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Nota de aula 7 ÔÇô Demanda de moeda e taxa de juros

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1 
 
 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
Faculdade de Ciências Econômicas 
Introdução à Economia II 
1º. semestre 2014 
 
Nota de aula 7 – Demanda de moeda e taxa de juros 
Honorio Kume 
1. Introdução 
Se perguntarmos para alguém quanto é a sua demanda de moeda, provavelmente, ele responderá 
que é infinita ou, pelo menos, que deseja uma grande quantidade de dinheiro. 
Não é esta a questão que será analisada nesta nota. 
Nesta nota, entende-se como demanda de moeda a quantidade de moeda que um indivíduo ou 
empresa mantém na forma de M1 (papel moeda, inclusive a própria moeda, e depósitos à vista 
nos bancos comerciais). 
Um indivíduo que tem uma determinada riqueza, digamos 10.000 reais, poderia aplicá-los em 
vários ativos financeiros, tais como a caderneta de poupança que rende juros, ações que podem 
se valorizar (ou desvalorizar) e render dividendos (distribuição de lucros aos acionistas) e ouro e 
dólar que podem se valorizar (ou desvalorizar). No entanto, uma parcela da sua riqueza é mantida 
na forma de M1 que não rende juros! 
Para manter o foco da análise, vamos simplificar e supor que um indivíduo tem duas escolhas 
para aplicar sua riqueza: títulos e moeda (M1). 
O que é um título? 
Título é um papel emitido por um agente, público ou privado, que tem um valor de face, digamos 
R$ 10.000 e uma data de vencimento. Nesta data o emissor assume o compromisso de pagar ao 
proprietário do título o valor de R$ 10.000. Para que as pessoas se interessem pelo título, o 
emissor se compromete a pagar anualmente um determinado valor, digamos R$ 1.000. Este 
pagamento é denominado cupom. 
2 
 
 
Por exemplo, uma empresa A emitiu no dia 1 de janeiro de 2014, com vencimento em 5 anos, um 
título com valor de face de R$ 10.000 e cupom anual de R$ 1.000 no dia 31 de dezembro de cada 
ano. Portanto, a posse deste título rende anualmente uma taxa de juros de 10%. 
Para facilitar o raciocínio, suponha que há títulos de qualquer valor desde R$ 1. 
Retornando ao nosso exemplo, por que um indivíduo manteria sua riqueza de R$ 10.000 na forma 
de moeda, isto é, demandando moeda, se ao aplicar em títulos obteria um rendimento na forma de 
juros de R$ 1.000 por ano? 
O custo de oportunidade de manter a riqueza em forma de moeda é deixar da ganhar os juros 
correspondentes. 
A mesma questão pode ser feita a você: por que você mantém moeda consigo (veja no seu bolso, 
na bolsa, na carteira, etc.) e não aplicou em títulos que rendem juros? 
Por que precisamos de moeda para comprar bens e serviços, pois os vendedores não aceitam 
títulos. 
Portanto, precisamos manter pelo menos uma parte da nossa riqueza na forma de moeda para 
fins de transação: demanda de moeda para transação. 
2. Demanda de moeda (M1) para transação 
Suponha um indivíduo que tem um salário de R$ 1.200 depositado na sua conta bancária sempre 
no primeiro dia do mês e que os bancos oferecem a oportunidade de aplicar em títulos com 
rendimento de juros por dia aplicado. 
Se no dia 1 de cada mês ele fizesse todos os seus gatos, não precisaria manter moeda. Na 
realidade, as pessoas recebem em um determinado dia do mês e gastam ao longo do mês. Não 
há sincronização perfeita entre renda e gastos. 
Diante desta situação, este indivíduo pode escolher quanto do seu salário ele manteria na forma 
de moeda e quanto aplicado em títulos. 
Vamos considerar que este indivíduo gasta todo dia R$ 40, sendo no total R$ 1.200 (30 dias em 
cada mês) equivalente a sua renda, conforme ilustrado no Gráfico 1. 
3 
 
 
Gráfico 1 – Renda mensal e gasto diário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste caso, o saldo médio de depósito bancário é de R$ 600 (1.200 no início do mês + 0 no final 
do mês, dividido por dois) e o indivíduo não ganharia nada de juros, conforme ilustrado no gráfico 
2. 
Gráfico 2 – Depósito bancário médio no mês 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este indivíduo está deixando de ganhar juros se mantém moeda no valor de R$ 600 na forma de 
depósito bancário. 
O que ele poderia fazer para evitar esta perda? Há alguma estratégia que ele poderia adotar para 
reduzir esta perda? 
Renda, 
gasto 
1 jan 1 fev 1 mar 1 abr 
Renda 
Gasto 
40 
1.200 
Moeda 
1 jan 1 fev 1 mar 1 abr 
600 
1.200 
Saldo médio 
bancário (M1) 
1 mai 
4 
 
 
Como tem R$ 600 em média por mês depositado no banco, o indivíduo poderia adotar a seguinte 
estratégia: ao receber o salário de R$ 1.200 no primeiro dia do mês, ele compra um titulo de R$ 
600 e deixa em depósitos à vista R$ 600. Todo dia ele gasta R$ 40 passando um cheque. No dia 
15, ele vai ao banco e vende o título, obtendo os juros correspondentes ao período aplicado. A 
partir do dia 16 ele gasta novamente R$ 40 por dia para pagar suas despesas. No final do mês, 
ele obteve um ganho equivalente aos juros recebido. O saldo médio bancário devido a este 
procedimento diminui para R$ 300, conforme ilustrado no gráfico 3. 
 
Gráfico 3 – Depósito bancário médio no mês com R$ 600 aplicados em títulos por 15 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se reduzir o saldo médio nos depósitos à vista nos bancos e aplicar uma parte do salário em 
títulos é lucrativa, o indivíduo pode pensar em estratégias para reduzir ainda mais o saldo médio e 
aplicar uma maior parte do salário em títulos. 
O indivíduo poderia manter no primeiro dia do mês R$ 400 em depósito à vista e comprar 2 títulos 
de R$ 400. No dia 10, se ele gasta R$ 40 por dia, o saldo em conta corrente no banco se tornará 
nulo. Então, ele vende um título de R$ 400 e deposita em sua conta. No dia 20, ele vende o 
segundo título. No final do mês, o saldo médio em depósitos à vista atingirá R$ 200 e terá um 
ganho com juros maior ainda. 
Se este procedimento for levado adiante, o individuo minimizará o saldo médio em conta corrente 
se no primeiro dia do mês, manter R$ 40 em depósito à vista e comprar 29 títulos no valor de R$ 
Moeda 
1 jan 1 fev 1 mar 1 abr 
600 
1.200 
Saldo médio 
bancário (M1) 
15 jan 15 fev 15 mar 15 abr 1 mai 
300 
5 
 
 
40 cada. Todo dia ele vai ao banco e vende um título e deposita na sua conta corrente para cobrir 
os gastos do dia. No final do mês, ele obteria os maiores juros possíveis. 
Esta última estratégia é a melhor? 
Não, por que ir ao banco e vender títulos tem um custo de transação. Este custo corresponde ao 
valor do tempo gasto para ir ao banco mais as taxas pagas pela venda de títulos. 
Então, qual é a estratégia ótima? 
A estratégia ótima deverá considerar o benefício marginal versus custo marginal. 
O benefício marginal de aplicar R$ 1 em título são os juros ganhos. 
O custo marginal é o custo de transação que envolve a compra e venda de títulos. 
Portanto, deve haver uma quantidade ótima de depósitos bancários em que o benefício marginal é 
igual ao custo marginal. 
Como a taxa de juros influencia a quantidade ótima de moeda desejada pelo público? 
Se a taxa de juros aumenta, o benefício marginal aumenta. Assim, o indivíduo estará disposto a 
comprar mais títulos incorrendo em maior custo marginal até igualá-lo ao benefício marginal. 
Portanto, a quantidade de moeda deseja pelo público diminui. 
Se a taxa de juros cai, ocorre o contrário. 
Assim, a demanda de moeda é negativamente inclinada em relação à taxa de juros, conforme 
ilustrado no gráfico 4. 
Gráfico 4 – Taxa de juros e curva demanda de moeda 
 
 
 
 
 
 
Taxa de 
juros 
MD 
6 
 
 
A análise efetuada para indivíduos também é válida para firmas. Portanto, a demanda total de 
moeda – indivíduos e firmas – também é relacionada negativamente com a taxade juros. 
3. Demanda de moeda para especulação 
Para entender a demanda de moeda de um indivíduo, consideramos que ele pode comprar títulos 
e vender posteriormente sem variação no preço. 
Na realidade, o preço do titulo varia com a taxa de juros do mercado. Logo, ele pode obter um 
ganho de capital se o preço do título aumenta e uma perda de capital se o ocorre o contrário. 
Por exemplo: uma empresa ABC emite em 01/01/2104, com prazo de 15 anos, um título com valor 
de face de R$ 1.000 e cupons que rendem R$ 100 por ano. 
Um individuo que comprou este título pagando R$ 1.000, recebe R$ 100 cada ano, o que equivale 
a posse de um ativo financeiro que proporciona um rendimento equivalente a uma taxa de juros de 
10% ao ano. 
Agora, suponha que, em 2015, a taxa de juros de mercado aumenta para 20% e o portador do 
titulo precisa vender o título. Qual é o preço de venda deste título? 
O eventual comprador do título pensará da seguinte forma: quanto preciso aplicar para obter um 
rendimento de R$ 100 ao ano quando a taxa de juros vigente é de 20% ao ano? 
Resposta: R$ 500. 
Portanto, por um título que tende R$ 100 reais ao ano, ele estará disposto a pagar no máximo R$ 
500. 
O preço do título caiu de R$ 1.000 para R$ 500 quando a taxa de juros aumentou de 10% para 
20%. Assim, há uma relação inversa entre a taxa de juros e o preço do titulo. 
O que acontece com a demanda de moeda se o indivíduo acredita que a taxa de juros irá 
aumentar? 
O indivíduo ao dividir a riqueza entre títulos e moeda levará em conta a expectativa futura da taxa 
de juros. Se ele acredita que irá aumentar, ele preferirá manter a riqueza na forma de moeda para 
7 
 
 
evitar a perda de capital (queda no preço do título). Se ele espera que irá cair, ele aplicará em 
títulos na expectativa de obter um ganho de capital (aumento no preço do titulo). 
Na prática, ele comparará a taxa de juros vigente com uma taxa de juros “normal”. Se a taxa de 
juros está acima da “normal”, ele espera que cairá. Se a taxa de juros está abaixo da “normal”, ele 
espera que subirá. 
Note que o ele espera que irá acontecer com a taxa de juros nem sempre efetivamente ocorrerá. 
Portanto, ele está “especulando” sobre a taxa futura de juros, por isso, a posse de moeda nesta 
condição é denominada “demanda de moeda para especulação”. 
4. Renda nominal e demanda de moeda 
Lembrando que: 
PIB nominal = Despesa nominal = Renda nominal 
Despesa nominal = ∑ = Renda nominal 
Se as pessoas retêm moeda para poder efetuar despesas, a demanda de moeda depende da 
renda nominal. Se a renda nominal aumenta é necessário ter uma maior quantidade de moeda, e 
se cai, menor quantidade de moeda. 
Assim, a função demanda de moeda pode ser expressa da seguinte forma: 
MD = f(i,Y) 
O gráfico 5 apresenta a demanda de moeda. Se a renda nominal aumenta, a curva demanda se 
desloca para a direita. 
 
 
 
 
 
 
Taxa de 
juros 
M 
Y1 = P1.Q1 
Y2 = P2.Q2 > Y1 
MD1 MD2 
i1 
8 
 
 
Note que o aumento na renda nominal pode ser devido ao aumento no preço, ao aumento na 
quantidade produzida ou de ambos. 
Em seguida, apresenta-se o quadro resumo dos determnantes da demanda de moeda: 
a) taxa de juros: a variação da taxa de juros altera a quantidade demandada de moeda com 
deslocamentos sobre a mesma curva de demanda de moeda; e 
b) renda nominal: mudanças na renda nominal, deslocam a curva de demanda de moeda para a 
direita ou para a esquerda. 
5. Taxa de juros de equilíbrio 
A taxa de juros é determinada pela oferta e demanda de moeda, também conhecida como 
mercado monetário. 
Conforme vimos na nota anterior, a quantidade ofertada de moeda é determinada pelo Banco 
Central por meio do controle das reservas bancárias. Assim, a curva de oferta de moeda não 
depende da taxa de juros (gráfico 6). 
A partir daqui, M refere-se sempre a M1 e os subscritos indicam a quantidade de M1. Por 
exemplo, M1 indica a quantidade de M1 e M2 uma quantidade maior de M1. 
Gráfico 6 – Curva de oferta de moeda 
 
 
 
 
 
 
 
Para determinar a taxa de juros de equilíbrio no mercado monetário, sobrepomos a curva de oferta 
sobre a curva de demanda de moeda (gráfico 7). 
Taxa de 
juros 
M M1 
9 
 
 
Gráfico 7 – Mercado monetário e taxa de juros de equilíbrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a taxa de juros for i1, a quantidade demandada de moeda é menor do que a quantidade 
ofertada de moeda, gerando um excesso de oferta monetária. Para que as pessoas e firmas 
estejam dispostas a aceitar mais moeda, a taxa de juros deve diminuir, reduzindo o custo de 
oportunidade de reter moeda. 
Se a taxa de juros for i2, a quantidade demandada de moeda é maior do que a quantidade 
ofertada de moeda, gerando um excesso de demanda monetária. Para que as pessoas e firmas 
fiquem com uma menor quantidade de moeda, a taxa de juros deve aumentar, elevando o custo 
de oportunidade de reter moeda. 
A taxa de juros de equilíbrio no mercado monetário será atingido em i0, onde a quantidade de 
moeda disponibilizada pelo Banco Central é igual a quantidade demandada de moeda pelos 
agentes econômicos. 
Como o Banco Central determina a taxa de juros da economia? 
Resposta: controlando a quantidade ofertada de moeda. 
Por exemplo, se o Banco Central deseja reduzir a taxa de juros, desloca a curva de oferta 
monetária para a direita, conforme ilustrado no gráfico 8. 
 
Taxa de 
juros 
M M1 
Oferta de 
moeda – O1 
Demanda de 
moeda – D1 
i1 
i0 
i2 
EO 
ED 
10 
 
 
Gráfico 8 – Banco Central aumenta a oferta de moeda e reduz a taxa de juros 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a renda nominal se eleva e a oferta monetária não se altera, a curva de demanda de moeda se 
desloca para a esquerda e a taxa de juros aumenta (gráfico 9). 
Gráfico 9 – Aumento da renda nominal desloca a demanda de moeda e eleva a taxa de juros 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência bibliográfica 
Case, K. E., Fair, R. C. e Oster, S. M. Principles of Macroeconomics. Prentice Hall, 2012, 10ª. 
edition, cap. 11. 
Taxa de 
juros 
M M1 
Oferta de 
moeda – O1 
Demanda de 
moeda – D1 
i0 
I1 
Oferta de 
moeda – O2 
M2 
Taxa de 
juros 
M M1 
Oferta de 
moeda – O1 
Demanda de 
moeda – D1 
i0 
I1 
Demanda de 
moeda – D2

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