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DENISE INCLUSÃO

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INCLUSÃO: CAMINHOS E DESCOBERTAS
 
 
Curso de Pós-Graduação em Deficiência Intelectual e Inclusiva
 
 
DENISE FABIANO MIAN PINTO
 
INCLUSÃO: CAMINHOS E DESCOBERTAS
 
 
RESUMO 
 
RESUMO: A presente pesquisa objetiva refletir sobre a inclusão e a aceitação das diversidades dos sujeitos, na sociedade e na escola, garantido o acesso de forma igualitária á oportunidades. Busca-se entender e refletir quais são as políticas públicas que falam sobre a inclusão social e escolar, refletindo sobre os conceitos e princípios que está se definindo progressivamente em documentos nacionais e internacionais. A pesquisa será realizada através de análises bibliográficas.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial; Inclusão Escolar; Inclusão Social.
ABSTRACT
The present research aims to reflect on the inclusion and acceptance of the diversities of the subjects, in society and in the school, guaranteeing equal access to opportunities. It seeks to understand and reflect public policies that talk about social and school inclusion, reflecting on the concepts and principles that are being defined progressively in national and international documents. The research will be carried out through bibliographic analyzes.
KEY WORDS: Special Education; School inclusion; Social inclusion.
INTRODUÇÃO
A discussão sobre inclusão é de grande valia na sociedade, nos dias atuais, pois se vive uma fase em que o respeito à diversidade e a garantia ao direito à participação social de cada pessoa, as suas características adversas, tem surgido como uma questão ética, promovendo a reivindicação por uma sociedade mais justa e igualitária.
Ao falar de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, remete-se ao âmbito educacional, pois ele está presente no dia a dia, defendida como para “Todos”, sem nenhum tipo de diferença. Porém, nota-se se que uma década após a implantação da Declaração de Salamanca, sobre princípios, políticas e práticas em Educação Especial, ainda caminha-se a passos lentos, pois é importante que se derrube vários padrões, na intenção de preparar a sociedade para receber e aceitar a diversidade em sua totalidade.
Fazer de conta que as diferenças não existe é se fazer de cego frente as diversidades que existe em vários lugares da sociedade. Esse modo de pensar e de agir remete, entre outras formas de discriminação, a necessidade de separar alunos com dificuldades em escolas e classes especiais, à busca da "pseudo-homogeneidade" nas salas de aula para o ensino ser bem sucedido, remete, enfim, à dificuldade que temos de conviver com pessoas que se desviam um pouco mais da média das diferenças, conduzindo-as ao isolamento, à exclusão, dentro e fora das escolas.
Em muitas situações há uma atenção especial em incluir as pessoas ditas “diferentes” nas classes regulares, na maioria das vezes os que são vistos como pessoas normais nem sempre são compreendidos em suas especificidades, gerando um desconforto, se sentindo excluído, gerando assim graves consequências como a evasão escolar. 
Para Sassaki (2010), a Inclusão “é um processo que contribui para um novo tipo de sociedade através de transformações, nos ambientes físicos (...) e na mentalidade de todas as pessoas”.
Já para Aranha (2002), inclusão significa afiliação, combinação, compreensão, envolvimento, continência, circunvizinhança, ou seja, quer dizer chamar, trazer indivíduos que esperam para ser visto e pedir-lhes para que todos os vejam como membros participantes da sociedade no qual está inserido.
Todos os defensores da inclusão devem unir-se no reconhecimento de que as escolas que implementam práticas educacionais sólidas são boas para todos os alunos. [...]. O fator mais importante é ter coragem para fazer o que é certo, apesar dos desafios e das barreiras que surgem. O resultado é um sistema educacional mais forte e mais eficiente para todos os alunos (STAINBACK & STAINBACK, 1999, p. 85).
O processo inclusivo ainda é frágil e a não aceitação do diferente como diferente; existem lacunas no processo de formação do educador; atividades pedagógicas diferenciadas resultam de iniciativas particulares de professores; existe ainda resistência e uma espécie de falta de compromisso coletivo da comunidade escolar com o processo inclusivo.
A inclusão social é o meio pelo qual a sociedade e o portador de necessidades especiais procuram para que possam adaptar-se um ao outro, visando a equidade de oportunidades, gerando assim, uma sociedade igualitária. 
ASPECTOS LEGAIS DA INCLUSÃO
De acordo com a Constituição Federal que elegeu como fundamentos da República a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. II e III), e como um dos seus objetivos fundamentais a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inc. IV). 
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN (art. 58 e seguintes), o atendimento educacional especializado será feito em classes, escolas, ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular (art. 59, ß 2º). 
Depois da LDBEN, surgiu uma nova lei, revogando as desfazendo totalmente o que as leis anteriores frisavam. Foi a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação, contra a Pessoa Portadora de Deficiência, vigorada na Guatemala.
A Convenção da Guatemala fala com clareza sobre a impossibilidade de forma desigual às pessoas com deficiência, deixando claro que toda discriminação, diferenciação, exclusão ou restrição, baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequencia de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais (art. 1º, nº 2, ‘’a’’). 
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO AMBIENTE ESCOLAR PARA A INCLUSÃO.
A educação especial fala sobre o atendimento prioritário e específico de pessoas portadoras de necessidades especiais em ambientes especializados; A educação inclusiva tem como objetivo colocar nas salas de aula portadores ou não de necessidades especiais em escolas regulares. O movimento pela inclusão escolar teve início com a "Declaração de Salamanca" na década de 90, com a ideia de romper estigmas educacionais existente na época. Depois de muitos anos de separação e isolamento, nos dias atuais essas pessoas são vistas como cidadãos, capazes de viverem em sociedade.
A inclusão escolar está intrinsecamente relacionada com ações de cunho político, pedagógico, cultural e social, toda essa movimentação faz com que ocorra a interação de alunos portadores de necessidades junto com as crianças ditas normais, todos juntos em um mesmo ambiente, respeitando e aceitando as diferenças. Para que a inclusão ocorra de fato é necessário que os sistemas educacionais revejem suas políticas. 
Segundo Moreno (2009), os sistemas educacionais concentra a educação no aprendiz, na qual favorece parte desses alunos levando em consideração seu potencial. (MORENO, 2009).
A educação inclusiva tem como um de seus objetivos a valorização e o respeito à diversidade, deixando claro que os portadores são diferentes e não inferiores.
O princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a ideia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo (KUNC, 1992 apud CÂNDIDO, 2009).
 As dificuldades vistas na escola vão desde as más condições estruturais, pois essas instituições não foram construídas para uma clientela com limitações, assim as adaptações são necessárias. Os professores não tem uma formação adequada para receber esse tipo de criança, isso tem sido um fator que de certa forma dificulta a aprendizagem e adaptação dascrianças portadoras de necessidades especiais nas escolas comuns, além disso, existem poucos professores que trabalham nessa área educacional e a maioria não gostam de trabalhar com esse tipo de aluno, por medo ou até mesmo preconceito, os baixos salários também é um fator bastante relevante para essa desmotivação, infelizmente os educadores não foram preparados para trabalhar com essas crianças especiais, deixando-os muitas vezes em situação desconfortável, prejudicando muitas vezes o processo de inclusão e o desenvolvimento cognitivo dessas crianças. A maioria dos educadores foram formados em um momento da sociedade em que não havia se falava em inclusão.
O PAPEL DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
 A maioria dos pais entra em conflito e se desesperam ao receberem a notícia de que seu filho é um portador de necessidade especial, segundo STOBAÜS (2004) é importante que seja mostrado o lado sadio.
Escola e família necessitam estar atentos à importância do seu papel diante dessas dificuldades. O apoio e incentivo aos pais e professores por outros profissionais é importante, mas há um fator que se destaca ainda mais no que tange esse assunto, a afetividade.
O aluno com necessidades educacionais especiais necessita de todo o respeito, precisa ter acesso aos mesmos materiais que os demais. Um aluno com NEE não necessita de privilégios para que ele se sinta de fato incluso ele precisa notar que tem as mesmas responsabilidades e deveres que os outros colegas da escola também têm.
O professor por sua vez não deve facilitar o processo de aprendizagem somente porque o aluno apresenta necessidades especiais ele deve ser um mediador da aprendizagem, mostrar caminhos e enfatizar a necessidade de investigação em seus alunos, com o intuito de buscar por seus próprios meios para solucionar seus problemas e confiar que tem condições dentro de suas potencialidades de participar de forma notória do funcionamento da escola e do processo de construção do conhecimento.
 De acordo com COLL (2004), uma vez desencadeado o processo, devemos pensar que se inicia um círculo sistêmico na qual cada efeito se converte e se potencializa no outro. (COLL, 2004).
Sabe-se que há muitas discussões a respeito desse assunto, a falta de afetividade ou a falta de uma pessoa em quem a criança se apega, de acordo com alguns teóricos, sem esses itens não há uma aprendizagem promissora.
As crianças querem ver a escola como um ambiente acolhedor, o aluno com NEE não se sentem bem quando são criticados, são vítimas de suas próprias expectativas, necessitam ser ouvidos e valorizados, precisam ter uma visão positiva do ser humano.
A escola tem que oferecer tudo que for necessário para que essas crianças sintam-se realizadas em sua singularidade para que haja sucesso no ato de inclusão
Na sociedade dos dias atuais, onde a competitividade tem crescido gradativamente, a afetividade e a compreensão por parte dos educadores e todos os funcionários da escola tem que ser trabalhada com muita responsabilidade. Essas crianças precisam ser respeitadas e admiradas.
A busca pela inclusão de todas as pessoas é uma grande luta, onde aqueles que estão sendo incluídos devem sentir-se parte dos demais não deixando que se sintam excluídos, devem ser olhados da mesma maneira que os demais.
DESENVOLVIMENTO
Ao falar sobre a Declaração Mundial de Educação Para Todos em 1990, é nítido que a função da instituição escolar que é feita para atender a todos sem exceção. Assim, a Convenção diz que toda criança tem direito à educação e ao acesso a escola e aos conhecimentos que são transmitidos por ela, e as escolas por sua vez tem o dever de acolher a todos, sem distinção de condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. A expressão “necessidades educativas especiais” faz uma alusão a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem. (BRASIL, 2006).
Refletir sobre o diferente, é pensar em uma maneira de diminuir e eliminar os obstáculos do preconceito e da desigualdade. Nesta perspectiva, Dussel (2001) citado por Oliveira (2006) afirma: 
Aceitar o argumento do outro supõe-se o aceitar o outro como igual, e esta aceitação do outro como igual é uma posição ética, é o reconhecimento ético ao outro como igual, quer dizer, aceitar o argumento não é somente uma questão de verdade, é, também uma aceitação da pessoa do outro (OLIVEIRA, 2006 p.70). 
 Vieira (2005) cita que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2002), 10% da população mundial é portadoras de algum tipo de necessidade especial e que somente 3% é atendidas, desta forma percebe-se que grande parte desses deficientes estão desprovidos de seus direitos sociais como: lazer, cultura, emprego e educação 
Dessa maneira é nítido que os educandos ainda não estão totalmente incluídos, portanto, a inclusão escolar ainda não é uma garantia de todos. 
 Nesse contexto Freire (1987) faz críticas ao modelo de educação, dando ênfase no que se refere à concepção “bancária” que em sua essência nega a dialogicidade como fator principal à educação, fazendo com que a mesma se torne anti-dialógica para realizar a superação. Freire (1987) é vigoroso em defender a dialogicidade entre os indivíduos, mostrando uma educação problematizadora e dialógica. 
Mantoan (2003) descreve a importância da inclusão na escola: 
A escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver dignamente (MANTOAN, 2003 p.53).
Numa análise sistemática observada por estudiosos do tema em questão, pode-se dizer que a inclusão é o meio pelo qual todas as pessoas devem ser inseridas no sistema de ensino sem que haja preconceitos, discriminações às diferenças. Partindo da ideia de que a inclusão pressupõe que todos os educandos devem ser incluídos, então, na visão de Sassaki (1997) a inclusão é: 
(...) o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais, e simultaneamente estas se sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos (SASSAKI, 1997, p.41). 
As teorias que falam sobre a inclusão na diversidade de pessoas com necessidades educacionais especiais no ensino regular escolar são unânimes em fazer fortes críticas ao sistema educacional, pois sugerem a possibilidade de construir um novo modelo da educação (CAIADO, 2003; RODRIGUES, 2006). 
Sá (2012) afirma que a escola para ser inclusiva necessita de novas estruturas e novas competências. Pode-se notar que as instituições públicas não correspondem ás expectativas das adversidades de seus alunos, funcionando ainda de forma seletiva e deixando que ainda ocorra algum tipo de exclusão. Ainda, segundo o autor citado, especial é a educação que dá legitimidade aos esquemas e dimensões do processo de ensino aprendizagem e dos direitos humanos sem nenhum tipo de restrição.
Mantoan (2003) ressalta que a inclusão escolar faz repensar o papel da escola e conduz a adoção de posturas mais solidárias e para a convivência.
Ao se observar a prática pedagógica em algumas instituições escolares regulares, pode se notar que os professores não costumam inovar em nada suas aulas para torná-las mais interessantes. Há muitos alunos que devido ao ambiente familiar em que vive, apresentam algum tipo de atraso em sua aprendizagem, isto não quer dizer que estes alunos são portadores de algum tipo de deficiência, mas, podem ter uma necessidade especial. 
As aulas, na maioria das vezes, são apáticas, sem estímulos e, os professores expõem os conteúdos através do livrodidático, único apoio utilizado. Os trabalhos em grupos, quando acontecem, não são pesquisas ou produções dos alunos, são reproduções preestabelecidas. 
Na educação de vários anos atrás , não tinha espaço para a diversidade, principalmente para pessoas com algum tipo de deficiência, que eram vistas como seres incapazes de realizar qualquer atividade, sem possibilidades de aprendizagem. Nos dias atuais felizmente encontra-se pessoas com deficiência em variados setores públicos e privados realizando trabalhos com sucesso. 
Ferreira defende que “o acesso ao saber sobre os direitos humanos, em particular, os direitos das pessoas com deficiência no Brasil, conscientiza o professor e torna-se um elemento-chave no combate à exclusão nos sistemas educacionais.” (FERREIRA, 2009, p. 26). 
Inclusão como ação diária e inacabável, ocorre não apenas na escola – escolarização, mas em todos os ambientes comuns da sociedade. “Em educação, um processo de transformação de valores em ação, resultando em práticas e serviços educacionais, em sistemas e estruturas que incorporem tais valores”. (AINSCOW, 2009. p. 21). 
Libâneo (2001) diz que a escola é uma organização que deve identificar-se, com a sua comunidade, agregar diferentes valores, culturas, peculiaridades para se manter e conviver localmente,comunitariamente.
As diversas formas de abordagens e perguntas que englobam as políticas públicas entra num contexto amplo e de complexidade. Juntamente a estas reflexões estão presentes as políticas educacionais de educação especial numa perspectiva inclusiva.
Segundo Shiroma, Moraes e Evangelista (2007, p.7), o termo “política” prenuncia uma multiplicidade de significados, presentes nas múltiplas fases históricas do Ocidente. Em sua acepção clássica, deriva de um adjetivo originado de polis –politikós –e refere-se à cidade e, por conseguinte, ao urbano, ao civil, ao público, ao social. 
No que diz respeito à inclusão escolar, a atual legislação (LDB nº. 9394/96) assegura direitos pleiteados aos alunos com necessidades educacionais especiais e cria a possibilidade de inclusão desses alunos preferencialmente na rede regular de ensino. Contudo, o modo pelo qual é efetivado nas instituições escolares ainda se encontra em processo de adaptação, tornando-se, apresentando muitas vezes várias lacunas, como a disponibilização de recursos e, principalmente, a falta de cursos para a capacitação profissional dos educadores. 
 A educação quando é para todos tem que acontecer de forma incondicional, como diz a Declaração de Salamanca (1994), não ficando somente no contexto dos alunos com deficiência. 
Segundo Góes e Laplane (2004), ainda que a inclusão escolar não assegure ou signifique inclusão social, ainda que os processos de exclusão social não sejam somente das pessoas com necessidades especiais, ainda que a compreensão das possibilidades e desafios da educação dos alunos com necessidade especial não se esgotem no âmbito da escola, mesmo assim a educação é uma mediação fundamental para a constituição da vida dessas pessoas, um espaço do exercício de direitos e de interações significativas. 
 A atual Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei nº. 9.394, de 20/12/1996, trata, especificamente, no Capítulo V, da Educação Especial. Esta lei define-a, no art. 58, por “modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” (BRASIL, 2007). Assim, ela passeia em todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. 
A inclusão das pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino tem sido objeto de críticas. Muitas escolas não têm estruturas físicas necessárias para permitir a inclusão de alunos com necessidades especiais nas salas e escolas regulares. Outro fator refere-se à formação dos professores, muitas vezes despreparados para trabalhar com a diversidade. 
 O movimento pela inclusão requer discussões a respeito da educação com os olhos voltados à inclusão, desenvolvendo no grupo uma consciência coletiva que auxilie o processo. Para isso é necessário organização, produção de conhecimento, estudos sobre a legislação específica, discussão com toda a comunidade escolar sobre o processo de inclusão e exclusão social e escolar, fundamentando a concepção de educação presentes nos projetos políticos pedagógicos da escola.
A prática da inclusão escolar, segundo Mantoan (2003), está pautada na que se tem de entender o outro, tendo o privilégio de conviver e compartilhar com diversos tipos de pessoas; é acolher a todos, sem nenhuma exceção. Construir formas de interação, atendendo às suas necessidades especiais.
De acordo com Maciel (2000) nos tempos, algumas ações de pais e educadores tem tido êxito na implementação da inclusão, nas escolas, de pessoas com algum tipo de necessidade especial, objetivando o resgate do respeito humano possibilitando o total desenvolvimento e o acesso e a permanência de todos na sociedade.
Alguns movimentos no âmbito nacional e internacional têm buscado um ritmo para que ocorra uma política onde haja integração e de educação inclusiva, sendo que o seu ponto crucial foi a Conferência Mundial de Educação Especial. 
A inclusão escolar fortalecida pela Declaração de Salamanca, no entanto, não resolve todos os problemas de marginalização dessas pessoas, pois o processo de exclusão é anterior no período de escolarização, iniciando-se no nascimento ou exatamente no momento em que aparece algum tipo de deficiência física ou mental, adquirida ou hereditária, em algum membro familiar. Isso ocorre em qualquer tipo de constituição familiar, sejam as tradicionalmente estruturadas, sejam as produções independentes e congêneres e em todas as classes sociais, com um agravante para as menos favorecidas (MACIEL, 2000).
Para Moreira (2005) a legislação do país é considerada avançada no tocante aos direitos dos portadores de deficiências (ou necessidades especiais, como preferem alguns), mas, na realidade trata-se de uma corrida contra o tempo. A ONU através da Resolução 45/91, assinada em 1990, uma década após o Ano Internacional das Pessoas Deficientes, dispôs sobre o conceito de sociedade inclusiva e instituiu a Década das Pessoas Deficientes, a fim de estimular governos e ONGs a implantarem programas que permitam a aceitação destas nos espaços ocupados pelos “normais”. O ano de 2010 foi escolhido para concluir-se a “sociedade para todos”. Faltam menos de quatro anos para o Brasil cumprir sua parte. A parte mais difícil não é assinar leis contra a discriminação, reservar cotas em empresas, escolas e universidades para pessoas com algum grau de deficiência, ou assinar leis contra a discriminação de classe, cor, religião entre outras. Tudo isso tem sido feito mais ainda há muito a fazer ainda. Mas, é extremamente importante que se aborde com maior ênfase a questão da prevenção a fim de impedir que outros indivíduos venham a carregar deficiências que podem ser evitadas. (MOREIRA, 2005) 
 Dois anos após a assinatura da Declaração, ainda segundo Moreira (2005), houve muitas resoluções internacionais algumas leis e decretos que facilitava sua atuação na sociedade. As pessoas que não são deficientes, mas já teve algum tipo de acidente, sabe claramente os desafios encontrados pelas pessoas com NEE.
Todos estão sujeitos de uma hora para outra apresentar algum tipo de necessidade especial, não sendo necessariamente uma deficiência. Através dessa fala é necessário que haja mudanças na estrutura urbana, nas empresas e nas escolas, no planejamento das empresas e governos e, também, na implementação de políticas públicas de prevenção. 
Não se trata somente de falar dos direitos das pessoas portadoras de NEE, mas sim de uma sociedade igualitária, onde todos tenham as mesmas oportunidades, no trabalho, na escola e em toda a sociedade.
O governo Federal ao apoiar a proposta de alguns paises e deixarclaro que o Brasil foi o pais a receber o título em 2004 como o Ano Ibero-Americano das Pessoas com Deficiência foi extremamente importante para que alguns órgãos do governo avançassem na elaboração de políticas públicas dessem ênfase à inclusão deste segmento de brasileiros. 
Em 2004, houve uma extensa agenda de programas que vem sendo cumprida, mostrando a força do Brasil, no que diz respeito a inclusão no ambiente internacional. 
Um documento feito pelas organizações não governamentais que seguem e monitoram o cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência apontou o Brasil entre os cinco países mais inclusivos das Américas, em um total de vinte e quatro países. 
A legislação brasileira para o tema é avançada e a assinatura do Decreto nº 5.296/2004, que regulamentou as Leis 10.048/2000 e 10.098/2000, no dia 02 de dezembro de 2004, reforça ainda mais a posição do país neste ranking (FURQUIM, 1990).
 A sociedade é formada por vários tipos variados de pessoas, onde cada sujeito é único, cada um tem a sua crença, a sua cultura e seus valores. Anormal é achar que na escola pode ser diferente, quando tratam o trabalho escolar com igualdade, há uma teoria que diz que todos são iguais negando assim as diferenças. Para que a inclusão se concretize é necessário repensar a forma com que as escolas estão organizadas e colocar em prática o princípio da educação inclusiva, que é educação para todos.
Giné (1988) não deixa de realça o novo papel da escola, como uma escola mais atenta à sua função social e educativa de forma a favorecer o desenvolvimento de todos os alunos.
A educação é um direito assegurado para todos, por lei e nós, e os educadores tem que fazer com que isso realmente ocorra de forma plena, mas, a capacitação de educadores passa por várias mudanças no que tange a inclusão, procurando sempre melhorar com um atendimento de qualidade e igualitário, garantindo o acesso e a permanência na escola, necessitando também ser levado em considerações vários outros princípios como a acessibilidade e locomoção. O educador necessita ser visto como mediador e estimulador, fazendo com que a sala de aula se torne um ambiente onde seu limite estimule sua autonomia.
Para uma educação que realmente seja de qualidade é de extrema importância uma formação concreta e contínua, com programas de progressão continuada, fornecendo subsídios para uma reflexão sobre a sua práxis pedagógicas. 
 A educação brasileira tem se demonstrado ineficiente para o atendimento da maioria de sua clientela, pois conforme ideia de Gurgel (2007), a educação especial foi tradicionalmente concebida como destinada a atender o deficiente mental, visual, auditivo, físico e motor, além daqueles que apresentam condutas típicas, de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos e psiquiátricos.
O conceito de inclusão é uma dificuldade a ser enfrentada pelos professores das escolas, necessita de tempo para ser implementado, da mudança de paradigmas e concepções de educadores, de um projeto que seja tomado como de toda a escola e concomitante a isso, é necessário a mudança de práticas escolares, permitindo o acesso de alunos com necessidades educacionais especiais, mas antes de tudo, buscando garantir sua permanência nos espaços regulares de ensino. Rosseto nos diz que:
A inclusão é um programa a ser instalado no estabelecimento de ensino em longo prazo. Não corresponde a simples transferência de alunos de uma escola especial para uma escola regular, de um professor especializado para um professor de ensino regular. O programa de inclusão vai impulsionar a escola para uma reorganização. A escola necessitará ser diversificado o suficiente para que possa maximizar as oportunidades de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais (2005, p. 42)
Mantoan (2003) relata que recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, que diga não é a exclusão social, implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de saberes que entrelaçam e caminham no sentido contrário do paradigma tradicional de educação segregadora. É uma reviravolta complexa, mas possível, basta que se lute por ela, que se aperfeiçoe e esteja aberto a colaborar na busca dos caminhos pedagógicos para a inclusão. (MANTOAN, 2003)
Também é importante destacar o papel do professor, diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, em colaborar com o desenvolvimento integral do aluno, respeitando as diferenças e valorizando as potencialidades de cada um; oferecer um espaço em que o aluno possa aprender e se perceber como sujeito ativo na construção do conhecimento, por meio de atividades individualizadas e também em grupo, para que haja uma cooperação entre os alunos e para que esse processo se desenvolva de forma conjunta, pois é na relação com o outro que o sujeito se constitui e se transforma; trabalhar em parceria com a equipe especializada que acompanha o aluno, dentro e/ou fora da escola, bem como com as respectivas famílias, com o intuito de ampliar as possibilidades de inclusão.
O ofício do professor não pode mais ser visto como vocação, e sim como profissão que requer muito estudo, reflexão e uma prática realmente transformadora. A capacitação docente é um dos meios de começar a mudança na qualidade do ensino para criar contextos educacionais inclusivos, capazes de propiciar a aprendizagem de todos os alunos, respeitando ritmos, tempos, superando barreiras físicas, psicológicas, espaciais, temporais, culturais, dentre outras. A formação de professores para a inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais não deve se restringir a torná-los conscientes das potencialidades dos alunos, mas também de suas próprias condições para desenvolver o processo de ensino inclusivo.
Ainscow (1995) traça em três pontos as opções possíveis no papel do professor: 
Permanência dos papéis: em que o professor responde aos alunos com dificuldades, dentro das condições educativas existentes.
Papéis em mudança: em que o professor responde aos alunos com dificuldades, dentro das condições educativas existentes, mas procurando sempre adaptar essas mesmas condições.
Papéis em movimento: em que o professor responde aos alunos com dificuldades, dentro das condições educativas existentes, através da mudança dessas mesmas condições, realizada a partir do trabalho cooperativo refletido, donde surjam novas condições que facilitem a aprendizagem de todos os alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Temos o direito de sermos iguais sempre que a diferença nos inferiorize; e temos o direito de sermos diferentes sempre que a igualdade nos descaracterize. ” (BOAVENTURA SOUZA SANTOD, 2005).
A permanência e o bom atendimento às pessoas deficientes vêm mudando gradativamente. As questões da inclusão têm ocupado cada vez mais espaços nos contextos sociais e ambientes escolares e em outros ambientes que permitem que as pessoas com necessidades educacionais especiais conseguem novos saberes, enfrentando situações diferentes é primordial que se crie uma nova sociedade que seja diferenciada das que já existiram, construindo atitudes nobres no que diz respeito a inclusão.
O sucesso da inclusão de alunos com NEE nas escolas regulares precede das várias possibilidades de se conseguir progressos significativos dos educandos, através de múltiplas práticas pedagógicas.
 Só é possível atingir o sucesso, quando a escola regular assumir que as dificuldades das crianças não somente delas, as escolas por sua vez também apresentam muitas dificuldades que precisam ser sanadas, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada.
O grande desafio de ensinar a todas as crianças, dentro da escola que se diz inclusiva, requer compromissos, de modo que se transforme o ideal em real, formando turmas homogêneas não se importando com questões pré-estabelecidas. Incluir é ir além da deficiência e as diferenças precisam ser respeitadas.
É necessário que todos os professores façam uma reflexão de sua prática, reconhecendo suasdificuldades, limites e preconceitos.
Também é importante lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas são colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida. A forma holística de entender as necessidades auxilia na compreensão das necessidades do próximo criando ambiente favorável para que todos possam desenvolver seus potenciais.
Desejar uma sociedade acessível e se empenhar pela sua construção não pode significar o impedimento de acesso das pessoas com deficiência aos serviços atualmente oferecidos, pelo contrário, deve-se manter o olhar no ideal, mas os pés na realidade. A inclusão envolve mudanças em todas as pessoas e é um trabalho longo e desafiador. Igualdade de oportunidades é um desejo de muitas pessoas para um futuro, que esperamos, seja breve.
REFERÊNCIAS
AINSCOW, M. (1995). Educação para todos: Torná-la umaRealidade. In: AINSCOW, M. et al.(Coord.) (1997). Caminhos para as Escolas Inclusivas. Lisboa, IIE, pp.11-31.
ARANHA, M. S. F. Integração social do deficiente: análise conceitual e metodológica. Temas em Psicologias, v. 2, p. 63-70, 2002.
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