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MERETÍSSIMO JUIZO FEDERAL DA ____ VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO/RJ (Espaço de 10 linhas) TÍCIO, nacionalidade, estado civil, auxiliar administrativo, portador do CPF nº, do RG nº, órgão expedidor/UF, da CTPS nº, série, e do PIS nº, com endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua, nº, no bairro, CEP, São Gonçalo/RJ, vem, respeitosamente, perante V. Exa., por seu procurador devidamente constituído (procuração anexa), este com endereço profissional na rua, nº, no bairro, CEP, cidade, estado, com endereço eletrônico, onde recebe intimações, ajuizar RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo RITO ORDINÁRIO nos termos do art. 840, da CLT, c/c art. 319, do CPC/15 em face de ALFA LTDA, empresa inscrita no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, com sede comercial na rua, nº, no bairro, CEP, Rio de Janeiro/RJ, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir: I. DOS DADOS CONTRATUAIS O Sr. Tício foi contratado pela empresa ALFA LTDA em 04/01/2016, para trabalhar na filial localizada no município do Rio de Janeiro/RJ sob a função de auxiliar administrativo, mediante remuneração mensal no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais). No dia 26/01/2017, Tício teve o seu contrato de trabalho extinto, imotivadamente, por iniciativa da Ré, sem prévio aviso. II. DAS FÉRIAS SIMPLES E PROPORCIONAIS Conforme dispõem os artigos 7º, XVII, da CRFB/88 e 134 da CLT, as férias deverão ser concedidas por ato do empregador, em um único período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregador tiver adquirido o direito, acrescidas do terço constitucional. O artigo 146, parágrafo único da CLT, cita que, na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de labor, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, conforme dispõe o art. 130 do mesmo diploma legal, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. No caso em questão, o Autor (Tício) trabalhou durante todo o contrato de trabalho sem nunca ter usufruído das férias. Tampouco, quando da extinção contratual, recebeu as férias proporcionais. Desta forma, tendo em vista que o contrato de trabalho foi rompido durante o período concessivo, faz jus, o Autor às férias do período 2016/2017, de forma simples e, em relação às proporcionais, no importe de 2/12 (dois doze avos), todas acrescidas do terço constitucional. III. DO AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO O artigo 487, II, CLT, determina que, nas hipóteses de dispensa imotivada, se não houver prazo estipulado, a parte que quiser rescindir o contrato de trabalho, deverá comunicar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias, aos que receberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. A Lei 12.506/11, artigo 1º, parágrafo único, determina que o aviso prévio será proporcional ao tempo de serviço, e que sejam acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. É importante salientar que o referido período do aviso prévio, ainda que indenizado, conforme nos termos da OJ nº 82 da SDI - I do TST deverá integrar o contrato de trabalho para todos os fins, incluindo o cálculo das demais verbas rescisórias, tendo em vista a projeção da extinção contratual para 28/02/2017. No caso em questão, muito embora Tício já contasse com um ano completo de serviço prestado à empresa Ré, quando houve a extinção contratual o mesmo não recebeu a referida parcela. Desta forma, faz jus, o Autor, a 33 (trinta e três) dias de aviso prévio. IV. DO SALDO DE SALÁRIO Com base no artigo 457 da CLT, compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. O autor não recebeu o saldo de salário devido em decorrência da extinção contratual. Desta forma, faz jus, o Autor, a 28 (vinte e oito) dias a título de saldo de salário. V. DA GRATIFICAÇÃO NATALINA PROPORCIONAL Dispõe o artigo 7º, VIII, da CRFB que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o recebimento de décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria. A Lei 4.090/62, caput, e os §§1º e 2º, informam que a gratificação natalina será paga na proporção de 1/12 (um doze avos) para cada mês de serviço ou fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho. No caso em questão, quando houve a extinção contratual, Tício não recebeu a gratificação natalina proporcional do ano de 2017. Desta forma, faz jus, o autor, ao recebimento de 2/12 (dois doze avos) de gratificação natalina proporcional. VI. DA INDENIZAÇÃO DE 40% SOBRE O FGTS Conforme a Lei 8.036/90, em seu artigo 18, §1º, na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, o mesmo depositará, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. Neste caso, o Autor foi dispensado sem que o empregador fizesse o recolhimento da indenização de 40% sobre o FGTS. Desta forma, faz jus, o autor, ao recolhimento da indenização de 40% sobre o FGTS. VII. DA LIBERAÇÃO DAS GUIAS PARA SAQUE DO FGTS Conforme dispõe a Lei 8.036/90, em seu artigo 20, I, a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando o mesmo for demitido sem justa causa. Para tanto, faz-se necessário a expedição de guias TRCT, código 01, bem como chave de conectividade, o que não foi feito pela empresa ALFA LTDA. Sendo assim, faz jus, o autor, à liberação das guias TRCT, código 01, e chave de conectividade, garantida a integralidade dos depósitos. Saliento que, embora a Lei 13.467/17, ao alterar o artigo 477 da CLT, tenha dispensado o empregador da emissão das guias em questão, tendo em vista a existência do e-Social, este programa ainda não está em pleno funcionamento, motivo pelo qual imperioso se faz a liberação das guias, sob pena de lesão a direito do empregado. VIII. DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT O Artigo 477, §§ 6º e 8º, da CLT (alterado pela Reforma Trabalhista), dispõe que a entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato e que a inobservância deste prazo sujeitará o infrator à multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário. No caso em questão, a empresa Ré não respeitou o prazo supracitado, sendo certo que, até a presente data, o Autor nada recebeu a título de verbas resilitórias.Tem-se, pois, que o autor faz jus à percepção da multa de que trata o artigo 477 da CLT, no importe de um salário. IX. DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT O Artigo 467 da CLT dispõe que, em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. No caso em questão, entende-se que todas as parcelas resilitórias são incontroversas, uma vez que não pairam dúvidas acerca da modalidade de extinção contratual. Assim sendo, caso as verbas resilitórias não sejam pagas até a primeira assentada, faz jus, o Autor, ao recebimento da multa de que trata o artigo 467 da CLT,no importe de 50% sobre a totalidade destas verbas. X. DOS PEDIDOS Requer seja citada empresa Ré para que compareça à audiência inaugural a ser designada por este Juízo e para que, querendo apresente contestação, sob pena de revelia e confissão. Frente ao exposto, em final sentença, requer sejam julgados procedentes os seguintes pedidos: a. Férias do período 2016/2017, de forma simples, estas acrescidas do terço constitucional – R$...; b. Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço (33 dias) – R$...; c. Saldo de salário (28dias) – R$...; d. Gratificação natalina proporcional (2/12) – R$...; e. Férias proporcionais acrescidas do terço constitucional (2/12)–R$...; f. Indenização de 40% sobre o FGTS – R$...; g. Liberação das guias para saque do FGTS (garantida a integralidade dos depósitos) – Não aferível economicamente; h. Liberação das guias para a habilitação no seguro desemprego (sob pena de indenização substitutiva, caso o Autor não receba por culpa da empresa Ré) – Não aferível economicamente; i. Multa de que trata o artigo 477 da CLT, no importe de um salário – R$...; i. Caso as verbas resilitórias não sejam pagas até a primeira assentada, faz jus, o Autor, ao recebimento da multa de que trata o artigo 467 da CLT, no importe de 50% sobre a totalidade destas verbas – R$...; Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente a documental, testemunhal e pericial, além de depoimento pessoal de Representante Legal da empresa Ré, sob pena de confissão quanto à matéria de fato, nos termos do 385, §1º, c/c art. 369, ambos do CPC/15.Requer seja condenada a empresa Ré ao pagamento das custas processuais e honorário advocatícios (art. 791 - A, incluído pela Reforma Trabalhista) no importe de 15%(quinze por cento). Dá à causa valor líquido correspondente à soma dos pedidos, superior a 40 (quarenta) salários mínimos Local, data... ADVOGADO OAB... .
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