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Resumo Direito Processual Civil I

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Direito Processual Civil
Professora Andréa Morgado
Aulas: toda segunda-feira
2 avaliações – questões práticas para resolver em sala (consultada, menos online) + avaliação objetiva (sem consulta) em 23/04 e 18/06. Aviso prova objetiva: ler todos os artigos. 
Considerações iniciais
Fase de conhecimento (reconhecimento jurídico) x Fase de Execução (satisfação). Se não é uma, necessariamente será a outra. 
Dentro do processo de conhecimento, há mais de um procedimento. Poderá ter procedimentos especiais e comuns. Fora do CPC tem outros procedimentos especiais (ex. lei do inquilinato, lei do JEC, ação de alimentos, ação monitória, etc.). Quando o ordenamento jurídico coloca à disposição mais de um procedimento, o autor poderá, via de regra, fazer a escolha do que lhe convir. O procedimento mais adequado será, contudo, aquele que tiver previsão especial. Há casos em que o procedimento é único, próprio e desenhado para determinada situação – ex. ação de despejo, embargos de terceiros. 
A ação de conhecimento possui uma classificação que variará a depender do pedido do autor:
Ação Declaratória – declaração/reconhecimento da existência/inexistência/modo de ser de uma relação jurídica/autenticidade ou falsidade de um documento; ex. ação de reconhecimento de paternidade.
Ação Constitutiva – quando o pedido do autor envolver a criação/modificação/extinção de uma relação jurídica; ex. ação de adoção.
Ação Condenatória – quando o pedido do autor for a condenação do réu a uma obrigação de pagar.
Ação Mandamental - quando o pedido do autor for a condenação do réu a uma obrigação de fazer/não fazer/dar; quando se tem o comando judicial “ordem” + “multa” se está diante de uma ação mandamental. Caso a obrigação não seja cumprida, pode ser pedida a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos, transformando a ação em uma ação condenatória de pagar. A multa continua, e poderá ser majorada ou minorada no curso do processo para fins de satisfação da obrigação apenas em relação às parcelas vincendas. Quando a obrigação é mandamental a multa é apenas um incentivo para o cumprimento da obrigação.
Ação Executiva lato sensu – o autor já ganha na sentença: reconhecimento do direito + satisfação do direito reconhecido: ex. ação de reintegração de posse, ação de despejo. Não há necessidade iniciar a fase de execução da sentença pois a sentença já “dá tudo”.
Uma ação poderá ter mais de um pedido e, nessa medida, terá mais de uma natureza, podendo ser declaratória e condenatória; declaratória e mandamental; etc. Ex. ação de consignação em pagamento: ação constitutiva e declaratória.
O juiz está limitado ao pedido do autor, não dando nem a mais nem apreciando menos do que foi pedido. A sentença do juiz refletirá o pedido do autor. Se é pedido a declaração de um direito, a sentença será declaratória e, ademais, poderá ter mais de uma natureza, ex. declaratória – condenatória.
CPC: projeto é de 2009, promulgado em 2015, efeitos em 18/03/2016.
Capítulo de Abertura / Normas fundamentais do Processo Civil
Inafastabilidade da jurisdição – todos tem acesso à jurisdição. Todos têm direito de ação. 
Ênfase à solução consensual dos conflitos – uma sentença não reflete um consenso, é uma imposição. Logo, a melhor decisão é aquela que é fruto de um acordo em que há participação das partes. O primeiro ato (em tese) em um processo é a definição de uma data para a audiência de conciliação. A produção de prova antecipada poderá ser deferida quando se demonstrar que ela favorecerá a celebração de um acordo. Caso seja marcada a audiência de conciliação e uma das partes não comparecerem, poderá ser considerado ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de 2%, tudo para demonstrar que o ato é solene. 
Celeridade – duração razoável (?) para solução de mérito e satisfação do direito.
Boa fé e cooperação entre os sujeitos (autor, réu e juiz) do processo – art. 6º. Ex. credor tem a prerrogativa de indicar na inicial qual bem gostaria de ser penhorado. A ideia é tornar o juiz também mais participativo. Este artigo quebra a “pirâmide” na qual o juiz estaria acima do autor e do réu.
O CPC deve atender aos fins sociais, exigências do bem comum, etc. – art. 
8º.
Contraditório e fundamentação das decisões – art. 9º e 10. Regra: juiz não pode proferir decisão sem antes ouvir as partes, mesmo em caso de matéria sobre a qual ele deva decidir de ofício. Exceção: tutela provisória de urgência – aqui há possibilidade de exigência de caução (probabilidade do direito), tutela da evidência prevista no art. 311, II, III (restituição de algo que tenho em depósito) – aqui não é necessidade de caução (alto grau de probabilidade do direito afirmado); decisão prevista no art. 701 (ação monitória, juiz decide e depois vai ouvir o réu, decisão de natureza mandamental). 
Art. 10 O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício Este artigo completa o sentido do contraditório iniciado no art. 9º.
Ex. ação de indenização por danos morais – fundamentação com base no CDC – juiz acredita que se aplica a teoria da responsabilidade civil (CC/02) – juiz deverá dar despacho abrindo oportunidade para as partes se manifestarem.
Conhecer de ofício não significa decidir imediatamente/de plano, mas sim conhecer sem o requerimento da parte. Contudo, isso não exclui o dever de dar à parte oportunidade para manifestação, em atendimento ao princípio do contraditório.
Artigo 11 Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade interpretar tal artigo em conjunto com o art. 489, § 1º do CPC, na qual elenca as hipóteses em que não há uma decisão fundamentada:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; Ex. “Em nome da boa-fé processual decido...”.
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; Ex. “decisão vestidinho preto” – serve para qualquer coisa, genérica, decisão-padrão; “Ausentes os requisitos para conceder a tutela de urgência, nego”.
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar (enfraquecer, anular, cassar) a conclusão adotada pelo julgador; Argumentos x Fundamentos (é diferente). Elevou a definição de contraditório a um nível superior. Ex. quando há prova pericial em que há produção de laudo pericial, o juiz deverá levar em consideração as manifestações de todas as partes, não podendo se ater apenas ao laudo do perito. O contraditório é mais do que um direito de se manifestar, é um direito de ser ouvido pelo juiz. 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; O juiz deverá relacionar a súmula com os fatos narrados na inicial, fundamentando sua aplicabilidade ou não ao caso concreto.
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Art. 12 Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente (não obrigatoriamente – esvaziou o texto), à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão serão decididos aqueles processos por ordem de chegada. Traz transparência, publicidade, etc. todos os processos conclusos obedeceram uma ordem, dependendo do dia de sua distribuição. A ideia é não julgar o segundo sem julgar antes o primeiro. Essa regra geral comporta exceções - § 2º do artigo. Isso vale para julgamento de processos em quaisquer grau de jurisdição. 
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 14.  A norma processualnão retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada teve significativa importância a partir do início de vigência do novo CPC, hoje não tem mais tanta controvérsia. 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Art. 17.  Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade hoje só é prevista 2 condições da ação – legitimidade e interesse de agir, restando excluída a possibilidade jurídica do pedido. Esta não é mais uma condição da ação, é considerada matéria de mérito. 
No CPC/73, se o autor deduzisse o pedido juridicamente impossível, haveria carência de ações, sendo o processo extinto sem exame de mérito. Era caso de inépcia da inicial. 
O novo CPC adotou uma nova sistemática, ou seja, em casos de impossibilidade jurídica do pedido, como ele passou a ser tratado como matéria de mérito, o processo será normalmente processado e, ao final, o pedido será julgado improcedente. 
O pedido considerado juridicamente impossível, é, de regra, insanável, logo não adiantaria abrir prazo para emendar a inicial. Não há prazo legal para esse caso. Nem a litigância de má fé tira a necessidade de o processo anda. Haverá a instrução normal do processo.
Legitimidade capacidade para ser parte em uma ação. Tem a ver com titularidade.
Legitimidade ordinária o autor é o próprio titular do direito postulado em juízo. 
Legitimidade extraordinária excepcional, somente quando autorizado por lei. Alguém em nome próprio defende direito alheio (sindicatos, associações). 
Legitimidade passiva é aquele que está apto a suportar os efeitos da decisão. 
Obs.: na ausência de legitimidade, em relação ao réu, se o autor ajuíza uma demanda e o réu se diz parte ilegítima, o autor deverá ser intimado para dar-lhe oportunidade de regularizar o problema. Se o autor, no caso, for a parte ilegítima, não há como regularizar, ou seja, não é aberto prazo. Só há possibilidade de regularizar o polo passivo. O artigo previsto está na parte de contestação – art. 338.
Interesse de agir deve ser visto como um binômio: necessidade / utilidade, no sentido de adequação. O autor deve demonstrar que aquela providência reclamada em juízo é necessária e útil.
Ex. portador de um cheque ajuíza ação de cobrança pedido juridicamente impossível, pois deveria ser uma ação de execução de título extrajudicial. É necessário entrar com uma ação de cobrança (fase de conhecimento)? Não. É adequado? Não. Logo, faltaria o interesse de agir. Contudo, nos termos do art. 785 do CPC, a parte pode optar pelo processo de conhecimento (como no caso acima) para obter um título judicial. Nesse caso, terá dois títulos: um judicial (sentença) + extrajudicial (cheque). 
Art. 785.  A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.
Origem do artigo acima: quando o título extrajudicial não contém obrigação líquida, certa e exigível sem dúvida. Antes, era construída toda uma discussão em torno disso, se havia ou não obrigação líquida, certa e exigível. Ex. contrato de empréstimo de bancos. A princípio, era título extrajudicial, contudo, às vezes não havia claramente uma obrigação líquida, certa e exigível. A jurisprudência afirmava que o contrato não era um título extrajudicial. 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL
Arts. 21 a 25 – define quais as ações serão julgadas no território brasileiro. 
Arts. 26 a 41 - define como será praticado determinado ato processual no exterior – cooperação internacional. Ex. carta rogatória, auxílio direto – quando for um ato mais simples. 
Arts. 42 a 66 – define as regras de competência interna. Disribui a competência dentro do território nacional
Arts. 67 a 69 – distribuída a competência interna, ainda assim é possível ser necessário um intercâmbio de informações entre autoridades judiciárias num processo. Ex. carta precatória.
Competência interna (competência territorial)
Regra geral - ação de direito pessoal ou bem móvel – a ação é distribuída no endereço do réu. 
Réu com mais de um domicílio – qualquer deles.
Endereço incerto ou desconhecido o domicílio – onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
Sem domicílio no Brasil – foro do domicílio do autor; autor também residir fora do Brasil - qualquer foro. 
2 ou mais réus com domicílios diversos – qualquer um dos domicílios. 
Exceções:
Ação fundada em direito real sobre imóveis ou Ação possessória imobiliária
– foro de situação da coisa. Aqui a competência é absoluta, ou seja, obrigatoriamente será no foro de situação da coisa. 
Se tiver um bem imóvel onde não se discute propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova, o domicílio será o do réu ou foro de eleição.
Réu incapaz – domicílio do representante (absolutamente incapaz) ou assistente (relativamente incapaz).
 Divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável (a aplicação da competência obedecerá a seguinte ordem sucessiva):
Domicílio do guardião de filho incapaz;
Sem filho incapaz: último domicílio do casal;
Ninguém residir no antigo domicílio – domicílio do réu.
Ação em que se pedem alimentos – domicílio ou residência do alimentando (quem recebe os alimentos). Alimentante – quem oferece os alimentos. 
Obs.: a regra antes do novo CPC era de que a ação era proposta no domicílio da mulher. 
Outras exceções:
Lugar do ato ou gato para a ação:
Reparação de dano
Réu administrador ou gestor de negócios alheios
Domicílio do autor ou do local do fato
Ação de respação de dano sfrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
Critérios de fixação de competência
Absoluta
Matéria / pessoa / funcional (competência hierárquica, leva em consideração a função jurisdicional)
Art. 62.  A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
Aqui a competência não pode ser modificada.
Ex. Ação que envolve a União Federal / menor incapaz leva-se em consideração a competência em razão da pessoa. 
Ex. Reclamação constitucional – leva em consideração a competência em razão da pessoa. 
Relativa
Territorial (dentro do território nacional o CPC diz qual a comarca) / valor da causa
Art. 63.  As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
Aqui a competência pode ser modificada. 
Obs. Causa de até 40 salários mínimos – Juizado Especial – competência em razão do valor da causa. 
Obs.: Competência do juizado comum – art. 3º da lei 9.099 – julgamento de ações de menor complexidade, assim entendidas aquelas que não ultrapassarem 40 s.m. isso significa dizer que causas abaixo ou igual a 40 s.m são de menor complexidade. O legislador presumiu que ações de até 40 s.m são de natureza menos complexa. Contudo, no caso concreto, se a causa não se mostra de menor complexidade, a causa não poderá tramitar sob o rito do juizado especial. Aqui a matéria é de ordem absoluta, e verificada em razão da complexidade (matéria). 
O juizado especial é uma opção da parte. Necessidade de se observar o juizado como um rito especial. 
No juizado especial federal, segue o mesmo raciocínio. 
Passo a passo para se descobrir a competência: 
Primeiro se descobre a competência de justiça (justiça eleitoral, justiça militar, justiça federal, justiça do trabalho ou justiça comum): Justiça comum – competência residual. Se não for nenhuma das outras, será da justiça comum. Para definir a competência da justiça comum, levarei em conta a matéria e/ou a pessoa – critérios de competência absoluta. 
Descobrir a competência originária: ação de 1º ou 2º grau? Utiliza-se o critério de competência funcional. 
Descobrir qual a competênciade foro (descobrir qual a comarca): regra geral de competência territorial domicílio do réu; a não ser que se esteja diante de situações em que a competência é obrigatória, como aquelas de local da coisa (casos em que a competência é absoluta). 
Obs. ação de reintegração de posse – local do imóvel – o código quer o juiz próximo do imóvel, logo a competência é fixada com base no critério funcional (pessoa do juiz). A competência será absoluta. 
Descobrir a competência de juízo (descobrir qual a vara) podem haver varas especializadas (privativas), gerais ou de juizados especiais. Ex.: vara de família (critério de competência: matéria), juizado especial (valor da causa/menor complexidade). 
Incompetência absoluta x relativa
Absoluta – quando não se respeita os critérios matéria, pessoa, funcional.
Relativa – quando não se respeita os critérios valor da causa e território. 
Hoje, as incompetências absolutas são alegadas, a princípio, em preliminar de contestação. Elas podem ser alegadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive, de ofício pelo juiz.
As incompetências relativas, todavia, se não forem alegadas no momento processual oportuno, isto é, na contestação, não poderão mais ser alegadas (opera-se a preclusão). Não poderão ser arguidas de ofício pelo juiz, devendo serem levantadas pelas partes. 
Acolhida a alegação de incompetência (independente ser absoluta ou relativa), os autos serão remetidos ao juízo competente. Na prática, via de regra, quando os sistemas eletrônicos não se comunicam (eproc x p-je), o processo será extinto sem exame de mérito. 
Os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente serão mantidos até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente mesmo que um juiz incompetente profira uma decisão liminar, o juízo competente será obrigado a mantê-la junto com todos os seus efeitos, até que ele profira outra decisão, se for o caso. O juízo competente não é obrigado nem a ratificar nem a retificar. Com o código antigo, o juiz competente era obrigado a anular a decisão liminar e todos os seus efeitos. 
Pode o juiz antes da citação do réu declarar incompetência em razão do foro de eleição com fundamento em cláusula de contrato de adesão ou abusiva? NÃO. Isso não poderá ser reconhecido de ofício. O que será reconhecido de ofício será a ineficácia da cláusula que estabelece o foro de eleição § 3º do art. 63 do CPC:
Art. 63.  As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
[...]
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
Ainda nesse sentido, veja que o § 3º exige um momento para o juiz realizar o reconhecimento de ofício de cláusula abusiva e ineficaz: antes da citação.
Modificação de competência – ações perante juízos distintos
Trata-se sempre de competência relativa, pois a absoluta não admite modificação. 
Conexão / Continência
De regra, quando se tem duas ações conexas ou continentes, há uma relação/interação menor (conexão) ou maior (continência) entre elas. Logo, a possibilidade de decisões conflitantes é maior. A solução, portanto, é a reunião dessas ações para evitar decisões contraditórias. 
Toda reunião de ações decorrente da conexão ou continência, acarreta mudança de competência? Não, podem tramitar no mesmo juízo. 
Conexão duas ou mais ações que contenham o mesmo pedido ou a causa de pedir. 
Elementos da ação: partes, pedido/objeto, causa de pedir (fato + consequência jurídica do fato / fundamento jurídico). 
Quando se identificam os elementos da ação, será possível verificar: 
Litispendência - duas ações com elementos da ação idênticas.
Coisa julgada - ação idêntica – três elementos da ação idênticos. 
Conexão – mesmo pedido ou mesma causa de pedir. Para que se caracterize conexão, basta a identidade de 1 elemento (CPC utiliza o a conjunção alternativa OU).
Regra geral: reunião das ações idênticas para que haja julgamento simultâneo. Exceção: se houver conexão e uma das ações já tenha sido julgada, não haverá reunião das ações. A que ficar pendente de julgamento, será suspensa caso haja recurso em relação à outra, a decisão da que já foi julgada pode ser aplicada à ação pendente de julgamento, etc. 
Haverá conexão entre ação de execução de título extrajudicial e ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico (na execução não há título judicial que poderá conflitar com o título judicial futuro da ação de conhecimento).
Serão reunidas execuções fundadas no mesmo título executivo.
Serão também reunidos processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente mesmo sem conexão. Essa previsão corrobora o fato de que o motivo determinante para a reunião de duas ações pelo instituto da conexão é a possibilidade de haver decisões conflitantes ou contraditórias. 
Obs.: o julgamento de uma ação pode influenciar no julgamento de outra, muito embora não haja pedido e/ou causa de pedir idênticos, ou até mesmo partes. Decisões diferentes x decisões conflitantes ou contraditórias. Ex. ações que tramitam em varas diferentes com julgadores distintos terão duas decisões DIFERENTES. Ex. caso de ações em que envolvam litisconsórcio ativo. Não há, nesse caso, uma obrigatoriedade de reunir as ações. 
Obs.2: pode ser que haja conexão mas não seja necessário reunir as ações, uma vez que não haverá risco de decisões conflitantes ou contraditórias. Ex. ação de reconhecimento de paternidade ajuizada contra cada um dos 5 possíveis pais. 
Continência quando existem duas ou mais ações com mesmas partes, mesma causa de pedir e pedido de uma ou mais abrangente – art. 56 do CPC. 
Ex. ação em que se discute cláusula contratual abusiva. Mesmas partes e mesma causa de pedir (abusividade). O pedido de uma, entretanto, abrange não só a nulidade do contrato em si (pedido restrito), mas a de todo contrato que versar a referida cláusula (pedido mais abrangente).
Método: identificar a ação com pedido mais abrangente para reunir a ação com pedido restrito. Se a ação mais abrangente é a primeira, extingue a segunda (ausência de interesse de agir em relação à ação com pedido mais restrito – método utilizado por juízes antes do novo CPC). Se a ação mais abrangente é segunda, reúne a primeira ação nesta – art. 57 do CPC.
Prevenção
Art. 59.  O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo registro – quando há vara única. Distribuição – quando há mais de uma vara. 
Foro de eleição
Escolha livre pelas partes, observadas as regras de competência territorial.
Ausência de alegação de incompetência relativa
Se o réu não reclamar a incompetência, haverá preclusão, restando consolidada a comarca em que o autor propôs a ação. 
LIVRO III
DOS SUJEITOS DO PROCESSO
TÍTULO I
DAS PARTES E DOS PROCURADORES
CAPÍTULO I
DA CAPACIDADE PROCESSUAL
Art. 70.  Toda pessoa (física) que se encontre no exercício de seus direitos (capacidade plena) tem capacidade para estar em juízo (capacidade jurídica).
O relativamente incapaz será assistido e o absolutamente incapaz será representado.
Pessoas jurídicas – tem capacidade processual desde que devidamente representadas na forma dos incisos do art. 75 do CPC.
Capacidade e representação
São pressupostos processuais. 
Na falta de uma delas, o juiz concederá prazo para regularizar o vício.
Não regularizando o vício:
Se o problema é do Autor – extinção do processo;
Se o problema é do Réu – considerado revel. 
Se o problema é de um terceiro – considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. Ex. chamamento à lide. 
Se o problema ocorrer em grau de recurso: afetará a peça que foi interposta e o relator concede prazo. Não regularizando o vício:
Recorrente: o recurso não será conhecido. 
Recorrido: acarretará no desentranhamento das contrarrazões.Curador especial
Art. 72.  O juiz nomeará curador especial ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único.  A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.
Inciso II – lembrar das espécies de citação. Ou esta será pessoal ou será ficta ou presumida. 
Pessoal feita por meio eletrônico, por correios e o AR volta assinado pelo réu ou por quem tem poderes para tanto, ou quando feita por Oficial de Justiça mediante juntada do mandado assinado.
Presumida: o réu será considerado revel, mas o juiz não pode aplicar a ele os efeitos da revelia, devendo constituir um defensor para o réu. 
Hora certa – quando o oficial de justiça vai por 2 vezes no endereço do réu e ele não se encontra e há suspeita de que ele está se ocultando para não ser citado. 
Edital – publicação em edital. 
Consentimento e citação – Art. 73 CPC
Art. 73.  O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Consentimento obrigatório para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo se cadeados em separação absoluta de bens.
§ 1º: citação obrigatória dos cônjuges para a ação o litisconsórcio passivo é necessário. 
Ações possessórias quando envolvem marido e mulher: participação do cônjuge (autor ou réu) somente em composse (os dois são possuidores – ambos têm a propriedade mas só um tem a posse - diz respeito somente ao autor) ou ato por ambos praticado (diz respeito ao réu).
Tudo isso se aplica à união estável, desde que comprovada nos autos. 
O juiz poderá afastar a necessidade de se comprovar o consentimento do outro cônjuge quando não houver justo motivo ou quando for impossível conceder – art. 74 CPC.
Litigância de má-fé – arts. 79 e 80 – rol meramente EXEMPLIFICATIVO
Art. 79.  Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 80.  Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Penalidade – art. 81
Art. 81.  De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento (não poderá ser inferior a 1) e inferior a dez por cento (não poderá ser superior a 10) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Multa + indenização + honorários de advogado + despesas do processo (cumulativos).
Aplicação da Lei processual no tempo em relação à multa por litigância de má-fé:
1ª teoria: até 1%.
2ª teoria: em 2015 o réu praticou um ato e foi reconhecido judicialmente como litigância de má fé em 2017, por exemplo. Aplica-se o novo CPC > 1% <10%. Majoritária. 
Litisconsórcio – arts. 113-118
Facultativo – necessário – diz respeito à obrigatoriedade ou não de se formar um litisconsórcio.
- facultativo: há possibilidade de se incluir no polo ativo ou passivo. O juiz poderá limitar a quantidade de litigantes para evitar desordem no processo. 
- necessário: há obrigatoriedade por força de lei (art. 73, § 1º) ou pela natureza da relação jurídica. Aqui não há limitação. 
Simples – necessário – diz respeito à decisão judicial.
- simples – quando há comandos judiciais diferentes para cada envolvido.
- unitário – quando o comando judicial for igual para todos. 
Ativo – passivo – múltiplo, plúrima – diz respeito à composição.
Inicial – ulterior – momento em que se dará a formação do litisconsórcio.
- Inicial – se forma ou pelo menos deveria ter sido formado no início do processo. 
- Ulterior – ocorre em casos de falecimento do réu e depois há habilitação de mais de um herdeiro ou, por exemplo, em caso de chamamento à lide. 
O litisconsórcio facultativo poderá ser simples ou unitário.
O litisconsórcio unitário poderá ser facultativo. 
Na maioria das vezes... (?)
TÍTULO III
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
CAPÍTULO I
A regra geral é 1 autor x 1 réu. A partir de litisconsórcio passa a ser exceção e logo depois vem a parte de intervenção de terceiros. 
Para que se possa falar em intervenção de terceiros pressupõe-se a existência de um processo com autor e ré. São as possíveis modalidades de intervenção de terceiros:
Assistência
Denunciação da lide
Chamamento ao processo
Desconsideração da personalidade jurídica
Amicus curiae
No antigo CPC tinha a figura da oposição e da nomeação à autoria. Aquela deixou de ser modalidade de intervenção de terceiros e esta passou a ter outro nome. 
DA ASSISTÊNCIA
O assistente luta pela vitória do assistido ou porque a sua relação jurídica é vinculada àquele, ou a res in iudicium deducta também lhe pertence. De toda sorte, além desses fatores, o assistente intervém porque a decisão proferida na causa entre o assistido e a parte contrária interferirá na sua esfera jurídica. Auxilia o assistido na vitória ou no sucesso da ação. 
Art. 119.  Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único.  A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Não mudou com o novo código. São duas modalidades:
Assistência simples – aqui o assistente da parte principal não pode praticar atos contra a vontade do assistido. Meramente zela pela relação processual. Art. 121.  O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Assistência litisconsorcial – o bem em disputa afeta interesse direto tanto da parte quanto do assistente. Aqui a intervenção é máxima, ou seja, o assistente pode praticar atos inclusive contra a vontade quem está assistindo. 
Requisito: interesse jurídico, seja na vitória do autor, seja na vitória do réu. Se tiver interesse, já é cabível a assistência. 
Além do requisito genérico do interesse jurídico, há dois requisitos específicos para a assistência simples: a) a existência de uma relação jurídica de direito materialentre o assistente e o assistido; e b) a possibilidade de a sentença vir a afetar, ainda que indiretamente, essa relação.
Ex. credor tem interesse jurídico em causa entre o seu devedor e um outro réu. Caso o devedor ganhe a ação, ele terá patrimônio paga satisfazer o credor. 
A impugnação ao pedido de assistência se fundará na ausência de interesse jurídico. Se não houver impugnação no prazo de 15 dias, o pedido será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar, por evidente descabimento da pretensão. Não se admite um veto puro e simples à assistência, porque, havendo interesse jurídico do terceiro, é direito seu intervir no processo como assistente.
Se, todavia, houver impugnação, esta só poderá referir-se à falta de interesse jurídico do terceiro para interferir a bem do assistido. Alegada falta de interesse jurídico – o juiz irá decidir o incidente, sem suspender o processo. 
Da impugnação decorre um procedimento incidental que não deverá prejudicar nem suspender o andamento do processo principal; i.e., o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. O julgamento do incidente provocado pelo pedido de assistência configura decisão interlocutória e, como tal, desafia recurso de agravo de instrumento.
O assistente, a partir do momento que adentra no processo, está sujeito ao ônus da sucumbência. 
Art. 123.  Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
Oposição 
Com o novo CPC passou a ser um procedimento especial.
Art. 682.  Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
É uma ação de um terceiro contra autor e réu de ação originária, com pretensão de reconhecimento de que o titular do bem não é nem o autor nem o réu. Como é ação autônoma, cabe assistência na oposição. 
Consiste a oposição, na ação “pela qual o terceiro ingressa em processo alheio para obter para si, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, excluindo o direito destes. 
Observa-se que, com esse procedimento, o terceiro visa a defender o que é seu e está sendo disputado em juízo por outrem. É medida de livre iniciativa do terceiro, simples faculdade sua, visto que nenhum prejuízo jurídico pode lhe causar a sentença a ser proferida num processo em que não figura como parte. Permanecendo alheio ao processo, jamais se sujeitará à coisa julgada nele formada.
Oposição é ação autônoma, independentemente da ação primitiva, pois, com ela, o oponente quer fazer valer direito próprio, incompatível com o das partes. Dessa forma, a extinção de uma não obsta ao prosseguimento da outra
É uma ação bastante semelhante a de embargos de terceiros. Esta serve para liberar um bem que está indevidamente em constrição judicial (ordem de penhora, sequestro, arresto etc.). Contudo, na oposição, não há ordem judicial de constrição. Se o autor da ação de oposição sustenta que o imóvel penhorado e levado à arrematação é de sua propriedade, a via adequada para infirmar o ato constritivo corresponde aos embargos de terceiro.
Caso seja proferida sentença, ainda haverá possibilidade de ajuizar ação em relação ao bem discutido. Contudo, será uma ação ordinária, e não mais oposição, pois a ação terá como réu somente a parte que se beneficiou daquela ação originária. 
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
A ação originária e a oposição serão julgadas pela mesma sentença (art. 485), situação que contribui para que as duas situações sejam harmônicas, evitando-se contradições. Sob o aspecto formal, a sentença será uma, mas serão julgadas duas lides. Existem situações nas quais não será possível proferir uma sentença única. Como, por exemplo, se dá diante de casos de extinção de uma das causas conexas – a primitiva ou a oposição –, sem resolução do mérito. Contudo, se o juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, deverá conhecer desta em primeiro lugar (art. 686). A ideia aqui é evitar que um determinado bem seja eternamente litigioso. 
A determinação de que primeiro seja julgada a oposição prende-se ao seu caráter prejudicial, derivado da circunstância de que o opoente pretende fazer prevalecer seu direito sobre a pretensão tanto do autor como o do réu. Logo, se for acolhido o pedido do opoente, prejudicadas ficam todas as pretensões deduzidas na ação principal.
Nomeação à autoria art. 339 CPC
Não temos mais como intervenção de terceiros. Com o novo CPC, deverá ser arguida como preliminar de contestação. 
Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear a autoria o proprietário ou o possuidor (CPC 73). Vinha como uma exceção às condições da ação (legitimidade e interesse de agir).
O detentor da coisa alheia, quando demandado judicialmente, tem obrigação de nomear a autoria o proprietário ou possuidor. 
Observe-se que o detentor da coisa alheia não tem legitimidade para compor a ação, visto que não é ele o proprietário ou possuidor (se for o caso) da coisa. Alegando sua ilegitimidade, deverá indicar o verdadeiro proprietário ou possuidor da coisa, que se tornará a parte legítima para a ação em detrimento do detentor de coisa alheia. O polo passivo será, portanto, “consertado”.
Hoje, o réu (incorreto) deverá, em sede de contestação, alegar sua ilegitimidade como preliminar de mérito. Nesta oportunidade, deverá indicar o verdadeiro sujeito passivo da relação jurídica, sob pena de arcar com as despesas processuais + indenização. 
Art. 338.  Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único.  Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.
Art. 339.  Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Com esta medida, o novo Código aboliu a antiga intervenção de terceiro da nomeação à autoria, permitindo que tudo se resolva como mera correção da petição inicial. Caso o autor faça a substituição da parte ilegítima, deverá reembolsar as despesas feitas pelo réu excluído. Da mesma forma, pagará ao procurador da parte ilegítima honorários advocatícios.
O novo Código estabeleceu, ainda, a obrigatoriedade do réu que alegar sua ilegitimidade de indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida em juízo, sempre que tiver conhecimento de quem seja, sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta daindicação (art. 339, caput). 
Se o autor aceitar a indicação, deverá, no prazo de quinze dias, proceder à substituição do réu, reembolsando as despesas e efetuando o pagamento dos honorários advocatícios do procurador da parte excluída (art. 339, § 1º). 
Entretanto, se não aceitar a alegação de ilegitimidade do réu, poderá alterar a petição inicial não para substituir, mas para incluir na lide, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu (art. 339, § 2º) (é o caso, por exemplo, da corresponsabilidade entre preponente e preposto). Nessa hipótese, o processo prosseguirá contra todos os réus indicados pelo autor.
Denunciação da lide
Significa comunicar a um terceiro a existência de uma relação jurídica.
Art. 125.  É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
No Código de Processo Civil atual do Brasil, a denunciação da lide presta-se à dupla função de, cumulativamente, (a) notificar a existência do litígio a terceiro; e (b) propor antecipadamente a ação de regresso contra quem deva reparar os prejuízos do denunciante, na eventualidade de sair vencido na ação originária.
A denunciação da lide consiste em chamar o terceiro (denunciado), que mantém um vínculo de direito com a parte (denunciante), para vir responder pela garantia do negócio jurídico, caso o denunciante saia vencido no processo.
Inciso II – evicção é a perda de coisa mediante ação judicial (?). 
A denunciação da lide é admissível somente nos casos indicados nos incisos acima. 
A denunciação da lide só é obrigatória em relação ao denunciante que, não denunciando, perderá o direito de regresso.
Hipóteses de cabimento de denunciação da lide:
Contrato de seguro. “Promovida a ação contra o causador do acidente que, por sua vez, denuncia à lide a seguradora, esta, uma vez aceitando a litisdenunciação e contestando o pedido inicial se põe ao lado do réu, como litisconsorte passiva, nos termos do art. 75, I, da lei adjetiva civil” (STJ, REsp 670.998/RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4ª Turma, jul. 01.10.2009, DJe 16.11.2009).
● Ação monitória. “Com a oposição dos embargos pelo réu em ação monitória, cessa a fase de cognição sumária, ordinarizando-se o rito procedimental. Faz-se possível a denunciação da lide em sede de embargos à monitória ante eventual direito regressivo por obrigação legal ou contratual” (STJ, REsp 751.450/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 4ª Turma, jul. 10.11.2009, DJe 22.02.2010).
● Embargos de terceiro. “Os embargos de terceiro, por constituírem ação autônoma que visa eliminar a eficácia de ato jurídico emanado de outra ação, comportam denunciação à lide para resguardo de possível risco de evicção” (STJ, REsp 161.759/MG, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, 3ª Turma, jul. 03.05.2005, DJ 13.06.2005).
● Emitente de nota promissória. “Ação movimentada por credor de nota promissória, exigindo indenização de portador, que o recebera para cobrança e deu causa a que fosse extraviada. Condenado o réu a indenizar, ficará sub-rogado nos direitos do credor, podendo voltar-se, regressivamente, contra o emitente do título. Se assim é, incide o disposto no artigo 70, III, do Código de Processo Civil” (STJ, REsp 3.795/ ES, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, 3ª Turma, jul. 26.11.1990, DJ 04.02.1991, p. 573).
6. Hipóteses de não cabimento da denunciação da lide:
● Denunciada com sede no exterior. Inadmissibilidade. “A finalidade do instituto da denunciação da lide é tornar mais céleres as demandas judiciais, em atenção ao princípio da economia processual, não devendo ser utilizado quando isto puder contrariá-lo. Mais ainda quando a denunciada tem sede no exterior, o que certamente ocasionará atraso na solução do litígio e dispendiosa utilização do aparelho judicial” (STJ, AgRg no Ag 148.693/SP, Rel. Min. Waldemar Zveiter, 3ª Turma, jul. 24.03.1998, DJ 17.08.1998, p. 68).
● Ausência de vínculo entre denunciante e denunciado. “Não será admissível quando o reconhecimento da responsabilidade do denunciado suponha seja negada a que é atribuída ao denunciante. Em tal caso, se acolhidas as alegações do denunciante, a ação haverá de ser julgada improcedente e não haverá lugar para regresso. Desacolhidas, estará afastada a responsabilidade do denunciado” (STJ, REsp 58.080/ES, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, 3ª Turma, jul. 19.03.1996, DJ 29.04.1996; RSTJ 84/202).
● “A doutrina assentou entendimento no sentido de que, não havendo relação jurídica entre litisdenunciante e litisdenunciado, não há como se admitir o pedido de denunciação da lide e tal relação entre o litisdenunciante réu e o litisdenunciado terceiro há de existir no plano do direito material” (STJ,REsp 3.814/SP, Rel. Min. Waldemar Zveiter, 3ª Turma, jul. 04.09.1990, DJ 01.10.1990).
Art. 126.  A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131.
Salvo a ocorrência de fato superveniente e relevante, o pedido de denunciação da lide pelo autor deve ser formulado na petição inicial.
Chamamento ao processo
Chamamento ao processo é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito. Com essa providência, o réu obtém sentença que pode ser executada contra o devedor principal ou os codevedores, se tiver de pagar o débito.
A finalidade do instituto é, portanto, “favorecer o devedor que está sendo acionado, porque amplia a demanda, para permitir a condenação também dos demais devedores, além de lhe fornecer, no mesmo processo, título executivo judicial para cobrar deles aquilo que pagar”. O chamamento ao processo é uma faculdade e não uma obrigação do devedor demandado. Segundo a própria finalidade do incidente, só o réu pode promover o chamamento ao processo.
A nova conceituação do contrato de seguro de responsabilidade civil feita pelo Código Civil de 2002 teve importante repercussão sobre a intervenção da seguradora na ação indenizatória intentada pela vítima do sinistro. Pelo art. 787 da atual lei civil, no contrato de que se cuida, a seguradora assume a garantia do pagamento das perdas e danos devidos pelo segurado ao terceiro. Não é mais o reembolso de seus gastos que o seguro de responsabilidade civil cobre. O ofendido tem, portanto, ação que pode exercer diretamente, tanto contra o segurado como contra a seguradora. Havendo, dessa maneira, obrigação direta de indenizar, quando a ação for proposta apenas contra o causador do dano, este, para convocar a seguradora para prestar a garantia contratada, terá de utilizar o chamamento ao processo e não mais a denunciação da lide (CDC, art. 101, II).
Ex. Inciso I: fiador demandado pode chamar o devedor. Contudo, o devedor não chama o fiador.
Ex. Inciso II: autor ajuíza ação contra fiador, mas existem outros 3 fiadores. O fiador já demandado pode chamar os demais para compor a lide.
Ex. Inciso III: Aval. Autor ajuíza ação contra devedor solidário. Este chama os demais devedores solidários para compor a lide. 
Aval x fiança: responsabilidade do avalista é solidária e do fiador é subsidiária. 
Desconsideração da personalidade jurídica
Não regula as hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica, pois tais situações já existem e não estão dentro do CPC. Antes, não havia um procedimento para isso. O novo CPC passou a regular processualmente nos termos dos arts. 133 a 137. Art. 795, § 4º - obrigatoriedade de observação do incidente previsto no CPC. 
Conceito: Conceitua-se a desconsideração da pessoa jurídica como instituto pelo qual se ignora a existência da pessoa jurídica para responsabilizar seus integrantespelas consequências de relações jurídicas que a envolvam, distinguindo se a sua natureza da responsabilidade contratual societária do sócio da empresa” (STJ, REsp 1.141.447/SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3ª Turma, jul. 08.02.2011, Dje 05.04.2011).
O juiz não pode de ofício determinar a desconsideração da personalidade jurídica, somente o acontecendo mediante requerimento da parte ou do MP. 
Possibilidade de desconsideração inversa - A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador.
Cabível: processo de conhecimento, cumprimento de sentença e execução fundada em título executivo extrajudicial. 
Art. 133.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
A lei processual nova previu duas oportunidades para requerer a desconsideração da personalidade jurídica: 
(i) juntamente com a inicial; ou, 
(ii) em petição autônoma, como incidente processual, protocolada no curso da ação. Em qualquer caso, o pedido pode ser feito pela parte ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo (art. 133, caput). 
O requerimento deve demonstrar, ainda, o preenchimento dos pressupostos legais específicos, que, nos termos do art. 50 do CC, são o desvio de finalidade da pessoa jurídica e a confusão patrimonial entre ela e os sócios (NCPC, arts. 133, § 1º, e 134, § 4º).
Segundo o entendimento do STJ, na ausência de previsão legal, o pedido pode ser feito a qualquer momento no processo, não se aplicando os prazos decadenciais para o ajuizamento das ações revocatória falencial e pauliana.
As normas previstas no novo Código são aplicáveis, também, à desconsideração inversa da personalidade jurídica, qual seja, a que atribui à pessoa jurídica responsabilidade por obrigação contraída por sócio ou diretor (NCPC, art. 133, § 2º).
Art. 134.  O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135.  Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136.  Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único.  Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Pode o autor, ao ajuizar a ação, apresentar provas da utilização indevida da personalidade jurídica da empresa e requerer a sua desconsideração, para atingir os bens particulares dos sócios ou administradores responsáveis pelos atos fraudulentos. Nesse caso, o requerente promoverá a citação do sócio ou da pessoa jurídica para integrar a lide e contestar o pedido de desconsideração (art. 134, § 2º). Assim, não será necessária a instauração de um incidente específico, nem mesmo a suspensão do processo, na medida em que a defesa a respeito da desconsideração será apresentada pelos réus com a contestação. De igual forma, as provas eventualmente requeridas serão realizadas durante a instrução processual, devendo o juiz julgar o pedido de desconsideração com a sentença.
Se o requerente não tiver conhecimento da fraude ao ajuizar a ação, o pedido pode ser feito posteriormente, durante a marcha processual, por meio de simples petição em que se comprovem os requisitos legais. Em tal circunstância, a instauração do incidente suspenderá o processo (art. 134, § 3º). 
Ocorrido durante o processo de conhecimento, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica acarretará a inclusão do novo responsável no alcance da condenação. Instaurado no processo de execução ou de cumprimento da sentença, o processo principal ficará suspenso até que o redirecionamento seja autorizado por decisão judicial de procedência do incidente. O procedimento seguirá o seguinte esquema: 
(a) a decisão do incidente, após cumprido o contraditório e respeitada a ampla defesa, declarará a responsabilidade da pessoa alcançada pela desconsideração; 
(b) formar-se-á, assim, o título autorizador da atividade executiva contra o sujeito passivo do incidente; 
(c) será ele intimado a pagar o débito exequendo, em quinze dias, se se tratar de cumprimento de sentença (art. 523), ou em três dias, se for o caso de execução de título extrajudicial (art. 829); 
(d) transcorrido o prazo de pagamento sem que este se dê, proceder-se-á à penhora e avaliação, dando-se curso à expropriação dos bens constritos e à satisfação do crédito do exequente, segundo o procedimento da execução por quantia certa (arts. 824 a 909).
Art. 137.  Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Dispõe o novo Código que a partir do acolhimento do pedido de desconsideração, a alienação ou oneração de bens, havida em fraude de execução, será considerada ineficaz em relação ao requerente. Por acolhimento, a lei não quer dizer decisão de procedência do incidente, mas simplesmente o deferimento do processamento do pedido de desconsideração. Ou seja, antes mesmo que ocorra a penhora, os credores serão acautelados com a presunção legal de fraude, caso ocorram alienações ou desvios de bens pelas pessoas corresponsabilizadas. Como a penhora só será viável depois da decisão do incidente, a medida do art. 137 resguarda, desde logo, a garantia extraordinária que se pretende alcançar por meio da desconsideração. Da mesma forma que se passa com a fraude cometida dentro da execução ordinária, a presunção legal de fraude do art. 137 pressupõe que o sujeito passivo da desconsideração da personalidade jurídica já tenha sido citado para o incidente (art. 792, § 3º). Justifica-se a fixação desse termo a quo pela circunstância de que o sujeito passivo do processo só se integra a ele através da citação. Portanto, só pode fraudar a execução quem dela já faça parte. 
A exigência de prévia citação, porém, só se exige para a configuração da fraude de execução. Se a insolvência dos devedores acontecer em razão de atos alienatórios anteriores ao incidente, será possível cogitar-se de fraude pauliana, se presentes os requisitos da lei civil, o que, todavia, só poderá ser avaliado em ação própria (CC, arts. 158 a 165).
Amicus Curiae
É uma forma de assistência, mas sua participação contribuirá para o resultado de determinada ação, e não uma parte específica. 
Será solicitado ou admitido pelo juiz relator – decisão irrecorrível. O magistrado é livre para decidir acerca da conveniência ou não da intervenção do amicus curiae, desde que exponha suas razões.
Pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada devidamente representada. 
Hipóteses: relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia. 
Uma vez convocado a se manifestar, o amigo do tribunal deve fazê-lo no prazo de quinze dias a contar de sua intimação. Sua intervenção é meramente colaborativa, i. é, não tem por funçãocomprovar fatos, mas sim opinar sobre eles, interpretá-los segundo seus conhecimentos técnicos específicos, a fim de auxiliar o juiz no julgamento do feito. Pela especialidade da intervenção colaborativa, não se há de cogitar de preclusão a seu respeito.
A legislação atual foi expressa em determinar que a intervenção do amicus curiae “não implica alteração de competência”, razão pela qual, ainda que o terceiro seja ente da Administração Pública Federal, não haverá, nos processos afetos a outras justiças, o deslocamento de competência para a Justiça federal. Isso se deve à circunstância de que o interveniente, in casu, não assume a qualidade de parte.
A decisão do juiz relator não autoriza a interposição de recursos – salvo ED e recurso da decisão que julgar o IRDR. 
Poderes definidos pelo juiz ou relator. 
Ministério Público
Ou atua como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
É obrigatória a citação/intimação do MP em alguns processos:
Interesse público
Interesse social
Interesse de incapaz
Litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana
A participação da fazenda pública no processo não caracteriza, por si só, a necessidade de participação do MP. 
Ações de família quando ocorrer interesse de incapaz. Isso não significa que o incapaz tenha que ser parte. 
Prazo em dobro para o MP se manifestar nos autos que terá início a partir de sua intimação pessoal. A ausência de intimação pessoal do MP é causa de nulidade do processo. Intimação é diferente de manifestação, aquela é exigida pelo CPC. Se intimado, e o MP não se manifesta, não há nulidade. Ausente a intimação, é causa de nulidade do processo ou de ato processual que exija a intimação do MP. Esse tipo de nulidade é absoluta (“faça isso, sob pena de nulidade”). 
Obs.: Princípio da instrumentalidade das formas / processo – mesmo que haja ausência de intimação do MP nos casos em que deveria ser intimado (nulidade absoluta), deve ser questionado: há prejuízo para as partes ou para o processo? Caso não haja, não deverá ser decretada a nulidade. O CPC afirma que não será decretada a nulidade sem antes apresentar prazo para o MP se manifestar sobre ela. Tal manifestação vincula a decisão do juiz, ou seja, se o MP manifestar-se pela nulidade, o juiz deverá decretá-la.
Quando houver prazo estabelecido em Lei para o MP (prazo próprio), não se aplica o prazo em dobro. 
DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Os atos processuais são solenes porque, via de regra, se subordinam à forma escrita, a termos adequados, a lugares e tempo expressamente previstos em lei. Realmente, a forma, nos atos jurídicos mais importantes, é sempre instituída para segurança das partes, e não por mero capricho do legislador. O que se pode razoavelmente condenar é o excesso de formas, as solenidades exageradas e imotivadas. 
Ainda quando houver exigência de determinada solenidade, considerar-se-ão válidos os atos que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Para o Código, portanto, as formas que prescrevem são relevantes, mas sua inobservância não é causa de nulidade, a não ser que dela tenha decorrido a não consecução da finalidade do ato.
A sistemática do processo civil é regida pelo princípio da instrumentalidade das formas, devendo ser reputados válidos os atos que cumprem a sua finalidade essencial.
Publicidade dos atos processuais
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
1. Sigilo. Interesse público x interesse privado. “Sendo o sigilo imprescindível para o desenrolar das investigações, configura-se a prevalência do interesse público sobre o privado” (STJ, HC 38.219/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª Turma, jul. 15.03.2005, DJ 04.04.2005, p. 330).
Cláusula geral de negócios processuais e a flexibilização do procedimento
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Possibilidade de as partes convencionarem antes questões processuais. Essas convenções não necessariamente precisam ser redigidas por um advogado.
O novo Código adotou a teoria dos negócios jurídicos processuais, por meio da qual se conferiu certa flexibilização procedimental ao processo, respeitados os princípios constitucionais, de sorte a que se consiga dar maior efetividade ao direito material discutido. Assim é que disciplinou a possibilidade de mudança procedimental pelas partes no art. 190 e seu parágrafo único.
A ideia se coaduna com o princípio da cooperação, que está presente no Código atual, devendo nortear a conduta das partes e do próprio juiz, com o objetivo de, mediante esforço comum, solucionar o litígio, alcançando uma decisão justa, mediante procedimento mais simples e mais adequado ao caso dos autos. 
Crítica: possibilidade de se convencionar sobre deveres processuais (segundo a professora, os deveres processuais de lealdade e boa-fé processual não podem ser negociados).
Não pode convencionar criação de novos ou hipóteses recursais para aquilo que o CPC prevê. É mais fácil convencionar levando em consideração sobre aquilo que não pode convencionar.
O juiz não homologa as convenções, exerce um controle de validade das convenções, recusando-as quando versarem sobre nulidade, inserção abusiva em contrato de adesão ou vulnerabilidade da parte.
O NCPC autoriza o negócio processual sob a forma de cláusula geral, sem, portanto, especificar expressamente os limites dentro dos quais a convenção das partes poderá alterar o procedimento legal. O convencionado entre as partes vinculará o juiz, não cabendo a estas, no entanto, eliminar as suas prerrogativas. Por outro lado, não se reconhece ao magistrado o poder de veto puro e simples. Toca-lhe apenas o poder de fiscalização e controle, de modo a impedir convenções nulas ou abusivas, como explicita o parágrafo único do art. 190.
Ex. convencionar que a citação será válida mesmo que o AR dos correios não volte.
Art. 191.  De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
O novo Código admite que as partes e o juiz, de comum acordo, fixem calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. Esse calendário é útil quando o processo envolva questõesque se submetem a provas em foros distintos ou a perícias mais complexas; haja prazos comuns; etc. O calendário cumpre significativo papel na implementação do princípio de duração razoável do processo e de emprego de meios que acelerem sua conclusão (CF, art. 5º, LXXVIII), pois, uma vez estabelecido, os atos processuais se realizarão nos momentos predeterminados, sem depender de novas intimações.

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