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Propedêutica clínica - Material das aulas práticas P1

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UFRRJ - Propedêutica Clínica – Aulas práticas da P1 – 2018.1.
Material por: Yasmin Luzorio.
Assuntos: abordagem e contenção, p ulso, temperatura, movimentos respiratórios e métodos gerais
de exploração clínica, exame do sistema nervoso, exame da pele e anexos, sistema linfático e baço,
sistema digestório e locomotor. 
07/03/2018 – Abordagem e contenção.
A abordagem e contenção são muito importantes para realizar exames clínicos. A abordagem é
como chegaremos até o animal e é uma forma de saber o temperamento e a contenção é um método
que restringe o movimento do animal para submetê-los a procedimentos de forma segura. 
→ Equinos: 
Abordagem: antes de entrar na baía observar a orelha, se ela tiver virada pra trás, não se aproximar.
Entrar, fechar a baía mas não trancar. O que pode facilitar a abordagem são: chamar pelo nome,
guloseimas. Se aproximar botando a mão pelo lado esquerdo (onde se montam nos cavalos), da
crista do íleo até escapula passando a mão por debaixo do pescoço e colocando o cabresto. Na hora
de colocar o cavalo novamente na baía, caso o exame precise que o animal saia, entrar na baía, dar
meia volta, sair da baía, fechar e retirar o cabresto por fora. 
Contenção: pode ser manual ou química (fármacos), que é usada
quando a manual não funciona. A contenção manual pode ser
dolorosa ou não. Contenção não dolorosa não causa dor, mas
restringe movimentos. 
Ex. de contenções manuais sem dor: tronco de contenção,
cabresto, com o colar/rosário, mão ou pé de amigo. A mão amiga
consiste em uma mão na escápula e outra na canela, a mão na
escápula empurra o animal para o lado e a na canela levanta, o
animal vai ficar preocupado em se equilibrar e vai ficar parado.
O pé amigo tem o mesmo sentido, mas é para a pata traseira e
uma das mãos empurra o osso coxal. 
Ex. de contenção dolorosa: prender a pele do pescoço, beliscamento da orelha, uso de cachimbo na
orelha ou boca. 
Para derrubar o animal ele precisa estar em jejum de 1h. Existem o método antigo e o método
nacional. 
*Link vídeo https://www.youtube.com/watch?v=WlURapdEHRo
OBS.: Contenção de potro – abraçar o pescoço e a traseira e a laçada é pelo corpo, conduzindo o
animal. 
→ Cães:
Abordagem: primeiro deve-se identificar o animal vendo espécie, raça, sexo, idade etc para depois
conversar com o tutor (anamnese). Dar o dorso da mão para o animal sentir o cheiro. Levá-lo para a
mesa, exceto animais muito grandes e pesados.
Contenção: usar mordaça/focinheira. A mordaça pode ser um cadarço, dar 2 voltas
e fazer um buraco (diâmetro da laçada é 2x o tamanho do focinho de longe). 
A contenção em pé envolve uma mão na cabeça e outra no flanco. A contenção
deitada envolve segurar a pata animal que tiver encostada para a pessoa que irá
deitá-lo, encostar o abdome nesse animal, e
deitá-lo na mesa com alguém segurando a
cabeça para não bater na mesa, deixar os dedos
entre as patas para que o animal não se levante.
OBS.: Para cães bravos deve-se usar o cambão
com o animal no chão, laçando o animal e
encostando a cabeça dele no chão. 
→ Bovinos: 
Abordagem: abordar o animal pelo nome, se aproximando com calma e devagar. 
Contenção: pode ser uma contenção manual não dolorosa como amarração da cabeça por meio de
laços, focinheiras e cabrestos, ou por métodos que causam dor, como um objeto chamado formiga,
que vai “apertar” o nariz, para conter o bovino (a formiga não pode ter extremidades que se toquem
para não ferir o animal). 
*Tipos de cabresto ver na monitoria.
Métodos de derrubada: 
1) Método Goiano: com um laço na ponta da corda, passa a corda por baixo do animal, na região do
flanco, jogando-a do lado direito para o lado esquerdo, depois, passa a corda por cima, de volta para
o lado de origem, fazendo um laço na região do flanco do animal. Vai apertando o laço até o animal
deitar, o laço deve ficar na região da virilha. Para manter a pressão do laço e impedir que o animal
levante, fazer uma laçada e um volta seca, fixando o laço na região. Para o animal não deitar do
lado esquerdo (sob o rúmen), deve-se começar o método pelo lado direito. 
2) Método Almeida Barros: é uma técnica de fácil execução, porém não é indicada para vacas
leiteira e reprodutores, devido à possibilidade de causar lesão no úbere, prepúcio e pênis. Com uma
única corda argolada (de metal ou com a própria corda) aplicar uma laçada contornando os flancos.
Circular os membros pélvicos com outra laçada passando através da argola e tracionar lateralmente.
OBS.: Método Almeida Barros modificado - é frequentemente utilizado por ser de fácil execução.
Pode ser empregado em bovinos hostis e não causa lesões no úbere nem na genitália masculina.
Manter a cabeça do animal fixada com cabresto, e com uma corda argolada de seis metros, realizar
uma laçada envolvendo o tórax. Movimentar a corda para que a argola fique do lado oposto à
pessoa que está realizando a contenção. A) Promover uma tração lateral para que a corda se fixe no
tórax (alguns animais já entram em decúbito neste momento). Contornar os membros pélvicos com
o restante da corda e tracionar para trás. Deverá ocorrer uma queda lenta.
OBS.: Método Almeida Barros modificado 2 - técnica recomendada para vaca leiteira. Aplicar uma
peia acima do jarrete (como na ordenha manual) e com a corda do cabresto contornar a peia ao
tracionar a corda para frente o animal flexiona o pescoço sobre o costado, ocasionando o decúbito.
3) Método de HeartVigui: usado para animais com chifres. Faz-se uma laçada nos chifres, passando
a corda por de baixo do pescoço do animal e devolvendo por cima, passando a corda por dentro dela
mesma fazendo uma laçada seca. Depois passar por debaixo do tórax do animal e devolver por cima
fazendo outra volta seca, e, por fim, repetir na região do flanco. Fazendo 3 voltas secas: pescoço,
tórax e flanco.
4) Método de Rueff: é recomendando para fêmeas e deve ser evitado nos machos devido à
possibilidade de lesões de pênis/escroto e compressão de vasos abdominais. Em vacas leiteiras pode
ocasionar traumatismos no úbere. Com uma corda de 12m aplicar uma laçada no pescoço,
diferentemente do HeartVigui, que passa nos chifres. Em seguida mais duas iguais passando uma
pelo tórax e outra pelo flanco. As laçadas precisam ficar posicionadas no antímero esquerdo ou
direito. Duas ou três pessoas devem tracionar a extremidade da corda para trás, provocando a queda
do animal.
*Link vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ge2OfckgouY
5) Método de Jong: empregado para derrubar novilhas mansas. Com uma corda realizar duas
laçadas, uma passando a frente do úbere e sobre os flancos e a outra contornando o tórax.
Posicionar no costado direito ou esquerdo do animal e tracionar fortemente as extremidades da
corda, pressionando os antebraços sobre a região do dorso, até que seja conseguido o decúbito
lateral.
6) Método de Szabó (5 letras, faz 5 X): divide-se a corda ao meio, passando metade da corda por
cima do pescoço, trocar as metades da corda por baixo do pescoço do animal, cruzando a corda
(formando um X na região ventral do pescoço, ou seja, por fora),cruza novamente a corda por trás
das patas anteriores, na região do olécrano (formando outro X), cruza por cima do dorso do animal
(outro X, dessa vez nas costas), cruza novamente pelo flanco do animal (na região do úbere), e por
último, cruza por trás dos membros traseiros do animal e fica atrás do animal fazendo um X. Só
puxar as pontas da corda para o lado direito. É um método não indica para vacas leiteiras, pois há
um X na região do úbere, o que pode machucar o animal.
*Link vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fTEr3rNmh2Q
7) Método Italiano ou Strickler : divide-se a corda em duas, passa uma das metades por cima do
pescoço do animal, cruzando as pontas da corda por baixo do pescoço do animal. Depois, passa as
pontaspor dentro dos membros torácicos do animal (sem cruzar, cada uma pelo seu respectivo
lado), agora cruza novamente, dessa vez por cima do dorso do animal, e por última, passa as pontas
por dentro dos membros pélvicos do animal (sem cruzar, cada uma no seu respectivo lado), e lança
as pontas para trás. Indicado para animais leiteiros, uma vez que a corda vai passar do lado do
úbere, e não por cima dele.
*Link vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fzaTKgd2S2Y
14/03/2018. - Pulso, temperatura, movimentos respiratórios e métodos gerais de exploração clínica.
O exame clínico se divide em exame subjetivo e exame objetivo. O exame subjetivo se divide
ainda em identificação e anamnese. A identificação do animal consiste em identificar a raça,
espécie, sexo, idade, aptidão, procedência. A anamnese é o que acontece com o paciente, pode ser
fisiológica (sobre a vida do animal), patológica (relacionada com a enfermidade) ou familiar/de
rebanho (para ver doenças congênitas, genéticas ou infecciosas). 
O exame subjetivo pode ser especial ou geral. O especial quando relacionado com cada sistema e
geral quando avalia o estado nutricional, escore corporal, comportamento, temperamento, biótipo,
atitudes patológicas. 
São cinco métodos principais de avaliação clínica, em ordem de execução: inspeção, palpação,
auscultação, percussão e olfação. O exame deve ser feito sempre no sentido boca – cauda.
1) Inspeção: é o primeiro passo. Deve-se verificar a integridade dos pelos, aspecto (descamações),
áreas de alopecia, orelhas, comportamento, escore corporal (normal = não visualiza extremidades
ósseas como o sacro, coxal e costelas) e etc. Realizar uma análise descritiva. Depois, avaliar
parâmetros vitais como os movimentos respiratórios, o nível de consciência
(normal/alerta/apático/diminuído/inconsciente/agitado), mucosas, olho, boca, preenchimento capilar
(TPC=2 seg). A inspeção pode ser direta (usa a visão para observação, com olhar crítico) e a
indireta (com auxílio de aparelhos).
2) Palpação: é o segundo passo, é essencial usar luvas. É necessário conhecimento anatômico.
Diferenciação da textura entre os órgãos, consistência, motilidade, tamanho. Sensibilidade à dor em
determinadas áreas. Também pode-se perceber a temperatura (comparativo com áreas do próprio
corpo, locais com infecção geralmente são mais quentes), aumento de volume (edema - sinal de
godê positivo = presença de edema). A palpação pode ser direta (com uso das mãos) ou indireta
(com auxílio de instrumentos, como sonda nasogástrica, martelos). 
Além disso pode ser feito digitopressão ou vitropressão para classificar lesões. 
OBS 1.: a palpação retal é considerado um método indireto pois se palpa a partir da mucosa do
intestino.
OBS 2.: tipos de consistência da palpação: macia (gordura), firme (músculo/rim), dura ou pétrea
(osso), flutuante (liquida, pastosa ou serosa, em abcessos/edemas) e crepitante (ar no subcutâneo).
OBS 3.: eritema x púrpura
 inflamação vermelho de hemorragia
3) Auscultação: uso de estetoscópio. O diafragma possui sons de alta frequência, mais agudos. É
diferente de percussão, na auscultação se ouve sons e ruídos dos próprios órgãos, na percussão você
induz a ressonância de sons. Pode ser direta (ouve diretamente sob o tórax) ou indireta (uso do
estetoscópio).
A auscultação para aferir pulso, movimentos respiratórios e ruminais. Para a auscultação pode-se
usar um estetoscópio Rappaport (duplo ou não) ou um Gotze (para grandes animais). O
fonendoscópio é um cone que é usado para auscultar ruídos grave e de alta frequência.
Fonendoscópio Estetoscópio Estetoscópio Gotze
4) Percussão: você induz o som. Em pequenos animais faz a digito digital, com o dedo médio, na
segunda falange dando dois toques em várias regiões do animal. Há diferentes tipos de sons: claro
(torácico), timpânico (abdominal) e maciço (baixa ressonância, como músculos, ossos, fígado e
baço). Pode ser indireta com uso do martelo, em animais grandes.
Para percussão: usa-se martelo e plexímetro, que faz a reverberação sonora (amplia), sempre bater
em 90 graus e apoiar totalmente o plexímetro. 
Martelo de Buck: percussão e teste reflexo, tem estilete (dolorosa) e pincel (tátil). 
Martelo de Babinski: teste neurológico. 
Martelo de Dejerine: para grandes animais, só para percussão (onda mais difusa).
Martelo de Traube: tem o leve (onda sonora mais curta) e o pesado (onda sonora mais comprida), só
para grandes animais. 
Martelo de Taylor: reflexo em pequenos animais. 
Buck Babinski Dejerine Traube Taylor Plexímetro
OBS.: borracha pequena = som mais limpo, borracha grande = som menos nítido.
5) Olfação: odores característicos de certos órgãos e enfermidades, como infecção, miíase (odor
pútrido), diarreia por parvovírus e etc. Basta colocar a mão em formato de concha e levar o cheiro
até o nariz.
→ Equinos:
Percussão de seio nasal pode identificar sinusite dos dois lados, e intermitente, são sons claros. Caso
tenha secreção os sons são maciços. A frequência respiratória dos equinos é 8-16/min.
Frequência cardíaca é de 28-40/min e o pulso pode ser medido nas artérias submandibular, facial
externa/transversa (prox. do olho) ou artéria digital (atrás do metacarpo, no sulco entre os tendões). 
Temperatura é de 37,5ºC à 38,5ºC, ou até 39,5ºC. Pode-se aferir a temperatura com o dorso da mão
no tórax e abdômen comparando com as extremidades para identificar febre, as extremidades
devem se apresentar mais frias do que o tórax. 
→ Cães:
Pode-se olhar a caixa torácica ou auscultar para medir o padrão respiratório. Auscultar no mínimo 3
pontos em cada hemitórax. Frequência respiratória é de 18-36/min em cães e gatos.
A frequência cardíaca é medida do lado esquerdo. A valva pulmonar se encontra no 3º espaço
intercostal, a aórtica no 5º espaço e a mitral também no 5º espaço intercostal, tudo isso na altura do
olécrano. Do lado direto pode-se auscultar a tricúspide no 5º espaço intercostal. A frequência
cardíaca é 60-160/min em cães e 140-260/min em gatos. O lugar de eleição para pulso em caninos é
na artéria femural. 
A temperatura varia de 37,5-39,5ºC, considerando sempre o ambiente que o animal esteve/está. 
→ Bovinos: 
Para medir os movimentos respiratórios pode-se observar obliquamente ao animal, olhando para o
flanco direito, ou colocar o esteto na traqueia ou dorso das mãos nas narinas, observando ritmo e
movimentos. A frequência respiratória bovina é de 10-30 movimentos respiratórios/min. 
A frequência cardíaca pode ser medida do lado esquerdo perto do olécrano. Para medir o pulso usa-
se a artérias coccígea, além da artéria umeral (junto ao úmero, cranial), ou a artéria femural, sendo o
lugar de eleição para bovinos a artéria coccígea média. Frequência de pulso bovina: 40-80/min. 
O movimentos ruminais são observados do lado esquerdo, com a mão espalmada no flanco
esquerdo, vai sentir um empurrão leve e um empurrão forte, ou mão fechada sobre o mesmo local.
O rúmen é inervado pelo n. vago, tendo dois ramos, por isso essas contrações são chamadas
bifásicas. Portanto, a cada dois empurrões, temos um movimento ruminal. Empurrão forte +
Empurrão leve = um movimento ruminal. Frequência ruminal: 7-12 movimentos em 5 minutos.
Com o estetoscópio no flanco também é possível ouvir os sons ruminais, um som mais alto e um
som mai baixo (bulhas ruminais). 
A temperatura é aferida em mucosas, sendo a mais usada a retal, pois afere a temperatura média
corporal. A temperatura bovina é de 38-39ºC, em bezerros + 0,5ºC, idosos -0,5ºC. 
21/03/2018. - Exame semiológico do sistema nervoso.
O exame neurológico ocorre depois do exame geral. É necessáriauma boa anamnese para auxiliar
no diagnóstico, com a identificação do animal (raça, idade), como começou o sintoma (imediato =
trauma, progredindo = neoplasia, não progrediu = congênito, regrediu = edema do traumatismo,
hora melhora, hora piora = doença metabólica). A avaliação possui uma sequência de 7 passos: 
1) Verificação do nível de consciência→ obnubilação, estupor, coma.
2) Avaliação da locomoção e postura → realizar esse passo na vista frontal, caudal e lateral.
Observar a posição da cabeça (normal é paralela ao solo), orelhas, verificar coxins/pinça, unhas,
andar em círculos, subir e descer rampas e escadas.
3) Avaliação dos nervos cranianos → realizar os testes para todos os nervos e perceber lesões.
4) Avaliação dos reflexos posturais → realizar os testes de reflexo em todos os membros. Deve-se
observar se o animal reage a “empurrões” e outros testes específicos para cada espécie. 
5) Avaliação dos reflexos medulares → realizar os testes do reflexo medulares nos segmentos da
medula. 
6) Avaliação do tônus muscular → por palpação, observar atrofias e etc. 
7) Avaliação sensitiva → perceber se há sensibilidade a estímulos.
No teste para a avaliação dos nervos cranianos deve-se analisar os dois lados para saber se há
algum problema na inserção ou no trajeto. Esse tipo de lesão não altera postura e comportamento.
Testes: 
I) Olfatório : vendar os olhos e ver se o animal sente o cheiro da ração.
II) Óptico: colocar um obstáculo ou deixar cair uma bola de algodão (não faz barulho), pode-se
fazer um reflexo de ameaça posteriormente. Reflexo pupilar direto e indireto/consensual (pupilar
diferentes = anisocoria, iguais = isocoria).
III) Oculomotor: lanterna/luz no olho para observar midríase e miose (reflexo pupilar), reflexo
palpebral e vestibular, causa estrabismo ventrolateral.
IV) Troclear: movimento do globo ocular, pode-se realizar o teste da bola de algodão, lesão causa
estrabismo dorsomedial.
V) Trigêmeo: difícil de avaliar pois o nervo facial também é sensível. Pode-se avaliar o tônus
muscular do masseter e dos músculos faciais. A função sensitiva pode ser avaliada atrás de encostar
um objeto pontiagudo nas orelhas, estimular canto dos olhos, face, boca.
VI) Abducente: seguir objetos lateralmente, com lesão ocorre estrabismo medial, realizar reflexo
vestibular.
VII) Facial: verificar simetria facial, possíveis ptoses e etc.
VIII) Vestibulococlear: bater palma/fazer barulho de forma que o animal não veja, percebendo se há
movimentação de orelha ou piscar dos olhos (coclear). Pelo ramo vestibular se avalia a
coordenação, que pode causar nistagmo, pode-se perceber se o animal anda em linha reta, faz ampla
base, treme e tem headtilt.
IX) Glossofaríngeo: massagear a glote e observar se o animal engole.
X) Vago: teste da atropina (medir os batimentos ou pulso e aplicar atropina, que inibe o vago,
diminuindo a frequência cardíaca).
XI) Acessório: palpar a musculatura do pescoço para avaliar o tônus muscular, pode-se realizar uma
eletromiografia.
XII) Hipoglosso: puxar a língua e soltar para observar se o animal consegue controlá-la.
Avaliação da medula pode ser feita em repouso ou em movimento, em repouso se observa a
postura, em movimento se observa a movimentação, como o animal está andando (linha reta,
ampla base). Conceitos importantes: 
Ataxia → incoordenação (se desloca em função da força)
Paresia → perda parcial
Paralisia/plegia → perda totalmente
Hemiplegia → de um lado
Hemiparesia → de um lado
Monoplegia → 1 membro
Monoparesia → 1 membro
Tetraplegia ou tetraparesia → 4 membros 
Na avaliação sensitiva, primeiro deve-se examinar a sensibilidade do animal, podendo ser geral (de
todo o sistema) ou especial (sozinha). A geral pode ser dividida em superficial e profunda. 
Superficial → relacionado a feixes nervosos relacionados a sensação, e ao toque. Pode-se passar um
“pincel” para ser avaliado, palpar a coluna e etc. Ela se subdivide em térmica (mais explorado na
medicina humana) e dolorosa. A sensibilidade superficial está relacionada com um grupo de
reflexos cutâneo mucosos.
O primeiro dos reflexos cutâneo mucosos é o reflexo postural.
Profunda → terminações mais profundas que informam posicionamento, estando relacionada com
reflexos como o patelar. 
→ Equinos:
Slap-test: teste do nervo vago, verificar se há vibração da laringe, se houver é porque não há lesão. 
Teste do reflexo postural: colocação de obstáculos (sem o animal ver) e puxar ele para perto para
avaliar o nervo óptico. Ou, pode-se vendar o animal e levar ele até o obstáculo, observando se ele
tem sensibilidade para desviar ao encostar nesse objeto.
Teste da sensibilidade: bater na segunda vértebra e ver se o animal mexe o lábio, palpar úmero,
olécrano, fazer reflexo patelar, gastrocnêmio (no meio do músculo), tibial cranial, flexor (apertar
com a tesoura). 
→ Cães:
Teste do reflexo corniano: retrai o globo ocular ao toque. 
Teste do reflexo do nervo hipoglosso: abrir a boca ou esfregar o nariz (o cão vai lamber as narinas). 
Teste do reflexo postural: virar a falange dos pés e das mãos para o solo e verificar se o animal
corrige e postura, ou, deslocar lateralmente. Pode-se realizar hemiestação, hemilocomoção,
saltitamento (testar os quatro membros), carrinho de mão com a cabeça estendida e com a cabeça
“solta”. 
Teste do reflexo patelar, tibial, cranial, bicipital, tricipital: bater com o martelo. 
Teste de sensibilidade flexora: apertar a prega interdigital. 
Reflexo de dor superficial e profunda: perineal e anal.
Reflexo cutâneo do tronco: fazer de trás pra frente com um objeto pontiagudo. 
Reflexo de Babinski: mexe os dedos quando há lesão. 
Avaliar o tônus do pescoço com palpação, aprumo vestibular, colocação tátil e visual (com os olhos
vendados e sem vendar os olhos) e propulsão extensora.
→ Bovinos:
Teste do reflexo postural: colocação de obstáculos (sem o animal ver) e puxar ele para perto para
avaliar o nervo óptico. Ou, pode-se vendar o animal e levar ele até o obstáculo, observando se ele
tem sensibilidade para desviar ao encostar nesse objeto. O sinal de Romberg positivo avalia o grau
de incoordenação motora, deve-se vendar os olhos e perceber essas incoordenações. 
Teste de sensibilidade: aproximar a mão/dedos nos cílios do animal avalia o nervo facial, trigêmeo e
nervo óptico.
Teste do reflexo de cernelha/beliscamento do dorso: pode-se beliscar o dorso e perceber se há corpo
estranho no retículo, pois quando se belisca, o animal estica a coluna, e pode-se perceber se há
também sensibilidade a esse beliscamento. 
Teste do reflexo perineal: objeto pontiagudo no ânus e observar retração. 
Teste do reflexo escrotal: ao apertar o escroto, o animal encolhe o escroto. 
Teste para avaliar sensibilidade geral do membro torácico: fazer “mão de amigo” ou colocar uma
mão atrás da outra e perceber se o animal corrige a postura.
Reflexo tricipital/olecraniano: avalia o nervo radial, deve-se bater com um martelo no
olécrano/tricipital no animal em decúbito.
Reflexo patelar: pegar a perna e avaliar o nervo femoral.
Reflexo aquileu: com o membro estendido avalia-se o nervo tibial. 
28/03/2018 – Exame semiológico da pele, anexos e baço.
A pele é o “espelho” da saúde do animal. Deve-se iniciar o exame semiológico com uma resenha,
isto é, descrevendo todas as alterações. Na anamnese deve-se saber o que o animal come,
medicamentos utilizados, como é a pastagem. Depois pode se iniciar a inspeção, que deve ser
realizada observando o animal de longe e depois de perto, com uma lupa, e então realizar uma
palpação da pele. Na inspeção deve-se observar alteração de cor, relevo, volume, formação de
pápulas (pequena), placa (várias pápulas), tumor, coleções líquidas, bolhas, pústulas, abcessos,
hematoma, alteração de espessura (hiperqueratose, edema,cicatriz), perdas teciduais (superficial =
descamação, profunda = ulceração). Parâmetros a serem avaliados na inspeção da pele são: 
1) Consistência: dura (osso), firme (músculos), macia (pele).
2) Temperatura: com o dorso da mão, a temperatura das extremidades e do tronco de acordo com
cada espécie.
3) Elasticidade.
Após palpação pode-se observar a oleosidade da pele/produção de sebo pelas glândulas sebáceas,
que é importante para regulação da temperatura, pois promove o isolamento térmico, e
posteriormente, realizar a olfação da lesão. Para avaliar a produção de sebo pode-se passar a mão
no animal e perceber se a mão está muito preta/suja, o que significa muita secreção sebácea.
As lesões podem ser classificadas de acordo com a profundidade, configuração, distribuição.
1) De acordo com a profundidade: superficial ou profunda.
2) De acordo com a configuração: irregulares/assimétricas (bactéria, sarna – raspar no centro da
lesão) ou regulares/simétricas (fungo – raspar na borda da lesão). Pode ser linear, gotejada,
circular, figura geométrica.
3) De acordo com a distribuição: localizada (1-5), disseminada (+ 5 pelo corpo), generalizada
(em boa parte do corpo – 60%) e universal (em todo o corpo).
A vitropressão ou digitopressão é uma prova para diferenciar eritema de púrpura. O eritema é
uma mancha vermelha por vasodilatação, que desaparece com digito ou vitropressão, enquanto a
púrpura é uma mancha vermelha por extravasamento de hemácias, não desaparece com
vitropressão, muda de coloração de acordo com o tempo por alteração da hemoglobina tornando-se
arroxeada e depois verde-amarelada. É chamada de petéquia quando possui até 1cm, e equimose
quando possui mais de 1cm. Na vitropressão se pressiona-se a lesão com um vidro, e na
digitopressão, com o dedo, provocando isquemia local.
Métodos complementares são:
1) Raspado cutâneo: raspar a pele com uma lâmina até sair um exsudato ou sangue.
2)Biópsia: pode ser aspirativa, incisional ou excisional. A aspirativa ocorre a aspiração de uma
massa/tecido com uma agulha ou seringa e se analisa esse aspirado no microscópio. Incisional
consiste em realizar uma incisão em meia lua para auxiliar na sutura, e recolher o material. E, por
último, a excisional, em que se retira a lesão inteira com tecido normal para comparar as áreas.
Pode-se usar um punch também chamado de saca bocado para biópsia.
3) Tricograma: avalia o estado dos pelos no microscópio.
4) Teste da fita adesiva: cola a fita na pele e depois colar na lâmina para analisar no microscópio.
5) Imprint: passar a lâmina na lesão úmida, que capta os tipos celulares da lesão.
OBS.: Pápula = eflorescência cutânea (lesão primária).
O sistema linfático é importante pois é responsável por recolher a linfa que sai do plasma e vai para
o interstício. Os linfonodos filtram essa linfa, produzem linfócitos B e imunoglobulinas. Possuem
consistência lisa, firme e móvel, em estado normal não tem sensibilidade. 
Localização dos linfonodos gerais nas espécies: 
1) Submandibulares → em baixo da mandíbula, grupo de linfonodos.
2) Parotídeo → base da orelha, asas do atlas. Não confundir com a glândula parotídea, possui
consistência rugosa, macia, sem sensibilidade. 
3) Retrofaríngeo → próximo da glote.
4) Pré-escapular ou cervical superficial → próximo da escápula.
5) Pré-crural ou sub-íliaco → abaixo do íleo
Outro: pré-femoral (poplíteo no cão, ausente nos equinos)→ próximo do fêmur, retromamário
(fêmeas).
→ Equinos:
Inspecionar pele, cascos, pelos, glândulas sebáceas, sudoríparas, músculo eretor do pelo. A inspeção
primeiro é feita de longe, observando o aspecto geral. Pelos opacos, com falhas e arrepiado pode ser
por má nutrição. Regiões normais sem pelo são: virilha, axila, perianal, focinho, pavilhão auricular,
cicatrizes. 
Depois se realiza a palpação, analisando a temperatura da pele, sensibilidade, turgor (desidratação –
o tempo para voltar ao normal é maior nos mais idosos, também pode ser medida através da
profundidade do olho e umidade das mucosas).
Localização dos linfonodos:
Localização do baço: lado esquerdo, disposto de forma oblíqua, a base se localiza sob as últimas
costelas, o ápice é pontiagudo disposto ventralmente e vai até ao 9º/10º par de costelas, em forma de
foice. 
→ Cães:
No exame dermatológico deve-se observar coxins, entre os dedos, friccionar a ponta da orelha para
ver se há reflexo, manipular a lesão para analisar sensibilidade, coçar onde o tutor diz que coça para
observar reflexo de coçar. Observar se o prurido, no exame de pele, é fisiológico (esporádico – 30%
do tempo de coçando) ou patológico (acima de 30% do tempo se coçando), examinar a intensidade
do prurido, tempo, como se manifesta, a localização e etc. 
Localização dos linfonodos:
Localização do baço: fica na região epigástrica ventral, do lado esquerdo, paralelo às costelas, até as
últimas costelas. 
→ Bovinos:
Localização dos linfonodos:
 
Localização do baço: lado esquerdo, 3 últimas costelas, tem forma linguiforme e fica disposto
obliquamente. 
04/04/2018, 11/04/2018 e 18/04/2018. - Exame semiológico do aparelho digestório.
Para começar o exame do aparelho digestório deve-se realizar uma inspeção das estruturas que
realizam a digestão, como ossos, dentes, músculos, podendo ser armada ou desarmada. Depois
pode-se realizar uma palpação da boca, examinando o esôfago, dentes, língua e gengivas,
estômago, intestino, glândulas salivares e etc. Se delimita o abdome cranialmente pelo diafragma,
o limite superior é a musculatura do dorso. A cifose (animal encurvado) é indicativo de dor
abdominal podendo ter relação com o sistema digestório. 
→ Equinos:
Apreende o alimento com os lábios e corta com os dentes incisivos, junto com o movimento da
cabeça e pescoço. Reverter os lábios para analisar mucosa oral, oclusão dentária, se tem travagem
(inflamação do palato duro), roçar os dentes (testa a instabilidade mandibular). Para ver depois da
língua deve-se usar um abaixador de língua, e para abrir a boca, um abre-boca que pode ser estático,
para procedimentos longos, necessitando sedação, ou não estático, para procedimentos rápidos,
como inspecionar. 
 Lira Shoupe Hausman/
 Não estáticos Estático
Pode ser usada uma sonda nasogástrica de polivinil para diagnóstico de cólica ou outras alterações,
ou para desintoxicação (se usa carvão ativado). Para colocar a sonda basta inserir o lado que tem
mais orifícios, observar calibre e comprimento que deve ser usado para atingir o local que se deseja
(antes da inserção). Marcar a parte até a laringe e lubrificar com pasta. Pode sangrar. Para saber se a
sonda chegou no estômago, pode assoprar para sentir o cheiro ou ouvir peristalse, além de auscultar
o estômago com estetoscópio. 
Na inspeção do abdome deve-se observar o contorno abaulado, caso o animal apresente um
aumento da fossa paralombar pode indicar um acúmulo de gás ou de líquido. O estômago do equino
tem de 8 – 15l, fica no meio do abdome mais deslocado para a esquerda. O ceco ocupa 2/3 finais da
cavidade abdominal, na parte direita. Dorsalmente ao ceco está o fígado, só palpável quando está
alterado pela última costela (18º par). O lado esquerdo está o cólon dorsal ou ventral esquerdo. Na
palpação, quando o animal recua, é indicativo de dor. Pode-se realizar o exame semiológico do
pâncreas apenas com dosagem enzimática ou análise das fezes, que tem formato de sibala, observar
a cor normal (verde), presença de corpo estranho, parasitas muco (em excesso pode estar
relacionado com inflamação), sangue (vivo = não digerido proveniente do cólon menor ou reto,
digerido = provenientedo ceco, estômago, intestino). 
Teste do rebote: o animal sente dor quando salta. 
A percussão é limitada, pois só é possível percutir a estratificação no lado direito, podendo escutar
sons timpânicos, subtimpânticos e maciços. 
Na auscultação se avalia os quadrantes do animal. Pode-se combinar a percussão realizando uma
percussão auscultatória, quando se escuta um som metálico é sugestivo de acúmulo de gás.
A palpação pode ser feita através do reto, com uso de lubrificante, devendo colocar a luva ao
contrário para evitar que as ranhuras possam machucar a mucosa retal. 
Um exame complementar é a paracentese, que é a punção do líquido peritoneal, podendo ser feita
com uma agulha rosa (menos invasivo) ou cânula (necessário anestesia), que deve ser inserida no
ponto mais baixo do abdome. O aspecto normal do líquido é um amarelo-palha, e o aspecto anormal
é uma cor muito amarelada. O líquido deve ser analisado, procurar neutrófilos e outras células que
possam indicar o problema. 
OBS.: Sablose → diminuição do trânsito intestinal por causa de ingestão de areia. 
OBS2.: Diferença de: eventração x hérnia
 ferida penetrante do passagem, parcial ou total, 
 abdome que rasga a musculatura, de um ou mais órgãos ou formações 
 deixando as vísceras sendo anatômicas, através de orifício patológico
 protegidas apenas pela ou tornado patológico, chamado anel,
 pele do animal. e sua localização normal para outra anormal. 
OBS3.: Caminho da digesta: boca → esôfago → estômago → duodeno → jejuno → íleo → cólon
ventral direito → flexura esternal → cólon ventral esquerdo → flexura pélvica → cólon dorsal
esquerdo → flexura diafragmática → cólon dorsal direito → cólon transverso → cólon menor →
reto → ânus. 
→ Cães:
Na inspeção verificar halitose, doença periodontal ou renal, corpo estranho, coprofagia, má
digestão, ulcerações na boca e etc. O esôfago pode ser palpado na parte da calha jugular esquerda
além de todos os órgãos relacionados ao sistema digestório, e essa palpação deve ser feita com o
animal em pé ou em decúbito lateral. Pode ser que o animal apresente dor referida, que é quando o
problema não tem origem na cavidade abdominal mas reflete nela, um exemplo seria alguma
doença de disco, que faz o animal se retrair, com sintomatologia de problema no digestório. 
O exame é dividido em quadrantes cranial (epigástrica – do diafragma até a L1), médio
(mesogástrica – de L2 a L5) e caudal (de L6 em diante). 
No abdome cranial temos o fígado, estômago e o baço, não sendo possível diferenciar esses órgãos,
exceto em casos em que há alteração. Pode-se levantar as patas da frente para palpar melhor.
Primeiro palpar a região dorsal e posteriormente a ventral. Na transição entre região epigástrica e
mesogástrica pode-se observar os rins e os ovários nas fêmeas. Na região mesogástrica tem o
intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), linfonodos mesentéricos, parte do cólon, cornos uterinos
e parte do corpo do útero. No abdome caudal se observa a bexiga, próstata, outra parte do corpo e o
colo do útero e a uretra. Além dessas palpações, pode-se realizar a palpação retal, que se inicia na
pelve. 
A auscultação e percussão também podem ser feitas após a palpação. Normalmente não é possível
escutar barulhos no abdome médio e caudal quando o animal não se alimentou. 
OBS.: Conceitos importantes – constipação = diminuição da defecação, obstipação = não defeca,
incontinência fecal = sem controle da defecação, diarreia = aumento na frequência e de líquido nas
fezes, tenesmo = esforço improdutivo ao defecar, disquesia = dificuldade e dor, hematoquesia =
sangue nas fezes, melena = sangue digerido, hematêmese = vômito com sangue.
Exames complementares: ultrassonografia, exame de fezes (sendo analisada a coloração,
consistência, volume, gordura, sangue, muco e corpos estranhos, esfregaço, cultura, ELISA), exame
de sangue, radiografia (sempre em 2 ou 3 posições), endoscopia, laparotomia exploratória (usada
como um último recurso). 
→ Bovinos:
São poucos seletivos quanto a alimentação, podendo ingerir corpos estranhos principalmente
quando se alimentam em áreas de capim baixo, podendo ingerir terra causando reticulite
(inflamação do retículo que pode ser química, abrasiva ou por objetos estranhos). Apreende os
alimentos com a língua e corta com os dentes. Pode-se utilizar um imã para encontrar corpo
estranho caso seja de metal, prevenindo possíveis endocardites. 
Para inspeção da boca deve-se conter o animal com a formiga, e para abrir a boca se usa um
bucal/cunha de Bayer ou abre-bocas. Basta colocar a mão na lateral da boca, apoiar os dedões no
palato duro. Pode-se usar um espéculo vaginal (como se fosse um cano) para auxiliar na inspeção
da boca, com a ponta para baixo. A cunha deve ser posicionada nos dentes molares. Usa-se a sonda
de Thygesen para retirar corpos estranhos acoplada a um laço e um cone.
Cunha de Bayer Espéculo vaginal Sonda de Thygesen
A inspeção do rúmen também é importante, devendo analisar o flanco se está fundo, o que é o
normal, em caso de timpanismo não é possível ver essa reentrância do flanco. O trocater de Buff
pode ser usado para retirar o excesso de gás do rúmen nesses casos.
 A) Normal C) Timpanismo Trocater de plástico de Buff
A palpação é fundamental e feita por punho pressão tanto no rúmen quanto no retículo. O omaso se
posiciona do lado direito e o abomaso fica próximo do osso xifoide até a cicatriz umbilical, e o
fígado abaixo do pulmão possui som de baixa ressonância na percussão.
A percussão do rúmen e retículo são importantes para saber se há alteração. O retículo está entre o
7º e 8º espaço intercostal, na altura da articulação escápulo-umeral até o osso xifoide (contar sempre
da última para a primeira, pois as primeiras são mais difíceis de contar). O abomaso pode ser
delimitado da 7º a 10º costela. Depois que o retículo foi delimitado, na parte mais caudal se assume
que é o rúmen. Na percussão os sons identificados são timpânico (em cima do rúmen, possui gás),
subtimpânico (meio do rúmen, possui fibra) e submaciço (no fundo do rúmen, possui líquidos e
partículas finas). A macicez absoluta se encontra em ossos e músculos, e a macicez relativa em
líquidos. 
A análise do suco ruminal também é uma forma de analisar a estratificação do rúmen, além da
punhopressão. O suco ruminal varia de acordo com a alimentação (mais amarelado: maior
quantidade de concentrado, mais esverdeado: maior quantidade de capim), com a quantidade de
saliva, que pode modificar a viscosidade. Na parte de cima é possível visualizar a formação de
bolhas (gás), na parte de baixo ficam as fibras e na parte de baixo a parte de partículas menores
sedimentadas.
Provas da dor: saber se as dores são de origem reticular. Pode-se realizar o beliscamento do dorso
também chamada de prova da cernelha, prova do bastão (passar o bastão por baixo e pressionar),
prova do teste de zona (puxar pelos da área da cernelha e observar cifose, não tem base científica),
prova da rampa (fazer o animal descer ao contrário, o que vai fazer uma pressão no retículo), prova
da percussão dolorosa (com o martelo ou com a lateral da mão). Deve-se colocar o estetoscópio na
traqueia durante as provas para perceber gemidos, alteração na respiração e sinais de dor. 
OBS.: Prova da redução do azul de metileno: suco ruminal + azul de metileno, homogeiniza, avalia
quanto tempo as bactérias vão levar para reduzir o azul de metileno e formar o halo, variando de
acordocom o tipo de ingesta. Capim = bactérias gram negativas, coram em rosa.
Amido/concentrado = bactérias gram positivas, coram em roxo. 
25/05/2018. - Exame semiológico do aparelho locomotor.
O aparelho locomotor pode ser divido em aparelho de apoio, composto por ossos, ligamentos
colaterais, cascos, unhas e cápsulas articulares, e aparelho de elevação, composto por músculos,
tendões, articulações e ligamentos gerais. Alguma alteração nos aparelhos tanto de apoio quanto de
elevação pode levar a claudicação. Lesões no aparelho de elevação são mais altas, e o animal acaba
dando passos mais curtos, pois dói menos, já lesão no aparelho de apoio são mais baixas, gerando
passos mais longos, pois quanto menos se tocar o chão, menos dor. 
A inspeção é importante para identificar o tipo de lesão, só olhando como o animal caminha, pois há
simetria entre as passadas, deve-se avaliar aprumos, estruturas, coxins, cascos, unhas, angulações da
unha e etc. 
Podogoniometro ou angulador de casco Compasso (ângulo das unhas)
Para perceber alguma claudicação pode-se forçar os membros de dentro para dar passadas mais
curtas, andar em círculos no sentido horário e anti-horário. Observar movimento da cabeça, se está
mais encurvada para frente, para trás ou para os lados (esquerda = alivia o peso do membro da
direta, direita = alivia o peso do membro da esquerda) e se os animais que possuem casco apoiam o
peso mais na pinça (alivia a frente) ou nos talões (alivia mais a parte de trás), ou os animais de
companhia que possuem coxim. 
OBS.: Graus de claudicação → é de 1 ao 5, podendo ser leve ou discreto (observado mais após
exercícios), moderado (observando claudicação ao caminhar), pronunciado, grave (perda de função)
e extremamente grave (decúbito). 
A claudicação é classificada em a frio, que acontece no começo do exercício, característico de lesão
aguda, ou a quente, que acontece só depois do exercício, característico de uma lesão crônica. Para
exacerbar a claudicação pode variar o solo, em solo duro fica mais perceptivo a claudicação de
apoio (gera mais impacto) e em solo macio, a claudicação de elevação (fazer mais força).
É possível realizar movimentos de ortopedia, que são feitos para que se observe presença de dor e
crepitação, realizando movimentos de flexão, extensão e torção dos membros. É normal haver
movimento de resistência passiva na hora em que se pegar os braços ou pernas. 
→ Equinos:
A inspeção é muito importante na avaliação de problemas no sistema locomotor dos equinos,
devendo sempre observar postura, membros isolados, a crista do íleo se está simétrica, unhas, a
coroa do casco (se está edemaciada é indicativo de inflamação, podendo palpar a artéria digital,
percebendo se o fluxo tá intenso ou normal), aumento de volume (calo ósseo ou fratura) e etc. 
É fundamental observar se há um encastelamento (diminuição da pinça e aumento do talão,
angulação >55) ou achinelamento (aumento da pinça e diminuição do talão, angulação <50) dos
cascos do animal.
Depois do exame com o animal parado, pode-se realizar o exame com o animal em movimento,
iniciando no passo, trote, galope e com um cavalheiro montado no animal. Para o exame do casco é
necessário limpá-lo com um limpador de cascos, pode ser usado para examiná-lo uma pinça de
casco de viena ou clássica. 
 Limpador de casco Pinça de casco de viena
Pode ser feito o teste do esparavão quando há suspeita de lesão na articulação, que é um teste de
flexão, mas não é uma articulação fácil de ser estabilizada, pois quando a pata é levantada o animal
fica desequilibrado, e depois da flexão por alguns minutos, pode observar o animal caminhar. 
Além desse, pode ser feito o teste da prancha, que pode identificar a doença no osso navicular,
colocando uma prancha longa de forma que o talão a encoste, fazendo mão de amigo no outro
membro, levantando a prancha do possível membro afetado.
A sonda abotonada pode ser usada para saber a profundidade da lesão e identificá-la.
→ Cães:
É boa anamnese é essencial para auxiliar no diagnóstico, começando pela identificação do animal,
vendo propensão da raça, idade, histórico, sabendo o lugar que o animal vive (tipo de piso, bate sol,
se tem acesso à rua), alimentação (excesso ou deficiência de fósforo e cálcio) e etc. Depois pode ser
realizado o exame físico que consiste em inspeção, observando o animal andar além de todas as
estruturas relacionadas a movimentação (coxins, unhas, ossos), atrofias, hipertrofias e diferenciar se
é de origem ortopédica ou neurológica. 
Uma patologia mais distal vai gerar um movimento mais exagerado, enquanto uma patologia
proximal gera movimentos mais discretos. 
Depois de inspeção pode ser feito palpação, que auxilia a localizar a dor, perceber crepitações,
sendo iniciada na porção superficial (pele, percebendo o contorno) e depois ossos, das falanges,
carpos e metacarpos para os ossos longos e articulações, iniciando pela porção distal para proximal.
Palpar em decúbito contrário ao local a ser palpado. Pode palpar os ossos do sacro e os ossos da
coluna. 
Pode-se realizar o teste de gaveta para diagnosticar uma ruptura de ligamento cruzado. Esse teste é
realizado segurando o fêmur e deslocando a tíbia antero-anteriormente. Se houver o movimento de
gaveta, é positivo, tendo a ruptura. Outro teste a ser realizado é da displasia coxofemural, que
consiste em puxar as pernas do animal em pé. Além desses é possível também analisar a integridade
da patela por meio da articulação femorotibial. 
→ Bovinos:
Nos bovinos, que são biungulados, podemos observar também o animal faz abdução, apoia mais
com a unha de fora, para aliviar a unha de dentro, ou adução, apoiando na unha de dentro em caso
de claudicação de apoio. 
Pode-se realizar palpação das artérias digitais para perceber se há inflamação no local, se houver é
possível perceber um fluxo maior de sangue e sentir o pulso. 
Além da inspeção e palpação é possível percutir com o dorso do martelo, um som mais timpânico
pode indicar que a sola esteja descolada, e, um som maciço pode indicar a presença de gás. A
percussão com auscultação pode auxiliar na percepção de fraturas, pois o osso fraturado faz um som
mais fraco.
Pode-se realizar um bloqueio nervoso mediante anestésico sem vasoconstritor (pode causar necrose)
para observar se com o local anestesiado há ou não claudicação. Deve-se colocar esparadrapos nos
nervos.
O tamanco pode ser utilizado colado no casco para observar se o animal está mancando, pois com
esse tamanco o animal não consegue dividir o peso com o casco bom, aumentando a claudicação. 
O termógrafo pode ser usado para auxiliar no diagnóstico de lesões do sistema locomotor,
evidenciando ondas de calor que saem do corpo do animal. 
*ATENÇÃO!!! Esse material não substitui consultas em livros ou as aulas dos professores,
podendo conter erros ou falta de alguma informação importante. 
Bibliografia: algumas imagens foram retiradas do google imagens, alguns conceitos do
dicio.com.br, o material foi baseado nas aulas e outros materiais encontrados pela web. Qualquer
informação a acrescentar ou corrigir, pode compartilhar comigo no email:
luzorioyasmin@gmail.com.
Que esse material seja de grande ajuda! Bons estudos.

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