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Aula Intervenção terceiros

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FMU – Centro Universitário
das Faculdades Metropolitanas Unidas
 Curso de Estágio Profissional de Advocacia – CEPA 
1o Ano - 1o Semestre
AULA DIA / / /
Intervenção de terceiros.
1. Conceito
É um instituto que permite o ingresso de um terceiro na relação jurídica existente entre o autor e o réu. 
O terceiro, estranho à relação jurídica, ao ingressar em um dos pólos estabelece uma nova relação jurídica, independente e autônoma da relação jurídica original.
2. Classificação
A intervenção de terceiros pode ser classificada como adesiva ou principal e espontânea ou provocada.
Intervenção adesiva (ad coadjuvandan)
O terceiro ingressa na relação jurídica e assume a posição de auxiliar da parte.
Intervenção principal
O terceiro ingressa na relação jurídica e exerce o direito de ação. 
Intervenção espontânea
O ingresso do terceiro na relação jurídica entre o autor e réu ocorre de forma voluntária. É forma voluntária a modalidade de assistência.
Intervenção provocada
O ingresso do terceiro na relação jurídica entre o autor e réu ocorre de forma não espontânea, ou seja, imposta, provocada pelo autor ou pelo réu. São formas provocadas as modalidades denunciação da lide e chamamento ao processo.
3. Modalidades de intervenção
São 5 as modalidades: assistência, chamamento ao processo, denunciação da lide, intervenção do “amicus curiae” e incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
Assistência (art. 119 a 124, CPC)
1. Conceito
É uma modalidade de intervenção de terceiros que se apresenta de forma voluntária (espontânea) que permite ao terceiro formular pedido de ingresso na relação jurídica processual que inicialmente era composta por autor e réu.
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2. Pressupostos de admissibilidade
Pendente uma causa pode o terceiro desde que postule esta condição e demonstre interesse jurídico intervir no processo na qualidade de assistente, ou seja, o terceiro deve requerer esta condição e demonstrar que possui o interesse na vitória da parte a qual pretende assistir. 
O assistente ao ser admitido na relação processual tem os mesmos direitos e deveres processuais do assistido e se o assistido tornar-se revel o assistente atuará como seu substituto processual.
A assistência poder ser simples ou litisconsorcial.
Assistência simples
Na assistência simples o assistente intervém no auxílio da parte contra a outra em função do interesse jurídico que tem na vitória ou na derrota da outra parte.
O papel do assistente é o de auxiliar a parte assistida em defesa do direito da mesma. O assistente simples, também chamado de adesivo, atua coadjuvando a atividade processual do assistido em conformidade com os interesses deste e isto se dá porque ele não pode ser parte e, portanto ingressa no processo como assistente. 
A atuação do assistente é vinculada a atuação da parte. 
Assistência litisconsorcial
Na assistência litisconsorcial o assistente atua como se ele fosse um verdadeiro litisconsorte do assistido. Diferente do assistente simples que não pode ser parte, o assistente litisconsorcial poderia sê-lo, porém entra na relação jurídica processual como assistente litisconsorcial. Deve haver uma relação jurídica entre o interveniente e o adversário do assistido. Toda vez que a sentença influir na relação jurídica existente entre o assistido e o adversário do assistido temos o litisconsorte da parte principal.
3. Sentença e efeitos
Após trânsito em julgado da sentença o assistente só poderá discuti-la em processo posterior novamente se provar que foi impedido de produzir provas passíveis de influir no processo, pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e atos do assistido.
Chamamento ao processo (art. 130, CPC)
1. Conceito
É uma das modalidades de intervenção de terceiro qualificada como forma coacta, cuja provocação é exclusiva do réu.
A finalidade desta modalidade é ampliar o objeto do processo trazendo para a causa os demais obrigados solidariamente responsáveis com o réu e atribuir ao réu-chamante título executivo judicial contra os réu-chamados.
É um mecanismo que introduz na relação jurídica processual original a figura do devedor ou do fiador para que cada um responda total ou parcialmente a prestação exigida no processo.
2. Hipóteses de cabimento
O chamamento ao processo é admissível em três situações.
Para trazer ao processo o devedor principal quando o fiador for réu;
Para trazer ao processo os outros fiadores quando na ação tenha sido citado apenas um dos fiadores;
Para trazer ao processo os demais devedores solidários, quando a ação foi proposta apenas em face de um ou alguns dos devedores principais da dívida comum.
Denunciação da lide (art. 125 a 129, CPC)
1. Conceito
É uma das modalidades de intervenção de terceiros qualificada como forma provocada e cuja provocação se dá pelas partes, ou seja, ou pelo autor ou pelo réu.
A denunciação da lide visa garantir a recomposição das perdas, caso sobrevenha a derrota, portanto nesse modalidade tem-se previsto o direito de regresso.
Sendo feita a denunciação da lide duas ações tramitarão simultaneamente. 
Uma será a principal movida pelo autor em face do réu e a outra eventual movida pelo litisdenunciante em face do litisdenunciado e só será apreciada a segunda ação se o julgamento da principal for desfavorável ao denunciante.
2. Hipóteses de cabimento
A denunciação da lide é admissível em três situações.
Pode ocorrer nas ações relativas a coisas alienadas para que o adquirente possa exercer o direito de evicção;
Para trazer ao processo aquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo estabelecido na demanda.
Feita pelo autor
Pedido feito na petição inicial da ação principal;
Citação do denunciado requerida deve ser feita em 2 meses, se em outra comarca ou local incerto, e em trinta dias, se mesma comarca;
Se o denunciado comparecer, assume posição de litisconsorte, pode aditar petição inicial e prosseguirá com a citação do réu.
Feita pelo réu
Pedido feito no prazo da contestação;
Citação do denunciado requerida (alienante, proprietário, possuidor indireto ou responsável pela indenização) deve ser feita em 2 meses, se em outra comarca ou local incerto, e em 30 dias, se mesma comarca;
Se o denunciado aceitar a denúncia e contestar o pedido o processo segue entre autor e litisconsorte que será o denunciante e o denunciado;
Se o denunciado for revel ou negar a qualidade que lhe foi atribuída, o denunciante prosseguirá na defesa até fase final;
Se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa; e,
Amicus curiae (art. 138)
Forma de intervenção de terceiro disciplinada pelo CPC/2015.
O amicus curiae é terceiro desinteressado na vitória de uma das partes. Sua intervenção serve para trazer subsídios ao julgados para que possa julgar adequadamente.
Tem lugar sobretudo nas causas que tenham relevância social (ADIN/ADC/ADPF, por exemplo).
Requisitos: Matéria relevante ou específica, com repercussão social.
Decisão de admissão é irrecorrível e pode ser tomada de ofício.
O Amicus curiae pode ser pessoa natural ou pessoa jurídica.
Quanto aos poderes que podem ser exercidos pelo amicus curiae, tem-se que cabe ao magistrado que admitir sua intervenção delimitar tais poderes.
Incidente de desconsideração de personalidade jurídica (arts. 133 a 137)
Forma de intervenção de terceiro disciplinada pelo CPC/2015.
A desconsideração da personalidade jurídica imputa aos sócios ou administradores a responsabilidade pelo ato ilícito praticado pela empresa – art. 50, C.C.
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica não poderá ser instaurado de ofício, como já previa o art. 50 do CC – O CPC/15 elimina risco trazido pela interpretação do art. 28 do CDC (possibilidade da desconsideração exofficio). 
O pedido pode ser realizado pela parte ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo – art. 133, caput. 
Há 2 oportunidades para se requerer: a) juntamente à petição inicial; b) como incidente processual, por petição autônoma, sendo esta protocolada no curso da ação. 
Normas se aplicam também à desconsideração inversa da personalidade jurídica – 133, § 2º.
Requisitos distintos quando a causa for ambiental, de acordo com o art. 4º da Lei 9.605/98 que prevê: “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente”.

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