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Cultura das Mídias Aula 1 (1)

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Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. 
Lucia Santaella.
Profa. Isabel Spagnolo
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Para Lucia Santaella, cultura das mídias e cibercultura estão diretamente ligadas ao conceito de segmentação, de personalização da comunicação e da informação. Para a autora, a cultura das mídias foi precursora da cibercultura na medida em que quebrou a exclusividade dos meios massivos, gerando a possibilidade da escolha de conteúdos. 
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A autora faz uma relação entre comunicação, técnica e cultura. 
Nesse sentido, uma determinada técnica promove uma evolução na comunicação e em torno desse objeto cria-se uma determinada prática cultural. 
Ex: A criação da escrita deu origem ao texto manuscrito e, por conseqüência, ao livro. Em função do livro 
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foram criadas escolas, bibliotecas, universidades. Portanto, o livro foi o ponto de partida para a criação de uma determinada cultura.
Além de uma prática cultural, o livro trouxe um determinado formato para organização de seu conteúdo. Sua estrutura fez nascer também uma linguagem própria a ele. 
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Para Santaella, os meios são canais através dos quais as linguagens ganham corpo. O rádio é um meio que produz uma determinada linguagem, assim como a tv é um meio que produz uma outra linguagem. 
Todos eles são construídos pela técnica, significaram uma evolução na comunicação, inauguraram uma 
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linguagem e uma determinada prática cultural. Criou-se uma cultura em torno do rádio, da televisão e do cinema. 
Ex: Os primeiros filmes eram exibidos nas praças, quermesses e feiras. Posteriormente, foram criados os longas-metragens, as narrativas, a ficção, os efeitos especiais, as salas fechadas, o 
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público e toda uma rede de produção, distribuição e consumo de filmes. O cinema construiu sua própria técnica, linguagem e cultura que passou a co-existir com outras formas comunicacionais. 
Os primeiros filmes eram espécies de “documentários”. A inserção da ficção por 
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Georges Méliès deu origem também à narrativa e as primeiras técnicas de montagem. 
A linguagem do cinema foi sendo criada na medida em que foi desenvolvida uma narrativa.
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Para Santaella, a cultura das mídias co-existe com a cultura de massa e a cibercultura. Para ela, a cultura das mídias surge a partir da década de 80. 
Ela divide a evolução da comunicação em seis momentos: oralidade, escrita, impressão, meios massivos, cultura das mídias e cibercultura. 
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Para a apreensão do significado da cultura das mídias é fundamental agregá-lo dentro de uma perspectiva histórica que amplia nossos olhares para o início da revolução tecnológica que começa com o aparecimento das máquinas. 
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Primeira Revolução: Eletromecânica. 
Telégrafo, Fotografia, Cinema. 
Século XVIII e início do século XIX, quando as máquinas substituíram a força humana. Nesse período, foi criada também a máquina fotográfica. As pesquisas sobre a reprodução das imagens existiam desde a Antiguidade 
 
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e Renascimento, mas o desafio era o registro da imagem. A fotografia surgiu como um fragmento da realidade, que pôde ser registrado e perpetuado. A fotografia eterniza um momento que já passou.
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No século XIX foi criado também o telégrafo como sistema de informação à distância, em 1838, por Samuel Morse. 
 
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O cinema também fez parte das invenções eletromecânicas do século XIX, junto à fotografia e o telégrafo. 
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O telégrafo, a fotografia e as rotativas provocaram a explosão do jornal. Na verdade, a transição da pequena para a grande imprensa aconteceu nesse momento devido a possibilidade da transmissão da informação à distância, a reprodução em série dos exemplares dos jornais e o uso da fotografia que criou um novo tipo de linguagem e estética para esse veículo. 
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O jornal inaugurou uma nova linguagem diferente da do livro. 
A leitura do jornal se estrutura em partes dentro de um esquema combinatório. A partir da primeira página o leitor identifica a notícia de seu interesse e depois o número da página em que está inserida essa notícia e assim por diante. Essa combinação segue seu próprio interesse. 
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Enquanto a leitura do livro segue, uma linearidade, o jornal, por sua vez, inaugura a estrutura mosaiquica da informação. Essa mesma estrutura está presente na linguagem digital das redes. Quando navega, o internauta vai juntando fragmentos da informação formando uma síntaxe híbrida, que é a hipermídia. 
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O jornal trouxe uma linguagem visual com o uso da fotografia e da diagramação e com isso, criou uma linguagem híbrida. 
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Livro e Jornal
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Jornal e Site
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Segunda Revolução: Eletroeletônica
Rádio e Televisão.
O surgimento do rádio e da televisão intensificou a comunicação e a cultura de massa. 
Forma-se, nesse contexto, o sistema broadcasting = transmissão de conteúdo, no qual todos os receptores recebem a mesma informação de forma simultânea.
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Terceira Revolução: 
Criação da Cultura das Mídias.
Por volta dos anos 80, dispositivos tecnológicos provocaram uma transformação na mídia. Alguns dispositivos (tecnologias) começaram a funcionar como vírus que quebrariam a exclusividade dos meios de comunicação de massa. Entre eles: controle remoto, walkman, vídeos, máquina de xerox.
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O controle remoto quebrou a monotonia diante da programação da tv e novas opções foram apresentadas, favorecendo o gosto pessoal e as preferências quanto a programação. Isso gerou a multiplicação de aparelhos de tv dentro da mesma casa, multiplicou também os canais de tv, surge a tv a cabo que segmenta o público. 
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Videocassete – a possibilidade de gravar os programas e assisti-los quando possível. 
Máquinas de Xerox – a montagem de pastas que aglutinavam a informação de acordo com o perfil do usuário. 
Revistas – a segmentação para públicos diferenciados. 
 
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A cultura das mídias está vinculada à segmentação da informação, à personalização do conteúdo segundo às preferências do usuário. A cultura das mídias preparou o terreno para a Cibercultura. 
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Quarta e Quinta Revolução:
Cibercultura:
Primeiro estágio = conexões planetárias. 
Segundo estágio = comunicação móvel. 
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A cibercultura coloca o usuário no lugar de co-criador no sistema nerrowcasting = a individualização do conteúdo nos mais diversos meios. 
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O que é a Cibercultura?
O ambiente virtual deu origem a novas formas de socialização e agregação que receberam o nome de comunidades virtuais. Elas cresceram e se diferenciaram com uma tal intensidade a ponto de produzir o aparecimento de uma nova forma de cultura, que é a cibercultura. 
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A cibercultura funciona dentro do ciberespaço que cria uma nova realidade, fazendo surgir uma nova era cultural para a humanidade. 
Entre as possibilidades inauguradas pela cibercultura está o aparecimento do leitor imersivo. 
Santaella reflete sobre formas de leituras distintas criadas pelas tecnologias. 
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Leitor Contemplativo:
Surge no Renascimento, sua leitura era silenciosa, individual, imóvel, meditativa e não se preocupava com o tempo. É o leitor de Shakespeare e apreciador das pinturas de Da Vinci. 
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Leitor Movente:
Surge após a Revolução Industrial. Sua leitura e ágil, móvel, fragmentada. Sente a necessidade de comunicação e informação. 
É o leitor das imagens, dos movimentos. 
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Leitor Imersivo: 
	Surge na Pós-Modernidade. 
	Leitura hipertextual, multilinear, segue o percurso e lógica própria. Ele navega no ciberespaço, interage e cria. Navega através de fluxos voláteis, líquidos e híbridos. Híbridos são os sonoros, visuais e textuais próprios da hipermídia. 
 
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Hipertexto
Texto em formato digital ao qual se juntam informações na forma de imagens, sons e outros. O acesso a essas informações se dá através dos links ou hiperlinks que fazem uma interconexãoda informação. 
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Pós-humano
Essa expressão pode, inicialmente, ser perturbadora, dando a entender de que o humano já era, foi-se. Na verdade, não é isso, a expressão pós-humano está sendo utilizada desde a década de 90 por artistas e intelectuais da cultura para sinalizar as grandes transformações que estão ocorrendo na vida humana provocadas pelas tecnologias. 
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Inseridas no quotidiano, as máquinas provocam mudanças sociais, psíquicas e antropológicas. Redimensionamos e organizamos nossas relações através das tecnologias. Nesse sentido, o homem não é mais o foco, mas a ressignificação do mundo e das relações através da tecnologia. 
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