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A Imprensa McLuhan Fichamento

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Cultura das Mídias
Profa. Isabel Spagnolo
MCLUHAN, Marshal, Os meios de comunicação como extensões do homem. 
Fichamento do texto: A imprensa. 
“A forma do livro não é um mosaico comunal ou uma imagem corporativa, mas uma voz particular. 
As revistas noticiosas apresentam, sob forma de mosaico, imagens da sociedade em ação – e não simplesmente janelas para o mundo, como as velhas revistas ilustradas. Enquanto o espectador de uma revista ilustrada é passivo, o leitor de uma revista noticiosa se envolve na formação de significados para a imagem corporativa da sociedade. Assim o hábito televisivo de envolver-se em imagens em mosaico aumentou enormemente o apelo dessas revistas noticiosas, ao mesmo tempo em que fazia diminuir a atração pelas velhas revistas de temas, ilustradas. 
Assim como a página do livro apresenta a estória interior das aventuras mentais do autor, a página do jornal apresenta a estória interna da comunidade em ação e interação. 
Mesmo antes da aceleração produzida pelo telégrafo, o jornal do século XIX já havia desenvolvido bastante sua forma de mosaico. 
A aceleração da captação e edição da informação naturalmente criou novas formas de disposição do material para os leitores. 
O livro e o jornal são formas inteiramente diferentes. 
Basta tornar mais lenta a composição e a captação da notícia para que ocorra uma mudança não apenas na aparência física da imprensa, mas também no estilo redacional dos que escrevem pra ela. 
O jornalismo inglês e americano sempre tendeu a explorar a forma em mosaico da paginação, a fim de apresentar a variedade e a incongruência descontínuas da vida diária. 
Se o jornal não tivesse uma estrutura mosaica de paginação, seria como se o público de repente se pusesse a exigir que uma loja de departamentos passasse a ter um só departamento. 
Pesquisas mostram que os leitores dos jornais se deliciam por igual com os anúncios e os textos noticiosos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Ministério do Interior enviou números especiais das principais revistas americanas às Forças Armadas... com anúncios cortados. Os soldados insistiram em receber as revistas com os anúncios. Claro, os anúncios são, de longe, a melhor parte de qualquer jornal ou revista.
Anúncios são notícias. O que há de mal neles é que são sempre boas notícias. Para contrabalançar o efeito e vender uma boa dose de más notícias, tendo em vista a intensidade por contraste e a participação do leitor. Como já se observou,notícia de verdade é má notícia – e os jornais, desde o início do jornalismo, podem testemunhá-lo. Inundações, incêndios e outras calamidades públicas em terra, mar e ar, enquanto notícias superam toda e qualquer espécie d miséria e horror particulares. Por contraste, para neutralizar a força penetrante das más notícias, os anúncios têm de emitir a sua mensagem em tom alto e claro. 
Devo repetir que o jornal, desde seu início, tendeu para uma forma participante, em mosaico e não para a forma livresca. Com a aceleração das técnicas de impressão e da captação de notícias, está forma em mosaico tornou-se um aspecto dominante da associação humana, isto porque a forma em mosaico significa uma participação em processo – e não um “ponto de vista” particular. 
Por esta razão, a imprensa é inseparável do processo democrático – mas perfeitamente sacrificável de um ponto de vista literário ou livresco. 
Os primeiros tópicos que atraem a atenção dos homens são aqueles que se referem às coisas que eles já conhecem. 
Para os seres racionais, ver e conhecer a própria experiência sob uma nova forma material é um dom gratuito da vida. A experiência traduzida num novo meio fornece, literalmente, uma agradável rememoração, um delicioso play-back de um conhecimento anterior. A imprensa repete o prazer que sentimos no uso de nossas faculdades espirituais pelas quais traduzimos o mundo externo em termos da tessitura de nossos próprios seres. Esse prazer de traduzir explica porque as pessoas, muito naturalmente, estão sempre inclinadas a utilizar todos os seus sentidos a toda hora. 
O mosaico é o modo da imagem coletiva e implica participação profunda. Esta participação é antes comunitária do que privada, e antes inclusiva do que exclusiva. 
A imprensa percebeu que as notícias deveriam não apenas ser registradas as também captadas – e, até, em verdade, fabricadas. O que ia para o jornal era notícia. O resto não era notícia. 
Pela sua disposição em mosaico, o jornal é uma imagem da comunidade. 
A data é um princípio organizativo da imagem jornalística da comunidade. Elimine-se a data, e o jornal de um dia se torna igual ao do dia seguinte. Ler um jornal de uma semana atrás sem perceber que não é de hoje é uma experiência desconcertante. 
Cabe observar como a imprensa tem sido modificada pelas recentes inovações do telefone, rádio e TV. Já vimos que o telégrafo é o fator que mais contribuiu para criar a imagem em mosaico da imprensa moderna, com sua massa de tópicos descontínuos e desconexos. É está imagem grupal da vida comunal, mais do que o ângulo ou a visão da matéria editorial, que constitui o que é participante neste meio.

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