Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Armazenagem, Transporte e Distribuição Cláudio Alves da Silva Adaptada por Cláudio Alves da Silva (setembro/2012) É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Armazenagem, Transporte e Distribuição, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital APRESENTAÇÃO SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 A ORIGEM DO TERMO ‘LOGÍSTICA’ ........................................................................................... 7 1.1 A Logística no Brasil ........................................................................................................................................................7 1.2 As Atividades Principais e Secundárias na Logística ..........................................................................................8 1.3 Algumas Definições e Conceitos Básicos ..............................................................................................................9 1.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................11 1.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................11 2 ARMAZENAGEM................................................................................................................................... 13 2.1 A Armazenagem e a sua Importância ..................................................................................................................14 2.2 A Armazenagem e Algumas Estratégias ..............................................................................................................15 2.3 A Armazenagem e Algumas Vantagens ..............................................................................................................18 2.4 A Armazenagem e Algumas Desvantagens .......................................................................................................19 2.5 A Armazenagem e os seus Elementos ..................................................................................................................19 2.6 A Armazenagem e seus Custos ...............................................................................................................................20 2.7 A Armazenagem e as suas Prioridades Práticas ................................................................................................22 2.8 A Armazenagem e os seus Tipos ............................................................................................................................23 2.9 A Armazenagem e a sua Movimentação .............................................................................................................23 2.10 A Armazenagem e a Influência dos Materiais .................................................................................................24 2.11 A Armazenagem e a sua Classificação ...............................................................................................................25 2.12 A Armazenagem e Algumas Considerações sobre a sua Construção ...................................................26 2.13 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................28 2.14 Atividades Propostas ................................................................................................................................................29 3 TRANSPORTES ....................................................................................................................................... 31 3.1 Modais De Transportes ...............................................................................................................................................32 3.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................34 3.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................34 4 A TECNOLOGIA NA LOGÍSTICA.................................................................................................. 35 4.1 A Informação na Logística .........................................................................................................................................35 4.2 As Informações e o Planejamento Estratégico ..................................................................................................36 4.3 Gerenciamento e Rastreamento de Veículos com o Sistema de GPS .......................................................36 4.4 Gerenciamento com o uso de Roteirizador .......................................................................................................37 4.5 Recursos Tecnológicos para a Área de Logística...............................................................................................38 4.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................39 4.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................39 5 A DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................................................. 41 5.1 Cross Docking ...............................................................................................................................................................43 5.2 Eletronic Data Interchange (EDI) ..............................................................................................................................43 5.3 Logística Reversa ..........................................................................................................................................................44 5.4 Coleta Programada (MIlk Run)...............................................................................................................................44 5.5 Terceirização (OuTsOuRCIng) ................................................................................................................................44 5.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................45 5.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................466 ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) .......................................................................................................... 47 6.1 Tipos de layout .............................................................................................................................................................48 6.2 Fundamentos Básicos de um layout ....................................................................................................................48 6.3 Visualizações do layout ............................................................................................................................................49 6.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................50 6.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................50 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 51 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 53 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 57 ANEXOS .......................................................................................................................................................... 59 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), a Logística é entendida como a área designada para realizar a administração de materiais, equipamentos e informações necessários para a execução de todas as atividades existentes em uma empresa, ou seja, a responsabilidade do planejamento das operações e o controle de todo o flu- xo de mercadorias e das informações, desde a origem até o consumo final, estão sob a responsabilidade da logística. O termo ‘logística’ não é específico do ramo público ou privado. Os conceitos básicos de logística, muitas vezes, também são aplicados em empresas, quer sejam elas de caráter público ou privado. Por isso, são perceptíveis o uso e a aplicação de algumas das ferramentas administrativas básicas de logística (que serão apresentadas nesta apostila) no gerenciamento e controle de: processos e atividades existen- tes nas divisões, áreas, departamentos e estruturas de Armazenagem, Transporte e distribuição de tais empresas. Com o tempo, vários termos e definições foram e são utilizados para descrever todo ou parte dos assuntos atrelados à logística. Em 1991, a antiga definição de logística, muito utilizada e difundida em 1976 e entendida como “administração da distribuição física”, foi alterada pelo Council of logistics Management, alterando, dessa forma, o primeiro termo para logística e, em seguida, alterando a definição para: Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo de armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionados, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente (BOWERSOX; CLOSS, 2008). Pela definição anterior e pela ótica da empresa moderna, fica fácil perceber que o básico da ativi- dade logística é o atendimento ao cliente. Por isso que uma das preocupações é manter um bom nível de serviço, por meio de uma distribuição estrategicamente eficaz e com o uso de tecnologias aplicadas à logística, porque, de fato, ela inicia no instante em que o cliente resolve transformar um desejo em realidade. Como há estruturas utilizadas para estocar ou armazenar ferramentas, materiais, produtos ou quais- quer outros tipos de mercadorias essenciais para a realização de suas atividades, as empresas modernas, para controlar e administrar os fluxos físicos e de informação, fazem uso de sistemas de gerenciamento de estoques ou de armazéns e, como exemplo, podemos citar que uma das principais ferramentas de uso da gestão logística é o Warehouse Management system (WMS), que em português significa: sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas de produção. O seu uso é de fundamental importância para a gestão da cadeia de suprimentos (supply Chain); ele fornece o giro de estoques, comandos inteligentes de separação de pedidos (picking), consolidação automática e transbordo, conhecido como cross docking, para que, de forma racional, lógica e estrutura- da, seja feita a devida utilização dos espaços destinados à estocagem e armazenagem. Para ajudá-lo(la) na construção do seu aprendizado, com a leitura e uso desta apostila nas aulas e na resolução das atividades que serão propostas durante a realização do curso, pretendemos que você entenda e compreenda os demais temas e assuntos que fazem parte da área de logística. Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 6 O curso, por meio do conteúdo programático da disciplina Armazenagem, Transporte e Distribui- ção, tem como objetivos: Correlacionar os fatores de custos, riscos, qualidade e segurança na armazenagem, transporte e movimentação de materiais; Aplicar as técnicas e ferramentas para dimensionar instalações e definir os modais de trans- porte e canais de distribuição dos produtos e materiais que compõem a cadeia logística da empresa; Elaborar e interpretar planos para armazenagem, transporte e distribuição, utilizando, inclusi- ve, a terceirização dos serviços logísticos; Planejar o uso dos diferentes canais de distribuição, considerando as necessidades dos clientes internos e externos da organização; Identificar os conflitos no relacionamento com prestadores de serviços e planejar soluções para imprevistos no sistema logístico, minimizando eventuais prejuízos para a empresa; Entender e aplicar modelos logísticos compatíveis com a infraestrutura logística brasileira. Oferecendo, dessa forma, subsídios para um estudo crítico sobre o papel estratégico das atividades logísticas desempenhadas e realizadas pelas empresas e nas empresas. Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado da seguinte forma: no primeiro capítulo, são apresentados a origem do termo “logística”, a logística no Brasil, as atividades principais e secundárias na logística e algumas definições e conceitos básicos que fazem parte do meio logístico. No segundo capítulo, são exploradas as características que envolvem a armazenagem, tais como: a sua importância estratégica, as suas vantagens e desvantagens, os seus elementos, seus custos, as suas prioridades prá- ticas, os seus tipos e classificação, bem como a influência dos materiais, a movimentação de materiais e, por fim, algumas considerações sobre a construção de um armazém. No terceiro capítulo, são apre- sentados a importância dos transportes, a forma como é realizada a maioria dos transportes de carga no Brasil, a funcionalidade do transporte, os princípios fundamentais que norteiam as suas operações e gerenciamento, os seus modais, as suas características, vantagens, limitações e custos. No quarto capítu- lo, abordaremos assuntos que envolvem: a tecnologia, a informação, a sua influência e importância para a logística e para o planejamento estratégico, gerenciamento de transportes com o uso de roteirizador, rastreamento de veículos com o sistema de GPS e os recursos tecnológicos para a área de logística. No quinto capítulo, é apresentada a distribuição, juntamente aos seus canais, conflitos existentes e princi- pais práticas apontadas como tendências nesta e nas demais áreas da logística, tais como: Cross Docking, Eletronic Data Interchange (EDI), logística reversa, Milk Run e terceirização (outsourcing). No último capí- tulo, são apresentados os tipos básicos de layout (arranjo físico), os objetivos,fundamentos básicos e as formas de visualizações de um layout. Ao final, são apresentadas as respostas comentadas das atividades propostas e existentes em cada capítulo, as referências e materiais anexos que o(a) ajudarão na sua em- preitada estudantil e profissional. Será um prazer acompanhá-lo(la) ao longo de mais uma etapa rumo à sua formação acadêmica. Cláudio Alves da silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 A ORIGEM DO TERMO ‘LOGÍSTICA’1 Prezado(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos de apresentar a origem do termo ‘logística’, a logística no Brasil, as atividades principais e secundárias na logística e algumas definições e conceitos básicos que fa- zem parte do meio logístico. A origem da palavra ‘logística’, de acordo com Ferreira (1986), vem do francês logistique e tem como uma de suas definições a parte da arte da guerra que trata do planejamento, realização de projetos e desenvolvimento, obtenção, arma- zenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de materiais para fins operativos ou administrativos. Com base nessa ótica, fica fácil de perceber- mos que o termo ‘logística’ está intimamente liga- do à estratégia e este é um dos principais motivos do uso dessa palavra no meio empresarial. Inicialmente, nas empresas, a logística era baseada no transporte, movimentação e armaze- nagem de materiais, concentrando sua atenção mais na função do que no processo. No decorrer dos anos, as empresas perceberam que precisa- vam enxergar os processos como um todo, dan- do, dessa forma, uma maior importância ao tipo de serviço ofertado aos clientes. No Brasil, as exigências para a atividade lo- gística passam pelo maior controle e identifica- ção de oportunidades, bem como pela necessi- dade de maximização dos resultados. Diante de tais necessidades, as empresas, no mercado bra- sileiro, passaram a demandar profissionais mais qualificados e preparados, capazes de lidar com novas tecnologias, novos produtos, novos servi- ços e novos negócios. Com a missão de ter melhores resultados, a implementação de novas ferramentas tecnológi- cas e técnicas administrativas na área de logística passou a ser algo comum e perceptível nas em- presas. A implantação de tais ferramentas e técni- cas tem como um dos objetivos ajudar a realizar a redução de seus custos operacionais e adminis- trativos, bem como de seus prazos de entrega. Tais medidas contribuem para que haja o aumen- to da qualidade no nível de serviços ofertados. Para tanto, as empresas do ramo levaram em conta o cumprimento dos prazos de entrega, a programação das entregas para atender às “co- nhecidas janelas de entrega”, as restrições encon- tradas na distribuição urbana de grandes centros, a flexibilização da fabricação, novas metodolo- gias de custeio e novas ferramentas para redefi- nição de processos e adequação dos negócios; como exemplos, podemos citar: os roteirizadores, rastreadores e a resposta eficiente ao consumi- dor (Efficient Consumer Response), entre outros. Tudo isso sem deixar faltar os produtos e, ainda, demonstrando facilidade na gestão dos pedidos, produção e serviços. 1.1 A Logística no Brasil Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Hoje, mesmo em meio a tanta evolução, até a década de 1940, havia pouquíssimos estudos e publicações atrelados ao tema. A satisfação do cliente começou a ser vista pelas empresas a par- tir das décadas de 1950 e 1960. Tudo foi motivado por uma nova atitude do consumidor, surgindo, dessa forma, o conceito de logística empresarial. Podemos dizer que, no Brasil, a logística apa- receu de forma mais expressiva nos anos 1970, por causa da distribuição física, tanto interna quanto externa. Nessa época, as indústrias faziam muito uso de conceitos, ferramentas e sistemas geren- ciais, tais como Material Requirements Planning (MRP), Kanban (sistema de cartões) e Just in time (método de produção e de gestão desenvolvido pela Toyota). A logística passou a ter uma revolução em seu desenvolvimento e operações nos anos 1980, motivada pelas necessidades ocasionadas pela globalização, pela alteração da economia mun- dial e pelo uso de sistemas computadorizados e integrados para administrar as suas operações e os seus negócios, em seus diversos pontos e es- tabelecimentos existentes ao longo de sua cadeia produtiva. Nessa nova realidade econômica e mundial, as empresas passaram a concorrer de forma glo- balizada, mesmo em seu mercado local, sendo obrigadas a repensar os conceitos e estratégias de negócios. DicionárioDicionário Efficient Consumer Response: conforme a Associa- ção ECR Brasil (2011), é “uma estratégia da indústria supermercadista na qual distribuidores e fornece- dores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor.” Pode ser traduzida como Resposta Eficiente ao Consumidor. DicionárioDicionário Material Requirements Planning (MRP): é um siste- ma computacional utilizado para fazer o planeja- mento de necessidades de materiais, ou seja, é um sistema lógico de cálculo, que converte a previsão de demanda de determinados produtos acabados em programação das quantidades e necessidades de componentes que serão necessários para reali- zar a sua produção. Kanban: o sistema kanban tem o seu funciona- mento baseado no uso de cartões. Tais cartões servem de sinalizadores para agilizar a produção e a movimentação dos itens que são utilizados pelos processos e atividades existentes na fábrica. Just in time: método de produção e de gestão desenvolvido pela Toyota, que utiliza somente a quantidade necessária de matéria-prima e com- ponentes, eliminando, dessa forma, a formação de estoques. Conforme Carvalho (2002), a logística é divi- dida em dois tipos de atividades, as principais e as secundárias: Principais: transportes, manutenção de estoques, processamento de pedidos; Secundárias: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos, planejamento e sistema de informação. Por isso, a logística é uma área muito abran- gente e técnica, porque, dentro desses grupos, existem outras atividades e funções, que variam de uma empresa para outra, conforme o seu ramo e setor de atividade. Conforme veremos adiante, os transportes variam conforme os seus modais; com relação aos suprimentos, estoques e armazéns, cada empresa possui os seus tipos, as suas políticas e estruturas. 1.2 As Atividades Principais e Secundárias na Logística Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Em qualquer resumo ou glossário existente na literatura acadêmica e técnica, é possível en- contrar termos usados nas atividades logísticas. Com o objetivo de facilitar o entendimento de tais termos, obviamente presentes também na nossa disciplina, apresentaremos, de forma sucin- ta, algumas definições e conceitos básicos da área de logística. Conforme Martins e Alt (2002), temos: Logística interna: administra o fluxo interno de abastecimento, movimen- tação e distribuição, e está ligada às áreas de suprimento, produção e dis- tribuição. Esse tipo de atividade visa a atender às necessidades operacionais e administrativas internas da empresa, bem como de suas filiais; Logística reversa: responsável pela substituição e conserto dos produtos com defeitos ou avarias, bem como pelo recolhimento de produtos que causam danos à natureza e ao meio ambiente (exemplos: bateria, óleo automotivo usado) e de embalagens (exemplos: pa- letes, tambores etc.). Apoia o marketing, para assegurar a imagem da empresa. Esse tipo de atividade logística visa a auxiliar as empresas a preservar o meio ambiente e, consequentemente, a sua imagem perante os seus clientes. É co-mum chamá-la logística verde; Logística de distribuição: área respon- sável pela distribuição física dos pro- dutos, bem como por seu manuseio, movimentação e embalagem. Esse tipo de atividade logística visa a atender às necessidades e compromissos externos das empresas, ou seja, as vendas, rea- bastecimento de lojas, filiais etc. Por ser de distribuição, este “tipo” de logística é utilizado pela área de marketing, visando a garantir o nível de serviço ofertado pela empresa e, consequentemente, a satisfa- ção do cliente; Armazéns: estruturas físicas sob a guar- da de um fiel depositário, em que estão fisicamente localizados e guardados os estoques de uma ou várias empresas. Geralmente, pertencem à própria em- presa, Governo (Alfandegados), coope- rativas ou operadores logísticos; Estoque: considerado uma porção ar- mazenada de materiais ou produtos, destinada à produção, consumo inter- no ou externo. Essa porção armazenada pode ser de materiais de escritório, de matéria-prima, de produtos em proces- so, peças etc.; Centro de Distribuição (CD): uma ins- talação física, ou prédio, por onde são movimentados os estoques de uma ou várias empresas. A sua localização é estratégica, pois geralmente fica loca- lizado entre os locais onde foram pro- duzidos bens (serviços ou produtos) e os mercados consumidores destes. Tal estrutura é muito utilizada por al- gumas empresas para estocar os pro- dutos em trânsito por períodos curtos, transferi-los de um meio de transporte para outro (transbordo), consolidá-los ou desconsolidá-los, realizar pequenos beneficiamentos e reembalagem. Se- melhante aos armazéns, um CD pode pertencer a uma empresa, a uma coo- perativa, Governo ou operador logístico autônomo; Transporte: termo utilizado para referir- -se à atividade responsável por movi- mentar as pessoas ou mercadorias de uma localidade a outra. Exemplo: de um bairro, cidade, estado ou país para outro; 1.3 Algumas Definições e Conceitos Básicos Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 Modal de transporte: termo utiliza- do para referir-se ao meio (modo) de transporte usado pelas empresas para a realização da movimentação física de pessoas, mercadorias e produtos. Por exemplo, temos: os marítimos (navios oceânicos ou de cabotagem), fluviais (navios de pequeno porte ou barca- ças), rodoviários (carros, caminhões e carretas), ferroviários (trens de carga e de passageiros), aeroviários (aviões de carga e de passageiros) e dutoviários (oleodutos, gasodutos e minerodutos); Movimentação interna de materiais: considerada o conjunto de princípios, técnicas e equipamentos usados para movimentação física de materiais, den- tro das fábricas ou indústrias, ou de ser- viços, em armazéns, aeroportos ou co- merciais, como lojas e supermercados. O projeto adequado de movimentação é fator determinante do bom arranjo físico (layout) e constitui campo privi- legiado para os estudos de otimização do processo, já que o transporte inter- no de materiais é uma atividade que só agrega custo ao produto, devendo ser minimizado ao máximo ou eliminado, quando possível. A redução de custos é a meta de qualquer empresa e a logísti- ca é grande auxiliadora para alcançá-la, entre outros objetivos, através do uso de técnicas modernas e sofisticadas de movimentação; Abastecimento: considerado o ato de suprir as necessidades e de atender às demandas existentes por materiais, bens ou serviços essenciais para a exis- tência de uma empresa ou a realização de uma atividade, processo e produção; Cadeia de suprimentos: vista e percebi- da como redes de empresas que se in- tercalam e se repetem, desde a extração de recursos naturais, sua transformação em materiais primários, fabricação de componentes, subconjuntos, conjun- tos, montagens finais, armazenagem e distribuição, até a chegada do produto nas mãos do cliente, visto como con- sumidor final. Essa parte da logística, dependendo do tipo de empresa e das obrigações legais, preocupa-se tam- bém com o ciclo de vida útil do produto. Nesses casos, serão comuns a existência e a administração de atividades respon- sáveis pelo seu recolhimento, a sua reci- clagem, bem como atividades respon- sáveis pelo fluxo inverso de materiais e informações. Como tais atividades contribuem para a redução de custos nas empresas, acabam representando um grande campo de atuação dos ad- ministradores, dos profissionais da área de logística, engenheiros de produção e profissionais de marketing. Tais termos e definições não exprimem a to- talidade do assunto, mas nos ajudam a entender alguns dos elementos que são estudados e que estão presentes na área e no campo de atuação da logística. AtençãoAtenção Redução de custos é a meta de qualquer empresa e a logística é grande auxiliadora para alcançá-la, entre outros objetivos estratégicos e gerenciais. Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Prezado(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos que: 1. A logística trata do planejamento, da realização de projetos e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e distribuição de materiais para fins operativos ou empresariais; 2. No passado, a ênfase da logística era concentrada mais na função do que no processo; 3. No decorrer dos anos, as empresas perceberam que precisavam enxergar os processos como um todo, dando, dessa forma, uma maior importância para o tipo de serviço ofertado aos clientes; 4. A logística passou por uma grande revolução no Brasil, devido ao atendimento das necessida- des ocasionadas pela globalização, pela alteração da economia mundial e pelo uso de siste- mas computadorizados e integrados para administrar as suas operações e os seus negócios, em seus diversos pontos e estabelecimentos existentes ao longo de sua cadeia produtiva; 5. Existem definições e conceitos básicos que nos ajudam a entender alguns dos elementos que fazem parte da área e do campo de atuação da logística. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem. 1.4 Resumo do Capítulo 1.5 Atividades Propostas 1. Por que o projeto adequado de movimentação é fator determinante do bom arranjo físico (la- yout)? Explique. 2. A Logística reversa é responsável por quais atividades? 3. Por que as novas ferramentas tecnológicas e técnicas administrativas na área de logística pas- saram a ser algo comum e perceptível nas empresas? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Prezado(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos de apresentar as características que envolvem a armazenagem, tais como: a sua importância estratégica, as suas vantagens e desvantagens, os seus elementos, os seus custos, as suas prioridades práticas, os seus tipos e classificação, bem como a influência dos materiais, a movimentação de materiais e algu- mas considerações sobre a construção de um ar- mazém. Vista parcial de armazéns e de suas partes Podemos dizer que a armazenagem é consti- tuída por um conjunto de áreas e funções de recebi- mento do material, descarregamento ou descarga, inspeção e separação, movimentação, arrumação, segurança, conservação, consolidação, unitização ou paletização, expedição, conferência e resolução de documentação envolvendo matérias-primas, produtos acabados ou semiacabados. Os benefícios e as vantagens oriundos e ob- tidos com a armazenagem estratégica são classi- ficados e definidos com base nos custos e servi- ços. Os benefícios econômicos da armazenagem ocorrem quando os custos totais são reduzidos. Estrategicamente, as empresas armazenam por razões de serviços e por razões econômicas. Qual a definição de armazenagem? ParaLambert (1998, p. 264), pode-se definir armazenagem como a parte do sistema logístico da empresa que estoca produtos (matérias-primas, peças, produtos semi-acabados e acaba- dos) entre o ponto de origem e o ponto de consumo e proporciona informações à diretoria sobre a situação, condição e disposição dos itens estocados. Por outro lado, de acordo com Lacerda (2000), podemos citar como operações de arma- zenagem: recebimento, posicionamento, estoca- gem, picking e expedição. Já para Banzato (1998), consultor e diretor da Imam Consultoria, podemos acrescentar ain- da outras três funções à armazenagem; são elas: logística de produção, distribuição e serviço ao cliente. Com a definição de tais autores e de entida- des da área de logística, fica claro que a armazena- gem faz parte do sistema logístico das empresas como um todo e consiste em várias atividades e funções consideradas importantes para as decisões empresariais e estratégicas, porque, além de cuidar do fluxo físico, cuida do fluxo de informações, da ARMAZENAGEM2 Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 guarda e da conservação de diversos bens, produ- tos e mercadorias. Tais atividades e procedimentos visam não só a garantir o nível de serviço estabelecido pela empresa e exigido pelos clientes, como também maximizar os resultados da empresa com o uso de novos conceitos e ferramentas de gestão. No Brasil, por existir uma vasta extensão de terras, é comum observar que a ocupação física de armazenagem adotada se concentrava mais na utilização de grande área, ou seja, mais na me- tragem quadrada do que na altura, ao contrário do conceito vertical, muito usado em países eu- ropeus, por possuírem territórios pequenos, tor- nando a ocupação muito cara e concorrida. Anti- gamente, de forma geral, o espaço destinado ao estoque e à armazenagem era sempre atrelado a locais não apropriados. Com o advento de novos conceitos e tecnologias, a necessidade de novas atitudes empresariais e, principalmente, a neces- sidade de redução de custos, o mau aproveita- mento do espaço virou coisa do passado. As empresas perceberam também que não era mais suficiente apenas guardar e conservar os produtos e mercadorias com o maior cuidado possível. Utilizar a armazenagem vertical, ou seja, utilizar a altura, foi e está sendo a solução pratica- da pelas empresas para reduzir a extensão territo- rial ocupada anteriormente pelo conceito antigo. Conforme falamos anteriormente, a arma- zenagem assumiu, então, uma grande importân- cia estratégica na obtenção de maiores lucros e uma melhora significativa nos níveis de serviços logísticos. O nível de serviço é denominado o con- junto de variáveis, ou fatores, que demonstram o desempenho do sistema logístico. Qual a diferença entre armazenagem e es- tocagem? Podemos diferenciar os termos ‘armazena- gem’ e ‘estocagem’ da seguinte forma: armazena- gem refere-se à guarda de produtos acabados, enquanto a estocagem refere-se à guarda de matérias-primas e subcomponentes necessários para produção ou consumo. A armazenagem nas empresas é uma das funções que fazem parte do sistema logístico, pois, na área de suprimentos, o uso de um siste- ma de armazenagem racional de matérias-primas e de insumos adquiridos é algo fundamental. Após o processo de produção, é comum a geração de estoques de produtos em processo ou em elaboração; consequentemente, na área de distribuição, a empresa tem a necessidade da armazenagem de produtos acabados, que neces- sitarão de distribuição, e a função de distribuição, com certeza para algumas empresas, é uma das atividades mais complexas em termos logísticos, por demandar grande velocidade nas operações e flexibilidade para atender às exigências, flutua- ções e sazonalidades do mercado, bem como às janelas de entregas existentes. A gestão da armazenagem em uma cadeia logística é de grande importância, pois mostra a integração e a interação entre as áreas de supri- mentos, produção e distribuição. Para realizar tal integração e movimentação com êxito, fazem-se necessários a implementa- ção e o uso de um bom planejamento, que deve ser elaborado e efetuado segundo as variáveis de localização, entre outros aspectos técnicos, atra- vés de estudos operacionais, gerenciais e estraté- gicos, tais como arranjo físico (layout), produção, armazenagem, transporte e distribuição. AtençãoAtenção Os benefícios econômicos da armazenagem ocorrem quando os custos totais são reduzidos. 2.1 A Armazenagem e a sua Importância Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Com o objetivo de reduzir custos, maximi- zar resultados e aumentar a satisfação do cliente, a armazenagem, feita de forma correta, fornece muitos outros resultados e benefícios indiretos e estes variam de empresa para empresa, ramo e setor empresarial. Uma prática comum adotada nas empresas é a utilização de relatório de pedidos em aberto, extraído do sistema de controle e utilizado para medir o impacto dos atrasos de produção em operações de remessas e atendimento ao cliente. Essas informações são utilizadas para identificar e corrigir problemas durante o processo de arma- zenagem, assim como para manter os clientes in- formados da situação do seu pedido, permitindo, dessa forma, que a empresa, de forma eficaz, ge- rencie as questões de pedidos em aberto e que as outras áreas, como vendas, percam menos tempo resolvendo problemas de outras áreas. 2.2 A Armazenagem e Algumas Estratégias Podemos dizer que a distância e a posição geográfica existentes entre as localizações dos fornecedores, das unidades produtoras, atacadis- tas, CDs, varejistas e clientes finais fazem parte de um dos maiores problemas logísticos existentes na grande maioria das empresas, para que haja o cumprimento de prazos, porque uma das missões da área de logística é reduzir tempo e distância. Tanto para os clientes quanto para as em- presas, o fator tempo é sinônimo de competitivi- dade e, como tal, representa uma vantagem em- presarial. Por envolver custos, algumas empresas são forçadas a reduzir os estoques e, paralelamente, ter ou criar um melhor desenvolvimento e parce- ria com seus fornecedores. Conforme Fonseca (2011), que qualquer pessoa, como consumidor, tem claro o que espera dos produtos que compra: querem produtos que cada dia atenda melhor às suas necessidades, os querem quando necessitam, a um preço adequado e com altos níveis de qualida- de. Clientes cada vez melhor informados e mais exigentes estão provocando a mu- dança dos mercados e consumo e, com eles, como um efeito dominó, de todos os demais mercados industriais e de ser- viços. Fica fácil perceber que essa mudança de comportamento do consumidor e do mercado faz com que as empresas venham a fazer uso de estratégias logísticas cada vez mais sofisticadas e aprimoradas. Como as empresas fazem parte de um ce- nário altamente concorrido e competitivo, é co- mum a utilização de sistemas sofisticados de gerenciamento de armazéns, transportes e distri- buição. Dessa forma, tais ferramentas propiciam uma análise e reflexão sobre a necessidade de re- posicionamento estratégico devido à grande ex- pansão do volume e da grande variabilidade de produtos estocados, como o aumento de pontos de entregas e de vendas. Todos esses fatores causam certo impacto no que diz respeito ao posicionamento geográ- fico do fornecedor e dos demais elementos e estruturas que fazem parte da empresa e, con- sequentemente, às decisões, tendo em vista que estas não pertencem a uma determinada área ou departamento isoladamente, mas sim à organiza- ção como um todo. Tais fatores advindos de novos conceitos e tecnologias, atreladosaos produtos, aos proces- sos, à gestão e à informação, além de melhorarem os processos e fluxos, estão permitindo a real glo- balização da economia, explicando, dessa forma, tal evolução e mudança no ambiente corporativo e, principalmente, na área de logística. Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Tal evolução na fabricação e demais proces- sos empresariais está mudando os mercados para um ambiente extremamente dinâmico, de máxi- ma flexibilidade, acompanhando e atendendo às flutuações da demanda e tornando as empresas mais competitivas e globalizadas. Para serem globalizadas, as empresas ne- cessitam fazer a integração das suas operações e estruturas, e o gerenciamento da cadeia de supri- mentos envolve administrar o sistema de logística integrada da empresa, com o uso de tecnologias avançadas, entre elas, de informação e de pes- quisa operacional, para, dessa forma, planejar e controlar uma complexa rede de fatores, visando a produzir e distribuir produtos e serviços para sa- tisfazer o cliente, equilibrando os gastos de modo a alcançar os objetivos empresariais atrelados aos negócios. Ainda conforme Fonseca (2011), numa ca- deia logística, é possível observar a sua divisão em três partes essenciais para o funcionamento de qualquer estrutura empresarial e essa cadeia geralmente é dividida nas seguintes partes: Suprimentos: área que trata da aquisi- ção e do gerenciamento da matéria-pri- ma e dos itens utilizados pela empresa. Nesta área, encontramos atividades como de elaboração do pedido ao for- necedor; escolha ideal dos equipamen- tos de movimentação e do modal de transporte; armazenagem e distribui- ção de diversos itens essenciais para a existência e o bom funcionamento da empresa; Produção: através do setor de Plane- jamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), administra o estoque do produto semiacabado no processo de fabricação. Compreende o fluxo de materiais dentro da fábrica, os arma- zéns intermediários, o abastecimento do posto de trabalho e a expedição do produto acabado; Distribuição: atividade auxiliadora da área de vendas e de marketing, que ad- ministra a demanda dos clientes e os canais de distribuição, nos respectivos pontos de venda. Abrange o estoque do produto acabado, a armazenagem, o transporte e a entrega ao cliente. A mensuração da quantidade e da variabi- lidade de produtos de uma cadeia de suprimen- tos depende, em grande parte, da quantidade de movimentações e manuseios que sofrem os ma- teriais, das distâncias que percorrem de uma lo- calidade a outra, bem como do tempo (lead time) gasto em tais distâncias e dos níveis de estoques existentes nos diversos armazéns pertencentes à cadeia de suprimentos. A empresa, para realizar tal mensuração da quantidade de material, utiliza duas formas de medida: Em dinheiro: representada pelo mon- tante financeiro de todos os materiais que chegam ao canal. Esta medida, ob- viamente, permite avaliar e quantificar o capital aplicado nos diversos estoques existentes na cadeia como um todo; Em tempo (lead time): ou seja, o tempo em que um determinado item, ou in- formação, levaria para percorrer todo o canal ou o percurso, desde que entra até sair da empresa. Esta forma serve de parâmetro para nos dizer qual é o tempo e a nossa distância em relação ao cliente, para que, dessa forma, haja a possibilidade de reação frente às novas necessidades e exigências de mercado. Atualmente, é possível observar que as es- tratégias logísticas estão evoluindo rapidamente e, entre os vários fatores que facilitam e contri- buem para que essa mudança aconteça, pode- mos citar a profissionalização e a especialização da nova geração de estudantes e profissionais, le- vando-se em consideração que a logística é uma fonte importante de oportunidades. A antiga vi- são, chamada de tradicional, que fazia a gestão burocrática de estoques, armazéns e transporte, está com os dias contados. Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Com a aparição de novas técnicas e de no- vos conceitos, surgem, então, outros modelos de organização, que estão atuando forte e estrate- gicamente em nosso mercado nacional, implan- tando e incentivando uma mudança substancial nos conceitos logísticos a partir da teoria de que o estoque é sempre sinal de problemas a serem resolvidos; hoje, a nova visão é que ele também é fonte de lucro. Bowersox e Closs (2008) afirmam que não existe uma maneira única e ideal para atender a todos os clientes. Cada cliente requer e espera ser atendido de forma particular. Por existirem muitas necessidades empre- sariais e, por outro lado, estratégias logísticas variadas, apresentaremos somente algumas das mais importantes, a título de exemplo, ilustrando, dessa forma, o que existe no dia a dia das empre- sas em geral. Na área industrial, uma estratégia muito uti- lizada na armazenagem e na distribuição é a ges- tão do fluxo puxado, sendo esse tipo de gestão da cadeia logística uma das contribuições funda- mentais do Just in time. O diferencial entre o fluxo puxado e o fluxo empurrado é que o fluxo puxado se baseia em or- ganizar a produção a partir do que o cliente real- mente tem consumido, ou seja, no seu pedido ou em função do seu consumo. A aplicação do fluxo puxado na totalidade de uma cadeia logística não é um projeto fácil, pois implica uma forte parceria (outsourcing) e estreitamento com os fornecedores e, também, com os clientes, o que, para uma grande maio- ria das empresas, é uma atividade impossível. Tal estratégia pode ser utilizada para gerenciar os processos e os fluxos internos, se tornando, dessa forma, uma excelente ferramenta na redução do estoque em processo. Outra estratégia muito utilizada pelas em- presas é a da terceirização. Dessa forma, a empre- sa irá se preocupar somente com o que é prepon- derante para os negócios (core business), ou seja, foco nas atividades principais e não secundárias da empresa. Tal procedimento permite com que a em- presa agregue valor aos seus produtos e serviços, mantendo, dessa forma, a competitividade em relação às demais empresas concorrentes. Dessa forma, percebemos alguns dos motivos que fa- zem com que a terceirização seja muito utilizada e adotada pelas empresas. Para não correr riscos, as empresas contra- tantes dos serviços de terceiros devem imple- mentá-la de um modo gradual e controlado, ou seja, antes de decidir pela terceirização, é neces- sário que a empresa contratante tenha o devido domínio das atividades e processos existentes nas áreas que serão alvo e objeto da terceirização. Devido a diversos problemas de estrutura e falta de recursos, a maioria das atividades e es- truturas existentes em uma cadeia logística, nos dias de hoje, está terceirizada. Como exemplos, podemos citar: os armazéns, o transporte, a dis- tribuição do produto, incluindo o fluxo interno, e os abastecimentos dos postos de trabalho, tanto internos quanto externos, como também na área de varejo. Outra estratégia muito utilizada é a transfe- rência do estoque para o fornecedor (consigna- ção). Para tal, existem muitas formas de realizar a transferência do estoque para o fornecedor. Como exemplo, podemos mencionar que, devido à distância do fornecedor e de ele não ter como se adaptar à entrega de pequenos lotes, utiliza-se, dessa forma e frequentemente, a estratégia do estoque no depósito. O fornecedor, diante desse contexto, faz a entrega do seu estoque em um ar- mazém próximo ao cliente ou muitas vezes, como é comum vermos nas redes de hipermercados, o faz dentro do próprio cliente. Dessa forma, tal es- toque é considerado propriedade do fornecedor, até que haja o consumo,e nesse momento reali- za-se a fatura. Nesse procedimento, o fornecedor fica responsável pela gestão dos estoques. DicionárioDicionário Core business: pode ser entendido como foco no negócio, ou seja, está relacionado à especialidade do negócio. A empresa preocupa-se somente com o que é essencial e primordial. Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 É comum, em algumas situações, a empresa fornecedora ser responsável pela compra de sub- componentes; em outras situações, esse material está consignado pelo cliente. Tais estratégias são utilizadas com o objetivo de maximizar espaços na indústria, mas não contribuem muito para so- lucionar problemas de estoques. Outra técnica muito utilizada, mas que afe- ta toda a cadeia de distribuição, é a centralização dos estoques e da distribuição. Num contexto em que se têm muitos canais distintos e se produz de forma específica para cada um deles, é comum e até obrigatório manter um estoque específico para cada canal. Imagine se a demanda desse ca- nal venha a alterar-se ou flutuar muito, em um de- terminado momento ou época do ano, a empresa irá se deparar com uma ruptura de estoque; em outras palavras, faltará material ou produto. Tanto essas estratégias de armazenagem quanto outras existentes na distribuição e no contexto de cada ramo ou setor empresarial fa- zem a diferença para que as empresas venham a se manter no mercado e criar novas competitivi- dades. DicionárioDicionário Consignação: pode ser entendida como o ato ou procedimento de entrega de mercado- rias feitas por uma empresa ou pessoa para um terceiro (outra empresa ou pessoa), pas- sando este a ser denominado consignatário, para vendê-las. O pagamento para quem entregou ocorrerá somente após a realiza- ção da venda, ou seja, esse terceiro deno- minado consignatário deverá reembolsar o consignador. 2.3 A Armazenagem e Algumas Vantagens De forma lógica, como apregoa a logística, a armazenagem, quando efetuada de forma pla- nejada e estruturada, poderá contribuir para ma- ximizar resultados e, principalmente, minimizar custos. Dessa forma, com o uso de boas ferramen- tas e técnicas de gestão, a empresa poderá: Minimizar custos com acidentes de tra- balho e, evidentemente, maximizar a segurança no ambiente de trabalho; Aumentar a produção com o uso de tecnologias de processos e produtos; Manter ou aumentar o nível de serviço estabelecido pela empresa ou exigido pelo cliente; Maximizar o espaço disponível, com o uso de política de estocagem aleatória, dedica ou mista; Minimizar os custos de movimentações e transporte; Garantir o consumo ou as vendas, em períodos de oscilação ou de escassez no mercado; Melhorar a gestão e controle das ativi- dades, facilitando também a fiscaliza- ção e auditoria do processo, diminuin- do, dessa forma, erros; Minimizar os custos com perdas, rou- bos ou furtos. Com tais práticas logísticas, as empresas te- rão condições de extrair muitas outras vantagens, bem como agregar valor aos seus produtos e ser- viços, que se traduzirá em melhores resultados. Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Novaes (2004) diz que, quando desejamos melhorar o nível de serviço, é natural que espere- mos custos mais elevados, ou seja, para uma me- lhoria de padrão, é de se esperar um acréscimo correspondente nos custos. Diante de tal desejo de melhoria nos servi- ços, para se alcançar este e outros objetivos que se traduzem em vantagens, com certeza surgirão algumas desvantagens na empresa como um todo e, também, na prática de armazenagem. Al- guns dos motivos que contribuem para agravar a situação são: A empresa empregará ou investirá quantias vultosas de capitais, ou seja, dependendo do giro de alguns mate- riais e produtos, tal gasto implicará di- nheiro parado e, consequentemente, por não obter receitas, pagará juros e multas para alguns dos seus fornecedo- res ou bancos e isso resultará também em perda de investimento; Devido à deficiência estrutural e de lo- gística existente, uma grande maioria das empresas, para realizar a armazena- gem de seus materiais ou produtos, re- corre à ocupação de estruturas próprias ou de terceiros; nesse último caso, terá um gasto com locação e com terceiriza- ção acima das vantagens e dos resulta- dos esperados; Por causa de grandes cifras financeiras aplicadas em materiais e produtos, a armazenagem requererá serviços admi- nistrativos, de segurança e, em alguns casos, serviços específicos e diferencia- dos para acondicionar, usar ou movi- mentar tais produtos ou mercadorias; Por existir uma grande quantidade e variabilidade de produtos e por existir a necessidade por espaços ou armazéns com metragens cada vez maiores, com certeza, existirão altos custos com mo- vimentação e localização de materiais; Dependendo do giro, do tipo de pro- duto ou mercadoria armazenada, os prazos de validade deverão ser devi- damente administrados, senão haverá perdas com a deterioração de produtos. Como cada empresa se depara com a sua situação contingencial, com certeza, em seu con- texto, essas e muitas outras desvantagens devem ser levadas em consideração na hora que se dese- jar ou necessitar buscar vantagens operacionais e competitivas. 2.4 A Armazenagem e Algumas Desvantagens DicionárioDicionário Quando as empresas desejam melhorar o nível de serviço, é natural que, inicialmente, elas venham a ter custos de melhoria mais elevados, ou seja, para uma melhoria de padrão, é de ser esperar um acréscimo correspondente nos custos. 2.5 A Armazenagem e os seus Elementos Na atividade de armazenagem, há elemen- tos que são de fundamental importância, contri- buindo, dessa forma, para que haja o sucesso ou os resultados tão almejados, pois, de uma forma ou de outra, sem eles a sua prática e existência se- riam impossíveis. Entre eles, podemos citar o material como o principal elemento da armazenagem, devido à Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 sua diferenciação, variabilidade e utilização, bem como o consumo, a apresentação e outras carac- terísticas especiais, como as suas dimensões, que podem ser determinantes nas medidas a serem adaptadas, devendo-se, dessa forma, elaborar uma classificação de materiais levando em conta seu grupo, subgrupo etc. Outro elemento que podemos destacar é a espera, porque ela irá ditar o ritmo das atividades e do fluxo de materiais e informações, permitindo a identificação na antecipação com que os mate- riais devem ser entregues ou colocados na em- presa, em relação à espera de serem utilizados ou consumidos no processo. Outro elemento que tem grande destaque na armazenagem é a acumulação ou reunião de materiais em situação de espera, situação muito comum encontrada no ramo industrial ou em grandes centros de distribuição, podendo ser entendida também como a quantidade de cada material existente, estocado e em espera num ar- mazém. Por fim, nós temos o tráfego de operadores, máquinas, equipamentos e materiais nas insta- lações de armazenagem. Esse elemento envolve operações tanto internas quanto externas e refle- te diretamente nos custos e atividades de movi- mentação. Ficando atento a tais elementos, todo ope- rador logístico terá condições de fazer uma boa gestão de armazenagem, bem como das demais operações nela existentes. Conforme Novaes (2004), o custo constitui a soma dos insumos (mão de obra, energia, ma- teriais diversos, equipamentos, instalações fixas etc.) necessários para realizar um determinado serviço ou operação, avaliados monetariamente. Uma grande maioria das empresas opera de forma queos custos com armazenagem pos- sam ser compensados com os custos de trans- porte e de produção. Agindo assim, as empresas têm como justificá-los. Para tal, uma determina- da empresa pode reduzir seus custos produtivos a tal ponto que seus estoques absorvem as flu- tuações dos níveis de produção. Por outro lado, os estoques podem reduzir custos de transpor- te, pois permitem o uso de lotes econômicos de compras ou de produção, em seu carregamento. Dessa forma, com o uso da armazenagem estraté- gica, haverá a possibilidade do aumento no nível de serviço ao cliente, uma vez que, ao estocar o produto mais próximo ao cliente, podem-se con- seguir entregas mais rápidas. Geralmente, na armazenagem, os custos envolvidos são fixos, variáveis, diretos e indiretos, e a gestão de custos é uma tarefa árdua, devido à dificuldade da gestão das operações e, princi- palmente, do seu rateio e impacto nos custos. Todavia, a alta parcela dos custos fixos na armaze- nagem permite com que os custos sejam propor- cionais à capacidade existente no armazém, ou seja, estando vazio ou cheio, os custos continua- rão os mesmos, uma vez que o espaço, os traba- lhadores, os equipamentos e outros investimen- tos continuam a existir. Para uma boa análise de custos, deve-se começar pela identificação dos itens principais e responsáveis, que podem ser equipamentos, lo- cações de armazém, entre outros. Para realizar um bom rateio dos custos, é necessário que haja uma maior sofisticação e sis- tematização contábil, sinalizando, dessa forma, a necessidade de haver critérios e procedimentos bem definidos e estruturados no momento de decidir sobre o nível de detalhamento e de sofis- ticação do sistema de custeio a ser implantado ou utilizado na empresa. Independentemente do grau de sofistica- ção e sistematização contábil, tudo está e será baseado em procedimentos e etapas que, sendo 2.6 A Armazenagem e seus Custos Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 seguidas, ajudarão para que seja feita a devida alocação de custos nas atividades de armazena- gem, conforme veremos a seguir. A principal etapa é, com certeza, identificar os itens de custos. Para tal, devem-se selecionar os itens de custos que serão considerados e men- surados, como, por exemplo, operadores de em- pilhadeiras, hora/homem, hora/máquina, hora/ veículo parado se for o caso, supervisores, depre- ciação e custo de oportunidade das empilhadei- ras, aluguel do armazém etc. A devida classificação das contas e dos ele- mentos é importante, evitando, dessa forma, que as contas sejam agrupadas. Tal classificação deve- rá ser feita de acordo com a sua natureza e indivi- dualização, ou seja, em vez de utilizar uma única conta, deve-se considerar cada elemento, cada ativo a ser feito o rateio. Alguns itens, como locação de máquinas, locação de instalações, despesa com pessoal, be- nefícios, manutenção, aluguel e outros, são ob- tidos com facilidade junto ao departamento de contabilidade gerencial ou de custos. Para Iudícibus (1995, p. 21), a contabilidade gerencial pode ser carac- terizada, superficialmente, como um en- foque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conheci- dos e tratados na contabilidade financei- ra, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferencia- da, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial é importante, porque, além de fornecer informações, consegue abranger todas as operações e movimentações existentes na empresa, registrando-as e transfor- mando-as em caráter contábil e financeiro. Outros itens, como a depreciação de veí- culos, máquinas e equipamentos e o custo de oportunidade, precisam ser calculados segundo a visão operacional e gerencial, levando em conta que o tempo utilizado para depreciação não deve ser o tempo (fiscal) contábil legal, mas sim o de vida útil real do ativo, ou seja, deve-se levar em conta o tempo que a empresa utiliza um determi- nado ativo antes de trocá-lo. Outros critérios de alocação e de rateio são utilizados nas funções básicas da armazenagem, como a movimentação de materiais, cujos custos, mesmo que indiretamente, referem-se à quanti- dade de carga recebida e expedida. Nesse con- texto, o número de paletes recebidos e expedidos de cada produto pode ser utilizado com um bom critério de rateio para esses custos de movimen- tação. Podemos observar que a maioria dos cus- tos com movimentação é proveniente do uso de equipamentos e de empilhadeiras, que, em suas atividades, indubitavelmente fazem a movi- mentação de somente um palete por vez, inde- pendentemente da quantidade de produtos ou caixas nele contido. Nesse contexto, será possí- vel realizar a mensuração e o cálculo do custo de cada movimentação fazendo a divisão do custo total pertencente à movimentação ou transpor- te pela soma dos paletes recebidos e expedidos. Com essa divisão, o gestor logístico terá como re- sultado uma média aritmética. A consideração de todos os paletes recebi- dos e expedidos será importante, porque, mesmo que estejam incompletos, os custos mensurados e o trabalho de movimentação e transporte serão praticamente os mesmos estando o palete com- pleto ou não. Após a definição e identificação de tais cus- tos unitários com movimentação, basta acompa- nhar e verificar a quantidade de cada produto que foi movimentada, ou seja, quantos paletes foram recebidos e expedidos no final de um determina- do período (por turno, diário, semanal e mensal), e realizar a multiplicação desta pelo custo unitá- rio, atrelado à movimentação. Temos que tomar cuidado, porque uma de- terminada linha de produto pode estar utilizan- do o espaço em um armazém e não ter nenhum consumo unitário ou de vendas, enquanto outra linha pode ocupar um espaço menor e ter um alto volume de consumo ou de vendas. Tal cuidado se Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 faz necessário devido a possíveis distorções que possam existir no rateio e porque não são propor- cionais ao volume expedido, ou seja, os custos, dessa forma, foram apurados somente na entra- da, não sendo realizados e apurados devidamen- te, porque não houve uma saída. Diante dessa situação, devemos considerar o limite e a capacidade de armazenagem de cada item por metragem quadrada, que são realizados levando em conta a dimensão e o empilhamento máximo de cada produto. Na ocupação de espaço e alocação de cada produto, temos que destacar que a razão existen- te entre as vendas e o estoque é de grande rele- vância. Sendo assim, o giro de um produto em um determinado período é calculado dividindo o volume total de consumo ou de vendas des- se produto pelo seu estoque médio, sendo este obviamente considerado dentro do mesmo de- terminado período, podendo ser diário, semanal, mensal etc. Outro ponto importante é que o custo uni- tário com espaço será menor quanto menor for o espaço de ocupação demandado por esse pro- duto; também será menor quanto maior for o seu giro. Conforme mencionamos anteriormente, na devida administração do fluxo de bens, os custos relativos à administração do armazém, usualmen- te, não estão relacionados ao volume de carga expedido, nem à quantidade dos produtos em estoque, mas sim ao número de processamentos realizados. É possível notar que a devida alocação dos custos dessa função específica, com certeza, terá variações conforme o contexto empresarial de cada organização e, para tanto, se faz necessário o uso de critério, como o custeio ABC, e a atuaçãode uma equipe multidisciplinar, para que haja a correta definição de critérios de rateio. Geralmente, as empresas estabelecem e definem as suas prioridades relativas à armazena- gem; diante disso, fica clara a não existência de norma que regulamente a forma como os mate- riais devem estar dispostos no armazém, o que existem são políticas e definições estabelecidas e implantadas com base em sua experiência e suas necessidades operacionais e estratégicas. Por essas e outras razões, é comum verificar certa desorganização em alguns armazéns e pro- blemas com arranjo físico e de movimentação, porém essas prioridades dependem de alguns fatores, como a forma de agrupamento, a qual fa- cilita muito a arrumação e a busca de materiais. Tal procedimento é uma política de arma- zenagem, conhecida como dedicada, ou seja, posições predefinidas. Com o seu uso, o aprovei- tamento do espaço do armazém pode ficar pre- judicado. Outra prática utilizada pelas empresas é a armazenagem por dimensões do produto ou ma- terial, levando em conta o seu tamanho, peso e características. Esse procedimento é denominado aleatório e critério permite um melhor aproveita- mento do espaço, mas apresenta um custo maior de movimentação e de controle. Como há uma grande frequência de mate- riais nas instalações de armazenagem, é comum a determinação do local e do controle através das fichas ou planilhas técnicas, levando em conta a frequência com que esse material é recebido, mo- vimentado e expedido. Tais planilhas e fichas, por serem técnicas, permitem a verificação prévia do tamanho necessário das instalações e acessórios, como racks, estantes, portas, paletes etc., maximi- zando o aproveitamento do espaço. Outra prática comum na armazenagem é a constituição de outro espaço ou instalação, po- dendo ser outro armazém específico para lotes 2.7 A Armazenagem e as suas Prioridades Práticas Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 destinados para atender às necessidades diárias ou de reserva das empresas. Como as estruturas são grandes e a quanti- dade e a variabilidade de produtos maiores ainda, é comum a prática de armazenagem por peças ou por conjunto de peças, englobando-as num só grupo, constituindo, dessa forma, uma linha ou uma produção por família. Tal procedimento leva à organização das peças por prioridades dentro de cada grupo ou família. Todos esses procedimentos e práticas na ar- mazenagem também contribuem para que haja a devida sistematização e automação dos proces- sos de armazenagem, demonstrando o percurso mais curto ou os produtos de menor giro, para que sejam levados em conta na implementação e controle de novas técnicas de movimentação horizontal ou vertical. 2.8 A Armazenagem e os seus Tipos 2.9 A Armazenagem e a sua Movimentação O conjunto de atividades na armazenagem, mesmo esta sendo do tipo temporário ou per- manente, permite a realização de procedimentos que visam à melhora da movimentação e do nível de serviço, com a minimização dos custos opera- cionais existentes. Porém há outro tipo de armazenagem feito no interior da empresa ou nas suas áreas externas – nesse último caso, feito ao ar livre –, muito uti- lizado para grandes volumes, como pedras, areia, minérios, veículos, máquinas pesadas ou gás de cozinha. Novaes (2004) diz que a armazenagem de produtos se apoia, atualmente, no conceito de garantia plena de mobilidade, tanto para os equi- pamentos de movimentação quanto para os ma- teriais estocados. Na armazenagem, a movimentação é um fator importantíssimo, porém, para realizá-la, as empresas fazem uso de alguns equipamentos, tentando, dessa forma, reduzir o tempo e os cus- tos operacionais. Para facilitar o entendimento, as fotos de alguns desses equipamentos são mostradas nas aulas web e satélite e nos anexos desta apostila. Entre tais equipamentos, podemos citar: Transpalete, podendo ser manual ou elétrico; Empilhadeira lateral, bilateral, trilateral, articulada ou frontal, sendo essa última conhecida como contrapeso; Ponte móvel ou ponte rolante, que, com a utilização de trilhos, faz com que os materiais, geralmente de muito peso, como, por exemplo, bobinas de aço, se- jam movimentados de forma vertical; Guindastes, podendo ser portuários, fi- xos ou móveis; Transcontêiner, muito utilizado em por- tos ou áreas alfandegadas; Transportadores aéreos, utilizados tam- bém para movimentar frangos ou ou- tros tipos de animais que, após o abate, seguem uma linha de produção prede- finida, fazendo com que haja uma série de procedimentos e manuseios, trans- formando-os em produtos; Esteiras rolantes, muito utilizadas em li- nha de produção e distribuição; Transelevador ou miniload, muito uti- lizado em estruturas automatizadas e armazéns verticais. Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Estes são apenas exemplos comuns dos principais equipamentos utilizados na movimen- tação e na armazenagem de materiais e produtos, existentes nas empresas. De acordo com as necessidades existentes nas empresas e características específicas dos produtos, será possível observarmos outros tipos de equipamentos, utilizados no dia a dia de suas atividades operacionais. Para que seja feito o uso racional do arma- zém, devemos levar em conta o tipo e as caracte- rísticas básicas atreladas aos produtos e mercado- rias, porque tais elementos vão contribuir muito para que haja a sua devida classificação. Conforme Krippendorff (1972), os materiais podem ser classificados como materiais diversos, quando a principal finalidade é agrupar o mate- rial em unidades de embalagens comerciais ou logísticas, visando a facilitar o transporte e a ar- mazenagem. Alguns materiais recebem essa classificação, porque, se não fosse assim, a movimentação e o preenchimento dos veículos ficariam comprome- tidos, ou seja, essa classificação permite com que as empresas façam um melhor aproveitamen- to da capacidade de carga, tanto dos armazéns quanto dos veículos, por existir uma grande va- riabilidade de produtos e mercadorias; podemos chamar esse aproveitamento de produtividade. Outra classificação que exerce influência na armazenagem está relacionada aos granéis, ou seja, produtos no seu estado natural, como grãos, minérios, entre outros. A armazenagem desses materiais deve ocorrer o mais próximo possível dos locais de sua utilização, pois a movimentação e o transporte desse tipo de material são muito custosos. Para grandes quantidades desse ma- terial, a armazenagem geralmente é feita em si- los ou reservatórios de grandes dimensões. Para quantidades menores, utilizam-se latas, caixas ou outro tipo de recipiente adequado para o seu ar- mazenamento. Como exemplo, temos também tambores contendo azeitonas ou grãos em con- serva. Com relação a produtos em estado líqui- do, emprega-se a mesma sistemática utilizada no material ou produto a granel. Como é feita a utilização de grandes tanques, silos ou grandes recipientes, estes podem ser conduzidos direta- mente do local de armazenagem para a unidade produtora através de dutos. Uma classificação que merece um cuidado muito especial em sua armazenagem é a dos pro- dutos gasosos, que deve obedecer às medidas e normas especiais de segurança. Tal procedimen- to é feito como forma de precaução, pois alguns, além de serem perigosos, são também inflamá- veis e, muitas vezes, acondicionados sob altas pressões. Por sua vez, a armazenagem de tubos e cilindros de gás está sujeita a normas e regras específicas conforme cada tipo desse material. As unidades de armazenagem e de transporte, por sua vez, também estão sujeitas a tais normas e leis e, em obediênciaa tais requisitos, muitas pos- suem grandes dimensões e características pró- prias. A classificação de materiais, como podemos perceber, além de influenciar na armazenagem, também apresenta informações importantes para que ela seja feita da melhor maneira possí- vel. Levando em conta tais características e cui- dados, a empresa estará facilitando e otimizando também, em alguns casos, a sua devida identifi- cação e localização no sistema de endereçamen- to existente. 2.10 A Armazenagem e a Influência dos Materiais Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 Nem toda empresa ou indústria possui instalações de armazenagem, mas, independen- temente de ser uma estrutura própria ou de ter- ceiros, é possível verificar vários tipos e configu- rações de armazéns, permitindo, dessa forma, ser feita certa classificação de tipos de armazéns. Conforme Krippendorff (1972), há o arma- zém da produção, destinado à guarda de maté- ria-prima, de material em processo, peças em ela- boração e produtos acabados; de abastecimento diário; e, para atender às oscilações na demanda, o armazém chamado de segurança. O armazém da produção é utilizado para armazenar os chamados materiais diretos, que serão utilizados diretamente nas linhas de pro- dução; por outro lado, há o armazém de material indireto ou auxiliar da produção, utilizado para abrigar ferramentas, graxas, óleos e quaisquer outros tipos de produtos necessários para auxiliar a produção. Nas empresas que fazem parte do ramo petroquímico, além do armazém para guarda de materiais sólidos ou pastosos, há também a exis- tência de armazéns para líquidos e, dependendo do material, é comum o uso de silos. Nas empresas do ramo comercial, setor de vendas e, principalmente, de prestação de servi- ços logísticos, é comum observar estruturas pro- jetadas e utilizadas para realizar a distribuição de diversos produtos e de diversas mercadorias. Tal distribuição é feita de acordo com as suas estra- tégias e necessidades operacionais. Nessas es- truturas, é comum a existência de mercadorias e produtos de terceiros, nesse caso, não sendo investimento da própria empresa armazenadora e sim dos seus clientes e, em alguns casos, de for- necedores. De outra maneira, Ferreira (1998) classifica os armazéns, conforme o uso, da seguinte forma: Armazéns de uso geral: geralmente co- bertos e fechados, não possuem meca- nismos de climatização e são utilizados para armazenagem de diferentes tipos de materiais e produtos. Pela própria descrição, podemos perceber que este tipo de estrutura é a mais utilizada pela maioria das empresas para realizar as suas funções de armazenagem. Por não serem climatizados, ou seja, por não possuírem o controle de temperatura e umidade, o seu uso se torna restrito para alguns tipos de produtos. Como exemplo, podemos citar os produtos farmacêuticos; Armazéns frigorificados: são aqueles que possuem todo um sistema de refri- geração e de congelamento e contro- le de temperaturas. Este tipo, como se pode perceber, é muito utilizado pelas empresas do setor alimentício em ge- ral, principalmente para armazenar la- ticínios, carnes e produtos derivados e 2.11 A Armazenagem e a sua Classificação Saiba maisSaiba mais • Os armazéns são classificados conforme o uso e tipo de estrutura; • O tipo e as características básicas atreladas aos produtos e mercadorias devem ser levados em conta, para que seja feito o uso racional do armazém. Tais elementos contribuem muito para que haja a devida classificação dos armazéns; • Não existe uma maneira única e ideal para atender a todos os clientes. Cada cliente requer e espera ser atendido de forma particular; • O conjunto de atividades na armazenagem, mesmo esta sendo do tipo temporário ou permanente, permite a reali- zação de procedimentos que visam à diminuição dos custos e aumento do nível de serviço e da qualidade. Cláudio Alves da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 sorvetes. Tal controle é feito, porque a temperatura é exigida por normas, leis de saúde e de vigilância sanitária, con- forme o tipo de produto; Armazéns para guarda de materiais in- flamáveis: são construídos em material não inflamável, ou seja, materiais que não podem contribuir para a propaga- ção do fogo, obviamente por motivos de segurança; além disso, devem ser providos de portas corta-fogo com ca- pacidade de resistência de até quatro horas de fogo ou mais. A principal forma de proteção é obtida com a instalação de um sistema de alarme, de retenção e de uma rede de alagamento automáti- co, tipo sprinklers (instalação aérea con- tra incêndio), sistema de paralisação do bombeamento e escoamento; Galpões: estes tipos de estruturas, ge- ralmente, não possuem paredes ou portas, ou seja, são semiabertos e até, em alguns casos, semicobertos, sendo utilizados para a guarda e armazena- gem de itens ou materiais que necessi- tam de máxima ventilação ou que não necessitem de completa proteção das intempéries, como, por exemplo, pe- dras decorativas; Abrigos transitórios: geralmente, são pré-fabricados em estruturas metálicas e, também, em material vinil (lona plás- tica) e possuem paredes laterais, teto, portas etc., podendo ser facilmente desmontados para transporte e remon- tagem. Este tipo de estrutura é muito utilizado quando há excesso ou uma grande flutuação na demanda de deter- minados produtos; consequentemente, a produção é aumentada e a necessida- de de armazenagem também, sendo, dessa forma, uma opção para atender a tal necessidade. Havendo possibilidade, tal estrutura poderá ser adquirida ou, se for o caso, alugada, por causa de a sua utilização, às vezes, ser temporária; Armazéns elevados: como o próprio nome sugere, é o tipo de armazém construído a certa medida acima do solo, podendo essa medida ser de 0,50 metro ou mais acima do chão, ou seja, possuem um piso elevado como forma de melhorar a ventilação da área de ar- mazenagem, com circulação de ar sob o piso. Conforme o autor, este tipo de armazenagem é específico para a guar- da de munição, explosivos e fogos de artifícios. Na mídia, é comum ouvirmos falar de aci- dentes e explosões devido à utilização de estru- tura não adequada e ao desrespeito às normas de segurança. Por essa e outras razões, empresas que produzem e comercializam produtos explo- sivos são obrigadas a estar devidamente cadas- tradas e habilitadas pelos órgãos fiscalizadores e reguladores, como, por exemplo, exército e Corpo de Bombeiros. O objetivo desta parte não é torná-lo(la) um(a) construtor(a), mas sim demonstrar algumas características importantes para o conhecimento pessoal e profissional. Como há muitas empresas que possuem problemas estruturais, quem sabe um dia você será convidado(a) a participar do projeto ou acompanhá-lo em sua execução. Diante desse contexto, surgem problemas associados à infraestrutura dos armazéns ou de outras instalações logísticas. Por exemplo, pode- mos citar a falta de espaço para acomodação de produtos semielaborados, para que seja feita a movimentação de produtos pelos corredores, de pessoas e equipamentos de movimentação, bem 2.12 A Armazenagem e Algumas Considerações sobre a sua Construção Armazenagem, Transporte e Distribuição Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 como em áreas externas, o que provoca diversos problemas e transtornos operacionais, tais como dificuldades na recepção dos materiais, atrasos na expedição e, por fim, a impossibilidade da realiza- ção de uma organização adequada do armazém. A seguir, algumas considerações impor- tantes, que podem ajudar na elaboração ou no acompanhamento de um projeto: Em primeiro lugar, temos
Compartilhar