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O currículo e a cultura do aluno

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O currículo e a cultura dos alunos 
 
Trabalhar apoiado na perspectiva progressista, crítica da educação constitui uma 
ousadia, para a comunidade escolar. Requer das partes envolvidas disponibilidade 
interna, reflexão e discussão sobre os problemas educacionais e definir o tipo de 
sociedade e o tipo de cidadão que se pretende formar. 
 
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar 
significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período 
de instabilidade e buscar uma nova estabilidade (GADOTTI, 1994, p. 579), ainda que 
provisória. “Agir na urgência e decidir na incerteza”, segundo as palavras de 
Perrenoud, o que não significa, necessariamente, espontaneísmo, amadorismo e 
improvisação aleatória. 
 
Em uma dimensão mais específica, porém, não menos complexa e importante, cabe 
ao professor caminhar junto com seus alunos, desmistificando segredos do cotidiano 
não só em relação aos conteúdos de ensino, a ciência propriamente dita, mas, 
sobretudo, quanto as suas ações, dentre elas a forma como trata o conhecimento e o 
ato de avaliar, discutindo com seus pares os sentidos das “coisas”, o porquê de suas 
atitudes, de suas decisões e de suas propostas pedagógicas. Envolve exercício de 
reflexão, produção de conhecimento em parceria; propor aos educandos que façam 
uma autoavaliação, refletindo sobre o seu próprio processo de crescimento. 
 
Conforme essa ótica que se vem tentando disseminar, planejamento implica 
(re)pensar continuamente os objetivos educacionais, os procedimentos de ensino, a 
pertinência dos conteúdos, a forma de avaliar, bem como as fontes bibliográficas, 
firmando o propósito de um planejamento participativo, onde o aluno apresenta as 
suas sugestões frente ao que foi, teoricamente, sacramentado e decidido pelo 
professor e pela escola. Mas, isso só se torna possível quando o próprio professor é 
autor do que faz, quando sua prática é transformadora, não ficando aprisionado à 
realidade dada pela escola e pelas instâncias governamentais superiores. 
 
 
 
 2 
 
Todo o fato educativo se situa em um processo que tende a um fim. Esses fins 
obedecem a finalidades gerais. E essas finalidades são essencialmente ditadas pela 
sociedade [...]. Mas são também o produto das vontades subjetivas dos participantes 
no ato educativo como fins comuns para que atenda a coletividade. Marcar uma 
finalidade na educação não é investi-la nessa ou naquela função, mas é mostrar que 
as funções que lhes são próprias devem exercer finalidades que as transcendam 
(FAURE, 1974, p. 227 apud MENEGOLLA, 1997, p. 25-26). 
 
Enfim, se desejamos concretizar, a partir de nossas ações docentes, esse projeto 
educativo mais amplo é preciso romper com o paradigma tradicional no ato de 
planejar. Em outras palavras, significa romper com o estabelecido, superar as 
limitações impostas pelas instituições de ensino quando elas são centralizadoras em 
sua gestão, “furar as brechas” com consciência e fundamentação, buscar novas 
alternativas e construir novas sínteses, (re)inventando a prática permanentemente e 
com autonomia, (re)inventando a própria escola.

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