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Curso Nocoes Basicas Bolsa de Valores.pdf

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Curso Gratuito 
Noções Básicas 
Bolsa de Valores 
 Carga horária: 35hs 
 
 
 
 
 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 
 
Conteúdo 
1 – Introdução ............................................................................................................................... 3 
2 –Panorama geral do mercado de capitais.................................................................................. 4 
2.1 – O mercado de capitais...................................................................................................... 4 
2.2 - O que é uma bolsa de valores........................................................................................... 4 
2.3 - Perspectiva histórica da Bovespa...................................................................................... 5 
2.4 - A Bovespa em números .................................................................................................... 5 
3 – Conhecendo a renda variável.................................................................................................. 6 
3.1 – Financiamento da economia ............................................................................................ 6 
3.2 – O que é uma ação............................................................................................................ 7 
3.3 – Por que as empresas abrem o capital .............................................................................. 7 
3.4 –Como as empresas abrem o capital .................................................................................. 8 
3.5 –Tipos de ofertas públicas de ações................................................................................... 8 
3.6 – Mercados primário e secundário ..................................................................................... 9 
3.7 – Direitos e benefícios do acionista .................................................................................... 9 
3.8 – Participantes do mercado de capitais ............................................................................ 11 
3.9 – Governança corporativa................................................................................................. 13 
3.9.1 - Por que é bom para o investidor?............................................................................ 13 
3.9.2 - Níveis de governança corporativa........................................................................... 14 
4 – Participando do mercado ...................................................................................................... 16 
4.1 Formas de investimento coletivo...................................................................................... 16 
4.1.1 Clubes de investimento.............................................................................................. 16 
4.1.2 Fundos de investimento............................................................................................. 16 
4.2 Formas de investimento individual ................................................................................... 17 
4.2.1 Home Broker .............................................................................................................. 17 
4.3 O pregão da Bovespa ........................................................................................................ 19 
4.4 Formação de preços .......................................................................................................... 19 
4.4.1 O book de ofertas....................................................................................................... 20 
4.4.2 Controles do investidor .............................................................................................. 21 
4.5 Custos operacionais tributação......................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
5 – Os mercados da BM&F Bovespa ........................................................................................... 24 
5.1. Índice de mercado............................................................................................................ 24 
5.2 Bolsa de mercadorias e futuros BM&F ............................................................................. 25 
5.3 Índice futuro...................................................................................................................... 25 
5.4 Mercado à vista ................................................................................................................. 26 
5.5 Mercado a termo .............................................................................................................. 26 
5.6 Aluguel de ações ............................................................................................................... 27 
5.7 Mercado de opções.......................................................................................................... 28 
5.7.1 Características de uma opção .................................................................................... 28 
5.8 Estratégias de negociação utilizando opções................................................................... 29 
6 – Acompanhando o mercado ................................................................................................... 31 
6.1. Análise fundamentalista.................................................................................................. 31 
6.1.1 Indicadores de mercado............................................................................................. 31 
6.2 Análise gráfica ................................................................................................................... 32 
6.2.1 Histórico da análise técnica / Teoria de Dow............................................................. 33 
6.2.2 Tipos de gráficos........................................................................................................ 34 
6.2.3 Periodicidade gráfica.................................................................................................. 36 
6.3 Tendências de mercado .................................................................................................... 37 
7. Estratégias gráficas.................................................................................................................. 38 
7.1 Médias móveis .................................................................................................................. 38 
7.1.1 Média móvel aritmética ............................................................................................. 38 
7.1.2 Média móvel exponencial .......................................................................................... 38 
7.1.3 Usando médias móveis .............................................................................................. 39 
7.1.4 MACD ......................................................................................................................... 39 
7.2 Suporte e resistência......................................................................................................... 40 
7.3 Chek list do trade .............................................................................................................. 41 
8 Torne-se um investidor ............................................................................................................ 42 
8.1 Não há investimento sem risco......................................................................................... 43 
8.2 Poupança e Investimento.................................................................................................44 
8.2.1 Investir é diferente de poupar ................................................................................... 44 
9. Referências.............................................................................................................................. 45 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 
 
 
1 – Introdução 
A grande maioria dos investidores que inicia suas aplicações na bolsa de valores o faz 
sem o mínimo critério. Não é difícil encontrar pessoas que começam a investir já contando 
com os lucros futuros e encerram suas aplicações pouco tempo depois com um enorme 
sentimento de frustração e, o que é pior, com algum prejuízo no seu capital. 
 
Ao iniciar suas aplicações, todo investidor tem como objetivo principal aumentar seu 
patrimônio. Se hoje você aplicasse R$ 100.000,00 em ações sua expectativa seria de resgatar 
seu capital considerando as seguintes situações: 
 
1. Que o capital resgatado fosse suficiente para ter de volta os R$ 100.000,00 
investidos, corrigidos pela inflação, de modo a manter o poder de compra 
deste capital. 
2. Resgatar um “X” acima do valor citado no item 1 de modo que esse “X” 
represente um aumento do seu montante. 
 
O principal objetivo deste curso é mostrar que em qualquer aplicação financeira, da 
caderneta de poupança à aplicação em ações, o aumento do capital não deve ser a causa e sim 
a conseqüência de um criterioso estudo de todos os fatores que podem afetar a rentabilidade 
das suas aplicações. Em outras palavras, queremos mostrar a importância da educação 
financeira para o aumento do seu capital, medido pelo valor do seu patrimônio em ações, 
imóveis, renda fixa etc. 
 
Ao final deste curso você estará pronto para iniciar seus investimentos em ações de 
forma segura. Saberá qual o papel de cada um dos participantes do mercado e como e 
presença deles é vital para o sucesso de suas aplicações. Com o conhecimento e o aprendizado 
adquiridos neste curso você poderá investir de forma consciente e utilizando estratégias 
operacionais bem sucedidas nos múltiplos mercados de renda variável, aprendendo a lidar 
com as mais diversas situações que afetam a rentabilidade de seus negócios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
2 – Panorama geral do mercado de capitais 
 
2.1 – O mercado de capitais 
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o 
objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de emissão das empresas, viabilizando seu 
processo de capitalização. 
 
Os principais participantes deste mercado são as bolsas de valores e as sociedades 
corretoras de valores. Além disso, uma estrutura de regulação deste mercado foi desenvolvida 
ao longo dos últimos anos. Esse assunto será tema específico de uma parte do curso. 
 
Vários tipos de títulos são negociados no mercado de capitais, O nosso foco será a 
apresentação das características dos títulos que representam o capital social das empresas (as 
ações) e algumas das principais estratégias operacionais utilizadas por grandes investidores 
com objetivo de conseguir bons lucros em suas operações. 
 
2.2 - O que é uma bolsa de valores 
Um dos fatores fundamentais na decisão do investidor quando compra ações é a 
possibilidade de que, mais tarde, ao necessitar do total ou de parte do capital investido, possa 
desfazer-se delas e resgatar seu dinheiro. 
 
A bolsa de valores é o mercado em que se compram e vendem ações e outros títulos 
emitidos pelas empresas de capital aberto. Está aberta a todo tipo de investidor e de 
instituições e é regulada oficialmente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo 
Banco Central (BACEN). Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a 
cotação/negociação dos títulos nela registrados a bolsa deve orientar e fiscalizar seus 
membros, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os 
negócios que se realizam sob seu controle. A bolsa de valores oferece aos investidores a 
possibilidade de negociar suas ações, conferindo liquidez às aplicações de curto e longo prazo 
realizadas em seu ambiente de negociação. 
 
Através das bolsas de valores é possível estimular o investimento em empresas em 
expansão, que, diante desse apoio poderão assegurar condições para seu crescimento, 
gerando empregos, renda e movimentando a economia do país. 
 
No Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores do país) tem o papel de oferecer as empresas e 
aos investidores um ambiente de negociação adequado, com agilidade, segurança e 
transparência na execução das operações. Na Bovespa são negociados, regularmente, ações 
de companhias abertas, opções sobre ações, direitos e bônus de subscrição, cotas de fundos 
de investimento, dentre outros. Existem na Bovespa três tipos de mercados disponíveis para a 
negociação dos títulos citados.São eles: o mercado à vista, mercado à termo e o mercado de 
opções. 
 
Mercado à vista – nele são realizadas as operações de compra e venda de ativos admitidos 
para negociação no pregão da Bovespa tais como ações de emissão das companhias abertas. 
 
Mercado a termo – as operações são realizadas com prazos de liquidação definidos no 
momento da abertura da operação. 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Mercado de opções – são negociados direitos de compra/venda de um lote de ações, com 
preços e prazos preestabelecidos. 
 
2.3 - Perspectiva histórica da Bovespa 
Com mais de 100 anos de história, a Bovespa passou por profundas transformações 
antes de se tornar um dos maiores centros de negociação de ações de todo o planeta. A seguir 
listamos os principais acontecimentos desde a inauguração da chamada Bolsa Livre em 
meados de 1890. 
 
1890 – Fundação da Bolsa Livre, fechada em 1891 em decorrência da política de encilhamento 
em curso no Brasil. 
 
1895 – Fundação da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. As negociações de títulos públicos 
e de ações eram registradas em grandes quadros-negros de pedra. 
 
1934 – Mudança de nome para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. 
 
1967 – Surgimento das sociedades corretoras de valores e do operador de pregão. Nessa 
época, a bolsa passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). 
 
1972 – Implantação do pregão automatizado com o envio de informações em tempo real. 
 
1990 – Início das negociações em pregão eletrônico em paralelo com o sistema tradicional de 
viva voz. 
 
1997 – Implantação do Mega Bolsa, plataforma de processamento de informações e 
envio/recebimento/execução de ordens no pregão da bolsa. 
 
1999 – Lançamento do sistema de Home Broker, possibilitando ao investidor transmitir suas 
ordens diretamente ao mega bolsa. 
 
2007 – Abertura de capital da BOVESPA, que passa a ser chamada de Bovespa Holding. 
 
2008 – Integração da Bovespa Holding S.A e da BM&F S.A (Bolsa de Mercadorias de Futuros), a 
terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado. 
 
2.4 - A Bovespa em números 
A Bovespa alcançou em 2008 uma série de recordes em relação ao volume negociado 
e ao número de investidores participantes do mercado. De janeiro a de dezembro de 2008, a 
Bovespa negociou R$ 1,51 trilhão. A média diária ficou em R$ 6,2 bilhões em valor financeiro 
de atingiu a marca histórica de 218 mil negócios por dia. Para efeito de comparação, o ano de 
2007 (o melhor da bolsa até então) registrou 153 mil negócios por dia, com um volume 
financeiro médio de R$ 4,9 bilhões. 
 
Quanto ao número de investidores, 2008 marca o momento histórico com mais de 500 
mil aplicadores em ações (medido pelo número de CPF’s cadastrados na Bovespa). Com estes 
números, a Bovespa se consolida como o principal centro de negociações de ações da América 
Latina e cumpre, cada vez mais, o seu papel de ser um dos principais propulsoresdo 
crescimento das empresas, oferecendo um ambiente altamente desenvolvido e transparente 
para a captação de recursos essenciais para o investimento na economia do país. 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
3 – Conhecendo a renda variável 
 
3.1 – Financiamento da economia 
“Bolsa forte, economia forte”. Assim podemos definir a importância que um mercado 
de capitais desenvolvido tem para a economia de um país. Isso porque o crescimento do nível 
de poupança está diretamente ligado ao aumento da disponibilidade de recursos para investir. 
A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) representam as principais fontes de 
financiamento dos investimentos de um país. As empresas, à medida que se expandem, 
necessitam de recursos que podem ser obtidos por meio de empréstimos, investimento de 
lucros retidos na empresa ou participação de novos sócios. 
 
Com a entrada de novos investidores (sócios), uma empresa ganha condição de obter 
novos recursos não exigíveis, distribuindo parte dos lucros da companhia aos novos sócios sob 
a forma dos dividendos, gerando empregos, renda e movimentando a economia. O fluxo de 
negócios de uma economia pode ser resumido da forma abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao oferecer seus produtos e serviços no mercado (interno e externo) as empresas o 
fazem com o objetivo de obterem lucros na execução de suas atividades. Além disso, toda 
empresa tem, como metas, alcançar uma maior participação no mercado e expandir suas 
receitas e lucros. Em outras palavras, o crescimento dos lucros está relacionado aos 
investimentos realizados pela empresa. 
 
A bolsa de valores, através do processo de abertura de capital tem um papel 
fundamental na captação dos investimentos necessários ao crescimento das empresas em um 
país. Quanto mais desenvolvido é o mercado de capitais de uma economia mais desenvolvido 
e dinâmico é o país. 
 
 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
3.2 – O que é uma ação 
Quando você adquire uma ação, está automaticamente fazendo parte de um negócio, 
tornando-se co-proprietário da empresa da qual é acionista, participando dos seus lucros. 
Portanto, ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas que 
representam uma fração do capital da empresa que as emitiu. 
 
As ações podem ser de dois tipos: 
 
Ordinárias (ON) – concedem àqueles que as possuem o poder de voto nas assembléias 
deliberativas da companhia. 
 
Preferenciais (PN) – oferecem preferência na distribuição de resultados da empresa ou no 
reembolso do capital em caso de liquidação da companhia. 
 
Classes de ações – As companhias podem emitir diferentes classes de ações PN (A,B,C...Z). 
Cada classe possui uma característica distinta e valores diferenciados de dividendos. Tais 
especificações são explicitadas no estatuto social da empresa. 
 
Units –são “pacotes de ações” com a combinação de vários tipos de ações em um único ativo 
do tipo: 6 ações ON e 5 ações ON para cada uma das units. As especificações de cada unit são 
descritas no estatuto social das companhias. 
 
O código de uma ação é formado por quatro letras que fazem menção ao nome da empresa e 
por uma letra que identifica o tipo de ação, conforme mostra o quadro abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 – Por que as empresas abrem o capital 
A maioria das empresas conhecidas no Brasil e no mundo tem suas ações negociadas 
na Bovespa. Para se tornar sócio, por exemplo, da companhia que produz a gasolina que você 
usa no seu carro, basta comprar ações desta empresa por meio de uma corretora. 
 
Para que empresas como Banco do Brasil, Vale e Petrobras tivessem suas ações 
negociadas na Bovespa tiveram que abrir o capital. Por que estas empresas abriram o capital? 
Os motivos não são simples de serem justificados. Porém, podemos listar algumas das 
principais vantagens que as levam a fazer isso: . 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 A empresa passa a ter maior acesso a recursos para realizar investimentos importantes 
para seu crescimento. 
 Utilização das ações como forma de pagamento em aquisições de concorrentes, 
facilitando o processo de fusão de grandes empresas que normalmente resultam em 
ganhos de eficiência e maiores lucros. 
 Criação de um referencial constante de avaliação do negócio em relação aos 
concorrentes. 
 Melhoria da imagem institucional de empresa, fortalecendo o relacionamento com 
seus públicos. 
 Reestruturação empresarial. 
 
3.4 –Como as empresas abrem o capital 
Uma vez que os sócios julguem que a abertura de capital pode trazer benefícios, há um 
conjunto de etapas a serem percorridos antes, durante e após o processo de abertura de 
capital da empresa: 
 
1- Analisar a conveniência da abertura de capital. 
2- Escolher o intermediário financeiro. 
3- Preparar a documentação estatutária. 
4- Organizar apresentações sobre a empresa ao mercado. 
5- Executar a colocação das ações para negociação na Bovespa. 
6- Cumprir com as exigências de uma companhia aberta no que diz respeito a 
divulgação de informações sobre a empresa, conforme exigido pela legislação. 
 
O primeiro procedimento para uma empresa abrir o capital é entrar com um pedido de 
registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Junto desse pedido 
as empresas também solicitam à CVM autorização para realizar uma venda de ações ao 
público, conhecida como distribuição pública de ações. Essa emissão é chamada de Oferta 
Pública de Ações (OPA). Além disso, é solicitado o registro da empresa junto a Bovespa para 
que as ações possam ser admitidas para negociação nos mercados primário e secundário, 
organizados pela bolsa. 
 
Os novos sócios da empresa podem ser pessoas físicas, clubes de investimento, 
investidores institucionais (grandes fundos de investimento), instituições financeiras, 
investidores estrangeiros e pessoas jurídicas. Cabe ressaltar que a grande presença de pessoas 
físicas contribui para que a empresa consiga vender suas ações para um público mais disperso 
de investidores, melhorando as condições de liquidez quando as ações forem admitidas para 
negociação na Bovespa. 
 
3.5 –Tipos de ofertas públicas de ações 
As ofertas públicas de ações podem ser primárias e/ou secundárias. Na oferta primária 
a empresa emite e vende novas ações ao mercado. Neste caso, o vendedor é a própria 
companhia e assim os recursos obtidos na distribuição são integralmente canalizados para a 
empresa. Em uma distribuição do tipo secundária quem vende as ações é o próprio 
empreendedor e/ou alguns de seus sócios. Portanto, são ações já existentes que estão sendo 
vendidas. Entretanto, independentemente do tipo de distribuição, uma oferta pública de 
ações amplia o quadro de sócios da empresa com os compradores das ações. Os novos 
investidores passam a ser parceiros e proprietários de uma parte da companhia. 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
3.6 – Mercados primário e secundário 
O lançamento das ações é feito através do mercado primário. As empresas ocorrem 
ao mercado primário para captar os recursos que necessitam, visando ao financiamento de 
seus projetos de expansão. Já no mercado secundário, ocorre a negociação dos títulos 
adquiridos no mercado primário, proporcionando ao investidor a liquidez necessária para 
trocar/sair de suas aplicações em ações quando quiser. 
 
Em resumo 
 
•Redução do custo de capital. 
 
EMPRESA: 
 
 
 
 
 
 
 
INVESTIDOR: 
 
 
 
 
 
 
PAÍS: 
•Diluição do risco com a entrada de novos sócios. 
•Viabilização de projetos de investimento 
•Referencial de avaliação via mercado. 
•Fortalecimento Institucional. 
 
 
 
•Participa de negócios rentáveis. 
•Tem acessoa uma forma de poupança que tende a render 
mais a longo prazo. 
•Tem acesso a informações detalhadas sobre seu 
empreendimento. 
 
 
 
•Mais investimentos estimulam toda a economia: 
INVESTIMENTOS / EMPREGOS / RENDA / POUPANÇA 
•Uma bolsa forte estimula a economia, criando um círculo 
virtuoso. 
 
 
3.7 – Direitos e benefícios do acionista 
Como vimos, ao adquirir ações de uma empresa, o investidor passa a ser proprietário 
de uma parte dos lucros desta companhia. A seguir, listamos as principais formas de 
remuneração ao acionista de uma companhia aberta. 
 
Dividendo – é o valor distribuído aos acionistas, em dinheiro, na proporção da quantidade de 
ações possuídas, resultante dos lucros obtidos pela empresa em um determinado período. 
Pela lei das sociedades anônimas (Lei 6.404/76 das S.A) é obrigatório a distribuição de um 
dividendo mínimo de 25% do lucro líquido apurado pela empresa no exercício social anterior 
(mês, trimestre ou ano). A periodicidade da distribuição de dividendos é definida pela 
Assembléia Geral Ordinária (A.G.O), que também determina qual a parcela de lucro a ser 
distribuída sob a forma de dividendo, obedecendo aos interesses da empresa. Uma vez 
definido pela A.G.O o dividendo é divulgado ao mercado com as datas e valores a serem 
distribuídos aos acionistas. 
 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Data com - data limite para os investidores comprarem a ação tendo direito de receber os 
dividendos 
 
Exemplo. 
 
Código Tipo Provento Valor (R$) Data "Com" 
 
BMIN4 Juros capital próprio 0,005000 20/01/09 
 
MERC4 Juros capital próprio 0,162000 20/01/09 
 
AMBV3 Juros capital próprio 0,390000 14/01/09 
 
Data “ex” – data a partir da qual os ativos são negociados sem os dividendos distribuídos. 
 
 
 
Apurando os ganhos com a empresa: 
 
Para calcular o quanto seu investimento ou a ação que você comprou esta rendendo 
basta usar a seguinte fórmula: 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juros sobre capital próprio (JSCP) – são reservas de lucros apresentados em exercícios 
anteriores que ficaram retidos na empresa e são distribuídos aos acionistas. O volume a ser 
distribuído bem como as datas são definidos pela Assembléia Geral Ordinária da empresa. 
 
Bonificação –corresponde à distribuição gratuita de novas ações para os atuais acionistas. 
Eventualmente, a bonificação pode ser distribuída aos acionistas sob a forma de dinheiro. 
 
Direitos de subscrição - é o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas – com 
preferência na subscrição – em quantidade proporcional às já possuídas, em contrapartida à 
estratégia de aumento de capital da empresa. 
 
Instrumentos de controle de liquidez – (Sem ganho/prejuízo para o investidor) 
 
 
 
 
 
 
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Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Desdobramento (SPLIT) - aumento da quantidade de ações no mercado, sem alteração no 
capital social da empresa, com o objetivo de aumentar a liquidez no mercado. Na prática, um 
desdobramento se processa da seguinte maneira na sua carteira de investimentos: 
 
 
Grupamento (INPLIT) - Processo inverso ao desdobramento (SPLIT) 
 
3.8 – Participantes do mercado de capitais 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) 
 
Em linhas gerais, o sistema financeiro de um país pode ser definido como um conjunto 
de instituições (normativas, regulatórias e executivas) que se dedica- ao trabalho de propiciar 
condições ótimas para a manutenção de um fluxo de recursos constante entre poupadores e 
investidores. 
 
Por exemplo, uma usina siderúrgica que tem como projeto a expansão de seus 
negócios através da construção de uma nova fábrica. Como o volume de recursos necessários 
para a execução deste projeto é consideravelmente alto, essa empresa recorre ao mercado 
financeiro para a captação destes recursos. Sem a existência de um mercado que atue como 
facilitador desta captação a siderúrgica estaria diante de um grande impasse. Devido à 
necessidade de captar grandes somas de dinheiro para financiar o projeto de expansão, ficaria 
praticamente impossível a captação de tal volume, uma vez que sem os mercados financeiros, 
o dinheiro, muito provavelmente, estaria disperso nas mãos de muitos poupadores, tornando 
os custos de transação muito altos. Do lado dos investidores, a dificuldade em obter 
informações sobre a solidez da empresa, bem como sobre a efetiva aplicação dos recursos no 
projeto de expansão, seria muito arriscado aplicar seu capital em um negócio com tantas 
incertezas. 
 
O Sistema Financeiro Nacional surge como catalisador do processo de encontro entre 
poupadores e investidores. Sua estrutura legal e operacional tem por objetivo possibilitar a 
siderúrgica citada acima a captação do dinheiro a um custo mais baixo. Para os investidores, o 
Sistema Financeiro atua como uma espécie de fiador do negócio, dando a credibilidade e a 
transparência necessárias a aumentar a confiança do investidor ao aplicar suas economias na 
empresa em questão. 
 
Podemos concluir que o mercado financeiro pode ser considerado como elemento 
dinâmico do processo de crescimento econômico, uma vez que permite a elevação das taxas 
de poupança e do nível de investimentos do país. Confira os principais participantes do 
 
 
 
 
11 
Ação Quantidade Preço Valor 
PETR4 1000 R$ 85,00 R$ 85.000,00 
DESDOBRANMENTO 1 X 2: Cada ação PETR4 se torna duas 
ações da PETR4. A quantidade e o preço ficam divididos por 2. 
PETR4 2000 R$ 42,5 R$ 85.000,00 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
mercado de capitais, um segmento específico do mercado financeiro, do qual fazem parte as 
bolsas de valores e as sociedades corretoras de valores. 
 
Conselho Monetário Nacional (CMN) – é o responsável pela fixação das diretrizes da política 
monetária, fiscal, creditícia e cambial do país. É o órgão deliberativo máximo do SFN, sendo um 
importante conselho de políticas econômicas do Brasil. 
 
Banco Central do Brasil (BACEN) - é a entidade criada para atuar como órgão executivo do 
Sistema Financeiro Nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as 
disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. Além 
disso, tem a importante função de controlar a liquidez do sistema financeiro. Atua também, 
em conjunto com a CVM e com a própria Bovespa na fiscalização dos negócios realizados pelas 
corretoras de valores. Para mais informações, acesse www.bcb.gov.br 
 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – autarquia especial vinculada ao Ministério da 
Fazenda que tem a função de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de capitais. Criada 
em 1976, assegura o exercício de práticas legais e atua para inibir qualquer tipo de 
irregularidade no mercado. Além disso, é responsabilidade da CVM criar políticas e iniciativas 
capazes de promover o desenvolvimento do mercado. Para mais informações, acesse 
www.cvm.gov.br 
 
Bolsas de valores – exercem o papel de oferecer um mercado para a cotação/negociação dos 
títulos nela registrados. Além disso, orienta e fiscaliza os serviços prestados por seus membros 
(as sociedades corretoras de valores) e facilita a divulgação constante de informações sobre as 
empresas e sobre os negócios sob seu controle. Propiciam liquidez às aplicações de curto e 
longo prazo, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. 
Para mais informações, acesse www.bovespa.com.br 
 
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – é a empresa responsável pela 
compensação, liquidação e controle de risco das operações realizadas na Bovespa nos 
mercados à vista e de liquidação futura e pelo registro e liquidação das operações dos 
empréstimos de títulos (o BTC). Além disso, a CBLC assumiu o serviço de custódia das ações 
negociadas na Bovespa , podendo serconsiderada a depositária central do mercado de ações 
no Brasil. Para mais informações, acesse www.cblc.com.br 
 
Sociedades Corretoras de Valores – são instituições financeiras devidamente credenciadas 
pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas próprias bolsas de 
valores e somente elas estão habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. Podem ser 
definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens determinadas por seus 
clientes, além de prestarem uma série de serviços aos investidores e às empresas tais como: 
 
 Orientação para a seleção de investimentos. 
 Intermediação de operações de câmbio. 
 Assessoria de empresas na abertura de capital, entre outros. 
Somente as corretoras de valores estão autorizadas a realizar operações no pregão da Bovespa 
. Para mais informações, acesse www.uminvestimentos.com.br 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Investidores – toda essa estrutura do sistema é constantemente aperfeiçoada para que o 
Sistema Financeiro possa se aprimorar na sua função de promover o crescimento econômico 
através da aproximação de poupadores e investidores. Conhecer o papel de cada um desses 
participantes do mercado é fundamental para que você tenha mais segurança na hora de 
investir. O esquema abaixo mostra como os participantes do mercado interagem em uma 
operação de compra de Petrobrás (PETR4): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORDEM 
DE COMPRA 
 
 
 
 
COMPRA 
Ativo: PETR4 
Quant: 1.000 
Preço: R$ 35,00 
ORDEM 
DE VENDA 
 
 
 
 
 
VENDA 
Ativo: PETR4 
Quant: 1.000 
Preço: R$ 35,00 
 
 
3.9 – Governança corporativa 
 
3.9.1 - Por que é bom para o investidor? 
Imagine-se escolhendo um imóvel para você e sua família ou então comprando seu 
primeiro carro. O que você deve considerar na hora de tomar sua decisão? No primeiro caso, 
certamente fatores como segurança, localização do imóvel, proximidade com a escola dos seus 
filhos, tranquilidade da rua e/ou do bairro são extremamente importantes na hora da decisão. 
Para a compra do carro, fatores como consumo, valor do IPVA, seguro serão bastante 
analisados antes de fechar negócio. Em ambos os casos, você pode tranquilamente visitar a 
casa que pretende comprar e conferir se o imóvel atende às suas exigências, bem como pode 
ir a várias concessionárias de automóveis da sua cidade em busca do carro ideal. Sendo assim, 
você confere a veracidade das informações que o anúncio da casa ou do carro apresenta e 
toma a decisão com base nas suas observações. 
 
Agora, imagine se seria possível visitar todas as empresas de capital aberto do Brasil 
em busca da empresa ideal para investir seu dinheiro. Ainda que você dispusesse de tempo 
para tal empreitada, os custos desta operação seriam bastante elevados. Sendo assim, o que é 
necessário para avaliar se uma empresa atende ou não as suas expectativas de investimento? 
 
 
 
13 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Será que a empresa em que estou investindo está alinhada aos meus interesses como 
acionista? Os controladores desta empresa estão interessados no crescimento da empresa ou 
apenas em seu enriquecimento? Esta empresa respeita o meio ambiente? 
 
As respostas para essas e muitas outras questões serão encontradas no nível de 
governança corporativa que essas empresas têm na execução de suas operações. Segundo o 
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um sistema 
pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, 
Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas 
práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, 
facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. Uma boa governança 
corporativa é importante para todos os tipos de investidores. 
 
Grandes instituições atribuem à governança corporativa o mesmo peso que aos 
indicadores financeiros quando avaliam decisões de investimento. Estudos comprovam que 
investidores profissionais se dispõem até mesmo a pagar mais caro para investir em ações de 
empresas com altos padrões de governança. Em sua essência a governança corporativa tem 
como principal objetivo recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada empresa 
para os seus acionistas. 
 
3.9.2 - Níveis de governança corporativa 
Para orientar o investidor sobre os padrões de governança corporativa das empresas 
listadas, a Bovespa estabeleceu princípios de governança corporativa a serem seguidos pelas 
empresas, definindo níveis diferenciados de transparência de informações e respeito ao 
acionista minoritário. Vale ressaltar que a adesão a esses níveis é voluntária e deve ser 
assinada pelos administradores das empresas e pela Bovespa, obrigando a empresa a cumprir 
com as obrigações descritas por cada nível assumido. 
 
A Bovespa não registra automaticamente as empresas nos níveis 1,2 e 3 (novo 
mercado), mesmo que, voluntariamente, as companhias atendam a todos os requisitos de 
listagem em um desses segmentos. É necessária a assinatura do Contrato de Adoção de 
Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa relativo ao compromisso assumido, 
celebrado entre, de um lado, a Bovespa e, do outro, a companhia, os administradores e o 
acionista controlador. 
 
Nível 1 – Principais características: 
 
 Abertura da posição acionária por espécie e classe de qualquer acionista que detiver 
mais de 5% das ações de cada espécie e classe do capital social, de forma direta ou 
indireta, até o nível de pessoa física. 
 Quantidade de ações em circulação, por espécie e classe, e sua porcentagem em 
relação ao total das ações emitidas. 
 Para melhorar a liquidez e a pulverização das ações da Companhia no mercado 
secundário, o regulamento exige que a empresa mantenha um percentual mínimo de 
25% de ações em circulação. 
 
Nível 2 – Principais características: 
 
 Todas as exigências do nível 1. 
 
 
 
14
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 Direito de voto para os detentores de ação PN nos casos de transformação, cisão ou 
incorporação da companhia. 
 Em caso de venda do controle acionário o comprador garante aos detentores de ações 
preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito, no mínimo, 80% do valor pago 
às ações ordinárias. 
 A empresa deve realizar ao menos uma reunião pública anual com analistas e outros 
interessados para apresentar a sua situação econômico-financeira, projetos e 
perspectivas. 
 
Nível 3 (novo mercado) – Principais características: 
 
 Todas as exigências do nível 2. 
 A empresa deve ter e emitir exclusivamente ações ordinárias, tendo todos os 
acionistas o direito de voto. 
 Em caso de venda do controle acionário, o comprador estenderá a oferta de compra a 
todos os demais acionistas, assegurando-se do mesmo tratamento dado ao 
controlador vendedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
4 – Participando do mercado 
 
4.1 Formas de investimento coletivo 
Existem duas formas de atuar no mercado de ações. A primeira delas é através de 
formas coletivas de investimento. Os instrumentos mais conhecidos de aplicação coletiva são 
os clubes e os fundos de investimento. Ambos têm o objetivo de criar uma carteira de 
investimentos com base na união de recursos de vários investidores. Os clubes de 
investimento são importantes instrumentos de entrada de novos investidores no mercado, 
apesar de serem um pouco mais limitados que os fundos no que diz respeito à 
profissionalização da forma de captação e nas operações disponíveis a cada um deles. Confira 
as característicasde cada uma dessas formas coletivas de investimento. 
 
4.1.1 Clubes de investimento 
 
Clube de Investimento é uma comunhão de recursos de pessoas físicas - no máximo 
150 participantes, salvo exceções previstas na regulamentação administrada profissionalmente 
por instituição credenciada pela CVM. 
 
O funcionamento dos clubes de investimento obedece a normas da CVM, da Bovespa e 
de um Estatuto Social Estatuto Social próprio, que determina seus principais aspectos e só 
pode ser alterado por decisão dos participantes em Assembléia Geral, que tem poderes para 
decidir sobre todas as matérias relativas aos interesses do clube. 
 
A carteira dos clubes de investimento deve ser composta por, no mínimo, 51% em 
ações, bônus de subscrição e debêntures conversíveis em ações de companhias abertas, 
adquiridas em bolsas de valores ou mercado de balcão organizado. 
 
A grande vantagem dos clubes em relação aos fundos de investimento reside na 
possibilidade de seus membros participarem da gestão da carteira que pode ser realizada por 
pessoa diferente do administrador do clube ou ser exercida, isoladamente ou em conjunto, 
por: representante dos condôminos, pessoas físicas ou jurídicas contratadas ou entidade 
integrante do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários (Sociedades Corretoras, 
Distribuidoras, Bancos de Investimento, etc) 
 
4.1.2 Fundos de investimento 
 
Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de 
investidores (cotistas), com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de 
uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Os cotistas do fundo de investimento 
compartilham dos mesmos interesses e objetivos ao investir no mercado financeiro e de 
capitais.Funciona exatamente como um condomínio de apartamentos, onde cada condômino 
é dono de uma cota (um apartamento) e todos pagam a um terceiro para administrar e 
coordenar as tarefas do prédio (jardineiro, pessoal da limpeza, porteiro, manutenção de 
elevadores etc.). Neles são estabelecidas as regras de funcionamento (horário de 
funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas dependências dos 
apartamentos, entre outras). Essas regras são seguidas por todos os moradores, sem exceção. 
 
 
 
 
16
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Assim como num condomínio, num fundo de investimentos os cotistas (os moradores) 
compram uma quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a um 
terceiro (o administrador) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no 
mercado. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de 
funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc.), e passa a ter os mesmos direito dos 
demais cotistas, independente da quantidade de cotas que cada um possui. 
 
O quadro abaixo resume as principais caracterísiticas de um fundo e um clube de 
investimentos. 
 
 
FUNDO CLUBE 
ACEITA APLICAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS EXCLUSIVOS PARAPESSOA FÍSICA 
NÚMERO DE COTISTAS ILIMITADO MÍNIMO 3 E MÁXIMO DE 150 COTISTAS 
LIMITE MÍNIMO DE APLICAÇÃO OBRIGATÓRIO SEM LIMITE MÍNIMO DE APLICAÇÃO 
OBRIGATORIEDADE DE PATRIMÔMIO LIQUIDO SEM PATRIMÔNIO LIQUIDO OBRIGATÓRIO 
 
OBRIGATORIEDADE DE PUBLICAÇÃO DE BALANÇOS NÃOHÁ OBRIGATORIEDADE DE PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
 
SÓ PODE SER ADMINISTRADO POR EMPRESAS HABILITADAS PODESER ADMINISTRADO PELOS PRÓPRIOS SÓCIOS OU PELA SOCIEDADE 
CORRETORA 
 
 
4.2 Formas de investimento individual 
 
Os investidores devem comprar ou vender ações emitidas por companhias abertas 
através das corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários - sociedades integrantes do 
sistema de distribuição de valores mobiliários que possuem registro na CVM. O processo é 
bem simples e demora, em média, de três a cinco dias até que uma conta esteja aberta. O 
primeiro passo é escolher uma corretora autorizada a operar pelos orgãos reguladores do 
mercado. Em seguida, o investidor preenche o cadastro com os dados pessoais, anexa os 
documentos exigidos pela corretora e encaminha a documentação. Com o cadastro aprovado, 
já é possível enviar as ordens de compra e venda através da corretora (via telefone, e-mail,msn 
ou qualquer meio que possa registrar o envio da ordem pelo cliente) ou mesmo pela internet, 
utilizando a ferramenta do Home Broker. 
 
4.2.1 Home Broker 
É o sistema das corretoras que permite o acesso das pessoas físicas (seus clientes) à 
plataforma de negociação eletrônica da Bovespa pela internet. Para utilizar o sistema, o 
investidor precisa ser cliente de uma corretora membro da Bovespa que possua o sistema 
Home Broker, que permite que investidores enviem ordens de compra e venda de ações pelo 
site de sua Corretora. 
 
Dentre as principais vantagens do home broker, podemos citar: 
 
 
 
 
 
17
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 Possibilidade de consulta em casa ou no escritório das posições financeiras e de 
custódia. 
 Envio de ordens imediatas ou programadas, de compra e venda de ações, no mercado 
à vista (lote padrão e fracionário) e no Mercado de Opções (compra e venda de 
opções). 
 Acompanhamento imediato da carteira de ações. 
 Acesso às cotações on line. O investidor pode ter acesso às cotações (preços) das 
ações, porém, com algum atraso (cerca de 15 minutos). Assim, é recomendável que o 
investidor compare as cotações existentes em outras corretoras, em função do lapso 
de tempo que pode ocorrer entre uma divulgação e outra. 
 Recebimento, com maior rapidez, da confirmação das ordens executadas. 
 Resumo financeiro de todas as operações executadas e suas respectivas notas de 
corretagens. 
 
Home Broker Um Investimentos 
 
TELA INICIAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Home Broker Um Investimentos 
 
Página de cotações em tempo 
real. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Home Broker Um Investimentos 
 
Página de gráficos em tempo real. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 O pregão da Bovespa 
Atualmente o pregão da Bovespa é totalmente eletrônico. As ordens dos clientes das 
corretoras são repassadas pelos operadores de mesa, por terminais conectados a bolsa ou 
pelos sistemas de home broker. Todas estas ordens são encaminhadas para o mega bolsa, 
sistema desenvolvido e operado pela Bovespa que se encarrega de fechar os negócios e 
informar as corretoras. Os horários de negociação da Bovespa são os seguintes: 
 
Horário normal 
 
Pregão regular: 10h às 17h 
 
After Market: 17h45 às 19h 
 
Horário de verão 
 
Pregão regular: 11h às 18h 
 
After Market: 18h45 às 19h30 
 
After Market é uma extensão do pregão regular, sendo muito importante para os pequenos e 
médios investidores, permitindo o envio de ordens fora do período regular de negociação. O 
limite de ordens enviadas por cada investidos é de R$ 100.000,00 e os preços dessas ordens 
nesse período não podem ter variação positiva ou negativa de 2% em relação ao preço de 
fechamento do pregão diurno. 
 
4.4 Formação de preços 
O processo de formação de preços é determinado pelas interações entre oferta e 
demanda por um determinado ativo, com o objetivo de se estabelecer o preço justo de uma 
 
 
 
19 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
ação em um determinado momento (minuto, hora, dia, mês, ano...). Na medida em que 
muitos vendedores se posicionam no mercado, os preço tendem a cair, iniciando um processo 
de desvalorização do ativo, devido a entrada de muitas ordens de venda em contrapartida a 
poucas ofertas de compra de uma ação. Na linha inversa, na medida em que muitos 
compradores se posicionam no mercado, com muitas ordens de compra, inicia-se um processode valorização do ativo. 
 
Toda essa movimentação pode ser influenciada por notícias sobre o mercado, 
informações sobre os negócios da empresa, entre outros. Cada oferta é registrada de forma a 
facilitar o fechamento dos negócios. Entre os compradores, as primeiras posições são 
destinadas àqueles que desejam pagar um preço mais alto pelo ativo. Já entre os vendedores, 
as primeiras colocações são ocupadas por aqueles que estiverem dispostos a se desfazer do 
papel pelo preço mais baixo. Tais informações são registradas no book de ofertas. 
 
4.4.1 O book de ofertas 
É sistema que registra todas as ordens de compra e venda de ações no pregão da 
Bovespa. As ordens são registradas conforme o horário em que foram efetuadas, a quantidade 
de ações e o preço de compra ou venda desejeado. 
 
Livro de 
ofertas do 
ativo PETR4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mercado integral (lote padrão) – um lote de ações representa uma determinada quantidade 
de títulos de características idênticas, sendo o lote padrão uma quantidade de ações 
determinadas pelas bolsas de valores. Pode ser negociado de 10 em 10, 100 em 100, 1000 em 
1000 ações etc. 
 
Mercado fracionário – representa qualquer quantidade de ações negociadas em frações 
inferiores ao lote padrão. São negociadas por exemplo, de 4 em 4, 45 em 45. 
 
 
 
 
20 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 
Livro de ofertas do ativo 
PETR4 no mercado 
fracionário. Repare as 
quantidades negociadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4.2 Controles do investidor 
NOTA DE CORRETAGEM 
 
Nota de corretagem: 
 
É a “nota fiscal” da realização da operação. Gerada automaticamente toda 
vez que ocorre uma operação em qualquer um dos mercados da Bovespa. 
 
Pode ser acessada via Home Broker 
 
 
 
 
ANA 
 
Aviso de negociação de ações: (BOVESPA) 
 
Documento que mostra todos os negócios nos mercados da Bovespa no 
período quinzenal. 
 
Enviado para o endereço do investidor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
 
Extrato CBLC: 
 
Documento que mostra sua posição de custódia no último dia do mês. Enviado 
mensalmente para o investidor. 
 
Enviado para o endereço do investidor. 
 
 
 
4.5 Custos operacionais tributação 
Corretagem - valor pago pelo cliente à Sociedade Corretora pela execução de ordem de 
compra e venda de ativos. 
 
As operações no mercado à vista estão sujeitas à taxa de corretagem, que incide sobre 
o movimento total (compras mais vendas), ou seja, pela intermediação dos negócios realizados 
pela corretora em nome do cliente em um mesmo dia de negociação na mesma corretora. 
Além das taxas de corretagem, toda operação gera o pagamento de emolumentos, conforme 
tabela divulgada pela Bovespa em seu site. O valor cobrado a título de emolumentos pode 
variar de acordo com o mercado em que a operação foi executada (à vista, termo, opções etc.) 
 
Segue a tabela de corretagem sugerida pela Bovespa às sociedades corretoras. 
 
 
TABELA BOVESPA 
Início Fim % Fixo 
R$ - R$ 135,05 0,00% R$ 2,70 
R$ 135,06 R$ 498,61 2,00% R$ - 
R$ 498,62 R$ 1.514,68 1,50% R$ 2,49 
R$ 1.514,69 R$ 3.029,37 1,00% R$ 10,06 
R$ 3.029,38 Acima 0,50% R$ 25,21 
 
 
 
Tributação – valor recolhido pelo investidor ao governo federal em virtude de ganho líquido na 
venda de ações. 
 
A alíquota que incide sobre os ganhos com operações no mercado de ações é de 15%. 
O imposto deverá ser pago caso a soma de todas as vendas no mês ultrapasse R$ 20 mil. A 
apuração deve ser mensal. Operações de compra e venda de ações no mesmo dia, atividade 
conhecida como day-trade, pagam 20% de imposto sobre os ganhos e 1% na fonte. O imposto 
vence no último dia do mês seguinte ao da venda das ações e deve ser pago através de 
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) com o código 6015. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Para se obter a base de cálculo, é necessário subtrair do valor da alienação, líquido 
das despesas operacionais (corretagem e emolumentos) o custo de aquisição das ações 
vendidas e somá-lo ao custo das despesas operacionais. (essa conta está certa mesmo) 
 
Exemplo 1 – Compra por preço único 
 
1.1 - Compra 
Se um determinado investidos compra 10 mil ações da empresa ABC ao custo unitário de 
R$ 3,00, tem um investimento de R$ 30.000,00. Somando com as despesas incorridas na 
operação de compra (R$150,00) tem-se o valor total do custo de aquisição de R$ 
30.150,00 
1.2 – Venda 
Se o mesmo investidor decide vender as 10mil ações da empresa ABC pelo valor unitário 
de 3,50, tem-se um total de R$ 35.000,00. Para calcular o valor líquido da venda efetuada 
é necessário subtrair as despesas incorridas na venda (R$ 175,00), tendo um valor líquido 
da venda de R$ 34.825,00 
 
1.3 – Cálculo do imposto 
 
 
 
Se CG > 0 – Aplica-se alíquota de 15% sobre CG 
 
 
 
Ganho total: R$ 4.624,58 / Alíquota (15%) – Imposto a ser pago : R$ 693,68 
 
1.3 - Recolhimento do imposto: O imposto é recolhido em bases mensais, caso o valor das 
compras e vendas ultrapasse o valore de R$ 20.000,00 com ganho de capital. 
 
Exemplo 2 – Compras por preços diferentes 
 
2.1 Compra – 10.000 ações da empresa ABC pelo preço unitário de R$ 3,50 = R$ 35.000,00. 
Mais a compra de outras 8.000 ações da mesma empresa ao preço unitário de R$ 3,80 = R$ 
30.400,00. Despesas incorridas com as compras = R$ 450,00. Custo de aquisição das 18.000 
ações = R$ 65.850,00, com custo médio ponderado de R$ 3,66, por ação. 
 
2.2 - Venda - 5.000 ações da empresa ABC pelo valor unitário de R$ 4,20 = R$ 21.000,00. 
Despesas incorridas R$ 145,00, resultando em um valor líquido de R$ 20.855,00, ou R$ 4,17 
por ação. Lucro apurado (5.000 x 4,17 menos 5.000 x 3,66) = R$ 2.550,00. 
 
2.3 Imposto apurado: R$ 2.550,00 à alíquota de 15% = Imposto apurado de R$ 382,50, que 
deverá ser pago até o último dia do mês subseqüente ao da venda, mediante DARF, com o 
código nº 6015. 
 
2.4 – Tratamento do Estoque:Controle do saldo das ações em estoque (13.000 ações ao preço 
médio ponderado de R$ 3,66) R$ 47.580,00. 
 
 
 
23
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
5 – Os mercados da BM&F Bovespa 
 
5.1. Índice de mercado 
Os índices são indicadores de desempenho de um conjunto de ações, ou seja, mostram 
a valorização de um determinado grupo de papéis ao longo do tempo. Os preços das ações 
podem variar por fatores relacionados à empresa ou por fatores externos, como o crescimento 
do país, do nível de emprego e da taxa de juros. Sendo assim, a variação do índice espelha a 
tendência da bolsa - de alta ou de baixa - em um determinado período (dia, semana, mês, 
ano). Os índices de ações servem como um termômetro para o mercado, pois as ações tendem 
seguir um movimento em grupo, desvalorizando-se ou valorizando-se conjuntamente. 
Geralmente, um índice engloba as ações mais negociadas no mercado a que se refere. 
 
Listamos alguns dos principais índices de mercado do Brasil e do Mundo. 
 
IBOVESPA - O Índice Bovespa (Ibovespa) é o mais importante indicador do desempenho médio 
das cotações das ações negociadas na Bovespa. É formado pelas ações com maior volume 
negociado nos últimos meses. Trata-se de uma carteira teórica de ações que representa não 
somente o comportamento médio dos preços, mas também o perfil das negociações - do 
mercado à vista - observadas nos pregões. Essas ações, em conjunto, representam 80% do 
volume transacionado nos doze meses anteriores à formação da carteira. Como critério 
adicional, exige-se que a ação apresente, no mínimo, 80% de presença nos pregões do 
período. Portanto, o critério de corte é a liquidez do papel. Para que sua representatividade se 
mantenha ao longodo tempo, a composição da carteira teórica é reavaliada a cada quatro 
meses. Essa reavaliação é feita com base nos últimos 12 meses em que são verificadas 
alterações na participação de cada ação. 
 
DOW JONES INDUSTRIAL AVERAGE (DJIA) - É um índice criado em 1896 pelo editor do “The 
Wall Street Journal”, Charles Dow. É o segundo mais antigo índice dos Estados Unidos. O 
cálculo deste índice é bastante simples e é baseado na cotação das 30 das maiores e mais 
importantes empresas dos Estados Unidos. As empresas que compõe o índice DJIA são 
ocasionalmente substituídas para acompanhar as mudanças do mercado. De todas as 
empresas que compunham o índice DJIA inicial, somente General Electric permanece 
compondo o índice atualmente. Em 1999, empresas como Intel e Microsoft começaram a 
compor o índice. 
 
NASDAQ - O National Association of Securities Dealers Automated Quotations (NASDAQ) é 
uma bolsa de valores eletrônica, constituída por um conjunto de corretores conectados por 
um sistema informático. Essa bolsa lista mais de 3.200 ações de diferentes empresas, em sua 
maioria de pequena e média capitalização. Caracteriza-se por compreender as empresas de 
alta tecnologia em eletrônica, informática, telecomunicações, biotecnologia etc. O índice 
representa todos os ativos listados na NASDAQ, tendo como ponderação o valor de mercado 
das empresas. 
 
S&P 500 - índice elaborado pela consultoria americana Standard & Poor´s, que reflete o 
desempenho na Bolsa de Valores de Nova York. Um comitê da Standard & Poor`s elege as 500 
companhias líderes nos setores mais importantes da economia norte-americana para compor 
 
 
 
 
24
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
esse índice. Juntamente com o Dow Jones, o S&P 500 está entre os indicadores mais usados 
para acompanhar o mercado de capitais dos Estados Unidos. 
 
FTSE 100 - Representa um pool 100 ações representativas da Bolsa de Valores de Londres, 
visando detectar movimentos de alta ou baixa nas cotações. A FTSE é uma companhia 
independente de propriedade conjunta do jornal inglês The Financial Times e da London Stock 
Exchange. 
 
5.2 Bolsa de mercadorias e futuros BM&F 
Os contratos futuros surgiram como uma evolução dos contratos a termo, inicialmente 
ligados à necessidade do mercado de administrar os riscos de preço de produtos 
agropecuários no período de entressafra. Participantes do mercado, produtores e 
consumidores perceberam as vantagens de fixar, com antecedência, os preços dos produtos 
agropecuários para liquidação em datas futuras. 
 
Além de atrair investidores com o objetivo de proteção de preços, este mercado 
também atrai outros participantes como os especuladores e os arbitradores. Os especuladores 
são investidores que assumem posição de risco na expectativa de obter lucro. Os arbitradores 
são participantes que não se expõem ao risco. A estratégia do arbitrador baseia-se na 
possibilidade lucro frente a pequenas distorções de preços. Com a evolução dos mercados 
futuros, hoje a BM&F negocia mais do que commodities agrícolas, sendo um dos principais 
centros de negociação de futuros financeiros e de índices de ações de todo o planeta. 
 
Principais mercados da BM&F (hoje BM&F Bovespa) 
 
1. Agropecuários: boi, café, milho e soja. 
 
2. Financeiros: juros, inflação, câmbio e índices de ações. 
 
3. Energia e climáticos: ENERGIA elétrica, gás natural e crédito de carbono. 
 
_______________________________________________________________________ 
 
5.3 Índice futuro 
Como o foco deste curso é mostrar o investimento em renda variável através da 
aplicação em ações, o mercado da BM&F será mostrado a seguir através das negociações com 
contratos futuros de Ibovespa. 
 
Mercado Futuro é o contrato em que as partes, compradora e vendedora, se comprometem 
de comprar e/ou vender determinada quantidade e qualidade de um ativo financeiro ou ativo 
real, sendo que esses são representados contratos padronizados para liquidação física e/ou 
financeira, em uma data no futuro. No Mercado Futuro o valor dos contratos sofre ajustes 
diários. Essa estrutura permite a liquidação financeira diária de lucros e prejuízos das posições, 
possibilitando mudança de posições. 
 
No caso do mercado futuro de índice de ações, o ativo é uma cesta de ações. Para facilitar, a 
entrega física é substituída pela liquidação financeira. O Futuro de Ibovespa permite ao 
investidor a oportunidade de tomar decisões de investimento com base em sua opinião sobre 
a tendência global do mercado acionário. 
 
 
 
25
Débito na abertura: 
5.6 Aluguel de ações (operando “vendido”) 
(R$ 20.000,00) – MARGEM DE GARANTIA 
uma corretora autorizada pela Bovespa. Consiste na venda de um ativo (ou derivativo) que o 
CUSTÓDIA: 2.000 VALE5T 
(R$ por 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
5.4 Mercado à vista 
Operação em que as partes efetivamente compram e vendem um ativo. No mercado à 
vista da Bovespa a liquidação física (entrega dos títulos pelo vendedor) se processa no segundo 
dia útil após a realização do negócio e a liquidação financeira (pagamento dos títulos pelo 
comprador) é feita no terceiro dia útil posterior à negociação, somente mediante a liquidação 
física. 
 
5.5 Mercado a termo 
Alavancagem – É um determinado nível de utilização de recursos de terceiros para aumentar 
as possibilidades de lucro de uma operação, aumentando, consequentemente, o grau de risco 
da operação. 
 
O mercado a termo é o que as operações para liquidação são processadas em data 
futura. A realização de um negócio a termo é semelhante à de um negócio à vista, 
necessitando da intermediação de uma Sociedade Corretora, que executará a operação, em 
pregão, por um de seus representantes. É possível o acompanhamento das operações do 
mercado a termo, durante todo o pregão, pela rede de terminais da Bovespa. O preço a termo 
de uma ação resulta da adição, ao valor cotado no mercado à vista, de uma parcela 
correspondente a juros, que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do 
contrato. A operação a termo é garantida por um depósito de garantia na Companhia 
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), empresa responsável pela liquidação e controle de 
risco de todas as operações realizadas na Bovespa. O agente de compensação e a corretora, 
responsáveis pela operação a termo, poderão solicitar de seus clientes o depósito de garantias 
adicionais àquelas exigidas pela CBLC. 
 
Os principais usos do mercado a termo pelos investidores são a possibilidade do 
investidor de proteger preços de compra de uma determinada ação e a diversificação de risco 
com a utilização da alavancagem. O especulador também tem a possibilidade de ampliar seus 
ganhos a partir do mercado a termo, uma vez que esse possibilita a obtenção de recursos 
emprestáveis (doadores a termo) com o objetivo de aumentar os ganhos do especulador. 
 
Exemplo de operação a termo do ativo VALE5 
 
ATIVO: VALE5 
Quantidade: 2.000 
Preço a vista: R$ 50,00 
Financeiro: (R$ 100.000,00) 
Prazo: 30 dias 
Taxa: 0,96% - (R$ 960,00/2.000 = R$ 0,48) 
PT = PV + JUROS 
PT = R$ 50,00 + R$ 0,48 = R$ 50,48 
SITUAÇÃO 1 (D+30) 
PREÇO DA VALE5: R$ 55,00 (+10%) 
OPERAÇÃO: VENDA DE 2.000 VALE5 
CRÉDITO: R$ 110.000,00 
DÉBITO: (R$ 100.960,00) 
SALDO: R$ 9.040,00 
MARGEM: R$ 20.000,00 
SALDO FINAL: R$ 29.040,00 
 
SITUAÇÃO 2 (D+30) 
PREÇO DA VALE5: R$ 45,00 (-10%) 
OPERAÇÃO: VENDA DE 2.000 VALE5 
(R$ 100.000,00)*(20%) CRÉDITO: R$ 90.000,00 
DÉBITO: (R$ 100.960,00) 
Venda a descoberto – venda à vista de açõesSALDO:obtidas10.960,00)empréstimo, pelo investidor, e
m 
MARGEM: R$ 20.000,00 
Débito em D+30: (R$ 100.960,00) SALDO FINAL: R$ 9.040,00 
 
 
 
26 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
5.6 Aluguel de ações 
 
 
Consiste na venda de um ativo que o investidor não possui, como objetivo de lucrar na 
operação ao recomprá-lo por um preço mais baixo. 
 
Pela regra simples do lucro, para ser bem sucedido em uma operação é preciso 
comprar um ativo por um preço baixo e vendê-lo posteriormente por um preço mais alto. Isso 
pode ser resumido na expressão popular: “Comprar barato e vender caro”. Entretanto, a 
evolução do preço das ações segue tendências de mercado que variam de acordo com o 
tempo. O aluguel de ações permite ao investidor o ganho financeiro em períodos de queda do 
preço das ações através da operação de venda a descoberto. A operação é bem simples e pode 
ser resumida pela inversão da regra do lucro. Trata-se de “vender caro e comprar barato”. O 
instrumento pelo qual essa operação pode ser realizada é o Banco de Títulos da CBLC. 
 
O Banco de títulos da CBLC - é um serviço por meio do qual os investidores disponibilizam 
títulos para empréstimos e os interessados os tomam mediante aporte de garantias. A CBLC 
atua como contraparte no processo e garante as operações. 
 
A operação de empréstimo, em si, consiste na transferência de títulos da carteira do investidor 
para satisfazer necessidades temporárias de um tomador, que precisa de títulos para suporte 
de sua atividade de trading ou para fazer frente à falta de papéis na liquidação de operações 
de venda já realizadas. 
 
Os tomadores atuam por meio de Sociedades Corretoras, sob a responsabilidade de um 
Agente de Compensação. O tomador deve depositar margem de garantia na CBLC por meio do 
respectivo Agente de Compensação. O valor da margem é igual ao valor atualizado dos títulos, 
acrescido de um percentual definido pelo BTC. Esse percentual é fixado considerando-se a 
liquidez e a volatilidade dos títulos objeto do empréstimo. O valor das margens é 
acompanhado diariamente e recomposto, se necessário, na forma e nos prazos estabelecidos 
pela CBLC. O depósito das margens de garantia junto à CBLC e feito pela corretora em nome 
do cliente. 
 
Ativos disponíveis - são ativos elegíveis para as operações de empréstimo de títulos no BTC às 
ações emitidas por companhias abertas admitidas à negociação na BOVESPA. Os ativos devem 
estar depositados no Serviço de Custódia de Ativos da CBLC e estar livres e desembaraçados de 
ônus ou gravames que impeçam sua circulação. 
 
Taxa de aluguel - As taxas e custos são debitados ao tomador e creditados ao doador no 
primeiro dia útil após o encerramento da operação de empréstimo. O custo do tomador inclui 
a taxa de registro e a taxa de emolumento da CBLC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Exemplo de operação de venda a descoberto. 
 
ATIVO: AMBV4 
QUANTIDADE: 1.000 
PREÇO A VISTA: R$ 50,00 
FINANCEIRO: (R$ 50.000,00) 
ALUGUEL – BTC/CBLC 
CRÉDITO NA ABERTURA: 
R$ 50.000,00 
BLOQUEIO NA ABERTURA 
R$ 50.000,00 – CRÉDITO DA VENDA (100%) 
R$10.000,00 – MARGEM DE GARANTIA (20%) 
CUSTÓDIA: -1.000 AMBV4 (BTC/CBLC) - 0 AMBV4 
 
RISCO: VENDER A DESCOBERTO E O PAPEL SE 
VALORIZAR (SITUAÇAÕ 2). 
SITUAÇÃO 1 
PREÇO DA AMBV4: R$ 45,00 (-10%) 
OPERAÇÃO: COMPRA DE 1.000 AMBV4 
DÉBITO: (R$ 45.000,00) 
CRÉDITO: R$ 50.000,00 
SALDO: R$ 5.000,00 
TAXAS – 0,50%: R$ 250,00 
MARGEM: R$ 10.000,00 
SALDO FINAL: R$ 14.750,00 
 
SITUAÇÃO 2 
PREÇO DA AMBV4: R$ 55,00 (+10%) 
OPERAÇÃO: COMPRA DE 1.000 AMBV4 
DÉBITO: (R$ 55.000,00) 
CRÉDITO: R$ 50.000,00 
SALDO: (R$ 5.000,00) 
TAXAS – 0,50%: R$ 250,00 
MARGEM: R$ 10.000,00 
SALDO FINAL: R$ 4.750,00 
 
 
 
5.7 Mercado de opções 
É o mercado em que são negociados direitos de compra ou venda de um lote de ações, 
com preços e prazos de exercício preestabelecidos. Por esses direitos, o titular de uma opção 
paga um prêmio, podendo exercê-los até a data de vencimento (no caso de opção no estilo 
americano) ou na data de vencimento (no caso de opção no estilo europeu) ou revendê-los no 
mercado. Uma opção de compra (call) confere ao seu titular o direito de comprar as ações- 
objeto, ao preço de exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela Bovespa. Uma 
opção de venda ao seu titular o direito de vender as ações-objeto, ao preço de exercício, 
obedecidas as condições determinadas pela Bovespa. Além disso, o titular pode, a qualquer 
tempo, negociar seu direito de venda em mercado, por meio da realização de uma operação 
de natureza oposta. 
 
5.7.1 Características de uma opção 
Prêmio/preço da opção - em função dos direitos adquiridos e das obrigações assumidas no 
lançamento, o titular (comprador) paga e o lançador recebe uma quantia denominada prêmio. 
O prêmio, ou preço da opção, é negociado entre comprador e lançador, por meio de seus 
representantes no pregão da Bolsa. Ele reflete fatores como a oferta e a demanda, o prazo de 
vigência da opção, a diferença entre o preço de exercício e o preço à vista da ação-objeto, a 
volatilidade de preço, bem como outras características da ação-objeto. 
 
Ativo-objeto - é o ativo sobre o qual a opção é lançada (ações e índices). 
 
Mês de Vencimento - é o mês em que expira a opção. Na Bovespa, os vencimentos 
normalmente ocorrem nos meses pares, na terceira segunda-feira do mês corrente. 
Preço de Exercício - é o preço pelo qual será exercida a opção. Os preços de exercício das 
opções são determinados pela Bolsa, segundo critérios por ela estabelecidos. 
 
 
 
 
28 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Código da opção –é formado por letras e números: o código do ativo-objeto (ação) seguido 
por uma letra que representa o mês de vencimento da opção e um número que representa o 
strike (preço de exercício da opção). 
Exemplo de codificação de opções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Meses de vencimento de opções 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lançador – investidor que assume a posição vendida da opção. Em outras palavras, “tem a 
obrigação de vender” 
 
Titular– investidor que assume a posição comprada da opção. Em outras palavras, “tem o 
direito de comprar”. 
 
5.8 Estratégias de negociação utilizando opções 
Venda coberta de opções de compra (financiamento/operação taxa) - uma opção é 
coberta quando o lançador deposita, em garantia, a totalidade das ações-objeto a que se 
refere à opção lançada. O objetivo básico do lançamento coberto é obter um retorno maior do 
que o que seria conseguido com a simples posse ou venda imediata das ações. 
 
Depois de ter coberto o lançamento, o aplicador reclassifica o seu nível de risco, 
deslocando o seu ponto teórico de venda para um valor igual ao preço à vista da ação-objeto, 
 
 
 
 
29 
Mês de Vencimento Opção de Compra 
JANEIRO A 
FEVEREIRO B 
MARÇO C 
ABRIL D 
MAIO E 
JUNHO F 
JULHO G 
AGOSTO H 
SETEMBRO I 
OUTUBRO J 
NOVEMBRO K 
DEZEMBRO L 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
subtraído do prêmio recebido. Com o mercado em baixa, o lançador coberto se protege até o 
ponto em que o preço à vista da ação-objeto for igual ao preço que ele pagou por ela, 
subtraído do valor do prêmio recebido. Somente a partir desse ponto é que a operação 
acarretará em prejuízo. 
 
Exemplo de operação de financiamento com opções. 
 
Estratégia 
1º Compro hoje a ação – 2000 VALE5 
2º Vendo a opção de compra hoje (financiamento com opções) – 2000VALEJ26 
 
Preço a vista de VALE5: R$ 28,00 
Débito da compra: (R$ 56.000,00) 
Venda da opção: R$ 4.700,00 
Saldo na abertura: (R$ 51.300,00) 
 
VALEF26 : prêmio R$ 2,35 - (R$ 2,35)*(2.000)=R$ 4.700,00 
 
Dia do vencimento: 
Preço de VALE5: R$ 27,75 
Crédito da venda: R$ 52.000,00 
Saldo da operação: R$ 700,00 
Taxa da operação = (R$ 700,00 / R$ 51.300,00) = 1,36% 
 
Cálculo da proteção contra queda 
 
Venda da opção: R$ 2,35 
Compra da ação: R$ 28,00 
Preço de compra: R$ 25,65 – (atenção para a redução do preço de compra obtida com o 
lançamento coberto daopção) 
 
Dia do vencimento: 
Preço de VALE5: R$ 25,20 – (QUEDA DE 10%) 
Perda do investidor (-1,75%) 
Proteção contra queda: R$ 2,35/R$ 28,00 
Proteção: 8,39% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
6 – Acompanhando o mercado 
 
6.1. Análise fundamentalista 
 
O objetivo da análise fundamentalista é de avaliar alternativas de investimento a partir 
da consolidação das informações fornecidas pelas empresas, conjugadas à análise do contexto 
econômico e da realidade setorial nos quais a empresa se insere. Além disso, a análise 
fundamentalista passa pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e 
estabelece previsões para o seu desempenho. Cabe à análise fundamentalista estabelecer o 
valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da 
análise fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa é definido pela sua 
capacidade de gerar lucros no futuro. 
 
Podemos classificar tais informações de duas formas distintas: 
 
Histórico da empresa: informações históricas contábeis e financeiras, disponibilidade 
tecnológica, capacidade financeira, fontes de recursos, capital humano, histórico de 
desempenho empresarial dos sócios, entre outros; 
 
Possibilidades da empresa: o momento/oportunidade de mercado, projeções de 
desempenho, cenários macroeconômicos, risco envolvidos, alternativas de investimento, 
valores éticos, sócio-ambientais, entre outros. 
 
A partir da análise conjunta desses elementos, são definidas as premissas para a elaboração da 
projeção de resultados para os próximos anos. Essa medida de desempenho permite construir 
os fluxos de caixa futuros da empresa. 
 
6.1.1 Indicadores de mercado 
 
Os indicadores de mercado utilizados pela análise fundamentalista são usados para 
comparar o desempenho das empresas em relação aos anos anteriores e entre outras 
empresas, usualmente comparando-se empresas do mesmo setor. Esses indicadores permitem 
maior rapidez nas tomadas de decisão dos agentes econômicos, entretanto, a interpretação 
dos mesmos apresenta certo grau de subjetividade, não existindo definição uniforme entre os 
participantes do mercado. 
 
Preço/ lucro (P/L) - um dos indicadores fundamentalistas mais utilizados que consiste na 
divisão do valor de mercado da empresa pelo seu lucro atual. A divisão fornece uma idéia de 
quantos anos seriam necessários para que os lucros remunerassem o capital investido na 
empresa. 
 
P/VPA - valor de mercado da empresa / Valor Patrimonial Ajustado, que nos indica se a 
companhia está sendo negociada abaixo do seu valor patrimonial. Em tese, quanto mais baixo 
este índice, menor é o valor da empresa. 
 
Pay-Out é a taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de 
dividendos ou juros sobre o capital próprio. A legislação exige que seja distribuído, no mínimo, 
 
 
 
31
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
25% do lucro líquido após as deduções legais. Exemplificando, se uma empresa tem lucro de 
R$ 1,00/ação e distribui R$ 0,35/ação como dividendos, seu pay-out seria de 35%. 
 
EV/Ebtida - valor da firma (valor pago pelos acionistas somado à dívida líquida da empresa) / 
Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações), que procura medir em 
quantos anos a geração operacional de caixa da empresa pagaria seu próprio valor. 
 
Dividend Yield: é calculado tendo como numerador o dividendo distribuído por ação e como 
denominador o preço atual da ação. Torna-se especialmente relevante se visto para o futuro, 
sendo neste caso necessário que haja uma projeção de lucro e seja estabelecido um pay-out 
realista. Assim, se uma ação custa hoje R$ 100,00 e é esperado receber R$ 10,00 em 
dividendos, o yield seria de 10%, podendo ser visto como um rendimento da ação, 
independentemente da valorização em Bolsa. 
 
Tabela resumo com os principais indicadores da análise fundamentalista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem outros indicadores que são utilizados pela análise fundamentalista, tais como 
indicadores de liquidez, indicadores de endividamento, entre outros. Entretanto, esses 
indicadores acima destacados são os principais e mais utilizados pelo mercado para avaliação 
de empresas. 
 
6.2 Análise gráfica 
É o estudo dos movimentos passados dos preços e dos volumes de negociação de 
ativos financeiros, com o objetivo de fazer previsões sobre o comportamento futuro dessas 
ações. Para os analistas técnicos, a resposta está nos gráficos de preços e volumes negociados 
das ações. Os gráficos traduzem o comportamento do mercado e avaliam a participação de 
muitos de investidores capazes de induzir certas formações de preços. 
 
 
 
 
32 
Indicador Fórmula Descrição Leitura 
 
PL 
P. mercado 
L. Líquido por 
ação 
Tempo (em anos) para retorno 
do investimento. 
 
Quanto menor melhor. 
 
P/VPA 
 
P. mercado 
 
Vlr. Patr por ação 
 
Quanto o mercado está disposto 
a pagara sobre o valor do 
patrimônio líquido da empresa. 
>1 A empresa vale mais no mercado 
em relação ao patrimônio. 
<1 A empresa vale menos no 
mercado do que a expressão do seu 
patrimônio. 
 
PAY-OUT 
Div. por ação 
Lucro por ação 
 
Representa o quanto do lucro 
será distribuído ao acionista. 
Lembrar do equilíbrio entre 
dividendos e reinvestimentos. 
(DEPENDE) 
 
EBITDA 
Lucro antes dos 
juros, impostos, 
depreciação e 
amortização. 
Indica o resultado operacional da 
empresa. 
 
Quanto maior melhor. 
 
YIELD 
Div. por ação 
Preço da ação 
Percentual de preço que voltou 
para a o acionista sob a forma de 
dividendos. 
 
Quanto maior melhor. 
 
Curso de Introdução a Bolsa de Valores 
 
Nessa análise, não importam os lucros obtidos e projetados, política de dividendos das 
empresas, expectativas para o setor de atividade, grau de endividamento, etc. O que interessa 
são os fatores internos de oferta e demanda de mercado, capazes de entender e traduzir os 
movimentos do mercado. 
 
Para os técnicos que se utilizam desse sistema de análise, tudo pode ser resumido no 
preço e volume das ações. Toda expectativa, boa ou má, dos investidores com relação a 
determinado ativo se reflete no preço diário daquele ativo. Utilizando fórmulas, definindo 
tendências, verificando o afluxo e refluxo de recursos, o analista gráfico (ou técnico) procura 
avaliar o comportamento futuro do ativo e indicar os melhores momentos de compra e venda. 
 
Tal técnica é amplamente difundida nos mercados mais evoluídos, existindo uma 
enorme gama de métodos e modelos de avaliação. Buscando sempre se antecipar às 
mudanças de tendência dos mercados, ao analista técnico não importa a situação da empresa, 
mas sim a expectativa dos investidores em relação à ação daquela empresa. 
 
6.2.1 Histórico da análise técnica / Teoria de Dow 
 
A Análise Técnica foi fundamentada com a Teoria de Dow, que diz que os preços dos 
ativos refletem a reação do mercado em relação a todas as informações relevantes. Ou seja, o 
preço desconta tudo, tem tendência e os padrões se repetem. 
 
Suporte e resistência, são alguns dos conceitos fundamentais da análise técnica. 
Admitindo-se que o mercado tem memória e grava preços, resistências seriam preços 
considerados elevados para determinada ação. Nos gráficos, eles são percebidos quando, em 
um trajetória ascendente, a ação encontra dificuldades em continuar seu caminho. Já as 
resistências, são preços considerados baixos para determinadas ações que são observadas nos 
gráficos quando em trajetória descendente, a ações encontram dificuldades em continuar a 
trajetória de queda. 
 
A Teoria de Dow aborda a movimentação dos preços de ações e fornece uma base 
técnica para

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