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CONCURSO DE PESSOAS PARTE 01

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1. Concurso de pessoas
	Por conceituação clássica, o concurso de pessoas ocorre quando dois ou mais agentes concorrem para a realização de um mesmo crime (mesma infração penal), sendo que o Brasil adotou a teoria monista, através da qual todos os participantes (coautores e partícipes) respondem pelo mesmo fato, ou seja, pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade pessoal. O artigo 29 do CP é a principal sede legal do tema:
.
“Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
	A teoria monista apregoa que todos aqueles que colaboram para a realização de um crime responderão pelo mesmo fato típico, ou seja, não há mais de uma adequação típica para cada um dos concorrentes: todos incorrem na mesma tipificação.
Ex: Aquele que dispara arma de fogo matando alguém responde por homicídio, e aquele que lhe emprestou a arma para tanto também responde pelo homicídio.
PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS: 
	A expressão “na medida de sua culpabilidade”, de que se valeu o legislador, significa que cada um dos concorrentes terá a sua reprovabilidade pessoal aferida separadamente, sendo dosada sua responsabilidade e pena de acordo com suas particularidades pessoais (o julgador deverá realizar um juízo de censura sobre cada comportamento praticado pelos agentes, individualmente) – mas sem que se tipifique sua conduta em outro crime. Suponhamos que A e B resolvam praticar um crime furto. O primeiro, A, filho de um rico fazendeiro, pretende cometer o delito por mero espírito de “aventura”; já o segundo, desempregado há muito, pelo fato de não conseguir trazer, licitamente, o sustento de sua família, resolve, numa demonstração de desespero, levar a efeito a subtração, juntamente com A. Pergunta-se: as duas condutas merecem a mesma censura, ou uma delas é mais reprovável que a outra? Entendo que a conduta de B, que subtraiu coisa alheia móvel numa atitude de desespero, é menos censurável do que a de A, observando-se os motivos que impeliram os agentes ao cometimento da infração penal. Assim, como conseqüência da regra insculpida na parte final do art. 29, embora tendo o código adotado a teoria unitária, deverão ser diversas as penas aplicadas ao agentes, sendo a conduta de A punida mais severamente do que a de B. 
“No ordenamento penal em vigor, não há obrigatoriedade de redução de pena para o partícipe, em relação à pena do autor, considerada a participação em si mesma, ou seja; como forma de concorrência diferente da autoria (ou coautoria). A redução obrigatória da pena para o partícipe se dá apenas em face daquela em que a Lei chama de ‘menor importância’ – o que já está a revelar que nem toda participação é de menor importância e que, a princípio, a punição do partícipe é igual a do autor. A diferenciação está na ‘medida da culpabilidade’ e, nessa linha, o partícipe pode, em tese, vir até a merecer pena maior que a do autor, como exemplo, no caso do inciso IV do art. 62 do CP.” (STJ, REsp. 575684/SP, Rel. Min. Paulo Medina, 6º T). 
EXCEÇÕES A TEORIA MONISTA: 
São duas as exceções: a teoria pluralista e a cooperação dolosamente distinta. Vejamos cada uma: 
TEORIA PLURALISTA - Agora, temos a teoria pluralista servindo como exceção: Cada colaborador responde por um crime diferente. O Brasil adotou o monismo como regra, mas existe o pluralismo como exceção. Você tem A e B concorrendo para o mesmo fato e você tem uma consequência para A e uma consequência para B. A consequência não é unitária, ela é plural. No monismo, A e B que concorreram para o mesmo fato, estão sujeitos às mesmas consequências. No pluralismo não. A, que concorreu para o fato, está sujeito à consequência de nº 1 e B que concorreu para ao mesmo fato, está sujeito à consequência de nº 2. 
	Exemplos de pluralismo no Código Penal: (exceção à teoria monista):
Aborto. A gestante que consente para o aborto responde no 124, o terceiro provocador, no art. 126. 
2) Corrupção ativa e passiva. O corrupto, pelo 317 e o corruptor pelo 333 e todos concorrem para o mesmo fato.
3) Arts. 318 e 334 – Facilitação de contrabando e descaminho (o servidor responde pelo 318) e o próprio descaminho (o contrabandista responde pelo 334) e concorreram para o mesmo fato.
4) A testemunha que mentiu subornada e o terceiro que a subornou. A testemunha responde pelo art. 342, = 1º e quem subornou: art. 343.
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA – Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada à pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. ART. 29, parágrafo segundo. Exemplo: Se dois sujeitos combinam praticar um furto dentro de uma residência, em que um entra e começa a pegar as coisas, e o outro fica do lado de fora, vigiando. O sujeito que estava dentro da casa, no momento que está executando o crime de furto, percebe que uma das moradoras encontra-se dormindo e resolve praticar um estupro. Não há dúvida que o sujeito que estava do lado de fora, colaborou com o crime de estupro, sem saber, porque senão o outro (estuprador) não teria tido segurança para praticar o crime de estupro. Apesar de esse sujeito ter colaborado com o crime de estupro, como o dolo dele não abrangia o estupro, só responderá pelo furto. Ele só aceitou participar do crime menos grave, por isso responde apenas pelo crime de furto. Outro exemplo: A estimula B a causar lesões em C. Ao dar início às agressões, B, agindo agora com dolo de matar, espanca C até a morte. Como se percebe, B não fora instigado por A a causar a morte de C. Tal fato se deveu, exclusivamente, a um desvio subjetivo da conduta de B. Em razão do disposto no art. 29, parágrafo segundo, do CP, A somente deverá ser responsabilizado por seu dolo, ou seja, se a finalidade de sua participação era estimular, instigar o agente a causar lesões em alguém, e se, durante a execução do crime, o autor executor resolver ir mais adiante e praticar outra infração penal que não aquela sugerida ou estimulada pelo partícipe, este ultimo somente será responsabilizado pelo seu dolo. Se o dolo foi o de estimular o agente a cometer o delito de lesões corporais, por ele deverá ser responsabilizado. Se o resultado mais grave fosse previsível para o concorrente, a pena prevista para a infração penal para a qual queria concorrer será aumentada de metade.
Classificação doutrinária dos crimes quanto ao concurso de agentes
	O crime se divide em:
Monossubjetivo – “Que é um crime que pode ser praticado por uma ou mais pessoas. São chamados crimes de concurso eventual.” É a regra no Código Penal: homicídio, furto, roubo, estupro.
Plurissubjetivo – “Só pode ser praticado por número plural de agentes. É o chamado crime de concurso necessário.” Ex: quadrilha ou bando (art. 288 do CP), Associação para o tráfico.(lei 11.343 de 2006, art. 35)
O que nós vamos estudar? O assunto ‘concurso de pessoas’ trata somente dos crimes monossubjetivos. O plurissubjetivo não precisa estudar, é o próprio tipo penal, vai estudar o próprio tipo. Quando você estuda concurso de pessoas, você estuda os delitos monossubjetivos.
Requisitos do concurso de pessoas
Pluralidade de agentes e de condutas: para que haja concurso de agentes, exigem-se, no mínimo, duas condutas, quais sejam, duas principais, realizadas pelos autores (coautoria), ou uma principal e outra acessória, praticadas, respectivamente, por autor e partícipe. Da mesma forma que “uma andorinha não faz verão”, uma só conduta não caracteriza o concurso de pessoas.
 Relevância do comportamento (relevância causal de cada conduta): se a conduta não tem relevânciacausal, isto é, se não contribuiu em nada para a eclosão do resultado, não pode ser considerada como integrante do concurso de pessoas. Assim, por exemplo, não se pode falar em concurso quando a outra conduta é praticada após a consumação do delito. Se ela não tem relevância causal, então o agente não concorreu para nada, desaparecendo o concurso. Conforme ensina Mirabete, “a mera ciência, a assistência, ou mesmo a concordância psicológica para o evento, sem que a pessoa concorra com uma causa, porém, difere da instigação, não é punida.” Outro Ex: Maria não gosta do seu vizinho, ela percebe que um terceiro está batendo no seu vizinho, ela ao perceber a cena, torce para que ele apanhe, ela está aderindo à vontade do agressor, mas ela não está colaborando, sob nenhuma forma, na realização do crime. Em outras palavras, a conivência só será punível se ela contribuir de alguma forma para a ocorrência do delito (nexo de causalidade material), ou se ela for tipificada como uma infração penal autônoma (ex: omissão de socorro). Também não há concurso quando uma pessoa não denuncia às autoridades competentes que um delito vai ser praticado, salvo quando tiver o dever jurídico de impedir o Exemplo: Transeunte que ouve uma conversa entre traficantes que organizam a venda de entorpecentes, e nada faz por ter medo. Neste caso o transeunte não será considerado partícipe do crime de tráfico. Outro exemplo: Policial militar que ouve a conversa os traficantes sobre a venda de entorpecentes e nada faz. Neste caso ele será responsabilizado como partícipe, pois é seu dever funcional coibir a prática criminosa.
Liame subjetivo ou concurso de vontades: é imprescindível a unidade de desígnios, ou seja, a vontade de todos de contribuir para a produção do resultado, sendo o crime produto de uma cooperação desejada e recíproca. Sem que haja um concurso de vontades objetivando um fim comum, desaparecerá o concurso de agentes, surgindo em seu lugar à chamada autoria colateral, com todas as consequências que serão adiante estudadas. É necessária a homogeneidade de elemento subjetivo, não se admitindo participação dolosa em crime culposo e vice-versa. Em outras palavras, Não é preciso um prévio ajuste, basta a existência da livre vontade de cooperar na conduta criminosa. E mais, também é necessário que todos os agentes ajam com dolo ou com culpa, porque não há como participar culposamente em crime doloso, nem dolosamente em crime culposo. No caso, por exemplo (01), de um pai desalmado que coloca o filho menor no meio de uma autoestrada, propiciando, com isso, que ele seja atropelado e morto, será considerado autor mediato de homicídio doloso e não partícipe de homicídio culposo, pois se serviu do condutor do automóvel que esmagou a criança, como se fosse instrumento de sua atuação. Embora imprescindível que as vontades se encontrem para a produção do resultado, não se exige prévio acordo, bastando apenas que uma vontade venha a aderir à outra. Exemplo (02): a babá abandona o infante em uma área de intensa criminalidade, objetivando que ele seja ele morto. Será partícipe do homicídio, sem que o assassino saiba que foi ajudado. Exemplo (03): Tício, porteiro de um imóvel, ouviu dizer que a região pela qual trabalha está sendo alvo de diversos saques durante a noite. Por odiar a pessoa de seu patrão, proprietário do imóvel que é responsável, Tício resolve deixar o portão aberto na esperança dos saqueadores furtarem os objetos no interior da casa. Se, em razão do portão aberto, os saqueadores furtarem os bens do imóvel, Tício será responsabilizado pelo crime de furto à título de participação, mesmo que os co-autores do furto não saibam de sua existência.
“Para a caracterização do concurso de pessoas, basta a adesão voluntária, antes da consumação, à conduta criminosa e a cooperação no sentido de realização do tipo penal, SENDO IRRELEVANTE A EXISTÊNCIA DE PRÉVIO ACORDO.” (TJ/MG, AC 1.0390.06.014669-8, Rel. Des. Hélcio Valentim.)
 Identidade de infração para todos (unidade de crime): tendo sido adotada a teoria unitária ou monista, em regra, todos, coautores e partícipes, devem responder pelo mesmo crime, ressalvadas apenas as exceções pluralísticas. Na verdade isso é consequência da adoção da teoria monista do que necessariamente um requisito
2. AUTORIA
Qual o conceito de autor? Depende do critério adotado. 
2.1. Critério restritivo de delimitação da autoria ( TEORIA RESTRITIVA OU OBJETIVO – FORMAL ou TEORIA DO VERBO NUCLEAR)
“Autor é aquele que pratica a conduta descrita no tipo.”
 Reparem que para essa teoria, autor é quem mata, autor é quem subtrai, autor é quem falsifica, autor é quem constrange, ou seja, só quem realiza o verbo nuclear.
	O primeiro critério é o restritivo, assim chamado por restringir o conceito de autor, exigindo bastante para que alguém seja chamado de autor. Este foi o primeiro critério adotado no Brasil, e dizia que autor é apenas aquele que realizar a conduta típica, ou seja, aquele que praticar o verbo núcleo do tipo penal.
	Veja que este critério restringe mais do que razoavelmente o conceito, não sendo muito preciso, sendo, de fato, critério muito pobre. Afinal, seguindo-se este critério, por exemplo, apenas aquele que pratica o verbo “matar” seria autor do homicídio, ou seja, geraria a hipótese absurda de quem domina a vítima para que outro a esfaqueie não ser autor – somente o esfaqueador seria o autor, pois somente ele incide exatamente no verbo “matar”.
PARTÍCIPE - aquele que colaborar com o crime mas não realizar o verbo do tipo – no exemplo, aquele que domina a vítima –, será considerado mero partícipe.
Outro exemplo (Rogério Greco): Suponhamos que A e B, agindo com animus furandi (dolo da subtração), unidos pelo liame subjetivo, resolvam furtar um televisor existente na residência de C. A tem a função de vigiar a porta de entrada da casa, bem como transportar a res furtiva , enquanto B nela ingressa e efetua a subtração do televisor. Pela teoria objetivo-formal, como foi B quem praticou a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 155 do CP (subtrair), somente ele seria considerado autor, sendo A partícipe de um crime de furto, uma vez que, mesmo querendo a subtração, não realizou a conduta descrita no tipo. 
CRÍTICA:
	Este critério é fraco principalmente quando defronte de situações de autoria intelectual, ou de autoria mediata. Nestes casos, o agente sequer está junto à vítima, mas é ele quem tem a conduta mais relevante para o cometimento do crime. E justamente por não trabalhar de forma adequada as hipóteses de autoria intelectual e autoria mediata, entre outras, este critério perdeu aplicação e adeptos na doutrina e jurisprudência.
Imaginemos o seguinte exemplo: um médico, querendo causar a morte de seu inimigo que se encontrava no hospital no qual aquele exercia suas funções, determina a uma enfermeira que nele aplique uma injeção, por ele preparada, contendo um veneno letal. A enfermeira, atendendo ao pedido levado a efeito pelo médico, aplica a injeção e causa a morte do paciente. Como se percebe, o médico não realizou a conduta descrita no núcleo do tipo penal do art. 121 do CP. Na verdade, quem matou alguém, por erro determinado por terceiro, foi a enfermeira. Como o médico não praticou a conduta narrada pelo verbo do tipo, pela teoria objetiva não poderia ele ser considerado autor. Tal conclusão, sem muito esforço, não parece a melhor. 
2.1. Critério extensivo de delimitação da autoria ( TEORIA EXTENSIVA OU SUBJETIVA DA PARTICIPAÇÃO)
PELO PRISMA OBJETIVO:
Aqui a situação é diametralmente oposta à anterior. Para esta teoria, em razão da equivalência das condições (prisma causal - objetivo), “autor é todo aquele que, de qualquer forma, colabora para o sucesso da empreitada criminosa.” 
Reparem, portanto, que para essa teoria, é autor, tanto quem mata, quanto quem induz; tanto quem subtrai, quanto quem instiga; tanto o que falsifica, quanto quem auxilia e por aí vai. Não há distinção entre autores e partícipes. 
PARTÍCIPEA teoria extensiva não reconhece a figura do partícipe. Todos os que, de qualquer forma, colaboraram para a prática do fato são considerados autores.
PELO PRISMA SUBJETIVO:
Entretanto resta a possibilidade de buscar a distinção entre autores e partícipes num critério subjetivo, valorando o elemento anímico dos agentes: Existe uma vontade de ser autor (animus auctoris) – quando o agente quer o fato como próprio, e uma vontade de ser partícipe (animus socii), quando o agente deseja o fato como alheio. CRÍTICA: Tal distinção pode, em algumas situações, tornar-se equívoca, quando, por exemplo, um matador de aluguel causa a morte da vítima não porque a desejava, mas, sim, porque fora pago para tanto ou quando o agente causa a morte de um recém-nascido a pedido da mãe deste último. Como praticara o fato atendendo a um pedido da mãe da criança, não queria o fatio como próprio, mas, sim, como alheio. 
2.3. Critério do domínio final do fato (TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO)
Para a teoria do domínio do fato, “autor é quem tem o domínio final do fato. Isto é, quem tem o poder de decisão”. É o chamado autor intelectual
	Tomando campo como o critério mais adotado, e realmente mais acurado, vem da doutrina alemã o critério do domínio final do fato. Este critério, de Welzel, foi aprimorado por Jakobs e Roxin, e é adotado de forma quase unânime no Brasil. Aqui, autor é todo aquele que detém o controle da situação, o domínio sobre os fatos, podendo modificar ou impedir a produção do resultado. Welzel sintetiza o critério dizendo que “autor é aquele que detém as rédeas da situação”.
	Destarte, é absolutamente irrelevante se o agente pratica ou não o verbo nuclear do tipo penal. É relevante, somente, o domínio sobre os fatos, a possibilidade, nas mãos do agente, de modificar ou impedir o curso dos fatos, até seu final. O autor possuirá as rédeas da situação, controlando o final dos fatos, independentemente de realizar ou não o verbo.
PARTÍCIPE - segundo este critério, logicamente, é aquele que contribui para o crime, sem ter este domínio dos fatos. Por isso é que se diz que sua conduta é acessória, e por isso as teorias da acessoriedade, que serão abordadas adiante.
CRÍTICA:
	Welzel sofreu algumas críticas em sua proposição, porque a co-autoria – que nada mais é do que ser autor em conjunto com outro autor – não tem diferença em relação à autoria, em si, e há casos em que a co-autoria não terá real domínio sobre os fatos. A divisão de tarefas, por vezes, implica em que nenhum dos co-autores tenha o domínio final do fato em suas mãos.
	
Suprindo as lacunas, a dogmática alemã trouxe a próxima proposição, a que se chamou de critério do domínio funcional do fato. Este critério, na verdade, não é um terceiro critério, e sim um desdobramento do domínio final do fato, específico para delitos em que há divisão de tarefas essenciais. Vejamo-lo. 
2.4. Critério do domínio funcional ( = domínio da função) do fato
	
	Este critério veio suplementar as falhas do critério do domínio final do fato. Nos delitos em que há divisão de tarefas, cada um dos indivíduos cumpre uma função na prática do crime. Por isso, entende-se que se todas as funções são essenciais ao cometimento do crime, todos os agentes têm em suas mãos o domínio funcional do fato: se a função é essencial, sem ela o fato não aconteceria, e por isso não pode ser tida por acessória.
	Assim, quem domina sua função, e tem função essencial no delito, domina, indiretamente, o final do fato. Veja que, assim, se complementa o critério do domínio final do fato, sem elidi-lo, sanando as possíveis perplexidades diante de um crime que envolva divisão de tarefas.
Quando me refiro ao domínio funcional do fato, não estou querendo dizer que o agente deve ter o poder de evitar a prática da infração penal a qualquer custo, mas, sim, que, com relação à parte do plano criminoso que lhe foi atribuída, sobre esta deverá ter o domínio funcional. O domínio será, portanto, sobre as funções que lhe foram confiadas e que têm uma importância fundamental no cometimento da infração penal. 
PARTÍCIPE – é aquele que vai colaborar com o crime, mas não tem o domínio final e nem funcional do fato. 
	Em síntese, para resolver as críticas a respeito das hipóteses de co-autoria por divisão de tarefas, surgiu esta teoria do domínio funcional do fato, desdobramento do domínio final do fato, e que afirma que aquele que possui uma função essencial para a realização do fato, ao dominar esta função, acaba tendo o domínio de sua função, já que sem sua função o fato deixaria de ocorrer como ocorreu.
Só pode interessar como co-autor quem detenha o domínio (funcional) do fato: desprovida deste atributo, a figura cooperativa poderá situar-se na esfera da participação (instigação ou cumplicidade). 
EM RESUMO: 
AUTOR INTELECTUAL. O chamado “autor intelectual” de um crime é, de fato, considerado seu autor, pois não realiza o verbo do tipo, mas planeja toda a ação delituosa, coordena e dirige a atuação dos demais. É também considerado autor qualquer um que detenha o domínio pleno da ação, mesmo que não a realize materialmente.
No Código Penal, para este autor intelectual, existe uma agravante: Art. 62, I CP. Para a teoria do domínio do fato, ele é o verdadeiro autor e ainda sofre agravante.
	Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
Questão importante: 
A teoria do domínio do fato só se aplica aos crimes dolosos. Só tem aplicação nos delitos dolosos!!!!! Não se pode falar em domínio final de fato, nos delitos culposos, porque o resultado se produz de modo cego, causal, não finalista. Nos delitos imprudentes (culposos) é autor todo aquele que contribui para a produção do resultado com uma conduta que corresponde ao cuidado objetivamente devido. 
2.5. ESPÉCIES DE AUTORIA
2.5.1. Autoria direta: 
	
A primeira hipótese é a autoria direta: autor direto é aquele que está diretamente ligado à realização do crime, possuindo domínio final do fato. Repare que é bastante comum se confundir este conceito, quando se aplica a teoria do domínio final do fato, pois é corriqueiro que se aplique este conceito e se fuja, sem querer, da aplicação do critério do domínio final do fato, caindo inadvertidamente no critério restritivo.
Veja: é comum se dizer que autor direto é aquele que, “tendo o domínio final do fato, executa o verbo”. Ora, nesta frase se apresenta uma confusão enorme entre os critérios, pois ou se adota o critério restritivo, falando-se em executar o verbo, ou se adota o domínio final do fato, para o qual é irrelevante a execução do verbo.
É por isso que há duas hipóteses bem claras de autoria direta, se for adotado o critério do domínio final do fato (como deve ser): 
o autor direto executor, que é quem pratica o verbo detendo o domínio final do fato; 
e o autor direto intelectual, que é quem possui o domínio final do fato, organiza, planeja, elabora o crime, mas não executa ele próprio o verbo nuclear, utilizando-se de outro agente (o autor executor, que também possui o domínio do fato), para realizar a conduta típica nuclear. 
EX: Como exemplo, o mandante que contrata o matador de aluguel: ambos são co-autores diretos, o primeiro sendo o autor intelectual, e o segundo o autor direto executor – os dois tendo o domínio final do fato.
2.5.2. Autoria indireta ou mediata: 
	
Chama-se autoria mediata aquela em que o autor de um crime não o executa pessoalmente, mas através de terceiro não culpável. Este 3º não culpável, utilizado pelo autor mediato, pode ser um menor inimputável ou alguém sob coação irresistível. Ou alguém que nem saiba que está participando de um crime, por exemplo, uma enfermeira que ministra veneno a um paciente, por ordem do médico, pensando tratar-se de medicamento Nestes casos, não há concurso de agentes. Só há um agente: o autor mediato!
O autormediato controla, desde o princípio até o fim, o desenrolar dos acontecimentos. 
Autor indireto é aquele que, possuindo o domínio final do fato, se utiliza de um terceiro, que não possua o domínio final do fato, para executar a conduta típica. Este agente que executa o verbo sem domínio do fato não será autor, mas sim mero instrumento na realização do crime, e portanto não responderá pelo fato praticado, o qual será imputado apenas ao autor mediato.
	Jakobs se utiliza do termo “autor por detrás do fato” para identificar este autor mediato, pois que é ele o real – e único – autor do fato. O autor imediato, na verdade, não é autor, por não ter domínio final do fato, sendo mera “marionete” nas mãos do autor mediato – não é sequer partícipe. Ou seja, na autoria mediata, eu não tenho propriamente um concurso de pessoas. 
	Há algumas hipóteses de autoria mediata aceitas na doutrina e jurisprudência, mesmo que alheias às previsões expressas do CP (o que se deve à defasagem da parte geral neste aspecto, visto que é de 1984). Na verdade, o CP é tremendamente lacunoso em questões de autoria, e, a rigor, sequer contempla expressamente o critério do domínio final do fato. Por isso, vale listar aqui as hipóteses peculiares de autoria mediata:
Coação moral irresistível e obediência hierárquica (art. 22 do CP): Veja que estas causas de exclusão da culpabilidade daquele que pratica o verbo nuclear deixam bem claro que ele não passou de instrumento para o crime nas mãos do agente mediato. Por isso, o coator ou aquele que exarou a ordem é o autor mediato. Note que a conduta do coagido ou do obediente é injusta: é típica, havendo dolo natural, e é ilícita, não havendo justificante. Todavia, não é culpável, e esta exculpação por inexigibilidade de conduta diversa retira-lhe a natureza de autor, ficando a autoria concentrada no autor mediato.
	Em suma, a presença destas circunstâncias afastará o domínio final do fato do executor, e conseqüentemente afastará sua culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa, imputando-se o crime apenas ao autor mediato.
Exemplo (01): Se um pai, sabendo que seu filho poderá ser morto porque tem contra ele uma rama apontada sobre sua cabeça, é coagido a subtrair determinados valores de uma agência bancária, somente será responsabilizado pelo furto (ou pelo roubo, se houver violência ou grave ameaça) o autor da coação, que será reconhecido como autor mediato. 
Exemplo (02): Se um Delegado de Polícia determina a um detetive, seu subordinado, que efetue a prisão de alguém, dizendo-lhe já estar de posse de um mandado, quando, na verdade, a ordem não tinha sido expedida, e caso o detetive, cumprindo a determinação de seu superior hierárquico, que aparentava ser legal, levar a efeito a prisão, somente o autor da ordem é que será responsabilizado criminalmente pela privação da liberdade daquela pessoa, sendo, portanto, seu autor mediato.
Erro determinado por terceiro: Aquele que atua em erro a respeito do que faz não possui qualquer domínio sobre os fatos, não respondendo pelo crime, que será imputado apenas àquele que determinou o erro, autor mediato.
“Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
(...)
Erro determinado por terceiro
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
(...)”
“Quem determina dolosamente o erro de outrem, responde por crime doloso. Exemplo: o médico quer matar o paciente. Ele, dolosamente, engana e induz a enfermeira a ministrar a dose errada nesse paciente.”
“Quem determina culposamente o erro responde por crime culposo. O médico, negligentemente deu errada a dose para ser ministrada ao paciente. Ele, culposamente induziu a erro a enfermeira, vai responder por homicídio culposo.”
Nas duas hipóteses, temos o médico agindo como autor mediato. E a enfermeira, executora, não é nada mais que instrumento, não respondendo por nada, pois era inexigível que se conduzisse de outra forma�, senão obedecer
Uso de instrumento impunível em virtude de condição ou qualidade pessoal (art. 62, III, segunda parte, CP): Na verdade, trata-se de instrumento inimputável: ocorre quando o autor mediato se utiliza de um agente inimputável (doentes mentais ou menores) para a realização da conduta, e este, que não possui o domínio final do fato, não responde pelo crime, imputado apenas ao autor mediato.
	A lógica desta hipótese é a seguinte: se o inimputável não pode discernir aquilo que faz, a mando ou instigação do terceiro, este terceiro é o único que realmente detém o domínio final do fato. Veja que o inimputável que realiza o fato tem o dolo de fazê-lo, pois este é natural, mas como não tem culpabilidade, não responde por nada. 
Exemplo: o agente, entregando uma arma a um doente mental, faz com que este atire em direção a vítima, causando-lhe a morte, será responsabilizado a título de autor mediato. 
QUESTÃO IMPORTANTE RETIRADA DO ARTIGO DO JUAREZ TAVARES: “Quando o autor direito é inimputável, o fato é atribuído ao autor mediato, mas o autor direto pode sofrer também consequências penais. Se for menor de 18 anos estará sujeito as normas especiais do Estatuto da Criança e do Adolescente (art.112); se for doente mental ou retardado, será submetido à medida de segurança (art. 97 do CP). Igualmente, a execução do fato pelo inimputável pode trazer ao autor mediato outras implicações, quais sejam: como ter a pena aumentada em face disso (ex: art.155,parágrafo quarto, IV ou art. 157, parágrafo segundo, II), ou mesmo responder pelo delito de corrupção de menores.” (Juarez Tavares)
Quando atinge a própria CONDUTA
Como exemplos de utilização de instrumento cujo comportamento não pode ser atribuído a título de dolo ou culpa, podemos mencionar os casos em que o agente empurra terceira pessoa, a fim de que esta caia sobre a vítima, produzindo-lhe lesões corporais. Como se percebe, aquele que é empurrado não tem vontade de produzir o ato, logo, não atua nem dolosamente, nem culposamente, já que não há conduta. A responsabilidade será atribuída ao “homem de trás” (que empurrou), ou seja, ao autor mediato. Tal raciocínio é aplicável, também, nos casos de hipnose, onde o hipnotizado cumpre as ordens que lhe foram determinadas, em decorrência do seu estado de inconsciência. Logo, se não tem consciência, não há conduta! Só quem responde é o autor mediato (quem deu as ordens ao hipnotizado). 
CRIMES DE MÃO PRÓPRIA E AUTORIA MEDIATA:
Há certos aspectos desta espécie de autoria que precisam de atenção especial, por apresentarem grave problemática. 
Vimos que, para que se possa falar em autoria mediata, deve o agente, detendo o domínio do fato, utilizar interposta pessoa que lhe sirva como instrumento para o cometimento da infração penal. Assim, pergunta-se: É possível falar em autoria mediata nos chamados crimes de mão-própria? 
Antes de respondermos a essa indagação é preciso traçar a diferença entre crime próprio X de mão própria:
Crime próprio = é aquele que só pode ser praticado por um grupo determinado de pessoas que gozem da condição especial exigida pelo tipo penal. Assim, inicialmente, somente poderá ser responsabilizado pelo tipo peculato – art. 312 – o funcionário público, porque tal qualidade é exigida expressamente pelo tipo. Somente a mãe durante o estado puerperal é que poderá ser sujeito ativo do crime de infanticídio se, durante o parto ou logo após, vier a causar a morte do próprio filho. Outros exemplos: Concussão e Corrupção Passiva.
 É possível a autoria mediata em crimes próprios, desde que o autor mediato possua as qualidades ou condições pessoais especiais exigidas pelo tipo penal. Se um funcionário-público for autor mediato, é possível que seja responsabilizado por crime próprio. Veja-se o exemplo em que o pai-funcionário que obriga o filho menor a realizar uma subtração na repartição pública. O pai imputável (funcionário público) responde por peculatodevido à comunicabilidade da circunstância elementar do tipo. Mas se o pai não for funcionário público não será autor mediato do crime de peculato. 
Crime de mão própria = Contudo, há outros tipos penais que, embora também exigindo certas qualidades ou condições pessoais, vão mais adiante. Para a sua caracterização, é preciso que o sujeito ativo, expresso no tipo penal, pratique a conduta pessoalmente. Em razão desse fato é que tais infrações penais são conhecidas como de mão própria ou de atuação pessoal, visto possuírem essa natureza personalíssima. “Os crimes de mão própria estão descritos em figuras típicas necessariamente formuladas de tal forma que só pose ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fato punível.” Outros exemplos: prevaricação e abandono de função. 
1º CORR – MAJORITÁRIO - Para maioria da doutrina, estes crimes não admitem autoria mediata, pois sua estrutura exige que o agente pratique o fato pessoalmente, “com as próprias mãos”, ou seja, a execução dos crimes de mão própria não pode ser transferida a ninguém.
Por exemplo, o falso testemunho (art. 342 do CP), em que somente o agente poderia prestar a falsa declaração em juízo. Somente o militar é que poderá desertar (art. 187 do CPM). Somente determinado funcionário público é que poderá retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (art. 319 do CP).
2º CORR - Ocorre que esta tese está bem atrelada ao critério restritivo da autoria, pois se for observada esta conduta do ponto de vista da teoria do domínio final do fato, fica bem claro que pode um terceiro dominar a conduta do agente que pratica pela mão própria o verbo do crime, e, portanto, somente este terceiro terá o domínio final do fato. Esta situação fica bem fácil de ser enxergada num falso testemunho praticado por coação moral irresistível, por exemplo. Nesse caso, de acordo com a norma constante do art. 22 do CP, somente será punido o autor da coação, sendo este, portanto, um caso de autoria mediata. 
Contudo, ainda é majoritário que o crime de mão própria não admite autoria mediata, por resquício de adoção do critério restritivo da autoria.
Os crimes próprios, por sua vez, são plenamente concebíveis em autoria mediata!!!!
2.5.3. Coautoria: 
	
A coautoria se baseia no princípio do atuar em divisão do trabalho e da distribuição funcional dos papéis. 
Como o próprio nome indica, trata-se da autoria conjunta, em conjunto, daqueles que concorrem para o crime. É a autoria coletiva, que ocorre quando dois ou mais agentes, em comum resolução, ou seja, com acordo de vontades, atuam visando à prática de um crime, podendo ocorrer de duas formas:
cada um dos co-autores realiza diretamente a conduta típica (cada um realize, em sua plenitude, a conduta descrita no verbo do tipo penal) , ambos com domínio final do fato; Ex: Diversas pessoas que produzem lesões corporais na vítima comum.
ou quando há divisão de tarefas, quando cada um dos co-autores possui uma função essencial, que dá a cada um dos co-autores o domínio funcional do fato. Ex; quando um ameaça a vítima enquanto o outro lhe subtrai os pertences.
	Assim, se resumem a duas hipóteses: ou os co-autores realizam toda a conduta criminosa, com domínio do fato, ou cada um executa a sua tarefa essencial, com igual domínio do fato.
OBS: Em que momento surge a coautoria?
A co-autoria exsurge do acordo de vontades já nos atos preparatórios
2) Quando há adesão do coautor somente na execução do crime, é a chamada coautoria sucessiva:
COAUTORIA SUCESSIVA:
A co-autoria sucessiva, em síntese, ocorre quando um agente ingressa na prática do crime após o início da execução, com o acordo de vontades, e com o domínio do fato. Esta modalidade é plenamente admitida no nosso ordenamento.
Ex: o caso em que o individuo está agredindo outro em via pública e, depois de iniciado o embate corporal, recebe ajuda de um amigo que passa pelo local para produzir outras lesões corporais na vítima. 
Mas até quando se pode ingressar na empreitada delitiva e com ela cooperar?
	Na doutrina, verifica-se discordância para responder ao problema, havendo quem sustente a admissibilidade da coautoria até a consumação do crime, e outros, até o seu exaurimento.
1º CORR – Tese Majoritária - Sustenta somente ser possível o ingresso de terceiros na empreitada delitiva até o momento da consumação do crime, com base no argumento de que não se pode ser autor do que já ocorreu. 
2º CORR - Todavia, Nilo Batista, enfrentando o instituto sob o prisma dos crimes formais, entende que poderá haver esta adesão posteriormente à consumação, nestes delitos, desde que antes do exaurimento.
EXEMPLO: Desta forma, por exemplo, o agente que pratica extorsão mediante seqüestro consuma o fato na retirada da liberdade da vítima com esta finalidade, e a obtenção do pagamento do resgate será mero exaurimento. Neste caso, a adesão de algum terceiro após a soltura da vítima, para, digamos, buscar o pagamento do resgate, segundo a tese majoritária, apenas faria com que este terceiro respondesse por algum crime autônomo (art. 349 do CP – o crime de favorecimento real, o qual, expressamente, penaliza tal cooperação fora dos casos de coautoria ou receptação), mas não seria coautoria da extorsão mediante seqüestro – pois este já se consumou na captura. ≠ Para Nilo Batista, porém, é coautoria, mesmo após a consumação, porque se inseriu no evento antes do exaurimento.
Em resumo: Para a primeira corrente, tendo cessada a permanência, no caso de extorsão mediante sequestro, com a morte ou liberação do sequestrado, não mais será possível reconhecer a coautoria na cooperação que vise somente à obtenção do valor do resgate. Se, no entanto, a vítima ainda estiver com a liberdade privada, será possível caracterizar-se o concurso de crime que ainda está acontecendo. Já para a segunda corrente, após cessada a permanência, será possível reconhecer a coautoria na cooperação que vise somente à obtenção do valor do resgate. 
O coautor sucessivo responde pelos atos praticados anteriormente à sua entrada ou somente em relação aos atos praticados anteriormente após sua primeira intervenção?
Também, aqui, a doutrina oferece soluções diversas. 
1º CORR – Welzel entendeu que se o fato foi conhecido pelo interveniente deverá responder. 
2º CORR – Maurach, por sua vez, sustenta que os acontecimentos realizados de forma prévia a incorporação não podem ser imputados ao segundo sujeito, pois fato é que as ações previamente realizadas não se encontravam, com o a lei o exige, cobertas precisamente pelo dolo do sujeito que se incorpora, nem tampouco por uma suposta conexão de vontades. 
Cabe razão a segunda corrente, pois o reconhecimento da responsabilidade penal em concurso de pessoas pressupõe a tipicidade, ainda que por extensão da conduta de cada participante, além do nexo de causalidade entre a intervenção posterior e os acontecimentos anteriores, bem como a responsabilidade subjetiva do agente que intervém posteriormente.
EXEMPLO: José ingressa na dinâmica de um crime de roubo, quando uma das vítimas já tiver sido morta (art. 157, parágrafo terceiro do CP = latrocínio), ou em crime de furto, em cujo processo executivo já tenha ocorrido o rompimento do obstáculo ou emprego de chave falsa ( art. 155, parágrafo 4º, I ou III do CP = furto qualificado). 
No crime de Roubo - José (coautor que ingressa posteriormente) responde por roubo e os demais (os que ingressaram antes da ocorrência da morte) por latrocínio. 
No crime de Furto - o interveniente posterior (José) responde por furto simples, e os anteriores, por furto qualificado. 
2.5.3.1. COAUTORIA MEDIATA:
	Pode haver caso em que se conciliem os dois conceitos em uma mesma situação fática. É possível que haja a própria coautoria mediata quando dois agentes, em acordo de vontades, dominamo fato, levando um terceiro, sem qualquer domínio do fato, a praticar a conduta verbal do núcleo do crime. 
Veja-se o exemplo em que o pai-funcionário público que, em cooperação com a mãe não-funcionária, obrigam o filho menor a realizar uma subtração na repartição pública. Os imputáveis (funcionário público -pai) e não funcionária - mãe) ) respondem por peculato devido à comunicabilidade da circunstância elementar do tipo (ART. 30 DO CP)
ESTUDAR QUANDO AS CONDIÇÕES ELEMENTARES E CIRSCUNSTÂNCIAS DO CRIME SE COMUNICAM ENTRE OS AGENTES DO CRIME, NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS – VIDE APOSTILA DE 04 PÁGINAS QUE FOI ENVIADA PELO E-MAIL. 
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2.5.3.2. AUTORIA COLATERAL, INCERTA E DESCONHECIDA
Fala-se em AUTORIA COLATERAL quando dois agentes, embora convergindo suas condutas para a prática de determinado fato criminoso, não atuam unidos pelo liame subjetivo (vínculo psicológico entre os agentes). Ocorre quando dois agentes realizam, simultaneamente, determinado fato, sem que haja qualquer vínculo entre eles, ou seja, um desconhece a existência do outro. Neste caso, cada um responderá apenas por aquilo que tiver feito.
No exemplo clássico, suponhamos que A e B queiram a morte de C. Por mera coincidência, os dois se colocam de emboscada, aguardando a vítima passar. Quando avistam a presença de C os dois atiram, no mesmo instante, sem que um soubesse da presença do outro naquele local. C morre na mesma hora. Em casos como esse, pelo fato de os agentes não atuarem unidos por qualquer vínculo psicológico não são coautores, mas sim autores colaterais. Tomando por base o exemplo fornecido, podem ocorrer duas hipóteses:
A perícia identifica que a morte de C foi ocasionada pelo disparo efetuado por A (por um dos autores colaterais). A responderá por homicídio consumado e B por tentativa de homicídio.
A perícia não consegue identificar quem efetuou o disparo que veio a causar a morte da vítima. Ambos serão responsabilizados por TENTATIVA DE HOMICIDIO, uma vez que, não se conseguindo apurar o autor do resultado morte, não podem os agentes responderem pelo resultado mais grave, uma vez que um deles estaria sendo responsabilizado por um fato que não aconteceu. EM RESUMO, em hipótese de autoria colateral, quando não for possível se identificar qual dos agentes produziu o resultado AUTORIA INCERTA, ambos deverão responder pela forma tentada.
Ex: policiais militares que, em perseguição a veículo que desobedecera a ordem de parar, desferem vários tiros em direção ao veículo perseguido, um deles atingindo menor que estava na direção, matando-o. Hipótese em que, por ser a perseguição aos fugitivos desobedientes fato normal na atividade do policiamento, não se pode tomá-la como suficiente a caracterizar a necessária unidade do elemento subjetivo dirigido a causação solidária do resultado. Em outras palavras, não houve em tela vínculo psicológico entre os policias, todos eles estavam cumprindo sua função. Como apenas um desses disparos, com autoria identificada, atingiu a vítima, matando-a, o autor do tiro fatal responde por homicídio consumado, os demais sem atingi-la, respondem por tentativa de homicídio. 
Quando sabe-se quais são os possíves autores, mas não se consegue concluir, com a certeza exigida pelo Direito penal, quem foi o produtor do resultado temos a AUTORIA INCERTA. 
Porém, no caso em tela, se tivessem atuado os agentes unidos pelo vínculo subjetivo, não importaria saber, a fim de responsabilizá-los pelo homicídio consumado, quem teria conseguido causar a morte da vítima. Sendo considerados COAUTORES, a morte da vítima seria atribuída a ambos.
 Ex: um dos policiais militares que, em perseguição a veículo que desobedecera a ordem de parar, grita para os outros: “atirem pxxx. O cara tá fugindo” e em razão disso os outros policiais desferem vários tiros em direção ao veículo perseguido, um deles atingindo menor que estava na direção, matando-o. Condenação de todos os policiais, o autor do tiro fatal pela autoria, os demais em coautoria, por homicídio consumado, apesar de ter identificado o único projétil causador da morte como tendo partido da arma do primeiro.
Ex: Se por acaso, tomando esse exemplo como base, não fosse possível determinar o autor do disparo (AUTORIA INCERTA), mesmo assim, todos responderiam por homicídio consumado.
Quando não se conhece a autoria, ou seja, quando não se faz ideia de quem teria causado ou ao menos tentado praticar a infração penal, surge uma outra espécie de autoria, chamada agora de DESCONHECIDA. Esta forma de autoria difere da incerta, visto que nesta última sabe-se quem praticou as condutas, sendo que somente não se conhece, com precisão, o produtor do resultado.!!! Na autoria desconhecida, os autores é que não são conhecidos, não se podendo imputar os fatos a qualquer pessoa. 
� Os finalistas defendem que, de fato, mais do que inexigibilidade de conduta, está ausente o próprio dolo, por falta do elemento cognitivo: a enfermeira, no exemplo, sequer sabia que estava causando a morte do paciente.
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