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Nota de aula 2 ÔÇô Medidas da produ+º+úo, renda e despesa de um pa+¡s

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1 
 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
Faculdade de Ciências Econômicas 
Introdução à Economia II 
1º. semestre 2014 
 
Nota de aula 2 – Medidas da produção, renda e despesa de um país 
Honorio Kume 
1. Medida do PIB 
O interesse em medir a economia é antigo: Sir William Pretty (1623-1687) realizou um estudo 
detalhado sobre a terra e a riqueza na Irlanda. 
No entanto, a medição da economia como a efetuada hoje teve início após a II Guerra Mundial 
com os trabalhos de Simon Kuznets, nos Estados Unidos e Richard Stone, no Reino Unido. 
Ambos receberam o Prêmio Nobel por estes trabalhos. 
PIB de um país é a soma do valor de todos os bens e serviços produzidos em um determinado 
período neste país. 
Observações: 
i) somente entram no cálculo os bens e serviços produzidos no período considerado. No PIB de 
2013 são computados os bens e serviços produzidos entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 
2013; um bem produzido em 2012, mas vendido em 2013, não é computado no PIB de 2013; 
ii) os bens produzidos por uma empresa brasileira na Argentina não são computados no PIB do 
Brasil. O valor destes bens entram no cálculo do PIB argentino; 
iii) o PIB é medido em unidades monetárias, em reais no caso brasileiro. Isto por que não 
podemos somar bens heterogêneos, como, por exemplo, somar 3 pares de sapatos com 4 
latas de coca cola. Note que ao transformar 3 pares de sapatos em valor monetário 
multiplicando pelo preço de cada par, equivale a ponderar cada um pelo preço. Assim, para as 
mesmas quantidades de bens, aqueles que têm maiores preços contribuem mais para o PIB. 
2 
 
Lembrar também que no sistema de mercado, os preços tendem a refletir o custo e o valor dos 
bens e serviços produzidos; 
iv) para evitar o problema de dupla contagem não se computam os bens intermediários, mas 
somente os bens finais. Por exemplo, considere a produção de 5 pneus para automóveis e de 
um carro. No preço do carro já foi computado os 5 pneus que cada carro necessita. Se na 
medida do PIB fosse incluídos os valores dos 5 pneus e do carro, estaríamos somando o valor 
de 10 pneus. Para evitar esta repetição, os 5 pneus que são bens intermediários não devem 
ser computados. Note que o pneu nem sempre é um bem intermediário. Os pneus adquiridos 
por uma montadora de carros é um bem intermediário, mas os pneus comprados por um 
proprietário de carro para substituir os pneus que ficaram “carecas” são bens finais. Portanto, 
no PIB são somados apenas os pneus produzidos e vendidos diretamente ao consumidor final. 
 
 
 
 
 
 
 
2. Formas de mensuração do PIB 
Três formas de medir o PIB que fornecem o mesmo resultado: 
i) somando os gastos; 
ii) somando a renda (salários, lucros, aluguéis, juros) auferida na produção de bens e serviços; 
e 
iii) somando o valor da produção de bens e serviços. 
 
Compras e vendas em site na internet: exemplos: Ebay, Mercado Livre 
Se você vende um notebook no site, o valor da transação deve ser incluído no PIB? 
Não, o valor do notebook deve ter sido registrado no PIB no ano em que foi produzido. 
O que deve ser incluído é o valor do serviço proporcionado pelo site. Por exemplo, se você 
paga uma taxa pela venda obtida, este valor deve ser contabilizado pois corresponde ao 
serviço utilizado. A empresa para funcionar precisa de trabalhadores e capital (máquinas e 
equipamentos). Portanto, a taxa de serviço é uma renumeração pelo uso destes fatores e o 
lucro, se houver, da atividade empresarial. 
3 
 
2.1 Ótica da despesa (gasto) 
Soma dos gastos efetuados pelos indivíduos (famílias), empresas e governo na compra de 
bens e serviços em um determinado período. 
Os gastos podem ser divididos em 4 componentes: consumo, investimento, governo e 
exportações líquidas. 
A tabela 1 apresenta a composição do PIB brasileiro em 2009. 
Tabela 1 – Componentes do PIB do Brasil – 2009 
Componentes Valor em R$ bilhões % 
Consumo 1.980 61,1 
Investimento 578 17,8 
Governo 687 21,1 
Exportações líquidas - 6 - 0,2 
Gasto total = PIB 3.239 100,0 
 Fonte: Contas Nacionais, IBGE. Elaboração própria. 
 
a) consumo 
Registra os gastos de indivíduos (famílias) com a compra de bens e serviços. 
Exemplos: compra de um vestido no shopping, pagamento da viagem de ônibus. 
Em 2009, os gastos de consumo atingiram 61,1% do PIB. 
b) investimento 
Gastos com compras de bens e serviços finais pelas empresas e pelo governo com o objetivo 
de aumentar a capacidade produtiva. 
Exemplos: compra de um computador por uma empresa, aquisição de carros pela Polícia 
Federal. 
Investimento residencial: compra de casas e apartamentos novos pelas famílias. 
4 
 
Inclui também a variação no estoque (investimento em estoque): carros produzidos no período, 
mas que permaneceram nos pátios da montadora no mesmo período. 
Em 2009, os gastos com investimento alcançaram 17,8% do PIB. 
Nota: observar a diferença entre o conceito de investimento em economia e em linguagem 
popular. Em economia, investimento refere-se sempre a gastos para ampliação da capacidade 
produtiva. Por exemplo, quando uma empresa compra um novo equipamento, está fazendo um 
investimento. Na linguagem popular, investimento refere-se, por exemplo, a compra de ações 
de uma empresa na Bolsa de Valores. Neste caso, ocorre uma transferência de propriedade 
sem aumento na capacidade produtiva da empresa. 
iii) gastos do governo 
Despesas do governo nas três esferas: federal, estadual e municipal com a compra de bens e 
serviços e os gastos (pagamento de salários) para fornecer os bens e serviços prestados pelo 
governo. 
Não são incluídas nesta conta as despesas com aposentadoria e bolsa família. Estes gastos 
são considerados transferências de renda do governo. Observe que as famílias que recebem 
estas transferências de renda compram bens e serviços. Portanto, esta despesa já está 
contabilizada nos gastos de consumo. 
As compras do governo representaram 21,1% do PIB em 2009. 
iv) exportações líquidas 
Exportações líquidas = valor das exportações menos o valor das importações 
As exportações correspondem às compras de geralmente empresas residentes no exterior dos 
bens e serviços produzidos no país e deste valor devem ser deduzidas as importações. 
Quando registramos as compras de bens e serviços para fins de consumo ou investimento, 
inclui as compras de bens importados que evidentemente não foram produzidos no país. 
Em 2009, as exportações líquidas tiveram uma participação no PIB de – 0,2%. O sinal negativo 
indicada que as vendas de bens e serviços ao exterior foram menores do que as compras. 
5 
 
A composição do PIB pode ser descrita em forma algébrica: 
Y = C + I + G + X 
onde 
Y = valor do PIB em reais; 
C = gasto em bens e serviços para fins de consumo final; 
I = gasto em bens e serviços para fins de investimento; 
G = gasto do governo com a compra de bens e serviços; e 
X = valor das exportações líquidas. 
2.2 Ótica da produção 
O valor do PIB é a soma do valor da produção, medido a preços sem impostos, de cada 
empresa ou setor da economia. 
A soma deve evitar o problema da “dupla contagem”. 
Considere uma economia indicada na tabela 2. 
Se fosse contabilizado o valor da produção de todas as firmas, o PIB alcançaria R$ 4.300 e 
cometeríamos o erro de dupla contagem: o café em grão e o café em pó estariam sendo 
contados duas vezes. 
Para evitar este erro, o PIB é medido pelo valor adicionado de cada empresa: 2.000 + 700 + 
300 = 3.000 reais. 
Note que este é o valor atingido se considerássemos apenas os bens finais. Neste exemplo, a 
produção de xícaras de café tem o valor de 3.000 reais. 
 
 
 
 
6 
 
Tabela2 - Exemplo ilustrativo de uma economia 
Cafeteria “Bom café” Valor da produção 
(R$) 
Valor adicionado 
(R$) 
1.000 xícaras de café ao 
preço unitário de 3 reais 
3.000 
1.200 
 100 quilos de café em pó ao 
preço unitário de 18 reais 
1.800 
Refinadora “Café Brasil” 
100 quilos de café em pó ao 
preço unitário de 18 reais 
1.800 
1.300 
 100 quilos de café me grão 
ao preço unitário de 5 reais 
500 
Agricultor 
100 quilos de café me grão 
ao preço unitário de 5 reais 
500 500 
Total 4.300 3.000 
 Fonte: elaboração própria. 
 
A tabela 3 apresenta o PIB do Brasil em 2009, sob a ótica da produção, calculado pelo IBGE. 
Na rubrica valor dos impostos indiretos, incluem-se os tributos, tais como o Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI), Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e 
Programa de Integração Social – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
(PIS-COFINS); 
2.3 ótica da renda 
O valor do PIB é a renda gerada na produção de bens e serviços. 
 
 
 
 
7 
 
Tabela 3 – PIB do Brasil – ótica da produção – 2009 
Descrição Valor em R$ bilhões 
Valor da produção 5.481 
Impostos indiretos sobre a produção e importação 448 
Subsídios indiretos à produção - 3 
Consumo intermediário - 2.686 
Total = PIB 3.239 
 Fonte: Contas Nacionais, IBGE. Elaboração própria. 
 
Considere a composição do valor adicionado de cada empresa do exemplo anterior. Suponha 
que a cafeteria “Bom café” e a refinadora “Café Brasil” têm cada uma um trabalhador que 
recebe 400. A tabela 4 ilustra a composição do valor adicionado. 
 
Tabela 4 – PIB pela ótica da renda 
Cafeteria “Bom café” Valor bruto 
da produção 
(R$) 
Valor 
adicionado (VA) 
(R$) 
Composição VA 
(R$) 
1.000 xícaras de café ao 
preço unitário de 3 reais 
3.000 
1.200 
 
Lucro = 800 
100 quilos de café em pó ao 
preço unitário de 18 reais 
1.800 Salário = 400 
Refinadora “Café Brasil” 
100 quilos de café em pó ao 
preço unitário de 18 reais 
1.800 
1.300 
 
 Lucro = 900 
100 quilos de café me grão ao 
preço unitário de 5 reais 
500 Salário = 400 
Agricultor 
100 quilos de café me grão 
ao preço unitário de 5 reais 
500 500 Lucro = 500 
Total 4.300 3.000 3.000 
Fonte: elaboração própria. 
8 
 
O PIB pela ótica da renda é igual ao lucro total de 2.200 (800 + 900 + 500) reais mais salário 
total de 800 (400 + 400) reais. 
Este exemplo é simplificado. Em uma economia real, quais seriam as rubricas dos fatores de 
produção? 
Renda do trabalho: salários, benefícios sociais (aposentadoria, plano de saúde, etc.); 
Renda do capital: lucros, renda dos autônomos, aluguéis, juros; 
Depreciação: valor do desgaste das fábricas e das máquinas e equipamentos ocorrido no 
período; 
Nota: IL – IB – DP 
IL = investimento líquido; 
IB = investimento bruto; e 
DP = depreciação. 
No cálculo do PIB pela ótica da despesa, considera-se o investimento bruto. 
Impostos indiretos: valor dos impostos indiretos, tais como o Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa 
de Integração Social – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS-COFINS) 
e impostos sobre as importações; 
Renda líquida enviada ao exterior: renda liquida do trabalho e do capital recebida por 
estrangeiros em atividade no país, corresponde à diferença entre a enviada e recebida do 
exterior. 
Por exemplo, o Conca, jogador de futebol de origem argentina no Fluminense, tem residência 
oficial na Argentina. O “trabalho” gerado por este jogador no Brasil deve ser incluído no PIB 
brasileiro. Os salários e os benefícios recebidos por este jogador são contabilizados nesta 
rubrica com sinal positivo. 
9 
 
Agora, o Daniel Alves joga no Barcelona, Espanha. Logo, o “trabalho” dele é incluído no PIB da 
Espanha. Os salários e os benefícios recebidos por este jogador e internalizados no Brasil são 
contabilizados nesta rubrica com sinal negativo. 
A tabela 5 apresenta o PIB do Brasil em 2009, sob a ótica da renda, calculado pelo IBGE. 
Tabela 5 – PIB do Brasil – ótica da renda – 2009 
Descrição Valor em R$ bilhões 
1. Remuneração dos empregados 1.413 
1.1 Salários 1.114 
1.2 Contribuições sociais 299 
2. Rendimentos dos autônomos 260 
3. Excedente operacional bruto 1.076 
4. Impostos sobre a produção e importação 496 
5. Subsídios à produção - 6 
Renda = PIB 3.239 
 Fonte: Contas Nacionais, IBGE. Elaboração própria. 
 
Note algumas diferenças na nomenclatura e na apresentação dos componentes da renda 
efetuada pelo IBGE. 
i) a renda dos autônomos é mostrada separadamente; 
ii) o excedente operacional bruto inclui lucro, aluguéis e juros; 
iii) os impostos sobre a produção e importação incluem outros tributos que não incidem sobre 
produtos, tais como os incidentes sobre a folha de pagamento, as contribuições econômicas, o 
PIS/PASEP; e 
iv) não há distinção entre a renda dos proprietários de fatores (capital e trabalho) residentes no 
país e não residentes (estrangeiros). 
 
10 
 
3. Medindo poupança 
Poupança é uma medida da quantidade de recurso que o país dispõe para investimento, seja 
em seu próprio território, seja no exterior. 
Uma taxa de poupança, medida pela participação do valor da poupança na renda do país – 
elevada é bom? 
Sim: 
 poupança   investimento   capacidade de produção 
Uma baixa taxa de poupança   investimento? 
Não, se conseguir atrair poupança externa (empréstimos do exterior). 
Problema: empréstimos têm que ser pagos. 
3.1 Poupança individual 
Poupança = renda – impostos – consumo 
Renda líquida = renda – impostos 
Consumo > renda líquida? 
Sim, se conseguir empréstimos. 
3.2 Poupança nacional 
S = Y – C – G 
onde 
S = poupança; 
Y = renda; 
C = consumo; e 
G = gastos do governo. 
A poupança nacional tem dois componentes: poupança privada (SP) e poupança do governo 
(SG) 
11 
 
 SP = Y – T – C 
SG = T – G 
S = SP + SG = Y – C – G 
Em 2009, a poupança bruta atingiu R$ 515 bilhões correspondente a 15,9% da renda (PIB). 
4. Medindo o PIB real 
O PIB é utilizado para medir a produção de uma economia: ∑ 
Se entre dois anos, as quantidades permanecem constantes, mas os preços aumentam, o PIB 
nominal aumentará. Esta variação no PIB nominal não reflete adequadamente a mudança 
ocorrida na produção. 
Mais ainda, os preços tendem a aumentar anualmente ainda que em percentuais baixos. Logo, 
o PIB nominal deixa de refletir as mudanças na produção ao longo do tempo. 
4.1 Crescimento do PIB real entre 2 anos 
Suponha uma economia que produz 2 bens: arroz e feijão e queremos comparar o PIB real 
entre 2012 e 2013. As quantidades produzidas e os respectivos preços nestes anos é mostrada 
na tabela 7. 
Tabela 7 – Produção e preços: 2012 e 2013 
 2012 2013 
Bens Quantidade (kg) Preço (R$ por kg) Quantidade (kg) Preço (R$ por kg) 
Arroz 2.000 10 2.200 15 
Feijão 1.000 15 1.200 20 
 
Fonte: Ajustado de Taylor (2007), p. 178. 
Note na tabela 7 que, entre 2012 e 2013, a quantidade de arroz aumenta 10% e a quantidade 
de feijão aumenta 20%. No entanto, os preços se elevam muito mais devido a inflação. O preço 
do arroz tem um incremento de 50% e o do feijão 33,3%. 
12 
 
Cálculo do PIB nominal: 
PIB nominal em 2012 = 2.000*10 + 1.000*15 = 35.000 reais 
PIB nominal em 2013 = 2.200*15 + 1.200*20 = 57.000 reais 
O aumento do PIB nominal entre estes dois anos foi de 62,8%, uma variação muito maior do 
que o aumento nas quantidades produzidas de arroz e de feijão que atingiram, 
respectivamente,50% e 33,3%. Portanto, na presença de inflação, a evolução do PIB nominal 
não reflete adequadamente a variação na produção. 
Cálculo do PIB real: 
i) mantendo-se os mesmos preços de 2012 
PIB real em 2012 = 2.000*10 + 1.000*15 = 35.000 reais 
PIB real em 2013 = 2.200*10 + 1.200*15 = 40.000 reais 
A variação do PIB real é de 14,3%. 
ii) mantendo-se os mesmos preços de 2013 
PIB real em 2012 = 2.000*15 + 1.000*20 = 50.000 reais 
PIB real em 2013 = 2.200*15 + 1.200*20 = 57.000 reais 
A variação do PIB real é de 14%. 
Qual é a melhor medida do PIB, com preços de 2012 ou de 2013? 
Não há razão para preferir um preço ou outro. 
A solução é calcular a média geométrica das duas estimativas, o que corresponderia a uma 
variação do PIB de 14,15% 
Média geométrica = √ – 1)*100 = (1,1415 – 1)*100 = 14,15% 
Quando calculamos uma média das taxas de crescimento, a média geométrica é preferível 
quando ocorrem grandes variações entre os anos. 
Exemplo: PIB de um país em 4 anos 
13 
 
Ano PIB Variação anual 
(%) 
Taxa de crescimento: 
média aritmética (%) 
Taxa de crescimento: 
média geométrica (%) 
1 100 
 
46,5 
 
 
44,2 
2 180 80 
3 210 16,7 
4 300 42,8 
 
PIB anual aplicando as taxas médias de crescimento aritmética e geométrica. 
Ano PIB PIB com média 
aritmética 
PIB com média 
geométrica 
1 100 100 100 
2 180 146,5 144,2 
3 210 214,6 207,9 
4 300 314,4 299,8 
 
Note que o PIB anual aplicando-se a taxa média de crescimento geométrica proporciona no 
final do último período um valor do PIB igual ao verdadeiro valor observado. 
Esta é a razão para o uso da média geométrica ao invés da média aritmética quando se refere 
a média das taxas de crescimento do PIB. 
4.3 Cálculo do valor monetário do PIB real 
Dadas as seguintes variações no PIB nominal e no PIB real (calculada pela media geométrica) 
pode-se calcular os valores monetários a partir do ano base. 
Ano PIB nominal Variação do 
PIB nominal 
PIB real a preços de 
2000 
Variação do 
PIB real 
Base = 2000 1.000 1.000 
2001 1.100 10% 1.050 5% 
2002 1,188 8% 1.081,5 3% 
14 
 
4.4 Deflator implícito do PIB 
Deflator implícito do PIB mede o preço médio de todos os bens e serviços produzidos em uma 
economia. 
Deflator implícito do PIB = 
 
 
 
A variação percentual do deflator implícito do PIB é uma medida de inflação. 
Qual é a diferença entre o deflator implícito do PIB e o índice de preços ao consumidor? 
O índice de preços ao consumidor corresponde ao preço de uma cesta básica previamente 
definida, isto é, as quantidades dos bens são mantidas constantes e registram-se os preços em 
cada momento do tempo. Isto é, o preço médio é calculado seguindo uma ponderação dada 
pelas quantidades indicadas na cesta básica. Assim, mesmo que o preço varie a quantidade 
não muda, contrariando a curva de demanda negativa inclinada. 
O deflator implícito do PIB mantem os preços constantes e muda as quantidades produzidas 
em cada momento do tempo. 
Gráfico 1 – Deflator implícito do PIB e IPC: 1997-2012 
 
 Fonte: IBGE. Elaboração própria. 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
IPC 
Deflator implícito do PIB 
15 
 
4.5 Deficiências na mensuração do PIB 
Principais problemas: 
i) dados preliminares do PIB versus dados finais 
Como os dados para o cálculo do PIB não são obtidos simultaneamente, mas a informação 
sobre o PIB é importante para decisões das empresas e do governo, geralmente anuncia-se 
uma estimativa preliminar que é posteriormente revista quando todos os dados estiverem 
disponíveis. Isto implica que muitas decisões privadas e públicas se baseiam em informações 
do PIB sujeitas a erros. 
ii) omissões do PIB 
No PIB são incluídas apenas as atividades que são transacionadas no mercado. 
Portanto, não considera as atividades domésticas não remuneradas, tais como preparar as 
refeições, cuidar dos filhos, lavar a roupa, etc. 
No PIB não são incluídas as atividades de lazer: ir a praia, ler um livro, ver televisão, etc, 
exceto quando ocorre uma transação tais como compra de ingresso no cinema e entrada de 
jogo de futebol. 
O PIB não é inclui a economia informal. 
O PIB não considera as mudanças na qualidade, exceto se refletido nos preços. 
iii) o PIB não reflete necessariamente a qualidade de vida da população 
Alguns fatores que não expressos no PIB: 
a) diminuição das horas de trabalho por semana; 
b) atividades fora do mercado: economia informal, produção para o auto consumo, etc; 
c) qualidade ambiental e esgotamento dos recursos naturais; 
d) qualidade de vida; 
e) distribuição do PIB. 
 
16 
 
O gráfico 2 mostra a associação entre nível de satisfação com a vida e renda per capita. O 
nível de satisfação foi medida pelo Gallup, uma empresa de pesquisas de opinião que pediu 
para as pessoas em vários países darem nota de zero a dez sobre como se sentiam em à sua 
relação à sua própria vida. 
Os resultados indicam que: 
a) ser rico é melhor; 
b) dinheiro importa menos à medida que se fica mais rico; e 
c) dinheiro não é tudo. 
Gráfico 2 
 
 
 
17 
 
Referência bibliográfica 
Taylor, J. B. Princípios de Macroeconomia. São Paulo: Editora Ática, 2007, cap. 6.

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