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Bacia Hidrográfica Engenharia Civil Unidade Caruaru - 2018.1 Professora: Tafnes da Silva Andrade MKT-MDL-02 Versão 00 Objetivos da Aula • Conhecer o conceito de bacia hidrográfica • Aprender a traçar o divisor topográfico de uma bacia hidrográfica • Aprender a traçar o perfil longitudinal de um rio. • Conhecer as caraterísticas fisiográficas de uma bacia e seu relacionamento com as vazões da bacia. MKT-MDL-02 Versão 00 Definição • Bacia hidrográfica é uma área que atua como um receptor de água e sedimentos, formando uma espécie de reservatório natural, delimitado por seus divisores topográficos. A água e sedimentos aí concentrados são drenados por um ou mais cursos de água (rio principal e seus afluentes), que seguem para um ponto de saída comum chamado exutório. MKT-MDL-02 Versão 00 Bacia Hidrográfica MKT-MDL-02 Versão 00 É a área para a qual em virtude do relevo e da geografia, a água da chuva escoa formando um rio principal e seus afluentes. Os divisores de água (formação do relevo) separam a rede de drenagem de uma bacia da outra. F o n te : IS B N : 9 7 8 8 5 4 3 0 2 0 1 3 6 Bacia Hidrográfica • Divisor de águas – delimita, fisicamente, a bacia. • Vertentes – são os caminhos seguidos pelo escoamento de água. • Rede hidrográfica – é o conjunto de rios. • Seção de controle – local por onde toda a água que é captada e armazenada é drenada. • Rede de drenagem – é composta por todos os corpos de água da bacia e canais de escoamento que a formam MKT-MDL-02 Versão 00 Bacia hidrográfica x Ciclo hidrológico MKT-MDL-02 Versão 00 Além de armazenar a água, a bacia é capaz de “organizar” naturalmente um fluxo hídrico de acordo com seu volume de água Tipos de cursos de água • Perene – é um curso de água que sempre está correndo, mesmo nas secas. Nele, o lençol freático mantém uma alimentação contínua para que o volume de água nunca baixe. • Intermitente – são cursos de água que, geralmente, escoam durante as estações chuvosas e secam nas estiagens, o lençol freático também contribui para o fluxo de água. • Efêmeros – são os cursos de água que só existem durante a precipitação e somente transportam o escoamento superficial. A água presente no subsolo nunca chega a fazer parte dele. MKT-MDL-02 Versão 00 Classificação das Bacias hidrográficas • Bacias Principais – são as que abrigam rios de grande porte e que geram grande impacto ambiental • Bacias secundárias ou terciárias – são as que abrigam rios de pequeno porte. Regiões hidrográficas: Conceito e divisões no Brasil • Uma região hidrográfica é um espaço geográfico no qual uma ou mais bacias escorrem para um corpo de água único (como um grande rio ou oceano) • O Brasil está dividido em 12 regiões hidrográficas Bacias hidrográficas • Do ponto de vista da hidrologia, as bacias hidrográficas não são consideradas pequenas ou grandes apenas por sua superfície. • A questão da escala a ser utilizada depende do problema a ser solucionado. • O tamanho ideal de bacia hidrográfica é aquele que incorpora toda a problemática de interesse. MKT-MDL-02 Versão 00 Limites de uma bacia hidrográfica • É necessário uma planta planialtimétrica, onde será traçada uma linha imaginária, para separar uma bacia hidrográfica dos recursos de água vizinhos. • O divisor não corta nenhum curso de água, exceto no exutório. • Os pontos mais altos da bacia fazem parte desse divisor de água (podem existir pontos internos mais altos). • A água escoa na direção da maior declividade, o escoamento é ortogonal às curvas de nível. • Ao cortar curvas de nível, ele deve ser traçado da forma mais perpendicular possível. MKT-MDL-02 Versão 00 Limites de uma bacia hidrográfica Delimitação de bacias hidrográficas Utilizando plantas planialtimétricas Utilizando imagens de satélite Delimitação de bacias hidrográficas Utilizando modelo digital de terreno (DEM – digital elevation model) Exercício como fazer... MKT-MDL-02 Versão 00 MKT-MDL-02 Versão 00 Possibilidade de enchentes e capacidade de drenagem • A área, a forma, a topografia, a geologia, o solo e a cobertura vegetal são algumas das características que formam a morfologia de uma bacia hidrográfica, definem suas características e seus comportamentos. • Alguns cálculos quantitativos ajudam a entender tanto a morfologia quanto fatores importantes , como o coeficiente de capacidade, o fator de forma e a densidade de bacias hidrográficas. MKT-MDL-02 Versão 00 Características Físicas • Importância • Comparação entre bacias hidrográficas • Transferência de dados entre bacias vizinhas • Projeção do comportamento da bacia no futuro • Fórmulas empíricas (regionalização) • Algumas Características Físicas • Amplitude altimétrica • Perfil longitudinal do rio principal • Comprimento da drenagem principal • Declividade da drenagem principal • Forma da Bacia • Uso e tipo de solo • Densidade de drenagem • Área da Bacia MKT-MDL-02 Versão 00 Amplitude altimétrica • É definida como a diferença entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo da bacia. • Tem relação com a energia potencial máxima que a água pode ter na superfície da bacia • Está relaciona com a velocidade do escoamento e com a taxa de erosão MKT-MDL-02 Versão 00 Perfil longitudinal do rio principal • É obtido elaborando um gráfico da altitude pela distância ao longo do curso de água principal da bacia. • A distância pode ser medida desde a foz, seguindo para montante, ou desde a cabeceira, seguindo para jusante. • O perfil longitudinal descreve a forma como a altitude varia ao longo da distância. Comprimento da drenagem principal • Pode ser definido como como o mais longo caminho que a água pode percorrer dentro de uma bacia hidrográfica. • Está relacionado com o tempo que a água leva pra escoar ao longo do rio, esse tempo depende da velocidade da água e da distância a ser percorrida. • O comprimento da drenagem principal é calculado somando os comprimentos dos trechos de rios desde o ponto mais distante do exutório onde é possível identificar o início da rede de drenagem superficial. Coeficiente de capacidade (usado em bacias com formato circular) • Compara o perímetro da bacia com a circunferência de um círculo de mesma área. • Quanto menor seu valor, mais a bacia se assemelha a um círculo e, portanto há mais possibilidades de ocorrerem enchentes. Kc= coeficiente de capacidade P= perímetro da bacia A= área da bacia Quando o resultado for maior que 1,50, a bacia não estará sujeita a grandes enchentes. Kc ≥ 1, quanto mais irregular a bacia, maior o Kc e menor a tendência a enchentes MKT-MDL-02 Versão 00 𝐾𝑐 = 0,28 𝑃 𝐴 Coeficiente de capacidade (usado em bacias com formato circular) • Como o círculo é a figura geométrica plana que comporta uma dada área com o menor perímetro, este índice nunca será menor que 1 (um). • Bacias que se aproximam geometricamente de um círculo convergem o escoamento superficial ao mesmo tempo para o rio principal. • Caso não existam outros fatores que interfiram, os menores valores de kc indicam maior potencialidade de produção de picos de enchentes. Exemplo: Calcular o índice de compacidade de uma bacia com 100 km2 de área e perímetro de 54 km. Kc= 1,512 Fator de forma (usado em bacias com formato alongado) • É a divisão da largura média e o comprimento axial (distância entre os pontos mais distantes) de uma bacia hidrográfica. • Também permite entender se a área está sujeita ou não a enchentes. Kf= fator de forma B= larguramédia da bacia L= comprimento axial Quanto mais próximo de 1 for o resultado , maiores os riscos de enchentes. MKT-MDL-02 Versão 00 𝐾𝑓 = 𝐵 𝐿 Ex. Calcule o fator de forma da seguinte bacia • Kf= 0,515 Densidade de drenagem • Indica quão eficiente em drenar água é a bacia. Dd= densidade de drenagem A= largura média da bacia LTOTAL= comprimento total dos cursos de água da bacia. • Bacias com drenagem pobre têm um resultado médio de 0,5 km/km2 • Bacias muito bem drenadas alcançam resultados acima de 3,5 km/km2. MKT-MDL-02 Versão 00 𝐷𝑑= 𝐿𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴 Densidade de drenagem • Quanto mais eficiente o sistema de drenagem, ou seja, quanto maior a densidade de drenagem da bacia, mais rapidamente a água do escoamento superficial originada da chuva chegará à saída. • Ex. Calcular a densidade de drenagem da bacia abaixo: • Dd= 0,0812 Uso do Solo • Influencia na infiltração e velocidade do escoamento • Áreas de florestas: • Maior interceptação, folhas e galhos retardam o escoamento, raízes profundas e maior consumo de água das plantas • Agricultura • Redução da quantidade de matéria orgânica no solo, porosidade diminui, infiltração diminui, raízes mais superficiais e menor consumo de água das plantas • Áreas urbanas: • Impermeabilização, pouca infiltração e grande velocidade do escoamento → grandes picos de cheias MKT-MDL-02 Versão 00 Tipo do Solo MKT-MDL-02 Versão 00 Área da Bacia • Medida por planímetro (mecanicamente) • Calculada pelas coordenadas do polígono, (equação de Gauss) • Aproximação por composição de figuras geométricas • Calculada a partir de imagens digitalizadas em softwares como AutoCAD, ArcGIS, Spring, Idrisi, Grass, Erdas, Qgis, etc MKT-MDL-02 Versão 00 A área da bacia multiplicada pela lâmina precipitada ao longo de um intervalo de tempo define o volume de água recebido ao longo desse intervalo de tempo. Planímetro Área – Integral de Green - Coordenadas do Polígono Softwares GIS Área da bacia • O coeficiente de capacidade (Kc) e o coeficiente de forma (Kf) são os primeiros passos para entender o formato da bacia, juntamente com a área da bacia, normalmente apresentada em Km2. • O tamanho da bacia não determina sua classificação, pois duas bacias de mesmo tamanho podem ter comportamentos hidrológicos completamente diferentes uma da outra. • A principal influência do tamanho da bacia está nas vazões que ela é capaz de produzir. Área da bacia • Efeitos sobre as vazões máximas • Imagine duas bacias iguais com apenas suas áreas diferentes, sendo atingidas pela mesma quantidade chuva no mesmo intervalo de tempo. • Efeitos sobre as vazões mínimas. • Sem escoamento superficial, a vazão de um curso de água é alimentada por águas subterrâneas. Relevo de uma bacia • Curva hipsométrica – representação gráfica do relevo da bacia, que mostra a elevação dos vários terrenos do espaço em relação ao nível do mar. Relevo de uma bacia • Declividade da drenagem principal– determina a velocidade de escoamento. A relação entre declividade e velocidade de escoamento afeta o tempo que a água de chuva leva para se concentrar nos leitos fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias. • Fatores que dependem da declividade: • Picos de enchente • Infiltração • Suscetibilidade para erosão dos solos Relevo de uma bacia • Cálculo da Declividade da drenagem principal através da média harmônica 𝐼𝑒𝑞 = 𝐿 σ𝑖=1 𝑛 𝐿𝑖 𝐼𝑖 2 Ieq= declividade equivalente (m/ m ou m/ km). L= extensão horizontal do perfil (dividido em n trechos) Li e Ii= extensão horizontal e declividade média em cada trecho, respectivamente Declividade da drenagem principal • A declividade média da bacia e do curso d’água principal também são características que afetam diretamente o tempo de viagem da água ao longo da bacia hidrográfica. 𝑆 = 𝑍100 − 𝑍0 𝐿 𝑆85−100 = 𝑍85 − 𝑍10 0.75 𝐿 Onde Z é a altitude na cota 100%, 85%, 10% e 0% da altitude relativa à bacia; L é o comprimento total da drenagem principal Tempo de concentração • É o período de tempo necessário para que toda água que chega até a bacia se dirija à determinada seção avaliada. • Esse tempo depende tanto da distância total que a água tem de percorrer, como da velocidade com que a água escoa. • Esse tempo é maior em bacias grandes e menos nas bacias pequenas • Pode ser medido por traçadores radioativos ou químicos e por equações empíricas • A escolha da equação que deve ser usada pode ser feita comparando as características da bacia em estudo com as características das bacias consideradas no desenvolvimento da equação. Tempo de concentração • Equação de Kirpich (Uma das equações mais utilizadas) tc= tempo de concentração em min Δh= diferença de altitude em metros (m) ao longo do curso d’água principal L= comprimento do curso de água em Km • Foi desenvolvida utilizando dados de bacias pequenas (menores do que 0,5 km2). Não deveria ser usada em bacias maiores que 50 km. • No entanto vários estudos mostraram que a equação de Kirpich pode ser utilizada em bacias rurais de médio a grande porte até 12.000 km2, com erros relativamente pequenos. 𝑡𝑐 = 57 𝐿2 ∆ℎ 0,385 Tempo de concentração • Equação do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA tc= tempo de concentração em min S= é a declividade do curso d’água principal L= comprimento do curso de água em Km • Foi desenvolvida utilizando dados de 25 bacias rurais dos EUA, todas com menos de 12.000 km2 de área de drenagem e comprimento do rio principal menor que 257 km. 𝑡𝑐 = 11,46 𝐿0,76 𝑆0,19 Tempo de concentração • Equação de Watt e Chow tc= tempo de concentração em min S= é a declividade do curso d’água principal L= comprimento do curso de água em Km • Foi desenvolvida com base em dados de bacias de até 5840 km2 𝑡𝑐 = 7,68 𝐿 𝑆0,5 0,79 Tempo de concentração • Equação de Carter tc= tempo de concentração em min S= é a declividade do curso d’água principal L= comprimento do curso de água em Km • Foi desenvolvida para estimar o tempo de concentração em bacias urbanas. Foram usadas bacias com menos de 21 km2 𝑡𝑐 = 5,96 𝐿0,6 𝑆0,3 Tempo de concentração • Equação de Dooge tc= tempo de concentração em min A= é a área da bacia em km2 S= é a declividade do curso d’água principal • Foi estimada com base em dados de 10 bacias rurais na Irlanda, com áreas na faixa de 140 a 930 km2 𝑡𝑐 = 21,88 𝐴0,41 𝑆0,17 Importância da bacia para um ecossistema • Crescimento populacional x Disponibilidade hídrica • A vazão de um rio, volume de água transportada por ele, é sempre variável. • A criação de reservatórios, principalmente de água doce, buscam aproveitar com máxima eficiência os recursos hídricos oferecidos • Criam reserva de água para tempos de seca • Serve como contenção de cheias • Lei 9.433/1997 – Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos • Define a bacia hidrográfica como a unidade de planejamento dos recursos hídricos no Brasil • Considera as múltiplas possibilidade de uso da água • Considera a água como um bem finito, vulnerável e valioso MKT-MDL-02 Versão 00
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