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DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA AUTORIA:Josete Pertel Vitória, 2014 Multivix-Vitória Rua José Alves, 301, Goiabeiras, Vitória-ES Cep 29075-080 – Telefone: (27) 3335-5666 Credenciada pela Portaria MEC nº 259 de 11 de fevereiro de 1999. Multivix-Nova Venécia Rua Jacobina, 165, Bairro São Francisco, Nova Venécia-ES Cep 29830-000 - Telefone: 27 3752-4500 Credenciada pela portaria MEC nº 1.299 de 26 de agosto de 1999 Multivix-São Mateus Rod. Othovarino Duarte Santos, 844, Resid. Parque Washington, São Mateus-ES Cep 29938-015 – Telefone (27) 3313.9700 Credenciada pela Portaria MEC nº 1.236 de 09 de outubro de 2008. Multivix-Serra R. Barão do Rio Branco, 120, Colina de Laranjeiras, Serra-ES Cep 29167-172 – Telefone: (27) 3041.7070 Credenciada pela Portaria MEC nº 248 de 07 de julho de 2011. 1 Metodologia da Pesquisa Diretor Executivo: Tadeu Antonio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica: Eliene Maria Gava Ferrão Diretor Administrativo Financeiro: Fernando Bom Costalonga NEAD – Núcleo de Educação à Distância GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Pedagógico – Emanuella Fontam GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Semipresencial – Kessya Pinitente Fabiano Costalonga GESTÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA – Denise Bernini Coord. Geral de EAD – Géssica Germana Fonseca Ficha Catalográfica 2 Metodologia da Pesquisa Disciplina: Metodologia da Pesquisa Autoria: Primeira edição: 2014 3 Metodologia da Pesquisa SUMÁRIO 1º BIMESTRE..................................................................................................... 6 1 CIENCIA E FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA............................ 7 1.1 O PROPÓSITO DA DISCIPLINA METODOLOGIA DE PESQUISA. 7 1.1.1 O CONHECIMENTO DO MUNDO E O CONHECIMENTO CIENTIFICO.................. 9 1.2 EMPIRISMO – SENSO COMUM......................................................... 10 1.3 CONHECIMENTO CIENTIFICO.......................................................... 11 1.3.1 CORRELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO POPULAR/EMPÍRICO (CE) E CONHECIMENTO CIENTIFICO (CC)............................................................ 11 2 A CIÊNCIA E O SENSO COMUM.............................................. 13 2.1 O QUE É CIÊNCIA?............................................................................ 13 2.2 O PROBLEMA DO SENSO COMUM.................................................. 14 2.3 A INTERPRETAÇÃO DO SENSO COMUM........................................ 14 2.4 O SENSO COMUM E A CRÍTICA....................................................... 15 2.4.1 CARACTERÍSTICAS DO SENSO COMUM............................................. 17 3 PESQUISA CIENTÍFICA............................................................... 19 3.1 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES.................... 19 3.1.1 FINALIDADES DA PESQUISA..................................................................... 19 3.1.2 TIPOLOGIA DA PESQUISA........................................................................ 20 3.1.2.1 COM BASE EM SEUS OBJETIVOS............................................................... 20 3.1.2.1.1 PESQUISAS EXPLORATÓRIAS.................................................................. 20 3.1.2.1.2 PESQUISAS DESCRITIVAS........................................................................ 20 3.1.2.1.3 PESQUISAS EXPLICATIVAS...................................................................... 21 3.1.2.2 COM BASE NOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS............................................. 21 3.1.2.2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA...................................................................... 21 3.1.2.2.2 PESQUISA DOCUMENTAL......................................................................... 21 3.1.2.2.3 PESQUISA EXPERIMENTAL....................................................................... 21 3.1.2.2.4 PESQUISA EX-POST FACTO...................................................................... 22 3.1.2.2.5 PESQUISA DE LEVANTAMENTO................................................................ 22 4 Metodologia da Pesquisa 3.1.2.2.6 PESQUISA DE CAMPO.............................................................................. 22 3.1.2.2.7 ESTUDO DE CASO................................................................................... 22 3.1.2.2.8 PESQUISA-AÇÃO.................................................................................... 22 3.1.2.2.9 PESQUISA PARTICIPANTE........................................................................ 23 3.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA...................................................... 24 3.3 ETAPAS DA PESQUISA..................................................................... 24 3.4 FASES DA PESQUISA........................................................................ 25 3.4.1 ESCOLHA DO TEMA................................................................................. 25 3.4.2 ESCOLHA DO PROBLEMA DE PESQUISA.................................................... 25 3.4.2.1 ALGUMAS REGRAS PARA A ADEQUADA FORMULAÇÃO DO PROBLEMA....... 25 3.5 COLETA DE DADOS........................................................................... 26 3.5.1 LOCALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES........................................................... 26 4 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA............................... 28 4.1 METODOS DE ABORDAGEM............................................................ 28 4.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ABORDAGEM...................................... 28 4.1.1.1 MÉTODO DEDUTIVO................................................................................ 28 4.1.1.2 MÉTODO INDUTIVO................................................................................. 29 4.1.1.3 MÉTODO DIALÉTICO................................................................................ 29 5 A CONSTRUÇÃO DA HIPÓTESE.......................................... 30 5.1 CARACTERISTICAS DA HIPÓTESE................................................ 30 5.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO 31 6 PESQUISA CIENTÍFICA: PREPARAÇÃO, FASES E EXECUÇÃO..................................................................................... 32 6.1 JUSTIFICATIVA................................................................................... 32 6.2 OBJETIVOS......................................................................................... 33 6.3 HIPÓTESE.......................................................................................... 33 7 REFERÊNCIAS.............................................................................. 34 5 Metodologia da Pesquisa 2º BIMESTRE..................................................................................................... 35 MANUAL DE NORMAS TÉCNICAS FACULDADE MULTIVIX........... 36 6 Metodologia da Pesquisa 1º Bimestre 7 Metodologia da Pesquisa 1 CIENCIA E FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA 1.1 O PROPÓSITO DA DISCIPLINA METODOLOGIA DE PESQUISA Em geral, pode-se definir a disciplina como o estudo dos métodosde pesquisa a serem empregados para conhecer uma determinada situação, problema, tanto nas ciências naturais quanto nas ciências sociais. Tomando como exemplos ilustrativos duas fábulas: a antiga fábula Hindu e a fábula sobre a observação das abelhas, poderemos melhor dialogar sobre a complexidade que envolve o conhecimento científico e, portanto, requerem um compromisso ético e competência técnica no ato de se pesquisar os fenômenos. A fábula Hindu narra o encontro de seis cegos, que pediam esmola à beira da estrada, com um elefante, conduzido por um rico mercador. O primeiro cego, apalpando o dorso do animal, concluiu ser ele semelhante a paredes largas; o segundo passando a mão sobre as pressas, concluiu ser o paquiderme igual a uma lança; o terceiro, com a mão na orelha, considerou-o somente uma ventarola; enquanto o quarto e o quinto pegando a cauda, compararam o animal a uma cobra e a uma corda; o sexto, pegando numa das patas comparou o elefante a uma palmeira. A fábula sobre a observação das abelhas, narra que uma abelha, posada pousada sobre uma flor picou uma criança. A criança tem medo da abelha e diz que o objetivo dela é picar as pessoas. O poeta admira a abelha que colhe o cálice o néctar da flor e diz que o objetivo da abelha é colher o néctar das flores. Um apicultor que estudou de mais perto a vida do enxame, diz que a abelha junta o pólen da flor para nutrir os novos rebentos e para criar a rainha, e que seu objetivo é a conservação da espécie. O botânico observa que a abelha retira o pólen da flor dióica para a flor fêmea que ela fecunda e vê nisso o objetivo das abelhas. Outro se interessando pela propagação das plantas, vê que a abelha para isso contribui e esse novo pesquisador vem a concluir que tal é o objetivo das abelhas. Entretanto, a 8 Metodologia da Pesquisa verdadeira finalidade das abelhas não se reduz nem ao primeiro, nem ao segundo, nem ao terceiro dos objetivos que o espírito se eleva na descoberta desses objetivos, tanto mais se dá claramente conta de que o fim derradeiro lhe é inacessível. Pensando sobre a primeira fábula poderíamos dizer parafraseando Marx (1966) que se essência e aparência coincidissem plenamente, qualquer investigação científica seria desnecessária. Cada um, como diz a moral da fábula, poderia ficar com sua própria convicção. Entretanto, tal não se pressupõe, e a ciência busca, exatamente, através da regularidade dos fenômenos, explicar a operação pela qual eles se dão. A segunda fábula nos coloca o desafio de pensar a infinidade e o mistério que envolve o mundo natural. Muito embora, pelos métodos científicos, os homens tentam captar a essência dos fenômenos, existem situações que ainda não lhe são acessíveis e desconhecidas. Porém muitos avanços os homens têm conseguido, por meio da ciência. Mas o que é e como se faz pesquisa? De acordo com Gil (2002, p. 17) a pesquisa pode ser definida como: [...] o procedimento racional e sistemático que tem colmo objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não pode ser adequadamente relacionada ao problema. Nesse caso, para conhecer a situação problema é necessário adotar métodos, técnicas e outros procedimentos para compreensão do problema com vistas à sua resolução. Ainda, segundo Gil (2002) se pesquisa por duas razões fundamentais. Uma de ordem intelectual (conhecer pelo puro prazer de conhecer) e outra de ordem prática (para fazer algo de maneira mais eficiente e eficaz). Porém, sustentamos que a verdadeira razão de se apropriar dos processos científicos e de realizar pesquisa 9 Metodologia da Pesquisa está no desafio de fazer o mundo um lugar mais digno de ser vivido apontando caminhos para a verdadeira satisfação das necessidades humanas em harmonia com a mãe terra. 1.1.1 O CONHECIMENTO DO MUNDO E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 1. Conhecimento O que é? Como adquirir? Características Tipos Processo de pesquisa como produtos de conhecimento... Método como forma de obter conhecimento... Conhecimento – Ciência 2. O conhecimento é Uma capacidade (é uma necessidade) inerente ao ser humano. Uma relação que supõe 3 elementos o O sujeito o O objeto o A imagem da realidade 3. Como adquirir conhecimento Através de várias fontes o Sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição. Papel da linguagem Fazendo PESQUISA 4. Outros tipos de conhecimento O conhecimento do senso-comum 10 Metodologia da Pesquisa O filosófico O religioso (teológico) O científico 5. Conhecimento Empírico Também chamado de vulgar, intuitivo, de senso-comum ou ordinário. Conhecimento dos fatos sem lhes inquirir as causas... É superficial, acontece por informação ou experiência casual. É ametódico e assistemático Constitui a maior parte do conhecimento de um ser humano 1.2 EMPIRISMO – SENSO COMUM Se eu acreditasse em deus, afirmaria que ele nos deu o sol para que aprendêssemos a valorizar menos o senso comum e mais o pensamento científico. Se observarmos a posição do sol durante o dia, veremos que ele se movimenta ao redor da Terra. Isto é empírico. Nasce de um lado, move-se durante o dia e se põe de outro lado. Entretanto, a ciência nos mostra que este movimento é aparente, apenas uma ilusão. O contrário é verdadeiro. A Terra gira em torno do sol e isso é explicado pela lei da gravitação (força atrativa que se exerce entre os astros) universal. Se encontrar uma barra de metal e uma barra de madeira, expostas à uma temperatura ambiente de 15 graus, e tocar em ambas, o metal parecerá mais frio do que a madeira. Conclui-se, empiricamente, que o metal está mais frio do que a madeira. Mera ilusão. Na verdade, o metal é melhor condutor de calor que a madeira e, por isso, o fluxo de calor que sai de nossa mão é maior quando tocamos o metal. Logo, o equilíbrio térmico entre a mão e o metal acontecerá mais rápido e, embora tudo indique que o ferro esfriou nossa mão, na verdade, foi nossa mão que aqueceu o ferro pela transferência de calor. Isso é explicado pelo princípio da condutibilidade (propriedade que os corpos têm de ser condutores de calor) térmica. 11 Metodologia da Pesquisa Assim como o sol e a barra de ferro, existe em nosso dia-a-dia uma série de acontecimentos que sugerem, empiricamente, uma explicação que não corresponde à realidade, ou seja, aos princípios comprovados pela Ciência ou investigados por ela. Nossos sentidos não são, e nunca foram, os melhores instrumentos para operar o desvio do concreto. Para completá-los ou suplementá-los, existe a ciência. 1.3 CONHECIMENTO CIENTIFICO Procura conhecer, além do fenômeno, suas causas e as leis que o regem. Descobrir os princípios explicativos que servem de base para a compensação da organização, classificação e ordenação da natureza Para Aristóteles o conhecimento só acontece quando sabemos qual a causa e o motivo dos fenômenos. Definição: é aquele voltado para a obtenção e comunicação de resultados desconhecidos até o momento da publicação do livro ou artigo, com fins de explicação do comportamento de certos fenômenos (definição nossa). 1.3.1 CORRELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO POPULAR/EMPÍRICO (CE) E CONHECIMENTO CIENTIFICO (CC) O CC é contingente O CC é crítico, rigoroso, objetivo O CC é verificável, falível e aproximadamente exato O CE atinge um fato, um fenômeno O CE gera certezas intuitivas O CE associa analogias globais Conhecimento filosófico – fundamenta-se em procedimentos racionais especulativos e oferecem uma explicação coerente quanto aos valores humanos. Conhecimento religioso – São crenças que falam de Deus, vida após a morte, deveres diante de Deus e do próximo, etc... 12 Metodologia da Pesquisa Para Appolinário (2006, p. 9), o conhecimento religioso, em seu sentido mais amplo, refere-se a qualquer conhecimento que não possa ser questionado ou testado, adquirido, portanto, um caráter dogmático. Para que um conhecimento possa ser considerado científico torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação, isto é, determinar o método que possibilitou chegar a esse conhecimento. Pode-se considerar o método como o caminho para se chegar a determinado fim. É através do método científico como um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas adotadas que se atinge o conhecimento. Então, pode-se considerar conhecimento científico como uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível. Objetivo: Descreve a realidade independente da visão do pesquisador, procurando as estruturas universais das coisas investigadas. Racional: Usa a razão e não a impressão e sensação do pesquisador. Sistemático: Preocupa-se em construir sistemas de idéias entre o parcial e o total. Geral: Seu interesse é geral, tentando explicar todos os fenômenos. Verificável: Possibilita demonstrar a veracidade das informações. Falível: Reconhece a sua capacidade de errar. 13 Metodologia da Pesquisa 2 A CIÊNCIA E O SENSO COMUM 2.1 O QUE É CIÊNCIA? A ciência é uma atividade reflexiva, que procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano a partir de um estudo sistemático e não simplesmente da adaptação à realidade. Quando fazemos ciência, afastamo-nos da realidade para compreendê-la melhor, transformando-a em objeto de investigação - o que permite a construção do conhecimento científico sobre o real. A ciência é composta de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade. A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção (isto é, busca- se atingir a neutralidade), para, assim, tornarem-se válidas para todos, ou seja, poderem ser generalizadas em todas as situações. Conclui-se que a ciência busca chegar a veracidade dos fatos o que torna o conhecimento distinto dos demais e que tem como característica fundamental a sua verificabilidade. Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicos, processo cumulativo do conhecimento e objetividade fazem da ciência uma forma de conhecimento que supera em muito o conhecimento espontâneo do senso comum. Esse conjunto de características é o que permite denominarmos um conjunto de conhecimentos de científico. 14 Metodologia da Pesquisa Para Appolinário (2004) pode-se mencionar ainda que as ciências encontram-se divididas em: ciências formais, naturais e sociais. Assim as ciências formais seriam as que lidam unicamente com abstrações, idéias e estruturas conceituais não necessariamente ligadas aos fatos, como a matemática e a lógica. As ciências naturais como a biologia, a física e a química estudam os fenômenos naturais (a vida, o ambiente). E, por fim, as ciências sociais que dedicam-se à investigação dos fenômenos humanos e sociais, como a psicologia, a sociologia e a economia. 2.2 O PROBLEMA DO SENSO COMUM Diversos conceitos que temos sobre o mundo, a vida, o comportamento das pessoas estão baseados no senso comum. Muitas vezes a linguagem do cotidiano apresenta uma argumentação semelhante para os mais diversos fenômenos. É natural que isto ocorra. Este é o comportamento natural. Assim, estas verdades bem estabelecidas na sociedade, mas baseadas apenas no senso comum, se chocam inúmeras vezes com os resultados científicos e produzem uma grande perplexidade. Existem inúmeros exemplos, mas para ficar em apenas um as questões levantadas pela Teoria da Relatividade quanto ao tempo são vistas com desconfiança ou incredulidade, mas deste conhecimento depende o funcionamento de instrumentos muito úteis hoje tais como o GPS. 2.3 A INTERPRETAÇÃO DO SENSO COMUM Segundo Boaventura (1989, p. 40): O senso comum é superficial porque desdenha das estruturas que estão para além da consciência, mas, por isso mesmo, é exímio em captar a profundidade horizontal das relações conscientes entre pessoas e entre pessoas e coisas. O senso comum é indisciplinar e imetódico; não resulta de uma prática especificamente orientada para o produzir; reproduz-se espontaneamente no suceder quotidiano da vida. Por último, o senso comum é retórico e metafórico; não ensina, persuade. Para Chauí (1994) a raça é uma realidade natural ou biológica produzida pela diferença dos climas, da alimentação, da geografia e da reprodução sexual. Quem 15 Metodologia da Pesquisa duvidará disso, se vemos que os africanos são negros, os asiáticos são amarelos de olhos puxados, os índios são vermelhos e os europeus, brancos? Se formos religiosos, saberemos que os negros descendem de Cain, marcado por Deus, e de Cain, o filho desobediente de Noé. Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade, transmitido de geração em geração, e, muitas vezes, transformando-se em crença religiosa, em doutrina inquestionável. 2.4 O SENSO COMUM E A CRÍTICA Segundo Chauí (1994) não são raros os casos em que as crenças do senso comum produziram comportamento preconceituosos, com base numa postura dogmática diante da compreensão dos fenômenos. Durante muito tempo, acreditou- se que o Sol girava em torno da Terra, que uma determinada raça fosse superior a outra, na influência dos astros nas vidas das pessoas etc. Não raro, o radicalismo em torno dessas crenças levou à condenação de pessoas que foram perseguidas pelo simples fato de criticá-las ou por se enquadrarem como hereges ou membros de uma etnia inferior. Muitas guerras foram e ainda são travadas devido ao preconceito religioso e cultural. As razões que fazem com que os filósofos critiquem o senso comum estão, portanto, relacionadas com a falta de tolerância e critérios rigorosos para fundamentação de qualquer tipo de conhecimento. O senso comum constrói suas teses a partir de um método indutivo, pelo qual a regularidade da ocorrência de certos fenômenos na natureza gera um hábito de se acreditar que se determinadas condições estão presentes, logo se seguirá um evento a elas relacionado. Por exemplo, se o céu fica coberto de nuvens cinzentas é sinal que vai chover; onde há fumaça, há fogo etc. A relação causal gerada por esse hábito é geralmente aceita pelo senso comum de modo acrítico, como se fosse uma lei natural das coisas. O senso comum não se preocupa em apresentar provas diretas que validem suas hipóteses, segundo um 16 Metodologia da Pesquisa método de verificação empírica, taiscomo a falsificação da experiência, exigida pelas teorias científicas contemporâneas. Desse modo, é pela persistência de um hábito e não pela validação de um conhecimento seguro que o senso comum gera seus enunciados. Esse hábito faz parte da constituição de cada um, assim como os sentidos pelos quais as informações do meio ambiente chegam ao sistema nervoso central. Por conta disso, às vezes, as informações que entram na mente humana são tão complexas que provocam um conflito de interpretações por parte do indivíduo. No âmbito do conhecimento dos objetos, a simples observação de uma torre ao longe não permite dizer com certeza se ela é de base quadrada, triangular ou circular. Apenas uma experiência mais apurada possibilitaria a confirmação da forma correta da edificação. O senso comum não pretende que seu conhecimento seja exaustivo e, nessa condição primária, aceita sem mais esforços as primeiras explicações que lhe ocorrem, segundo um modelo interno pré-estabelecido. O questionamento desse modelo só pode ser feito por uma mudança de atitude típica da Filosofia. Cabe à filosofia fazer a crítica dos modelos padrões do senso comum, permitindo que uma investigação mais apropriada proporcione um conhecimento mais fidedigno e que permita fazer previsões mais precisas. Quanto ao conhecimento da natureza, as experiências exaustivas e as contra–provas são práticas que fornecem elementos para constatação da verdade ou falsidade de uma proposição, ainda que provisória. Quanto ao conhecimento da melhor forma de ação, a filosofia exige do senso comum a sustentação da validade de suas normas, de acordo com parâmetros de universalização de aplicação da norma. Nesse sentido, o conhecimento deve avançar da simples aceitação de práticas estabelecidas pela tradição, até a formulação de regras de conduta que possam ser avaliadas a partir de um ponto de vista moral, do qual os interesses de todos concernidos sejam levados em conta. 17 Metodologia da Pesquisa 2.4.1 CARACTERÍSTICAS DO SENSO COMUM Segundo Chauí (1994) ante os nossos saberes cotidianos e do senso comum de nossa sociedade revela que possuem algumas características que lhes são próprias, como: São subjetivos, isto é, exprimem sentimentos e opiniões individuais e de grupos, variando de uma pessoa para outra, ou de um grupo para outro, dependendo das condições em que vivemos: Exemplo: Se eu for artista, verei a beleza da árvore; se eu for marceneira, a qualidade da madeira; se estiver passeando sob o sol, a sombra para descansar; se for bóia-fria, os frutos que devo colher para ganhar o meu dia. São qualitativos, isto é, as coisas são julgadas por nós como grandes ou pequenas, doces ou azedas, pesadas ou leves, novas ou velhas; belas ou feias, etc.. São heterogêneos isto é, referem-se a fatos que julgamos diferentes, porque os percebemos como diversos entre si. Exemplo: Um corpo que cai em uma pena que flutua no ar são acontecimentos diferentes; sonhar com água é diferente de sonhar com uma escada, etc.... São individualizadores por serem qualitativos e heterogêneos, isto é, cada coisa ou cada fato nos aparece como um indivíduo ou como um ser autônomo: a seca é macia, a pedra é rugosa, o algodão é áspero, o mel é doce, o fogo é quente, etc... Mas também são generalizadores, pois tendem a reunir numa só opinião ou num só idéia coisas e fatos julgados semelhantes; falamos dos animais, das plantas, dos seres humanos, dos astros, etc... 18 Metodologia da Pesquisa Em decorrência das generalizações, tendem a estabelecer relações de causa e feito entre as coisas ou entre os fatos: “onde há fumaça, há fogo”, “quem tudo quer, tudo perde”, etc... Não se surpreendem e nem se admiram com a regularidade, constância, repetição e diferença das coisas, mas, ao contrário, a admiração e o espanto se dirigem para o que é imaginado como único e extraordinário. Justamente por isso, em nossa sociedade, a propaganda e a moda estão sempre inventando. Pelo mesmo motivo e não compreenderem o que seja investigação científica, tendem a identificá-la com a magia, considerando que ambas lidam com o misterioso, o oculto. Essa imagem da ciência como magia aparece, por exemplo, no cinema, quando os filmes mostram os laboratórios científicos repletos de objetos incompreensíveis. Costumam projetar nas coisas no mundo, sentimentos de angústia e de medo diante do desconhecido. Por serem subjetivos, generalizadores, expressões de sentimentos de medo e angústia, e de incompreensão quanto ao trabalho científico, nossas certezas cotidianas e o senso comum de nossa sociedade ou de nosso grupo social cristalizam-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar toda a realidade que nos cerca e todos os acontecimentos. A ciência distingue-se do senso comum porque este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquanto a ciência baseia-se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é conhecimento que resulta de um trabalho racional. 19 Metodologia da Pesquisa 3 PESQUISA CIENTÍFICA 3.1 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES Neste tópico trataremos sobre a pesquisa cientifica, seus conceitos, suas finalidades, suas características, bem como os campos, os tipos e as fases de sua realização. Primeiramente buscamos alguns conceitos utilizados sobre o que vem a ser pesquisa. De acordo com o Dicionário Brasileiro o Globo, temos que pesquisa é: “Ato de pesquisar; indagação; inquirição; busca; exame de laboratório”. Científica, adjetivo “que diz respeito à ciência; que revela ciência; que tem o rigor da ciência; fundado na ciência”. De acordo com Andrade (2001, p. 121) “pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos”. Segundo Gil (2002, p. 17) “pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. 3.1.1 FINALIDADES DA PESQUISA • explicar os fenômenos do mundo existencial; • verificar como esses fenômenos ocorrem; • a função e estrutura do fenômeno; • as mudanças provocadas; • por que e como esses fenômenos ocorrem; • até onde esses fenômenos podem ser controlados e quais as influências que podem sofrer; 20 Metodologia da Pesquisa De acordo com Marconi e Lakatos (2201, p. 43), [...] pode ser considerada um procedimento formal de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos. Conclui-se que a pesquisa visa responder uma pergunta, um questionamento, uma necessidade de conhecimento sobre algo. 3.1.2 TIPOLOGIA DA PESQUISA Na visão de GIL (2002, p. 41), as pesquisas classificam com base em seus objetivos e com base nos procedimentos técnicos, como segue: 3.1.2.1 COM BASE EM SEUS OBJETIVOS 3.1.2.1.1 PESQUISAS EXPLORATÓRIAS Conforme Selltiz et al., (apud GIL, 2202, p. 42) : Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar maior familiaridadecom o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. [...] seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas envolvem: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão 3.1.2.1.2 PESQUISAS DESCRITIVAS Para Gil (2002, p. 42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. 21 Metodologia da Pesquisa 3.1.2.1.3 PESQUISAS EXPLICATIVAS Segundo Gil (2002, p. 42): essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. 3.1.2.2 COM BASE NOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS 3.1.2.2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Para Gil (2002, p. 44): a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora quase em todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. 3.1.2.2.2 PESQUISA DOCUMENTAL Para Gil (2002, p. 45) “a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”. 3.1.2.2.3 PESQUISA EXPERIMENTAL De acordo Gil (2002, p. 47) “a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto”. 22 Metodologia da Pesquisa 3.1.2.2.4 PESQUISA EX-POST FACTO “Pesquisa ex-post facto consiste em pesquisar o estudo realizado após a ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos acontecimentos (GIL, 2002, p. 49)”. 3.1.2.2.5 PESQUISA DE LEVANTAMENTO Para Gil (2002, p. 50): As pesquisas de levantamento caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. 3.1.2.2.6 PESQUISA DE CAMPO Gil (2002, p. 52) conceitua pesquisa de campo como: [...] tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta com a situação de estudo. Também se exige do pesquisador que permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente com essa imersão na realidade é que se pode entender as regras, os costumes e as convenções que regem o grupo estudado. 3.1.2.2.7 ESTUDO DE CASO “Estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados (GIL, 2002, p. 54)”. 3.1.2.2.8 PESQUISA-AÇÃO Alicerçado na definição de pesquisa-ação formulada por Thiollent (apud GIL, 2002, p. 55), tem-se: 23 Metodologia da Pesquisa [...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. 3.1.2.2.9 PESQUISA PARTICIPANTE Para Gil (2002, p. 55): é a pesquisa que caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. [...] mostra-se bastante comprometida com a minimização da relação entre dirigentes e dirigidos e por essa razão tem-se voltado sobretudo para a investigação junto a grupos desfavorecidos, tais como os operários, camponeses, agricultores e índios. Segundo Andrade (2001, p. 123), a pesquisa pode se classificar quanto à forma de abordagem em: 1) Pesquisa quantitativa – Traduz em números as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas; – Utilizam-se técnicas estatísticas. Os dados quantitativos são os números, como idade, metros, altura, peso, etc... Para Richardson (1999, p. 70), A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. 2) Pesquisa qualitativa – É descritiva; – As informações obtidas não podem ser quantificáveis; – Os dados obtidos são analisados indutivamente; – A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. 24 Metodologia da Pesquisa Para Richardson (1999, p. 70), Dado qualitativo representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto as inferências. É freqüentemente aplicado nos estudos descritivos. As qualitativas são características não quantificáveis como cor dos olhos, sexo, aquelas perguntas com respostas múltiplas. E mais, uma variável qualitativa pode ter dados estatísticos, quando tem um monte de respostas, mas ela não deixa de ser qualitativa. 3.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA De acordo com Andrade (2001, p. 140) uma pesquisa não pode ser realizada sem um planejamento prévio, detalhado, de todas suas etapas. O planejamento geral engloba a parte teórica e a coleta de dados ou execução da pesquisa. De modo geral, o esquema do planejamento de pesquisa inicia-se pela parte teórica, para depois elaborar-se um plano da coleta de dados: 3.3 ETAPAS DA PESQUISA 1. Escolha do tema; 2. Delimitação do assunto; 3. Levantamento bibliográfico ou revisão da bibliografia; 4. Formulação do problema; 5. Construção das hipóteses; 6. Indicação das variáveis; 7. Delimitação do universo (amostragem); 8. Seleção dos métodos e técnicas; 9. Construção dos instrumentos da pesquisa; 10.Teste dos instrumentos e procedimentos metodológicos. 25 Metodologia da Pesquisa 3.4 FASES DA PESQUISA 3.4.1 ESCOLHA DO TEMA 1. Antes deve-se pesquisar a acessibilidade a uma bibliografia sobre o assunto, pois todo trabalho baseia-se, principalmente, na pesquisa bibliográfica, a qual dá fundamentação teórica. 2. Verificar a relevância, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos prazos estipulados. 3. Escolhido o tema, faz necessário delimitá-lo, ou seja definir sua extensão e profundidade, o tipo de abordagem. Por exemplo: se escolhido o tema – “Evasão escolar” – torna-se necessário especificar: Onde? (Estado; determinada região;escola?) Em que nível? (na pré-escola? no 1º grau, etc...) Qual o enfoque? (psicológico; sociológico?...) 3.4.2 ESCOLHA DO PROBLEMA DE PESQUISA Porque pesquisar? Explicações, conhecimento mais profundo. Qual a importância do fenômeno a ser pesquisado? Que pessoas ou grupos se beneficiarão com os seus resultados? A relevância do problema – busca agregar valor, acrescentar conhecimento. 3.4.2.1 ALGUMAS REGRAS PARA A ADEQUADA FORMULAÇÃO DO PROBLEMA: 1. O problema deve ser formulado com uma pergunta; 2. Ele deve ser delimitado a uma dimensão viável, quanto mais focalizado o tema estiver será mais fácil pesquisar. Fazer o tema ficar mais específico.O objetivo não pode ser muito amplo para não fugir do tema; 3. Deve ter clareza; 4. Deve ser preciso; 5. Apresentar referências empíricas. 26 Metodologia da Pesquisa 3.5 COLETA DE DADOS Com o tema definido, deve-se procurar na biblioteca, uma bibliografia sobre o assunto, que fornecerá os dados essenciais para a elaboração do trabalho. Selecionadas as obras que poderão ser úteis para o desenvolvimento do assunto, procede-se, em seguida a localização das informações necessárias. 3.5.1 LOCALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES 1. Leitura prévia ou pré-leitura – procura-se no sumário os tópicos relevantes para o tema; 2. Leitura seletiva – objetiva selecionar as informações úteis para o desenvolvimento do trabalho; 3. Leitura crítica/analítica – é a leitura que objetiva a intelecção do texto, ou seja, a análise e interpretação. As coletas de dados poderão ser advindas também dos seguintes instrumentos: 1. Observação Simples – para fora Participante – para dentro Sistemática – plano de observação). 2. Entrevista Informal; focalizada; por pautas (pontos de interesse); estruturada (relação fixa de perguntas). Ferrão (2003, p.105), define: entrevista como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um problema social. 27 Metodologia da Pesquisa 3. Questionários - Perguntas Abertas – respondem com suas palavras Fechadas – já contem as possíveis respostas Duplas – já contem as possíveis respostas, podendo responder mais que uma. Segundo Ferrão (2003, p. 106), “Questionário é uma técnica de coleta de dados através de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador”. 28 Metodologia da Pesquisa 4 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA Segundo Andrade (2001, p. 130): Quando o homem começou a interrogar-se a respeito dos fatos do mundo exterior, na cultura e na natureza, surgiu a necessidade de uma metodologia da pesquisa científica. A metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento. 4.1 METODOS DE ABORDAGEM Segundo Andrade (2001, p. 130) “é o conjunto de procedimentos utilizados na investigação de fenômenos ou no caminho para chegar-se a verdade”. Segundo Cervo e Bervian (Apud ANDRADE, 2001, p. 131): Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. 4.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ABORDAGEM Para Andrade (2001, p. 131), os métodos de abordagem classificam-se em: dedutivo, indutivo e dialético. 4.1.1.1 MÉTODO DEDUTIVO A dedução é o caminho das conseqüências, pois uma cadeia de raciocínio em conexão descendente, isto é, do geral para o particular, leva à conclusão. Exemplo: Todo homem é mortal ..........................universal, geral; Pedro é homem;.....................................particular; Logo, Pedro é mortal. ...........................conclusão. 29 Metodologia da Pesquisa 4.1.1.2 MÉTODO INDUTIVO Na indução percorre-se o caminho inverso ao da dedução, isto é, a cadeia de raciocínio estabelece conexão ascendente, do particular para o geral. Neste caso, as constatações particulares é que levam às teorias e leis gerais. Exemplo: O calor dilata o ferro; ..................................particular; O calor dilata o bronze;...............................particular; O calor dilata o cobre:................................particular; Logo, o calor dilata todos os metais........geral e universal. 4.1.1.3 MÉTODO DIALÉTICO Não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de sua ação recíproca. O sucesso no emprego desse método está relacionado à habilidade de efetuar as perguntas. É muito utilizado em investigações policiais e na magistratura. 30 Metodologia da Pesquisa 5 A CONSTRUÇÃO DA HIPÓTESE A construção da hipótese deve ocorrer a partir do momento que o problema é selecionado para estudo e é a parte mais criativa da pesquisa. Ela representa uma antecipação dos fatos. Segundo Ferrão (2003, p. 91) “através da hipótese é que vão ser comprovados ou rejeitados os fatos, levando a decidir sobre a verdade ou falsidade dos fatos que se pretende explicar”. Para Gil (2002, p. 31) define: “hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução do problema”. 5.1 CARACTERISTICAS DA HIPÓTESE Segundo Gil (2002, p. 36),” nem todas as hipóteses são testáveis”. Com freqüência, os pesquisadores elaboram extensa relação de hipótese e depois de detida análise descartam a maior parte delas. Para que uma hipótese possa ser considerada logicamente aceitável deve apresentar determinadas características: 1) Deve ser conceitualmente clara – aquelas que indicam as operações particulares que possibilitam o esclarecimento do conceito. Exemplo: uma hipótese pode-se referir ao nível de religiosidade, que será definido operacionalmente pela freqüência aos cultos religiosos. 2) Deve ser específica – que especificam o que de fato se pretende verificar. 3) Deve ter referências empíricas – que envolvem julgamentos de valor não podem ser adequadamente testadas. Palavras como bom, mau, deve e deveria não conduzem à verificação empírica e devem ser evitadas na construção de hipóteses. A afirmação “Maus alunos não devem ingressar em faculdades de medicina” pode ser tomada como exemplo de hipótese que 31 Metodologia da Pesquisa não pode ser testada empiricamente. Poderia ser o caso de se apresentá-la sob a forma “Alunos com baixo nível de aproveitamento escolar apresentam maiores dificuldades para o exercício da profissão de médico”. Neste caso, a hipótese envolve conceitos que podem ser verificados pela observação. 4) Deve ser parcimoniosa – simples, mas que tenha o mesmo poder explicativo (não se devem economizar palavras, porém não pode também ser complexa). 5) Deve estar relacionada às técnicas disponíveis – nem sempre uma hipótese teoricamente bem elaborada pode ser testada empiricamente. Énecessário que haja técnicas adequadas para a coleta dos dados exigidos para seu teste. Deve estar relacionada com uma teoria – Em muitas pesquisas sociais, este critério não é considerado. Entretanto, as hipóteses elaboradas sem qualquer vinculação às teorias existentes não possibilitam a generalização de seus resultados. 5.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO Pré-análise – organização, leitura e escolha do material a ser utilizado; Exploração do material – codificação, classificação, numeração; Tratamento dos dados (inferência e interferência) – tornar os dados válidos e significativos. São utilizados métodos estatísticos que possibilitam estabelecer quadras, diagramas, figuras, etc... 32 Metodologia da Pesquisa 6 PESQUISA CIENTÍFICA: PREPARAÇÃO, FASES E EXECUÇÃO Esquema Básico Tem que responder Capa Folha de rosto Sumário Introdução Problema/justificativa Por que, o que? Referencial teórico Qual o embasamento teórico? Objetivos Para que? Hipóteses O que se espera? Metodologia Onde? Como? Cronograma execução Quando? Orçamento Quanto vai custar? Equipe Quem? Referência bibliográfica Qualidade, quantidade, atualização do embasamento teórico. 6.1 JUSTIFICATIVA O que será pesquisado Porque será pesquisado O que se espera com a pesquisa Qual é o problema? Importância • Delimitação • Histórico • Local • Segmentos envolvidos • Perdas ou prejuízos Contribuições da pesquisa para sociedade /ciência Produto (s) pretende chegar com a pesquisa Beneficiários Literatura – pesquisa bibliográfica Bibliografias no auxílio das definições de objetivos e hipóteses. 33 Metodologia da Pesquisa 6.2 OBJETIVOS Para que realizar a pesquisa? O que é pretendido com a pesquisa? Quais os resultados: conhecimento, produto, tecnologias 6.3 HIPÓTESE O que se espera com a pesquisa? Formulação VERDADEIRA: aceita FALSA: rejeitada Dada a complexidade de apresentar um esquema que indique todos os demais passos do processo de pesquisa, utilizaremos o manual da UNIVEN e transparência que contenha todas as etapas do trabalho científico, em que proporcionará o conhecimento e entendimento da estrutura. Problema Justificativa Objetivo Referencial teórico 34 Metodologia da Pesquisa 7 REFERÊNCIAS 1. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 2. APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da ciência: filosofia e prática de pesquisa. São Paulo: Pioneira, 2006. 3. CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. 4. FERNANDES, Francisco. Dicionário brasileiro globo. 51 ed. São Paulo: Globo, 1999. 5. FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Cientifica: para iniciantes em pesquisa. Linhares, ES: Incaper, 2003. 6. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 7. MARX, Karl. O capital: Civilização brasileira. Rio de Janeiro, 1966. 8. RICHARDSON, Roberto Jarry; e Colaboradores. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 9. UNIVEN – Faculdades Integradas. Manual de normas técnicas. 2005. 10. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. 35 Metodologia da Pesquisa 2º Bimestre 36 Metodologia da Pesquisa MANUAL DE NORMAS TÉCNICAS FACULDADE MULTIVIX 37 Metodologia da Pesquisa SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO............................................................................ 42 2 ESTRUTURA DO TRABALHO..................................................... 43 2.1 CAPA...................................................................................................... 44 2.2 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS.............................................................. 44 2.2.1 LOMBADA................................................................................................. 44 2.2.2 FOLHA DE ROSTO...................................................................................... 45 2.2.3 FICHA CATALOGRÁFICA............................................................................ 46 2.2.4 FOLHA DE APROVAÇÃO............................................................................ 46 2.2.5 DEDICATÓRIA (S) .................................................................................... 47 2.2.6 AGRADECIMENTO (S)............................................................................... 47 2.2.7 EPÍGRAFE................................................................................................ 47 2.2.8 RESUMO NA LÍNGUA VERNÁCULA .............................................................. 48 2.2.9 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA ........................................................... 48 2.2.10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES, DE TABELAS, DE ABREVIATURAS, DE SIGLAS E OU DE SIMBOLOS.......................................................................................... 49 2.2.11 SUMÁRIO ................................................................................................. 49 2.3 ELEMENTOS TEXTUAIS ..................................................................... 49 2.3.1 CAPÍTULO 1- (INTRODUÇÃO)..................................................................... 50 2.3.1.1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 50 2.3.1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 50 2.3.1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA............................................................................. 50 2.3.1.4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.................................................................... 51 2.3.1.5 OBJETIVOS.............................................................................................. 51 2.3.1.6 HIPÓTESES.............................................................................................. 51 2.3.1.7 METODOLOGIA......................................................................................... 52 2.3.1.8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO................................................................... 53 2.3.2 CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO/SUSTENTAÇÃO TEÓRICA/ EMBASAMENTO TEÓRICO/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................... 54 2.3.3 CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS/ESTUDO DE 38 Metodologia da Pesquisa CASO...................................................................................................... 54 2.3.3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA/MUNICÍPIO PESQUISADO............................ 54 2.3.3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS..................................................................... 55 2.3.3.3 ANÁLISE DOS DADOS................................................................................. 55 2.3.4 CAPÍTULO 4 - CONCLUSÃO....................................................................... 55 2.4 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS ............................................................. 55 2.4.1 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 55 2.4.1.1 OBRA EM QUE O AUTOR É UMA PESSOA FÍSICA............................................. 57 2.4.1.2 PESSOAS JURÍDICAS................................................................................. 59 2.4.1.3 COLETÂNEAS........................................................................................... 60 2.4.1.4 OUTRAS SITUAÇÕES PARA INDICAÇÃO DE AUTORIA...................................... 61 2.4.1.5 TÍTULO E SUBTÍTULO DA PUBLICAÇÃO.......................................................... 62 2.4.1.6 EDIÇÃO.................................................................................................... 62 2.4.1.7 LOCAL DE PUBLICAÇÃO.............................................................................. 63 2.4.1.8 EDITORA.................................................................................................. 64 2.4.1.9 ANO DE PUBLICAÇÃO................................................................................ 64 2.4.1.10 NÚMERO DE FOLHAS, PÁGINAS OU VOLUMES............................................... 65 2.4.2 APRESENTAÇÃO DE REFERÊNCIAS............................................................. 66 2.4.2.1 PUBLICAÇÕES AVULSAS CONSIDERADAS NO TODO (LIVROS, TESES).............. 66 2.4.2.2 PUBLICAÇÕES AVULSAS CONSIDERADAS COMO PARTE DE UMA OBRA (CAPÍTULOS, VOLUMES, FRAGMENTOS...)................................................... 67 2.4.2.3 PUBLICAÇÕES EM MEIOS ELETRÔNICOS NO TODO OU EM PARTE................... 68 2.4.2.4 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS (REVISTA, JORNAIS, BOLETINS...)....................... 68 2.4.2.5 EVENTOS (CONGRESSO, SIMPÓSIOS, SEMINÁRIOS...).................................. 70 2.4.2.6 TRABALHOS APRESENTADOS EM EVENTOS................................................. 71 2.4.2.7 MULTIMEIOS............................................................................................ 71 2.4.2.8 FOTOGRAFIAS......................................................................................... 72 2.4.2.9 REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS..................................................................... 72 2.4.2.10 ENTREVISTAS.......................................................................................... 74 2.4.2.11 PALESTRAS............................................................................................. 74 2.4.2.12 ANOTAÇÕES DE AULA/TRABALHO DE ALUNOS............................................. 75 2.4.2.13 BÍBLIA..................................................................................................... 75 39 Metodologia da Pesquisa 2.4.2.14 LISTAS DE DISCUSÃO................................................................................ 75 2.4.2.15 RESUMOS E RESENHAS............................................................................ 75 2.4.3 GLOSSÁRIO............................................................................................. 76 2.4.4 APÊNDICES............................................................................................. 75 2.4.5 ANEXOS.................................................................................................. 77 2.4.6 ÍNDICE..................................................................................................... 77 3 NORMAS PARA APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO....................................................................................... 78 3.1 FORMATAÇÃO...................................................................................... 78 3.2 MARGEM............................................................................................... 78 3.3 ESPAÇAMENTO................................................................................... 79 3.4 PAGINAÇÃO.......................................................................................... 79 3.5 TABELAS............................................................................................... 80 3.6 ILUSTRAÇÕES...................................................................................... 81 4 USO DE CITAÇÕES......................................................................... 82 4.1 CITAÇÃO................................................................................................ 82 4.1.1 CITAÇÕES DIRETAS, LITERAIS OU TEXTUAIS................................................ 82 4.1.2 CITAÇÕES INDIRETAS OU LIVRES................................................................ 83 4.1.3 CITAÇÕES DE CITAÇÕES............................................................................ 84 4.2 NOTAS DE RODAPÉ............................................................................. 85 5 ESTRUTURA PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGO................. 88 5.1 O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO...................................................... 88 5.2 ESTRUTURA DE UM ARTIGO.............................................................. 89 5.2.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS....................................................................... 90 5.2.2 ELEMENTOS TEXTUAIS.............................................................................. 90 5.2.2.1 DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 91 5.2.2.2 CONCLUSÃO............................................................................................. 91 5.2.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS....................................................................... 91 5.3 LINGUAGEM UTILIZADA....................................................................... 91 40 Metodologia da Pesquisa 5.4 FORMATAÇÃO...................................................................................... 92 5.4.1 ESPAÇAMENTO......................................................................................... 92 6 REFERÊNCIAS................................................................................. 93 APÊNDICES APÊNDICE A - CAPA DO TRABALHO ACADÊMICO......................................... 95 APÊNDICE B - LOMBADA................................................................................... 96 APÊNDICE C - FOLHA DE ROSTO..................................................................... 97 APÊNDICE Ca - EXEMPLOS DE NOTAS DE TRABALHOS ACADÊMICOS...... 98 APÊNDICE D - MODELO DE FICHA CATALOGRÁFICA.................................... 99 APÊNDICE E - FOLHA DE APROVAÇÃO.......................................................... 100 APÊNDICE F - DEDICATÓRIA............................................................................ 101 APÊNDICE G - AGRADECIMENTOS.................................................................. 102 APÊNDICE H - EPÍGRAFE.................................................................................. 103 APÊNDICE I - MODELO DE RESUMO................................................................ 104 APÊNDICE J - MODELO DE ABSTRACT............................................................ 105 APÊNDICE K - LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................................... 106 APÊNDICE L - MODELO DE LISTA DE TABELAS.............................................. 107 APÊNDICE M - LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS......................................... 108 APÊNDICE N - LISTA DE SÍMBOLOS................................................................. 109 APÊNDICE O - MODELO DE SUMÁRIO............................................................. 110 APÊNDICE P - MODELO DE FORMATAÇÃO DE PÁGINA E DE TEXTO.......... 111 APÊNDICE Q - MODELO DE APRESENTAÇÃO DE TABELAS.......................... 112 APÊNDICE Qa - MODELO DE APRESENTAÇÃO DE TABELAS EM MAIS DE UMA PÁGINA.......................................................................................................113 APÊNDICE R - MODELO DE APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES............... 114 APÊNDICE Ra - MODELO DE APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES............. 115 APÊNDICE S - MODELO DE CRONOMOGRA DE EXECUÇÃO....................... 116 APÊNDICE T - MODELO DE ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAL – ARTIGO............ 117 APÊNDICE U - MODELO DE ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAL – RESUMO.......... 118 41 Metodologia da Pesquisa QUADRO QUADRO 1 - DISPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS.............................................. 43 42 Metodologia da Pesquisa 1 APRESENTAÇÃO O trabalho científico implica em análise, reflexão crítica, síntese e aprofundamento de idéias a partir da colocação de um problema. O trabalho científico exige, para a sua apresentação ao meio acadêmico, uma forma adequada e estruturada de acordo com as normas técnicas comuns aos vários tipos de trabalhos bibliográficos: artigos, projetos de estágios, monografias, dissertações, teses e livros. A necessidade de padronização das publicações acadêmico-científicas deu origem à elaboração deste manual que tem por finalidade facilitar, aos alunos de graduação e pós-graduação e professores da Faculdade Norte Capixaba de São Mateus, o acesso às normas técnicas para a apresentação e a formatação dos trabalhos acadêmicos utilizando exemplos práticos das variadas formas de registros bibliográficos. O manual será atualizado periodicamente, sempre que houver alteração das normas técnicas ou para incluir outros exemplos que possam contribuir para os seus objetivos e é baseado nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 43 Metodologia da Pesquisa 2 ESTRUTURA DO TRABALHO Os trabalhos acadêmicos, dissertações e teses dividem-se em elementos pré- textuais, textuais e pós-textuais, conforme demonstrados no quadro 1. ESTRUTURA ELEMENTO Capa (obrigatório) Pré-textuais Lombada (opcional) Folha de rosto (obrigatório) Ficha catalográfica (obrigatória) Folha de aprovação (obrigatório) Dedicatória (s) (opcional) Agradecimento (s) (opcional) Epígrafe (opcional) Resumo na língua vernácula (obrigatório) Resumo em língua estrangeira (opcional) Lista de ilustrações (opcional) Lista de abreviaturas e siglas (opcional) Lista de símbolos (opcional) Sumário (obrigatório) Textuais Introdução Desenvolvimento Conclusão Pós-textuais Referências (obrigatório) Glossário (opcional) Apêndice (s) (opcional) Anexo (s) (opcional) Índice (opcional) Quadro 1 – Disposição dos elementos Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (apud UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, 2006, p. 14) 44 Metodologia da Pesquisa 2.1 CAPA Elemento obrigatório para proteção externa do trabalho e sobre o qual se imprimem as informações indispensáveis à sua identificação. Deve ser todo em espaçamento simples, fontes 12 e conter (APÊNDICE A): nome da instituição centralizado, em negrito e maiúsculo; nome do curso que deve estar após o nome da instituição, centralizado, em negrito e com letras maiúscula. nome do autor deve ser descrito o nome completo, com letras maiúscula, negrito, centralizado e a quatro enters do nome do curso. no centro da página, o título deve ser com letra maiúscula, centralizado e em negrito. o subtítulo é digitado, no final do título e após dois pontos, devendo ser em letra maiúscula, centralizado e com negrito. Na parte inferior da página, com letra maiúscula, centralizada e em negrito deve ter o local (cidade) e ano da entrega do trabalho. 2.2 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS Os elementos pré-textuais antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho. 2.2.1 LOMBADA Elemento opcional, parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira. As informações devem ser impressas da seguinte maneira: 45 Metodologia da Pesquisa a) nome do autor, impresso longitudinalmente e legível do alto para o pé da lombada. Esta forma possibilita a leitura quando o trabalho está no sentido horizontal, com a face voltada para cima; b) título do trabalho, impresso da mesma forma que o nome do autor (APÊNDICE B). 2.2.2 FOLHA DE ROSTO Elemento obrigatório que contém os elementos essenciais à identificação do trabalho. Deve ser todo em espaçamento simples, fonte 12 e conter (APÊNDICE C) nome do autor deve ser descrito o nome completo, centralizado e com letras maiúscula sem negrito. no centro da página, o título deve ser com letra maiúscula, centralizado e em negrito. o subtítulo é digitado no final do título após dois pontos devendo ser em letra maiúscula, centralizado e com negrito nota explicativa, informa sobre o caráter acadêmico do documento (trabalho acadêmico, trabalho de estágio, trabalho de conclusão de curso, monografia, dissertação, teses, etc.), o objetivo, o grau pretendido, a instituição de ensino, a área de concentração e o nome do orientador. Essa nota é transcrita com espaçamento simples e alinhada do centro da página, em minúsculo, com tamanho 10, a 3 enters do título. na parte inferior da página, com letra maiúscula e centralizado deve ter o local (cidade) e ano da entrega do trabalho. Esta folha, embora considerada a primeira folha do trabalho, não recebe numeração. 46 Metodologia da Pesquisa 2.2.3 FICHA CATALOGRÁFICA Após a folha de rosto deve conter a ficha catalográfica. Para a elaboração da mesma, os alunos podem pedir um bibliotecário para fazer, não precisamente da Instituição. (APÊNDICE D). 2.2.4 FOLHA DE APROVAÇÃO Elemento obrigatório, contendo os elementos essenciais da identificação do trabalho. Colocada logo após a folha de rosto (APÊNDICE E), deve ser toda em espaçamento simples e é constituído pelos seguintes aspectos: nome do autor deve ser descrito o nome completo, centralizado, em negrito e com letras maiúscula, fonte 12. a cinco enters do nome do autor, o título deve ser com letra maiúscula, centralizado e em negrito, fonte 12. o subtítulo é digitado no final do título após dois pontos, devendo ser em letra maiúscula, centralizado e com negrito, fonte 12 nota explicativa, informa sobre o caráter acadêmico do documento (trabalho acadêmico, trabalho de estágio, trabalho de conclusão de curso, monografia, dissertação, teses, etc.), o objetivo, o grau pretendido, a instituição de ensino, e a área de concentração. Essa nota é transcrita com espaçamento simples e alinhada na página, em minúsculo, com tamanho 10, a 4 enters do título. alinhado à direita, coloca-se o termo aprovada contendo a data, o mês e o ano que será apresentado o trabalho a banca. Este recurso é transcrito com espaçamento simples, em minúsculo, com tamanho 10, a 2 enter da nota explicativa. comissão examinadora, centralizado, com letra maiúscula e em negrito, deve estar a 5 enters da data de aprovação, e recuado a 4 cm da margem esquerda. 47 Metodologia da Pesquisa Nome do orientador, com o nome da instituição acompanhado do termo orientador, em negrito, a 5 enters do termo comissão Examinadora, e recuado a 4 cm da margem esquerda. Coloca-se após o nome do orientador os nomes dos demais membros da banca, com o nome da instituição, em negrito, a 5 enters do termo comissãoExaminadora, e recuado a 4 cm da margem esquerda. Sobre o nome do orientador e dos demais membros da banca têm-se uma linha tracejada, para assinatura dos mesmos, que deve estar a 4 cm da margem esquerda. 2.2.5 DEDICATÓRIA (S) A dedicatória, conforme (APÊNDICE F), é um elemento opcional, no qual o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho. Deve ficar na parte inferior da folha, alinhada à direita com recuo de 8 cm a partir da margem esquerda e com espaçamento simples, fonte 12. 2.2.6 AGRADECIMENTO (S) Elemento opcional, o agradecimento (APÊNDICE G) é dirigido àqueles que contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho. Importante agradecer ao orientador, à banca e à agência de fomento, se houver. Deve estar na parte inferior da folha, alinhado à direita com recuo de 8 cm a partir da margem esquerda e com espaçamento simples, fonte 12. 2.2.7 EPÍGRAFE Elemento opcional, no qual o autor apresenta uma citação, seguida da indicação de autoria, relacionada com a matéria tratada no corpo do trabalho e deve estar na parte inferior da folha e alinhado à direita. Pode também constar epígrafes nas folhas de abertura das seções primárias. (APÊNDICE H). 48 Metodologia da Pesquisa 2.2.8 RESUMO NA LÍNGUA VERNÁCULA Elemento obrigatório, que consiste na apresentação concisa dos relevantes de um texto, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho. O resumo, redigido pelo próprio autor, compõe-se de uma seqüência de frases concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de tópicos, não ultrapassando 500 palavras, conforme especificado abaixo. Deve ser redigida em parágrafo único, utilizando espaço um e seguido das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, o termo “palavras-chave” (negrito, caixa alta/versalete), conforme a NBR 6028 (2003). Quanto a sua extensão os resumos devem ter: a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnico-cientifícos; b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos; c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves. As palavras definidas como chaves para o trabalho devem ser apresentadas em fonte Arial, sem negrito, tamanho 12, separadas entre si por ponto (.) e finalizadas também por ponto, em minúscula, não podendo essas conter no título do trabalho, conforme (APENDICE I). 2.2.9 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Elemento opcional que consiste em uma versão do resumo em idioma de divulgação internacional (em inglês Abstract; em castelhano Resumen; em francês Résumé, por exemplo). Deve aparecer em folha distinta e seguido das palavras mais representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave, na língua escolhida. (APÊNDICE J). 49 Metodologia da Pesquisa 2.2.10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES, DE TABELAS, DE ABREVIATURAS, DE SIGLAS E OU DE SIMBOLOS Elementos opcionais devem ser elaborados de acordo com a ordem apresentada no texto e em algarismos arábicos. Cada item vem designado por sua numeração, nome específico, de ser acompanhado do respectivo número da folha, além de ter espaçamento um e meio e uma linha pontilhada para ligar o nome da seção à folha correspondente, conforme o (APENDICE K). Recomenda-se a elaboração de listas próprias para cada tipo de ilustração (quadros, lâminas, plantas, fotografias, gráficos, tabelas, organogramas, fluxogramas, esquemas, desenhos e outros), quando o número de itens por tipologia for superior a cinco, e devem compor listas separadas (APÊNDICES L, M, N). 2.2.11 SUMÁRIO Elemento obrigatório, cujas partes são acompanhadas do(s) número (s) da(s) folha(s) e devem ser apresentado(s) conforme está no corpo do trabalho e com espacejamento de um e meio. Uma linha pontilhada deve ser usada para ligar o nome da seção à folha correspondente, além das seções primárias estarem separadas uma das outras por um 1 enter. A palavra SUMÁRIO deve ser centralizada e com a mesma tipologia da fonte utilizada para as seções primárias (maiúscula, fonte Arial, tamanho 14 e negrito). (APÊNDICE O). 2.3 ELEMENTOS TEXTUAIS Parte do trabalho onde é exposta a matéria, no qual existem três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Podendo ainda ser dividido em capítulos (seções e subseções), para melhor desenvolvimento e contextualização dividir em itens como: 50 Metodologia da Pesquisa 2.3.1 CAPÍTULO 1 - (INTRODUÇÃO) 2.3.1.1 INTRODUÇÃO “Visa preparar o leitor para se colocar dentro da questão do trabalho, fornecendo-lhe visão clara dos caminhos a serem percorridos para se chegar a ele, isto é, dar a seu leitor uma idéia geral do trabalho” (FERRÃO, 2003, p. 136). Escrever informações sobre a área de estudo, finalizando com o objetivo geral do trabalho. Tem a função de apresentar, propagar os assuntos e questões que serão abordados no trabalho. Na introdução deve conter os antecedentes teóricos sobre o tema abordado. 2.3.1.2 JUSTIFICATIVA Trata-se de uma apresentação inicial do trabalho, que pode incluir: fatores que determinaram a escolha do tema, sua relação com a experiência profissional ou acadêmica do autor, assim como sua vinculação à área temática; argumentos relativos a importância da pesquisa, do ponto de vista teórico, metodológico ou empírico; referência a sua possível contribuição para o conhecimento de alguma questão teórica ou prática ainda não solucionada. 2.3.1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA Nesta parte após escolhido o tema, faz necessário delimitá-lo, ou seja, definir sua extensão e profundidade, o tipo de abordagem. Por exemplo: se escolhido o tema – “Evasão escolar” – torna-se necessário especificar: Onde? (Estado; determinada região; escola?) Em que nível? (Educação infantil? no ensino fundamental, etc...) Qual o enfoque? (psicológico; sociológico?...) 51 Metodologia da Pesquisa 2.3.1.4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Nesta parte, deve-se deixar claro o problema que se pretende responder com a pesquisa. Ou seja, é a delimitação do tema devendo ser formulado como pergunta, claro e preciso, empírico (não é comprovado cientificamente), suscetível de solução e delimitado a uma dimensão viável (coisas que são possíveis). As melhores perguntas são aquelas que incluem: Como? O quê? Quando? Qual? 2.3.1.5 OBJETIVOS Os objetivos constituem a finalidade de um trabalho científico, ou seja, a meta que se pretende atingir com a elaboração da pesquisa. São eles que indicam o que um pesquisador realmente deseja fazer. Sua definição clara ajuda em muito na tomada de decisões quanto aos aspectos metodológicos da pesquisa, afinal, temos que saber o que queremos fazer, para depois resolvermos como proceder para chegar aos resultados pretendidos. a) Objetivo geral - Ao formular o objetivo geral busca-se responder a seguinte questão: Para que realizar a pesquisa? O verbo deve estar no infinitivo (identificar, analisar, demonstrar, desenvolver, mensurar, investigar, etc.). Devendo esse dar resposta ao problema formulado. b) Objetivos específicos - São objetivos que tem como função facilitar o alcance do objetivo geral. 2.3.1.6 HIPÓTESES Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, Hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tente responder ao Problema levantado no tema escolhido para pesquisa. É uma pré-solução para o Problema levantado. O 52 Metodologia da
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