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Estácio FNC Direito Civil Nome: Guilherme Rafael Trevizan RM: 201703220293 Prof : Débora Feres Carapicuíba 24/04/2018 Inadimplemento das Obrigações Inadimplência absoluta: É o descumprimento da obrigação atual e futura, não havendo a possibilidade de futura adimplência seja por: recusa do devedor de adimplir, perecimento da coisa ou a inutilidade da coisa para o credor. Inadimplência relativa: Quando a adimplência se da de forma imperfeita ou ainda cabe na previsão de ser cumprida, existe mora na extinção da dívida- seja mora solvendi (a mora que parte do devedor) ou a mora accipiendi (a mora que parte da negação do credor de receber o objeto). Inadimplência das obrigações quanto ao filme “O Mercador de Veneza”: A obra de trata da história de um Homem (Antônio) que se torna fiador de um contrato entre um agiota Judeu (Shylock) e seu amigo (Bassânio). A condição de Shylock era que se a dívida não fosse paga em três meses, Antônio deveria 1 libra da própria carne (aproximadamente meio quilo) ao agiota. Uma vez que o prazo de pagamento expira devido à queda dos navios com as fortunas que quitariam a dívida, o caso chega à corte para que se decida se será ou não executado, nota-se uma clara reflexão sobre a relação das leis ali deliberadas e o senso de justiça nelas presentes, uma vez que o contrato do judeu com o mercador fora legalmente assinado embora apresentasse tamanho senso de injustiça notado até mesmo pela corte. O negócio jurídico é celebrado por meio de contrato com os seguintes objetos: três mil ducados e 1 libra de carne de Antônio. Logo se atrela a tal contrato o princípio da autonomia de vontade, surgindo um vínculo jurídico entra as partes na qual o pacto determinado deve ser cumprido. Antônio nesse contrato celebrado tem a obrigação de dar coisa: três mil ducados (determinada pelo gênero e qualidade: art.243 CC), determinado o pedaço da própria carne do devedor objeto que sanearia a dívida por inadimplemento da obrigação (art.389 CC: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos...” – Para Shylock o objeto requerido no contrato já reparava todos os termos estabelecidos).Quanto aos termos de pagamento estabelecidos, um terceiro não interessado (sem possuir interesse jurídico) se sujeita a pagar a dívida sem oposição do devedor (art.304 CC, § único: Direito do não interessado de extinguir a dívida, sem sub-rogação – art.306 CC- nem oposição do devedor). O contrato celebrado entre os personagens traz ilicitude quanto aos juros observados, dissonante quanto ao art.316 CC: “É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas” - Não há a característica de aumento progressivo, nem sucessivas prestações no contrato de Shylock e Bassânio. Há de se considerar que se mediante o Ordenamento Civil atual, o negócio jurídico estaria sujeito ao art. 393 CC:”O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.” Logo Antônio, se provado que a queda se seus navios foi causada por algum fenômeno natural, não responderia por tais prejuízos. Há no contrato, má-fé e objeto ilícito (a má-fé prova-se com a pretensão de vingança do Judeu e o objeto ilícito com a objetivação de 1 libra de carne do devedor) art. CPC/Art. 14:” São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: II - proceder com lealdade e boa-fé” – art.11 – Irrenunciabilidade dos direitos à personalidade. Observaria ainda a discordância entre o contrato celebrado e a o Ordenamento Jurídico atual quanto à função social do negócio jurídico art.421 CC: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”- Seria um negócio nulo uma vez que delibera quanto à vida humana (prevalecendo o valor da vida quanto a observação de sua função social do que a sua observação individual, do próprio devedor).
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