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Nódulos vocais ACADÊMICO: Felipe Goulart UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Pró-Reitoria Acadêmica Pró-Reitoria Adjunta para o Ensino Presencial Direção Geral de Ensino DISCIPLINA: Fundamentos de voz Canoas 2016/1 PROFESSORA Eda Franco Nódulos vocais Os nódulos vocais são lesões de massa, benignas, bilaterais de características esbranquiçada ou levemente avermelhada, que se desenvolvem na região anterior das pregas vocais, na metade da área de maior vibração glótica, decorrentes essencialmente do abuso vocal. Comuns em mulheres jovens adultas, na faixa etária de 25 a 35 anos e também em crianças. Prega vocal normal x Prega vocal com nódulos Aspectos histológicos Os nódulos se localizam na camada superficial da lâmina própria e consistem principalmente em tecido edematoso e/ou fibras colágenas. Nódulos agudos: são geralmente edematosos, podem ter um componente vascular e ser unilaterais. Estes nódulos são relativamente macios e flexíveis. Nódulos crônicos: o trauma passa a ser continuado, o tecido edemaciado passar por hialinização e fibrose, se tornando mais rígido. E se apresentam geralmente duros, brancos, espessos. Incidência e fatores de risco Nódulos são geralmente interpretados como lesões mais comuns em crianças do sexo masculino e em mulheres adultas jovens, associadas a um comportamento vocal inadequado e abusivo; Também devemos destaca que é frequente em profissionais da voz; O comportamento vocal inadequado por mau uso e abuso vocal é o principal motivo que pode levar a formação de nódulos; Os principais desvios vocais são: Uso de voz em condições acústicas adversas; Uso da voz com movimentação física intensa; Velocidade de fala aumentada; Ataques vocais bruscos; Ressonância de foco baixo; Ruído ambiental; Incidência e fatores de risco Os principais fatores anatofuncionais predisponentes em nódulos são: Laringe de proporção glótica baixa e com ângulo de abertura das pregas vocais reduzido, o que causa um maior impacto entre as pregas vocais, ocorrendo à diminuição da área vibratória; A ocorrência de microdiafragma laríngeo; As alergias, os distúrbios da glândula tireóidea e do hormônio de crescimento; Álcool; Refluxo gastroesofágico. Incidência e fatores de risco 8 Alterações vocais Nódulos agudos edematosos: geralmente vibram com o resto da mucosa, e a voz pode ser levemente rouca ou soprosa. Nódulos crônicos: maior perturbação de frequência e maior rouquidão, podendo haver presença de aspereza. O grau da QV varia de acordo com o tamanho da lesão e da rigidez de seus tecidos Fadiga vocal, dor na laringe ou no pescoço, perda da potência da voz, diminuição da extensão vocal e dificuldade em produzir determinadas notas. Tratamento O tratamento deve ser indicado pelo otorrinolaringologista que é o profissional responsável pelo diagnóstico e quem definirá se tem indicação cirúrgica ou não. Independente do momento, pré ou pós-operatório ou como única opção, a intervenção fonoaudiológica é fundamental para a reabilitação vocal. Cirurgia em nódulos crônicos; Nódulos agudos podem ser tratados apenas com terapia vocal. Pode ser empregado a higiene vocal ou iniciar o tratamento do paciente com a abordagem de voz confidencial, seguida pela terapia de ressonância que favorece uma redução rápida do tamanho da lesão, reduzindo o tempo de tratamento (Behlau, 2005). A reabsorção dos nódulos depende do tipo de reabilitação vocal ministrada, que deve ser direta e objetiva e a modificação do comportamento vocal inadequado. Nódulos com fenda triangular médio-posterior, ou fenda dupla, têm evolução em fonoterapia mais favorável do que nódulos sem fenda. Tratamento Nódulos vocais em crianças Nódulos na infância são lesões de massa bilaterais, de natureza predominante edematosa, que podem variar quanto ao tamanho, com localização na região anterior da prega vocal. É considerada a lesão mais comum em crianças. Comportamento vocal excessivo e abusivo: falar demais, falar muito forte, falar muito agudo, falar muito grave, falar rapidamente, falar por muito tempo sem intervalos, falar na inspiração, vocalizar sob esforço, imitar sons, ruídos e animais Como característica anatômica predisponente na infância, acredita-se que uma proporção glótica baixa, semelhante às mulheres adultas, e com valores extremos nos meninos, além da presença da fenda glótica, contribuem para a formação de nódulos vocais. A qualidade vocal varia de rouca a rouca-sorposa. A voz é geralmente grave, podendo apresentar intensidade elevada constante. Os ataques vocais podem ser extremamente bruscos, com qualidade vocal subsequente soprosa, em grau moderado; A variação da qualidade vocal pode estar relacionada tanto com o tamanho quanto com a rigidez da lesão. Nódulos vocais em crianças Tratamento em crianças O tratamento preferencial é a terapia fonoaudiológica, mas também pode ser necessário adotar tratamento para as alergias e infecções respiratória; Realizar intervenção psicológica no caso de crianças que adotaram padrões vocais prejudiciais relacionados a instabilidades emocionais (como gritar mais para chamar a atenção dos pais ou falar com voz mais aguda por dificuldade em lidar com um novo bebê na família). No caso das disfonias na vida infantil além das limitações em relação à expressão oral as alterações também podem influenciar na identidade da criança, pois a qualidade vocal apresentada pode não corresponder à idade, gênero e emoção demonstrada; É comum crianças com alteração vocal evitarem situações de comunicação e atividades em grupo, pois ficam inibidas com a própria voz. A evolução do tratamento com as crianças depende ainda mais da conscientização e do envolvimento da criança e de seus familiares e em alguns casos também será importante orientar os professores em como eles podem ajudar no controle dos abusos vocais. Tratamento em crianças Referências bibliográficas CHERRY, J. & MARGULIES, S. I. - Contact ulcer of larynx. Laryngoscope: 1937-1940, 1968. BEHLAU, Mara. O Livro do Especialista. 2 ed. São Paulo: Revinter, 2005. Braga, J. N., Oliveira, D. S. F., Atherino C. C. T., Schott, T. C. A., Silva J. C. Nódulos Vocais: Análise Anátomo-Funcional. Revista CEFAC, vol. 8, núm. 2, abril-junho, 2006. Gindri, G., Cielo, C. A., Finger, L. Disfonia por Nódulos Vocais na Infância. Salusvita, Bauru, v. 27, n. 1, p. 91-110, 2008. Obrigado!
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