais próximo da realidade e das necessidades dos discentes, e os estímulos mais notáveis e a educação psicomotora possam ocorrer de forma mais concreta.
Faz-se necessário, que os educadores repensem os modelos teóricos e sua práxis em sala de aula objetivando a formação do cidadão pleno, conhecedor de si e dos outros, prontos para uma vida em sociedade, através de uma prática educativa que valorize o ser humano completo, em todas as suas particularidades e necessidades.
4.1 As diretrizes curriculares no contexto educacional infantil
Segundo o PCN (1997 p.45) atualmente, a escola tem a função de: “ser um espaço de formação e informação, em que a aprendizagem de conteúdos deve necessariamente favorecer a inserção do aluno no dia-a-dia das questões sociais marcantes e em um universo cultural maior. A formação escolar deve propiciar o desenvolvimento de capacidades, de modo a favorecer a compreensão e a intervenção nos fenômenos sociais e culturais, assim como possibilitar aos alunos usufruir das manifestações culturais nacionais e universais”.
Reafirma os direitos de aprendizagem do cidadão quando diz que: “cada criança ou jovem brasileiro, mesmo de locais com pouca infraestrutura e condições socioeconômicas desfavoráveis, deve ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania para deles poder usufruir. Se existem diferenças socioculturais marcantes, que determinam diferentes necessidades de aprendizagem, existe também aquilo que é comum a todos, que um aluno de qualquer lugar do Brasil, do interior ou do litoral, de uma grande cidade ou da zona rural, deve ter o direito de aprender e esse direito deve ser garantido pelo Estado”. (PCN, 1997, p.25)
Segundo Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/ atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998, p.24)
4.2 A família e a aprendizagem infantil
A família é a principal entidade responsável pela criação e educação de seus filhos, sendo a sociedade e o estado apenas colaboradores. Portanto, independente da evolução social e das modificações, a família ainda será a responsável pela formação da personalidade e do caráter da criança, assim as pessoas presentes no ambiente em que a criança vive deverão fornecer as bases educacionais e todo o apoio necessário à escola para que a criança tenha um pleno desenvolvimento escolar, social e de caráter. 
Seguindo essa mesma linha de raciocínio Casarin (2007, p.23) afirma que a família é um sistema no qual os indivíduos desenvolvem a interação e a percepção de si mesmos e dos outros de forma complexa. É no sistema familiar que são expressas as inquietações, as conquistas, os medos e as metas pessoais. Para tanto, é necessário preservar a individualidade dos seus membros e ao mesmo tempo preservar o sentimento coletivo. Isso representa uma forma de apoio mútuo em família.
É cabível afirmar que família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, são marcos de referência existencial, e quanto melhor for à parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação da criança, sendo que a participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Portanto a vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares, sendo de suma importância que pais, professores, filhos e alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano.
É desde muito pequena que as crianças apresentam grande capacidade de compreender os fatos e acontecimentos ao seu redor, e também tem uma grande capacidade “de ir construindo o mundo de segurança e bem-estar em que irá firmar-se sua vida futura e sabe que só poderá fazê-lo através dos adultos que o rodeiam”. (KNOBEL,1996, p.77). Assim, se os pais não forem atentos e ainda apresentarem atitudes depreciativas, menosprezando a capacidade de seus filhos em compreender os sentimentos que o cercam, pode contribuir para que apareçam confusões e conflitos, que muitas vezes vão resultar em neuroses, enfermidades ou transtornos de conduta no decorrer do desenvolvimento destas crianças. (KNOBEL, 1996).
O Estatuto da criança e do adolescente dividiu a responsabilidade pelas crianças e adolescentes brasileiros entre a família, o Estado e a sociedade. Assim, de acordo com seu art. 4º: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com prioridade absoluta, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” (Brasil. 1990)
Verifica-se, portanto a importância do convívio familiar, pois o mesmo influencia sobremaneira o desenvolvimento escolar da criança, em especial na educação infantil, pois nessa fase a criança não apresenta, ainda, maturidade para dissociar o contexto escolar do contexto familiar. E de acordo com Marques (1993, p.9): “A família é uma fonte de ajuda ativa para a criança se for "saudável", se for um grupo bem organizado e estável, onde o sistema de autoridade seja claro e aceitável, onde a comunicação seja aberta, e onde os membros exerçam controle e apoio. É na família que se gera o prazer, a alegria que a criança sente à sua volta, indispensável ao seu desenvolvimento”.
Assim é de suma importância que as escolas se adaptem a uma nova educação, solicitando e possibilitando uma participação ampla da família no contexto escolar, uma vez que a função primordial de educar é da família e que a escola deve ser colaboradora nesse processo. Pois a Educação Infantil é um marco na vida escolar da criança, e com isso é preciso que o profissional dessa modalidade esteja preparado para lidar com as famílias, consciente de que nem todas terão a mesma reação diante da solicitação de sua participação ativa na vida escolar de seu filho. 
Neste sentido, Goulart (2013) defende que: É crucial que a instituição respeite e valorize a cultura das diferentes famílias envolvidas no processo educativo. Além disso, deve estimular a participação ativa dos pais, padrastos e outras figuras masculinas da família no cuidado e na educação, como base de uma educação não discriminatória, que contribua para superar a visão (paradigma) de que tal responsabilidade é exclusiva das mulheres. A criança precisa de afetividade e compreensão para sentir-se segura nos processos de aprendizagem. Um ambiente desfavorável provoca 11 a depreciação do amor, do sentimento de incapacidade e, consequentemente, um comportamento social comprometido (GOULART, 2013, p. 01).
Como dito, a parceria entre família-escola é fundamental, pois juntas podem encontrar soluções cabíveis para que a aprendizagem da criança seja adequada, sendo que o olhar do educador tem que ser voltado para meios afetivos á fim de que o aluno sinta-se confiante e tenha desejo em aprender e relacionar-se com as outras crianças. Porém é relevante considerar que o professor não tem obrigação somente de saber toda a metodologia a respeito do conteúdo a ser transmitido e sim apropriar-se de sua afetividade por meio de motivações, ou seja, ao ensinar o aluno dizer repetidas vezes o quanto ele é capaz, inteligente e parabenizá-lo cada vez que consegue concluir alguma atividade. Bossa (1998) complementa: 
Mais do que responsáveis pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus filhos. Nascendo numa condição de total incompletude, o ser humano depende totalmente dos adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou daqueles que fazem função paterna e materna. Embora trazendo uma carga genética que também interfere no seu destino, o fator genético será menos influente, quanto mais influente for a educação (BOSSA, 1998, p. 20).
 Dessa forma, as famílias devem escolher a escola adequada às suas expectativas e ao mesmo tempo, que seja do agrado da criança, pois o aprendizado é um empreendimento cujo sucesso depende, em grande parte da habilidade dos pais ao avaliarem diferentes propostas. Assim é importante estar atento ao projeto educativo e ao perfil disciplinar da instituição que auxilia a optar por aquela cujos valores e embasamento mais se assemelhem aos da família em termos de exigências, posturas, visão de mundo, e conhecer as dependências e possibilidades da escola, seus diferenciais, bem como os profissionais que estarão encarregados da educação de seu filho.
A relação família e escola traz à comunidade escolar um compromisso mais efetivo, onde é exposta a necessidade de gerir a escola com base nas representações de os segmentos dela, exigindo do mesmo compromisso com a participação de todos, construindo, assim, uma escola participativa. Para Weber (2007): A educação que a criança recebe é primordial para a sua formação de personalidade, sendo a família essencial nesse processo de adaptação social e cultural, não se limitando a participação ao vínculo estabelecido entre pais e filhos e sim por meio de uma interação escolar que proporcionarão aos filhos que os pais colaboram na formação das crianças como indivíduos. 
CONCLUSÃO
Ao concluir este trabalho, foi possível perceber a grande importância das brincadeiras no desenvolvimento cognitivo e físico da criança, pois essas atividades oferecem uma ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e tomada de consciência. Notar que ao utilizar a prática de jogos e brincadeiras na educação infantil, podem ocorrer ações na esfera imaginativa, criação das intenções voluntárias, formação de planos da vida real, motivações intrínsecas e oportunidade de interação com o outro, que, sem dúvida contribuirão para o seu desenvolvimento.
Em relação ao aprendizado, percebeu-se que o valor educacional das atividades diante das brincadeiras, estimula a capacidade das crianças em classificar objetos, adquirindo conhecimento físico sobre este, pois as crianças ficam encantadas com suas descobertas e repetem o mesmo comportamento até que tenham total domínio sobre ele e quando ocorre o aprendizado, procuram novas experiências, sendo motivados por adquirir e dominar novos conhecimentos. 
 Assim sabe-se que as crianças são protagonistas de sua própria capacidade, sujeitos de direitos, produtos de conhecimento e cultura, e que os profissionais da educação estão diariamente realizando, redescobrindo e reinventando os estímulos que farão com que os educandos se desenvolvam plenamente. Portanto, é imprescindível que a escola, a família e os professores atuem de forma conjunta, incluindo as brincadeiras nas atividades diárias da criança, podendo desta forma tornar o processo educativo de modo mais positivo, contribuindo para o desenvolvimento integral das crianças.
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