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APS Alvenaria Estrutural

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Bauru 
28 de abril de 2016 
 Bauru 
28 de abril de 2016 
 
 
 
 
 
Lista de Tabelas 
Tabela 1 – Absorção de água, tolerancia, dimensionamento, resistencia, dimenções. 
 .................................................................................................................................................... 8 
Tabela 2 – Medidas e caracteristicas dosblocos.............................................................. 10 
Tabela 3 – Comparativo de vantagens entre métodos [Elaborada pelos autores]. .... 19 
 
 
 
 
Lista de Imagens 
Imagem 1 – Bloco de concretoe suas respectivas familias. ............................................ 9 
Imagem 2 – Graute ............................................................................................................... 11 
Imagem 3 – Edificil de Monadnock. .................................................................................... 17 
Imagem 4 – Elementos básicos da estrutura de concreto.............................................. 18 
Imagem 5 – Estratégias de uma construção sustentável. .............................................. 25 
Imagem 6 – Residencial Pinheiro Machado. ..................................................................... 26 
Imagem 7 – Edificil com sistema de alvenaria estrutural. ............................................... 27 
Imagem 8 – Pontos de Graute. ........................................................................................... 29 
Imagem 9 – Execução simultanea de diversas etapas, como alvenaria estrutural, 
elétrica e hidráulica. .............................................................................................................. 29 
Imagem 10 – Dutos de ventilação. ..................................................................................... 30 
Imagem 11 – Lajes com fita de escoramento. .................................................................. 31 
Imagem 12 – Alunos que visitaram a obra. ....................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bauru 
28 de abril de 2016 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 
2 – CARACTERISTICAS DO BLOCO DE ALVENARIA ....................... Erro! Indicador não definido. 
3 – ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL E 
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO............................................................................. 16 
3.1 Alvenaria estrutural ...................................................................................... 16 
3.2 – Concreto armado ....................................................................................... 17 
3.3 – Comparativos de custos ........................................................................... 18 
4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RISCOS DE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL ....... 21 
5 – ALVENARIA ESTRUTURAL, MEIO AMBIENTE, CONFOROT AMBIENTAL E 
SUSTENTABILIDADE.......................................................................................................... 22 
5.1 Alvenaria estrutural e a sustentabilidade ................................................... 22 
5.2 – Alvenaria estrutural e o MeioAmbiente .................................................... 23 
5.3 – Alvenaria estrutual e o conforot ambiental .............................................. 25 
6 – VISITA TÉCNICA E DADOS DA OBRA ............................................................................. 26 
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 32 
 
 
4 
 
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1 – INTRODUÇÃO 
 
 O homem vem aprimorando suas construções desde os tempos das 
cavernas, ou seja, há séculos antes de Cristo. Antigamente, o aprimoramento 
construtivo vinha de bases de experiência e prática, já que naquela época não 
existiam faculdades e/ou escolas. Entre 1700 e 1900 surgiram as primeiras 
alvenarias armadas e de edifícios altos de alvenaria resistente. Já em 1952, com 
Paul Haller, foi realizada a primeira construção de um edifício em alvenaria estrutural 
não armada, dando inicio a uma nova técnica de construção (GOUVEIA, 2007). 
 Nos anos 60 a alvenaria como estrutura é introduzida no Brasil, 
seguindo uma tendência dos países de primeiro mundo e mostrando-se uma 
alternativa econômica nas construções. Essa alvenaria consistia de blocos vazados 
de concreto e era utilizada em construções de prédios com até 4 pavimentos 
(SANTOS, 1998). 
 A alvenaria estrutural é uma técnica construtiva em que as paredes atuam 
como a própria estrutura da edificação e tem como função resistir tanto a cargas 
verticais quanto a cargas horizontais. Cargas verticais se dão pelo próprio peso da 
estrutura e por suas ocupações, já as cargas horizontais são geradas pela ação dos 
ventos e ou pelo desaprumo (RICHTER, 2010). 
Na construção de alvenaria estrutural exigem-se principalmente blocos ou 
tijolos adequados, que possam resistir à compressão, pois são eles os responsáveis 
pela aplicação técnica da coordenação modular; argamassa - que tem o papel de 
agente ligante entre os blocos - e deve apresentar características de durabilidade, 
de estanqueidade, elasticidade, trabalhabilidade e economia; o graute, que é um 
concreto fino cuja função é preencher os vazios dos blocos, e as armaduras, 
podendo ser construtivas ou de cálculo (CAMACHO, 2006). 
Esse sistema construtivo se adequa à realidade brasileira, pois a sua 
simplicidade acarreta em diminuição de custos tais quais a redução dos 
investimentos fixos, aluguéis de equipamentos, além de proporcionar uma maior 
flexibilidade quanto a cronogramas e fluxos de caixas - principalmente por exigir uma 
mão de obra de fácil aprendizado (SANTOS,1998). 
5 
 
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De acordo com CAMACHO (2006), a alvenaria estrutural possui 
desvantagens como: limitações no projeto arquitetônico (já que sua concepção 
estrutural não permite obras arrojadas) e impossibilidade de adaptação da 
arquitetura para um novo uso. 
Logo, a alvenaria estrutural é um sistema de fácil execução, mas, para se 
obter sucesso no empreendimento, é necessário que haja atenção em relação a 
cinco fatores fundamentais: o projeto, instância em que a arquitetura, estrutura e 
instalações marcam forte interdependência; a tecnologia, fator de relevante 
importância; suprimentos (este fator deve estar atrelado às normas e ao projeto 
estrutural); organização da produção (sem um bom gerenciamento toda a execução 
pode ser abalada) e, por último, a gestão de mão de obra (se esta for bem 
qualificada, pode suprir alguns obstáculos e pequenas limitações na execução) 
(PASTRO, 2007). 
 
2 – CARACTERÍSTICAS DO BLOCO DE ALVENARIA 
O bloco de concreto é empregado em larga escala no Brasil. Foi o primeiro 
bloco a possuir uma norma brasileira para cálculo de alvenaria estrutural. Por outro 
lado, como existem muitos fornecedores, sofre um problema de falta de qualidade. 
Possui boa resistência à compressão sendo a faixa de produção entre a mínima 4,5 
MPa exigida pelas normas e 16 MPa. A resistência alta só é disponibilizada por 
algumas fábricas tornando o bloco mais pesado. No Brasil já existem prédios de 
mais de 20 pavimentos com alvenaria estrutural de blocos de concreto. Como para 
as outras unidades, a parede construída com blocos de concreto desempenha as 
funções de estrutura e de fechamento eliminando pilares e vigas e reduzindo a 
utilização de armaduras e de formas (Désir, 2013). 
Segundo (Désir, 2013) um blococonforme deve oferecer qualidade e 
economia as edificações. Isso significa que deve apresentar: dimensões e formas 
adequadas, compacidade, resistência, bom acabamento geométrica, boa aparência 
visual sobretudo quando o projeto não prevê revestimento. Além disso, deve garantir 
isolamento termo acústico. Estes parâmetros são determinantes para a qualidade 
dos blocos e tem seus limites estabelecidos em normas técnicas apropriadas. 
6 
 
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Existe um conjunto completo de normas da ABNT (Associação Brasileira de 
Normas Técnicas) voltadas à qualidade dos materiais e ao sistema construtivo de 
alvenaria estrutural com blocos de concreto. As principais são: 
NBR 15873/2010 – Coordenação Modular para Edificações 
NBR 6136/2008 – Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – 
Requisitos 
NBR 7184:92 – Determinação da resistência à compressão 
NBR 8215/1983 - Prisma de Blocos Vazados de Concreto Simples para 
Alvenaria Estrutural Preparo e ensaio à Compressão 
NBR 15961-1/2011 - Alvenaria estrutural – Blocos de concreto – Parte 1: 
Projeto 
NBR 15961-2/2011 - Alvenaria estrutural — Blocos de concreto — Parte 2: 
Execução e controle de obras 
NBR 12118/2011 – Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – 
Métodos de ensaio 
NBR 14321 – Paredes de Alvenaria Estrutural – Determinação da resistência 
ao cisalhamento 
NBR 14322 – Paredes de Alvenaria Estrutural – Verificação da resistência à 
flexão simples ou à flexo-compressão. 
NBR 10837:89 – Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de 
concreto 
NBR 8798:85 – Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de 
blocos vazados de concreto 
Algumas características constituem os requisitos normativos e servem de 
indicadores de qualidade ou para especificação dos blocos. As mais importantes 
são: 
Resistência à compressão - A compacidade do bloco depende dos critérios 
de dosagem e influencia diretamente na resistência do mesmo, assim como o índice 
de absorção. A cura é um fator determinante na resistência a compressão dos 
7 
 
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blocos, a qual deve ser avaliada aos 28 dias. A resistência é a capacidade que a 
parede de alvenaria possui de suportar as diversas ações mecânicas previstas em 
projeto, tais como as cargas da estrutura, vento, deformações, choques, etc. Esta 
resistência está diretamente ligada a alguns fatores como: características 
dos componentes e das juntas, aderência do conjunto, esbeltez da parede, ligação 
entre paredes, entre outros. Os blocos são comercializados em classes de 
resistência que variam desde de 4,5MPa até 16MPa. A classe de resistência 4,5MPa 
tem uso restrito ao uso em paredes com revestimento e não expostas às 
intempéries. Sua determinação deve atender as prescrições da NBR 6136 (Nitzke, 
2013). 
Absorção de água - Está diretamente relacionada à impermeabilidade dos 
produtos, ao acréscimo imprevisto de peso à parede saturada e à durabilidade. A 
determinação da Absorção total de blocos de concreto estrutural é contemplada na 
NBR 6136. O índice de absorção é utilizado como um indicador de durabilidade. A 
absorção Individual de blocos de concreto deve ser menor ou igual a 10% (Carneiro, 
2013). 
Segundo (Carneiro, 2013) a absorção inicial (determinado com a ASTM C 67) 
corresponde à capacidade de sucção do bloco. É um indicador importante para 
definir o potencial de aderência do bloco com uma argamassa com retenção 
adequada. Os blocos de concreto apresentam em geral uma taxa de absorção inicial 
de sucção em torno de 0,265 
 
 
 
Esta absorção é influenciada pela porosidade dos blocos sendo mais alta 
para blocos mais porosos. Assim é importante encontrar o ponto de equilíbrio já que 
a absorção na quantidade certa favorece a penetração dos aglomerantes que ao 
endurecer tornam monolítico o conjunto blocos, argamassa, revestimento. Entretanto 
quando a absorção é muito alta pode comprometer as reações químicas necessárias 
ao endurecimento. Para garantir o equilíbrio é importante utilizar uma argamassa 
com características de retenção adequada (Carneiro, 2013). 
Precisão dimensional e perfeição geométrica - A qualidade e o tipo do 
bloco de concreto são fundamentais para o bom desempenho do sistema estrutural. 
Por isso, é importante saber se a região do empreendimento possui fabricantes de 
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blocos que ofereçam o produto adequado e dentro das normas técnicas. O processo 
de fabricação (mistura homogênea, prensagem, secagem e cura controlada), 
confere aos produtos grande regularidade de formas e dimensões possibilitando a 
modulação da obra já a partir do projeto, evitando-se improvisos e os costumeiros 
desperdícios deles decorrentes. É importante observar as dimensões estabelecidas 
em norma, bem como seus limites de tolerância. Quando vazados, observar ainda a 
espessura das paredes que compõem os blocos para não comprometer sua 
resistência (Passos, 2013). As dimensões padronizadas dos blocos admitem as 
tolerâncias apresentadas na tabela. 
Tabela 1- Absorção de água, Tolerância dimensionais, Resistência, 
Dimensões (Désir, 2013). 
 
De acordo com (Passos, 2013) se forem detectadas não conformidades nas 
dimensões dos blocos (altura, largura e comprimento), isso indica, em geral, falha no 
processo de produção, isso é: na fabricação ou na fiscalização dos lotes. Os 
problemas com precisão dimensional afetam diretamente a coordenação modular e 
contribuem para aumentar os desperdícios de blocos. 
Textura superficial - Os blocos devem ser homogêneos, compactos e com 
arestas vivas (indicador de precisão dimensional). Devem estar livres de quaisquer 
tipos de irregularidade como trincas, fraturas para não prejudicar o seu 
assentamento, resistência e durabilidade. A textura superficial é importante seja para 
alvenaria sem revestimento onde o bloco é o acabamento, seja em alvenaria com 
Requisitos Bloco de concreto 
estrutural tipo A 
Bloco de concreto 
estrutural tipo B 
Absorção D'Água (% 
massa) 
10 (individual) 10 (individual) 
 
Tolerâncias 
Dimensionais (mm) 
2 (largura) 
 
3 (altura e comprimento) 
Resistência à 
compressão 
6 MPa 
 
4,5 MPa 
Dimensões (mm) 140 x 190 x 190 
140 x 190 x 390 
140 x 190 x 190 
140 x 190 x 390 
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revestimento onde deve apresentar rugosidade, textura e porosidade superficial 
adequadas para haver aderência com a argamassa e manter um material rígido e 
contínuo. Em geral, a textura varia de lisa a áspera dependendo dos materiais 
utilizados e das condições de fabricação (Passos,2013). 
Tipos de blocos e classificação 
Os blocos de concreto podem ser de tipos e formas muito diferentes. Um dos 
fatores que diferenciam é o tipo de agregado, podendo ser convencional ou leve. Os 
blocos têm formas modulares variáveis que, em geral, devem atender os requisitos 
necessários para o livre manuseio de aplicação do tal, de forma que a massa do 
bloco seja suficiente para ele ser manuseável facilmente 
Imagem 1 - Bloco de concreto e suas respectivas famílias 
 
 
 
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Família de blocos de concreto 
A norma brasileira define dois tipos de blocos de concreto, de acordo com sua 
aplicação: para vedação, o bloco vazado de concreto simples para alvenaria sem 
função estrutural (NBR 7173/82), e com função estrutural, o bloco vazado de 
concreto simples para alvenaria estrutural (NBR 6136/1994). Para qualquer que seja 
a aplicação, o bloco dever ser vazado, ou seja, sem fundo. 
O bloco vazado permite utilizar os furospara a passagem das instalações e 
para a aplicação do graute (concreto de alta plasticidade). A norma brasileira faz 
uma designação dos blocos tomando como base a largura. A tabela mostra a 
classificação para blocos estruturais. M-12, M-15 e M-20, se referem às larguras 
11,5; 14 e 19 cm, respectivamente. 
Tabela 2- Medidas de características dos blocos [ Elaborada por Pilotti, 2013]. 
 
A família 29 é composta de dois elementos básicos: o bloco B29 (14x19x29 
cm), o bloco B14 (14x19x19). Os blocos têm sempre 14 cm de largura, ou seja, o 
comprimento dos blocos é sempre múltiplo da largura, o que evita o uso dos 
elementos compensadores, salvo para ajuste de vãos de esquadrias. 
A família 39, designada por M15, possui dimensões modulares do 
comprimento (20cm) diferentes da largura (15cm). A família 39 é composta de três 
elementos básicos: o bloco B39 (39x19 cm) e largura variável; o bloco B19 (19x19 
cm) e largura variável e o bloco B54 (54x19 cm) e largura variável. Tal diferença 
exige a introdução de blocos complementares com o objetivo de restabelecer a 
modulação nos encontros das paredes: o 14x19x34, para amarração nos cantos, e o 
14x19x54, para amarrações em "T". 
Designação Largura Altura Comprimento Parede 
transversal 
Parede 
longitudinal 
M-20 190 
190 
190 
190 
390 
190 
25 
- 
32 
- 
M-15 140 
140 
190 
190 
390 
190 
25 
- 
25 
- 
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Os blocos de 14x19x39 cm são especiais para paredes longas onde não há 
cruzamento de paredes e que não exigem elementos compensadores, já que seu 
comprimento não é múltiplo da largura. Os elementos compensadores são 
necessários não só para ajuste de vãos de esquadrias, mas também para 
compensação da modulação em planta baixa. Quando utilizamos os de 14X19X39 
cm, precisamos de um bloco especial, que é o bloco B34 (34x19x14 cm), para ajuste 
da unidade modular nos encontros em "L" e em "T". 
Imagem 2 – Imagem ilustrativa do Graute 
 
 
 
 
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ALVENARIA ESTRUTURAL 
A alvenaria é um sistema construtivo que utiliza peças industrializadas de 
dimensões e peso que as fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o 
conjunto monolítico. Estas peças industrializadas podem ser moldadas em: 
• Cerâmica 
• Concreto 
• Sílico-calcáreo 
De acordo com (Kalil, 2007) a alvenaria estrutural é um sistema construtivo 
tradicional, utilizado há milhões de anos. Inicialmente eram utilizados blocos de 
rocha como elementos de alvenaria, mas a partir do ano 4.000 a.C. a argila passou a 
ser trabalhada possibilitando a produção de tijolos. 
O sistema construtivo desenvolveu-se inicialmente através do simples 
empilhamento de unidades, tijolos ou blocos. Os vãos eram executados com peças 
auxiliares, como vigas de madeira ou pedra. 
 Ao passar do tempo, foi descoberta uma alternativa para a execução dos 
vãos: os arcos. Estes seriam obtidos através do arranjo entre as unidades. Assim 
foram executadas pontes e outras obras de grande beleza, obtendo maior qualidade 
à alvenaria estrutural. 
Um exemplo disso é a parte superior da igreja de Notre Dame, em Paris. 
Alvenaria Estrutural. PUCRS- Profa Sílvia Maria Baptista Kalil 4. Ao longo dos 
séculos obras importantes foram executadas em alvenaria estrutural, entre elas o 
Parthenon, na Grécia, construído entre 480 a.C. e 323 a.C. e a Muralha da China, 
construída no período de 1368 a 1644. Até o final do século XIX a alvenaria 
predominou como material estrutural, porém devido à falta de estudos e de 
pesquisas na área, não se tinha conhecimento de técnicas de racionalização (Kalil, 
2007). 
As teorias de cálculos eram feitas de forma empírica, com isso não se tinha 
plena garantia da segurança da estrutura, forçando um superdimensionamento das 
mesmas. Em 1950 surgiram códigos de obras e normas com procedimentos de 
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cálculo na Europa e América do Norte, acarretando em um crescimento marcante da 
alvenaria estrutural em todo mundo. 
De acordo com (Kalil, 2007) no Brasil em 1966 foram construídos os primeiros 
prédios em alvenaria estrutural, com 4 pavimentos em alvenaria armada de blocos 
de concreto, no Conjunto Habitacional ―Central Parque da Lapa‖. É estimado que no 
Brasil, entre 1964 e 1966, tenham sido executados mais de dois milhões de 
unidades habitacionais em alvenaria estrutural. 
 A alvenaria estrutural atingiu o auge no Brasil na década de 80, disseminada 
com a construção dos conjuntos habitacionais, onde ficou tida como um sistema 
para baixa renda. Devido ao seu grande potencial de redução de custos diversas 
construtoras e produtoras de blocos investiram nessa tecnologia para torná-la mais 
vantajosa. 
 A inexperiência por parte dos profissionais dificultou sua aplicação com 
vantagens e causou vários danos nesse tipo de edificação, fazendo com que o 
processo da alvenaria estrutural entrasse em decadência novamente. 
 Apesar disso, as vantagens econômicas proporcionadas pela alvenaria 
estrutural em relação ao sistema construtivo convencional incentivaram algumas 
construtoras a continuarem no sistema e buscarem soluções para os problemas 
patológicos observados. 
Atualmente, no Brasil, com a abertura de novas fábricas de materiais assim 
como o desenvolvimento de pesquisas com a parceria de empresas do ramo 
(cerâmicas, concreteiras, etc.) fazem com que a cada dia mais construtores utilizem 
e se interessem pelo sistema. 
Segundo (Leggerine, 2007) neste tipo de estrutura, a alvenaria tem a 
finalidade de resistir ao carregamento da edificação, tendo as paredes função 
resistente. A remoção de qualquer parede fica sujeita a análise e execução de 
reforços. Atente-se a dupla função das paredes: resistência e vedação. 
As lajes da edificação normalmente são em concreto armado por ser mais 
resistente. Para se ter um bom projeto a Alvenaria Estrutural não pode ser vista 
meramente como um conjunto de paredes superpostas, resistindo o seu peso 
próprio e outras cargas adicionais. 
14 
 
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Deve ser compreendida como um processo construtivo racionalizado, 
projetado, calculado e construído em conformidade com as normas pertinentes, 
visando funcionalidade com segurança e economia. 
No processo criativo de uma edificação em alvenaria estrutural é fundamental 
a perfeita integração entre Arquiteto e Engenheiro Estruturista, objetivando a 
obtenção de uma estrutura economicamente competente para suportar todos os 
esforços previstos sem prejuízo das demais funções: compartimentação, vedação, 
isolamento termo acústico, instalações hidráulicas, elétricas, telefônicas e ter função 
estética. Alvenaria Estrutural. 
Alguns aspectos que facilitam a concepção de alvenaria estrutural são: forma; 
distribuição das paredes resistentes; lajes (Leggerine, 2007). 
Um projeto arquitetônico em alvenaria portante será mais econômico na 
medida em que for mais repetitivo e tiver paredes coincidentes nos diversos 
pavimentos, dispensando elementos auxiliares ou estrutura de transição. 
A capacidade portante (tensão admissível) da alvenaria deve estar bem 
definida. Esta determinação pode ser feita em laboratório ou apenas estimada 
sempre baseada em ensaios já elaborados e de acordo com o material utilizado. 
Para se obter uma boa alvenaria, é necessário controlar não apenas o tijolo ou 
bloco, mas também a argamassa utilizada (Leggerine, 2007). 
Segundo (Leggerine, 2007) a execução da alvenaria portante também deve 
ser controlada pois a espessura das juntas, o prumo das paredes e sua altura 
tambémmodificam a sua capacidade resistente. As maiores vantagens da alvenaria 
estrutural em relação aos processos tradicionais são: 
 • Economia no uso de madeira para formas; 
 • Redução no uso de concreto e ferragens; 
• Redução na mão-de-obra em carpintaria e ferraria; 
• Facilidade de treinar mão-de-obra qualificada; 
• Projetos são mais fáceis de detalhar; 
• Maior rapidez e facilidade de construção; 
•. Menor número de equipes ou subcontratados de trabalho; 
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•. Ótima resistência ao fogo; 
•. Ótimas características de isolamento termo acústico; 
 • Flexibilidade arquitetônica pelas pequenas dimensões do bloco; 
As maiores desvantagens da alvenaria estrutural são: 
•. As paredes portantes não podem ser removidas sem substituição por outro 
elemento de equivalente função; 
• Impossibilidade de efetuar modificações na disposição arquitetônica original; 
 • O projeto arquitetônico fica mais restrito; 
• Vãos livres são limitados; 
• Juntas de controle e dilatação a cada 15m. 
Este tipo de estrutura pode ser dividido em 2 (dois) tipos: 
Alvenaria Estrutural Não Armada 
Este sistema vem sendo tradicionalmente utilizado em edificações de 
pequeno porte, como residências e prédios de até 8 (oito) pavimentos. Existem 
normas tanto para o cálculo estrutural (NBR 10837 – ―Cálculo de alvenaria estrutural 
de blocos vazados de concreto‖) como para a execução (NBR 8798 – ―Execução e 
controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto‖). O 
tamanho do bloco a ser utilizado é definido na fase de projeto pois é necessária a 
paginação de cada uma das paredes da edificação. Na alvenaria estrutural não 
armada à análise estrutural não deve acusar esforços de tração (Kalil, 2007). 
Alvenaria Estrutural Armada 
Pode ser adotada em edificações com até mais de 20 pavimentos. São 
normalmente executados com blocos vazados de concreto ou cerâmicos, sendo a 
execução e o projeto regidos pelas mesmas normas citadas anteriormente. O 
tamanho do bloco a ser utilizado, assim como na alvenaria não armada, é definido 
na fase de projeto pois também é necessária a paginação de cada uma das paredes 
da edificação (Kalil, 2007). 
 
 
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3 – ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO DE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA 
ESTRUTURAL E ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO 
 
O método estrutural que será utilizado num projeto é de suma importância e 
exige que se tenha um completo entendimento da obra, pois a partir do seu projeto 
serão realizadas as análises de seus custos, bem como os demais projetos 
necessários para compatibilização de todos os outros. Para comparação dos 
métodos de edificação em alvenaria estrutural e em estrutura de concreto armado, 
será feita uma breve explanação sobre ambos os métodos. 
 
3.1. Alvenaria Estrutural 
Segundo Kalil (2010), alvenaria estrutural é um sistema construtivo que 
através de peças industrializadas dimensionadas para seguirem um padrão, são 
ligadas por argamassa tornando esse conjunto em uma estrutura sem armaduras. 
Essas peças ou blocos podem ser moldados em cerâmica, concreto ou em material 
sílico-calcáreo. Esse método é o um dos processos construtivos mais tradicionais 
que vem sendo utilizado desde a antiguidade. Ao longo dos anos, este processo foi 
se aprimorando, adaptando-se ao cenário atual e à tecnologia existente, 
destacando-se como uma das mais viáveis alternativas nos quesitos de segurança e 
economia no mercado da construção civil. 
Este tipo de estrutura pode ser dividido em: 
Alvenaria Estrutural Não Armada: Tradicionalmente utilizado em edificações 
de pequeno porte, como residências e prédios de até 8 (oito) pavimentos, 
considerando que a análise estrutural não deve acusar esforços de tração. 
Alvenaria Estrutural Armada: Pode ser adotada em edificações com até mais 
de 20 pavimentos 
Um exemplo clássico e muito ousado de uma obra de alvenaria estrutural 
realizada entre os anos de 1889 e 1891 em Chicago, foi o edifício de Monadnock, 
contendo 16 pavimentos e 65 metro de altura, como se pode ver na foto abaixo. 
Para suportar o peso dos 16 pisos de alvenaria, as paredes da base têm quase dois 
metros de espessura. Segundo Ramalho e Corrêa (2003, p.19), se utilizassem os 
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métodos de dimensionamento atuais, a espessura na parede na base seria inferior a 
30 centímetros. A utilização de paredes em alvenaria naquela época, impôs um 
limite geralmente aceite, de 10 andares, que foi no entanto quebrado pelo Edifício 
Monadnock, projetado por Daniel Burnham e John Wellborn Root. 
Imagem 3 – Edificio de Monadnock 
 
 Fonte: CERÂMICA VALE DA GÂNDARA, 2012 
 
4.2. Concreto Armado 
De acordo com a NBR 6118/03 (item 3.1.3), temos que ―elementos de 
concreto armado são aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência 
entre concreto e armadura e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das 
armaduras antes da materialização dessa aderência‖. Bastos (2006) afirma que o 
concreto é um material que apresenta alta resistência às tensões de compressão, 
porém, apresenta baixa resistência à tração (cerca de 10 % da sua resistência à 
compressão). O autor explica que assim sendo, é imperiosa a necessidade de juntar 
ao concreto um material com alta resistência à tração, com o objetivo deste material, 
disposto convenientemente, resistir às tensões de tração atuantes. Com esse 
material composto (concreto e armadura – barras de aço), surge então o chamado 
―concreto armado‖, onde as barras da armadura absorvem as tensões de tração e o 
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concreto absorve as tensões de compressão, no que pode ser auxiliado também por 
barras de aço (caso típico de pilares, por exemplo). No entanto, o conceito de 
concreto armado envolve ainda o fenômeno da aderência, que é essencial e deve 
obrigatoriamente existir entre o concreto e a armadura, pois não basta apenas juntar 
os dois materiais para se ter o concreto armado. Para a existência do concreto 
armado é imprescindível que haja real solidariedade entre ambos o concreto e o aço, 
e que o trabalho seja realizado de forma conjunta. 
Em resumo, para Bastos pode-se definir o concreto armado como ―a união do 
concreto simples e de um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de 
tal modo que ambos resistam solidariamente aos esforços solicitantes‖, ou seja, 
concreto armado é a soma de concreto simples, armadura e aderência. 
Imagem 4 – Elementos básicos da estrutura de concreto armado 
 
Fonte: EDIFIQUE, 2011. 
 
3.3. Comparativo de custos 
 
Após breve abordagem teórica e prática de ambos os métodos, é possível 
fazer um comparativo entre a edificação de alvenaria estrutural e de concreto 
armado. Inicialmente, ponderam-se as vantagens e desvantagens de cada um: 
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Tabela 1 - Comparativo de vantagens e desvantagens entre os métodos 
 [Elaborada pelos autores] 
ALVENARIA ESTRUTURAL CONCRETO ARMADO 
Vantagens: Vantagens: 
● Economia de madeira para fôrmas; ● Apresenta alta resistência à compressão 
 
● Redução de concreto e ferragens 
● É facilmente moldável adaptando-se aos 
mais variados tipos de forma, e as armaduras 
de aço podem ser dispostas de acordo com o 
fluxo dos esforços internos; 
● Redução na mão de obra de 
carpintaria e armação; 
● É resistente às influências atmosféricas e 
ao desgaste mecânico; 
● Facilidade no treinamento da mão 
de obra; 
● Resistem a grandes ciclos de carga com 
baixo custo de manutenção; 
● Maior rapidez e facilidade na 
execução;Desvantagens: 
● Menor número de funcionários; ● Tem baixa resistência à tração, 
● Maior resistência ao fogo; 
● Tem baixa resistência à tração, 
aproximadamente um décimo de sua 
resistência à compressão; 
● Isolamento térmico e acústico 
● Elevado peso próprio nas estruturas; 
Desvantagens: 
● É necessário mistura, lançamento e cura, a 
fim de garantir a resistência desejada; 
● As paredes portantes não podem 
ser removidas sem ser substituída por 
outro elemento com mesma função; 
● O custo das formas usadas para moldar os 
elementos de concreto é relativamente cara. 
Em alguns casos, o custo do material e a mão 
de obra para construir as formas tornam-se 
igual ao custo do concreto; 
● Depois de executada, a estrutura 
arquitetônica não pode ser modificada; 
● Apresenta resistência à compressão inferior 
à do aço; 
● Restrição no projeto arquitetônico; ● Surgimento de fissuras no concreto devido 
à relaxação e a aplicação de cargas móveis; 
● Os vãos livres são limitados; 
 
● Colocação de juntas de controle e 
dilatação a cada 15m; 
 
● Escassez de mão de obra 
qualificada; 
 
 
 
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Na comparação entre os sistemas de estrutura em alvenaria estrutural e em 
concreto armado, verifica-se que o segundo método demanda mais recursos 
materiais (devido à necessidade da inclusão do aço) e de mão de obra que o 
primeiro. 
Para uma estimativa do custo equivalente da mão-de-obra por metro 
quadrado, soma-se o custo dos trabalhadores em cada item da obra mais os 
encargos sociais, para que depois o valor fosse dividido pela área construída, a fim 
de se obter o custo por metro quadrado. Realizando essa análise nos dois sistemas 
estruturais, resulta um valor de mão-de-obra menor na alvenaria estrutural que na 
estrutura de concreto armado. Além disso, por apresentar maior produtividade em 
certas atividades o custo com mão-de-obra na alvenaria estrutural também é mais 
barato que na de concreto armado. 
Considerando que o recurso mão de obra é o custo mais significativo de uma 
obra, sendo assim qualquer diminuição terá um grande impacto no custo final do 
projeto. 
Qualquer redução de custo ajuda no aumento da taxa de retorno. 
SILVA (2003) concluiu que um aspecto positivo do sistema em alvenaria 
estrutural é a considerável redução no número de operações, insumos e 
profissionais envolvidos na produção, quando se faz uma comparação com o 
sistema construtivo em concreto armado. Desse modo, utilizando-se de um critério 
puramente econômico o sistema a ser escolhido como apresentando o menor custo 
é o método de edificação de alvenaria estrutural, pois nela elimina-se a estrutura 
convencional, o que conduz a importante simplificação do processo construtivo, 
reduzindo etapas e mão-de-obra, com consequente redução do tempo de execução 
e principalmente de custos envolvidos. 
No entanto, apesar de ter um grande peso na definição do sistema a ser 
utilizado, esse critério não é o único a ser considerado. Deve-se analisar também: 
oferta de mão de obra qualificada, relacionamento com fornecedores, disponibilidade 
de materiais próximos ao local da obra, entre outras questões que interferem direta 
ou indiretamente no custo da obra. Para se obter um bom projeto estrutural, é 
preciso a haver a junção de um processo construtivo racionalizado, projetado, 
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calculado e construído de acordo com as normas existentes, a fim de se alcançar 
uma obra funcional, viável e com segurança e economia. 
 
4 – CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RISCOS DE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA 
ESTRUTURAL 
Segundo Sabbatini (2002), a alvenaria estrutural é de dimensionamento e 
construção racional. O dimensionamento através de cálculo estrutural, com 
fundamentação técnico-científica, permite a obtenção de edifícios com segurança 
estrutural conhecida, semelhante à obtida com estruturas reticuladas de concreto 
armado, e compatível com as exigências da Sociedade Brasileira para edifícios 
multipavimentos. 
Conhecida também como alvenaria auto portanto, é destinada a absorver as 
cargas das lajes e sobrecarga, sendo necessário para o seu dimensionamento à 
utilização da NBR 10837 e NBR 8798, observando que sua espessura nunca deverá 
ser inferior a 14,0 cm (espessura do bloco) e resistência à compressão mínima fbk 
±4,5 MPa. (NASCIMENTO, 2002). 
Existem subdivisões do tipo de alvenaria auto portanto, dependendo da forma 
de utilização e os riscos a serem evitados, tais como: 
Alvenaria Estrutural Não-Armada: Emprega como estrutura paredes de 
alvenaria sem armação. Os reforços metálicos são para finalidades construtivas, 
como em cintas, vergas, na amarração entre paredes e nas juntas horizontais, etc e 
com a finalidade de evitar fissuras localizadas. 
Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: Emprega como estrutura paredes 
de alvenaria sem armação e paredes com armação. Estas últimas se caracterizam 
por terem os vazados verticais dos blocos preenchidos com graute (um micro-
concreto de grande fluidez) envolvendo barras e fios de aço. A alvenaria estrutural 
parcialmente armada é dimensionada como a não armada, porém, quando no 
dimensionamento surgem trechos da estrutura com solicitações que provoquem 
tensões acima das admissíveis, estes trechos são dimensionados como alvenaria 
armada (SABBATINI, 2002). 
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Alvenaria Estrutural Totalmente Armada: É a alvenaria estrutural armada de 
blocos vazados de concreto, construída com blocos vazados de concreto, 
assentados com argamassa, na qual certas cavidades são preenchidas 
continuamente com graute, contendo armaduras envolvidas o suficiente para 
absorver os esforços calculados, além daquelas armaduras com finalidade 
construtiva ou de amarração (ABNT, NBR-10837). 
Alvenaria Estrutural Protendida: é reforçada por uma armadura ativa (pré-
tensionada) que submete a alvenaria a esforços de compressão (RAUBER, 2005). 
Roman (2000) afirma que na alvenaria estrutural as paredes funcionam como 
os elementos estruturais à edificação, que deverão resistir às cargas verticais e às 
cargas laterais, sendo que as laterais deverão ser absorvidas pelas lajes e 
transmitidas às paredes estruturais paralelas à direção do esforço lateral. Ainda 
segundo o autor, uma parede de alvenaria pode suportar pesadas cargas verticais e 
horizontais paralela ao seu plano, mas é comparativamente fraca às cargas 
horizontais que atuam perpendicularmente ao seu plano. 
Nota-se o quanto esse processo demanda foco nas precisões e alinhamentos, 
pois serão as paredes que sustentarão a obra, logo a estabilidade do conjunto 
dependerá do correto arranjo espacial das paredes, que deverão resistir tanto ao 
seu próprio peso e cargas de ocupação, quanto à ação do vento, empuxo da terra, 
etc. O grande desafio, portanto, é minimizar as tensões de tração que possam vir a 
aparecer, a fim de assegurar a qualidade e segurança da obra, minimizando seus 
riscos a curto e à longo prazo 
 
5 – ALVENARIA ESTRUTURAL, MEIO AMBIENTE, CONFORTO AMBIENTAL E 
SUSTENTABILIDADE 
5.1 – Alvenaria estrutural e a sustentabilidade 
 
A população humana vive um período do dia grande no interior de 
edificações, sendo para trabalho, estudo, lazer ou repouso, logo, as condições 
ambientais tem muita influencia no nosso dia a dia. Com o avanço da tecnologia, foi 
possível desenvolver construções que permitem criar condições térmicas, acústicas 
e lumínicas, satisfazendo assim a condição humana. 
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No século passado, projetistas deram menor atenção ao uso de soluções 
passivas de climatização,devido à disponibilidade de energia barata. Nos anos 90 
depois de sucessivas crises energéticas, e a tomada de consciência do possível 
esgotamento do planeta de receber os rejeitos da atividade humana, a 
sustentabilidade começa a ganhar força na construção civil. 
Podemos estabelecer uma relação direta entre a dimensão econômica e a 
energia, pois se gasta dinheiro com a climatização, iluminação e ventilação artificiais, 
e todo esse resultante vem incluso os significativos impacto ambiental. Por isso 
vemos a necessidade da construção de edifícios ambientalmente corretos, não mais 
com a premissa de que eles sejam apenas confortáveis. 
É importante salientar, que de nada vale o edifício ser construído com baixo 
consumo de água e energia durante sua operação, e ate mesmo com baixa geração 
de resíduos e ser um edifício desconfortável e até incomodo em determinados 
períodos. Por outro lado, não é nada aceitável, que se gaste energia e resíduos de 
forma desordenada. Em países do hemisfério norte, a eficiência energética ganha 
bastante destaque, pois seus invernos rigorosos resultam em um consumo de 
energia significativo, principalmente de combustíveis fosseis. 
No Brasil, obras que possuem um o ciclo com enfoque global e equilibrado, 
voltado aos aspectos de sustentabilidade, possuem certificados ambientais, como 
por exemplo, o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) do USGBC 
(Uited States Green Building Council). Essa certificação, é explicita na norma ISSO 
15.392, de 2008, onde estabelece normas para o setor da construção civil. 
Portanto a sustentabilidade engloba quesitos ambientais, sociais e 
econômicos, e se especificarmos para construção de edifícios, o conforto ambiental, 
esta intrinsicamente ligado as dimensões sociais, e qualidade de vida. 
5.2 – Alvenaria estrutural e o meio ambiente 
A alvenaria estrutural, promovida com blocos de concreto é uma tecnologia 
correta, pois pode-se utilizar-se de agregados reciclados de concretos. Ela também 
promove uma redução significativa no custo final da obra, através de eliminação de 
formas e cimbramentos e pela redução do consumo de armadura. 
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Blocos de concreto feitos com agregados reciclados, são uma iniciativa 
ecologicamente correta, e que fortifica as novas legislações ambientais e códigos 
normativos. Porem o uso de materiais reciclados, como entulho de outros blocos, 
podem apresentar contaminantes e substancias deletérias ao emprego da fração 
miúda dos agregados. Também é importante frisar, que uma porcentagem elevada 
de reciclado na mistura, pode ocasionar o aumento de absorção de água e da 
retração por secagem de unidade e diminuir a coesão. Portanto é necessária devida 
atenção em sua produção. 
Butler (2007) cita em seu trabalho, que é necessária uma escolha correta do 
método mais apropriado para a reciclagem, que deve ser proporcional aos resíduos 
gerados. Com uma gestão adequada, evita-se de diferentes tipos de mistura, e é 
possível reduzir a sua inutilidade, com a avaliação das propriedades físicas é 
possível aferir a composição e a qualidade do resíduo, tornando o bloco utilizável ou 
não. 
Outro atrativo na alvenaria estrutural, é que se bem planejada a obra, causam 
menor impacto ao meio ambiente, há menos produção de resíduos sólidos, pois na 
construção evita-se a execução de cortes nas paredes para instalação de 
tubulações, outro atrativo é o menor uso de madeira. 
O desempenho sustentável dos produtos e dos materiais e de execução, são 
de suprema importância, pois garantem qualidade de vida, mesmo com a 
intensificação urbana, garantindo uma melhor habitação. O desafio é transformar a 
demanda pelo desenvolvimento sustentável em oportunidades para criar novos 
mercados e suprir o novo perfil da sociedade em que vivemos. Na imagem 4 é 
possível analisar toda estratégia de uma construção sustentável. 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 4 – Estratégia de uma construção sustentável 
 
 Fonte: CIB,1999. 
5.3 – Alvenaria estrutural e o conforto ambiental 
Para aperfeiçoar a relação entre natureza e o homem, tanto em redução de 
impactos ambientais quanto melhoria de qualidade de vida, o comportamento 
térmico dos edifícios é importante, pois oferece conforto ao usuário e minimiza o uso 
de equipamentos que consumem energia. O desafio é conhecer esse 
comportamento térmico e projetar de maneira eficiente. 
Existem normas que regulamentam o desempenho térmico e a eficiência 
energética dos edifícios, elas consideram características climáticas locais. Podemos 
citar a norma NBR 15575-1, que tem como base o desempenho mínimo do edifício 
durante sua vida útil, e faz com que incorporadoras, projetistas, construtoras, 
fornecedores e usuários fiquem incumbidos de cumprir critérios mínimos de 
desempenho de edificações. 
Na alvenaria estrutural é necessário uma analise dos diferentes tipos de bloco 
utilizados, seu desempenho térmico, característica de clima, planta baixa, orientação 
solar, localização do edifício e simulações computacional. Assim a alvenaria 
estrutural possibilita seu conforto térmico das paredes, caso não seja seguidos os 
critérios de desempenho, blocos de concreto podem se tornar boas respostas 
térmicas. 
Também se faz necessário avaliar o conforto acústico, pois o 
desenvolvimento tecnológico alcançado na construção civil tem deixado a desejar 
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em relação a tal item. O isolamento das paredes, laje, pisos, janelas e portas é um 
ponto critico na construção, pois é um dos itens de maior reclamação de usuários. 
Em blocos de concreto há um considerável conforto acústico, principalmente quando 
a alvenaria é rebocada em ambas as faces. De acordo com DONDÉ (2006), esse 
resultado já esperado, pois as parcelas de ondas acústicas diminuem em superfícies 
lisas, portanto o aumento de massa superficial é fundamental na alvenaria estrutural. 
Um fator que é importante é a resistência de blocos ao fogo, Tanto em blocos 
de cerâmicos, quanto em blocos de concreto é possível ter resultados satisfatórios. 
ROSEMANN (2011) realizou um trabalho com alvenaria estrutural com blocos de 
cerâmica, onde foi possível constatar o bom desempenho ao fogo, principalmente se 
a alvenaria tiver revestimentos de argamassa, e com preenchimento de areia nos 
vazados dos blocos. 
6 – DADOS DA OBRA E VISITA TÉCNICA 
A obra visitada é um residencial (imagem 5) com 5 edifício de 10 pavimentos, 
sendo o 10° andar a caixa d’ água, está localizado na Avenida Pinheiro Machado, 
Bauru-SP. Sua área total é de 10.787 m², o custo da obra esta entorno de 3 milhões 
de reais. 
Imagem 5 – Residencial Pinheiro Machado 
 
Fonte: Autores 
 
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O edifício visitado tem como característica a alvenaria estrutural, com blocos 
de concretos vazados (Imagem 6) 
Imagem 6 – Edifício com sistema de alvenaria estrutural 
 
Fonte: Autores. 
 
Como a alvenaria estrutural não faz o uso de pilares e vigas, o elemento 
estrutural se encontra nos blocos de concreto, sendo que para cada parte da 
estrutura exige um tamanho e uma resistência diferente (Imagem 7). Todos devem 
estar devidamente identificados e aprovados no teste de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 7: Blocos de concreto identificados e aprovados na obra 
 
 Fonte: Autores 
 
Os pontos de graute e os blocos de canaletas recebem ferragem e graute e 
assim é feita a amarração da estrutura. Na obra visitada nospontos de graute 
primeiramente é realizado uma limpeza, depois a aplicação de graute, na imagem 8, 
é possível visualizar a abertura da parede para colocação de graute e as ferragens 
saindo dos blocos. 
Imagem 8 – Ponto de graute e ferragens. 
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Fonte: Autores 
 
A necessidade de ter todos os projetos executivos interligados se faz pela execução 
simultânea na obra, ou seja, ao subir a alvenaria, a elétrica e hidráulica devem 
acompanhar o processo (imagem 9). 
Imagem 9 – Execução simultânea de diversas etapas, como alvenaria, elétrica e 
hidráulica. 
 
 Fonte: Autores 
 
Na obra visitada, as escadarias não possuem ventilação, logo existe um duto com 
janelas para a circulação do ar (imagem 10). 
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Imagem 10 – Duto para ventilação nas escadarias 
 
 Fonte: Autores 
 
A laje na alvenaria é responsável não só pelo desempenho estrutural, mas pelos 
efeitos de suas deformações. Na obra é utilizada a metodologia de com fitas de 
escoramento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 11 - Laje com fitas de escoramento 
 
 Fonte: Autores 
Na imagem 12, estão os alunos que realizaram a visita na obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 12 – Alunos que visitaram a obra. 
 
Fonte: Autores 
 
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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alvenaria estrutural. Escola de Engenharia, UFSC. São Carlos, 2007. 
 
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construtivas em alvenaria. 3° Congresso de Construção, Universidade de 
Coimbra. Coimbra, Portugal, 2007. 
 
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contribuição ao uso. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS, 
1998. 
 
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Universidade Estadual Paulista. Ilha Solteira, SP, 2006. 
 
RICHTER, Cristiano. Alvenaria Estrutural: processo construtivo racionalizado. 
Centro de ciências exatas, UNISINOS. 2010. 
 
PASTRO, Rodrigo Z. Alvenaria estrutural sistema construtivo. Universidade São 
Francisco. Itatiba, 2007. 
 
ROSEMANN, Fernando. Resistencia ao fogo de paredes de alvenaria estrutural 
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Tecnológico, Universidade Santa Catarina. Florianópolis, 2011. 
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DONDÉ, Álisson C.P., Et al. Isolamento sonoro em parede de alvenaria 
estrutural. UFRGS. Porto Alegre, RS, 2006. 
 
 
KALIL, Silva. Alvenaria estrutural. Pontifica Universidade Católica do Rio Grande 
do SUl. Porto Alegre, RS, 2010. 
 
 
RAMALHO, Marcio A., CORREA, Marcio R. S. Projetos de edifícios de alvenaria 
estrutural. São Paulo: Editora Pini Ltda., 2003. 
 
ROMAN, H. Filho S. P. Manual de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos. 
Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABGP8AF/manual-
alvenaria-estrutural>. Acesso em 15 Mai. 2016 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projetos de estruturas de 
concreto - procedimento. NBR 6118, p. 221. Rio de Janeiro, 2003. 
 
SABBATINI, F. H. Requisitos e critérios mínimos a serem atendidos para 
solicitação de financiamento de edifícios em alvenaria estrutural junto a 
caixa econômica federal. Brasilia, DF. 2002. 
 
NASCIMENTO, O. L. Alvenarias. 1ª Ed., Rio de Janeiro, IBS/CBCA, 2002 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Blocos vazados de 
concreto simples para alvenaria sem função estrutural. NBR 7173. Rio de 
Janeiro, 1982. 
 
RAUBER, F. C. Contribuição ao projeto arquitetônico de edifícios em alvenaria. 
Tese de Mestrado, UFSM. Santa Maria, RS, 2005.

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