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Memoriais

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20/03/2018
1
PRÁTICA JURÍDICA III
PROF. RENAN MARQUES
AULA – MEMORIAIS
MEMORIAIS
1. Memoriais no procedimento ordinário.
1.1 Considerações iniciais.
- Diante das modificações introduzidas pela lei 11.719/2008 e
objetivando dotar de maior celeridade o procedimento comum de rito
ordinário, o Art. 403 do Código de Processo Penal estabelece que AO
FINAL DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA:
REGRA as alegações finais da acusação e defesa serão ORAIS !
20/03/2018
- O procedimento para alegações finais orais será:
1º) Acusação = 20 minutos, prorrogável por mais 10 minutos;
2º) Assistente de acusação (caso exista) = 10 minutos.
3º) Defesa = 20 minutos, prorrogável por mais 10 minutos.
 Caso tenha existido manifestação do assistente de acusação, a defesa
terá mais 10 minutos para suas alegações.
 Havendo mais de um acusado, o tempo para defesa será computado
individualmente.
EXCEÇÃO  apresentação de alegações finais por MEMORIAIS na
forma ESCRITA.
-As alegações finais por memoriais ocorrerá quando:
o Juiz , considerada a complexidade do caso ou o número de
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente
para a apresentação de memoriais na forma escrita. (Art. 403, § 3º, CP).
Se houver requerimento de diligências consideradas
imprescindíveis. Neste caso, após a realização da diligência as parte
apresentação alegações finais por memoriais (Art. 404, p.único, CPP)
- Percebe-se que os memoriais são uma determinação do juiz, NÃO
havendo escolha pela parte.
- A abertura dos prazos dos memoriais é SUCESSIVO, primeiro há a
apresentação dos memoriais de acusação, depois é que haverá os
memoriais de defesa. (Peça de fácil identificação !!!)
20/03/2018
OBS: No rito sumário, sumaríssimo e no rito do Tribunal do Júri NÃO
existe previsão expressa dos memoriais, deve-se fundamentar em qual
artigo a peça prática ?
 Entende a doutrina e a jurisprudência esta peça prática é
perfeitamente cabível nestes procedimentos, devendo a
fundamentação, por analogia, no Art. 403, § 3º do CPP.
 Apenas o que vai mudar é a indicação da autoridade competente.
1.2 Conteúdo dos memoriais.
- A fundamentação dos memoriais deve ser a MAIS AMPLA POSSÍVEL
pois é a última oportunidade de manifestação da defesa antes da
sentença penal condenatória.
1.2.1 Arguição de preliminares.
- Na arguição de preliminares, não se deve entrar no mérito
propriamente dito da defesa, mas apenas discutir questões formais ou
técnicas, fazendo uma indicação preliminar da matéria.
- ORDEM de arguição (mesmas da resposta à acusação !)
1º) Causas extintivas de punibilidade – Art. 107, CP.
2º) Nulidades - Art. 564 CPP.
3º) Causas de justificação = Causas de exclusão da ilicitude ou
antijuridicidade (Art. 23, CP).
4º) Deve-se buscar qualquer outro defeito que levaria a ocorrência
rejeição liminar da peça acusatória.
20/03/2018
1.2.2 Arguição de matérias que conduziriam à absolvição do acusado –
MÉRITO.
- No caso dos memoriais serão abordadas matérias de mérito que
conduziriam à ABSOLVIÇÃO do acusado nos termos do Art. 386 do
CPP.
- O que a defesa pretende é que seja proferida uma sentença
absolutória própria:
 É a sentença que rejeita a pretensão punitiva de deduzida na
denúncia ou queixa, SEM impor qualquer tipo de reprimenda.
OBS: Sentença absolutória imprópria
É aquela em que o juiz, reconhecendo a existência de um fato típico
e ilícito, bem como sua autoria, deixa de condenar o acusado, tendo
em vista a inimputabilidade por doença mental.
 Neste caso o réu é absolvido, mas comina-se uma medida de
segurança.
- No mérito deve-se alegar algumas das hipóteses de absolvição 
trazidas no Art. 386 do CPP que serão analisadas: 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
 Neste caso, no decorrer da instrução probatória prova-se que na 
verdade o fato NUNCA EXISTIU. 
20/03/2018
II - não haver prova da existência do fato;
 Neste caso o fato criminoso até pode ter ocorrido. Entretanto, a
acusação não conseguiu comprovar sua existência ou materialidade.
Ex. Vítima afirma que foi furtado pelo réu. Mas no decorrer do
processo a acusação NÃO consegue provar que houve efetivamente
um furto.
III - não constituir o fato infração penal;
 Ocorre quando o fato é ATÍPICO, não sendo previsto como crime pela
legislação pátria. Ou seja, não existe um tipo penal para a conduta
narrada nos autos. Até pode ter ocorrido o fato, entretanto, ele não
constitui crime.
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
 Neste caso, no decorrer da instrução criminal fica claro que houve o
crime, mas está provado que que o réu não foi autor ou partícipe do
crime.
Ex. O réu foi acusado de praticar o crime de lesão corporal praticado no
dia 12/01/2010, mas neste mesmo dia o réu não estava no local do
crime, restando provado este fato.
20/03/2018
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
 No decorrer da instrução criminal fica reconhecido que o crime
ocorreu, mas neste caso a acusação NÃO consegue demonstrar que o
réu cometeu o crime como autor ou partícipe. Ou seja, a acusação não
consegue provar de forma inequívoca a coautoria ou participação do
réu.
Ex: Mãe é denunciada junto com o pai pelo crime de homicídio do filho
do casal. Mas a acusação não consegue demostrar a participação da mãe
através de prova testemunhal.
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de
pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal),
ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
 Se tiver tratando de qualquer circunstância que exclui o crime ou
isenta de pena será este o inciso a ser embasado. Neste caso o próprio
inciso traz as hipóteses de exclusão do crime ou de isenção de pena, que
são as seguintes:
•Erro de Tipo (Art. 20 do CP) – exclui o crime.
•Descriminante putativa por Erro de tipo (Art. 20, § 1º, do CP) – isenta de pena.
• Erro de proibição (Art. 21 do CP) – isenta de pena.
• Coação moral irresistível e obediência hierárquica (Art. 22 do CP) – isenta de pena.
•Excludentes da ilicitude do fato (Art. 23 do CP) - exclui o crime.
•Inimputabilidade (Art. 26 do CP) - isenta de pena
•Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, quando o sujeito
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (Art. 28, § 1o , do CP) -
isento de pena.
20/03/2018
OBS: Descriminantes putativas por erro de tipo – Art. 20, § 1º, CP 
(erro de tipo permissivo) 
 As descriminantes putativas derivadas de erro de tipo são aquelas
que recaem sobre um dos elementos de uma causa de exclusão da
ilicitude. Ou seja, o sujeito imagina que estão presentes um dos
elementos de uma excludente da ilicitude que SÓ estão na sua
mente.
 Espécies. (Art. 20 CP)
• Escusável / Inevitável / Invencível – isenta o agente de pena. (Art. 20, § 1º,
CP - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima.)
• Inescusável / Evitável / Vencível – permite punição por crime culposo (Art.
20, § 1º, CP - Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
punível como crime culposo).
Neste caso o agente age dolosamente, porém responderá por crime
culposo, se o fato for punível como crime culposo, é a chamada culpa
imprópria. este
OBS: O rol do inciso VI é um rol exemplificativo, não sendo taxativo,
logo se houver outra causa que exclua o crime isente de pena poderá ser
alegada com base neste artigo.
Ex: Causas de extinção da punibilidade = excluem o crime.
OBS: Coação irresistívelrelaciona-se a coação moral irresistível, tendo
em vista que se houver coação física irresistível há eliminação do dolo e
da culpa, excluindo o crime, e não isentando de pena.
20/03/2018
VII – não existir prova suficiente para a condenação.8)
Esta é uma manifestação do in dúbio pro réu, tendo uma natureza
eminentemente residual. No caso a acusação não consegue
demonstrar peremptoriamente que o réu cometeu crime.
 A condenação do acusado SÓ é admitida se houver prova CABAL,
validamente constituída sob a égide do CONTRADITÓRIO. Se não
houver prova cabal, a absolvição se impõe.
1.2.3 Arguição de matérias subsidiárias que conduziriam a uma melhora
na situação jurídica em caso de eventual condenação.
- A defesa em sede de memoriais deve ser a MAIS AMPLA possível,
razão pela qual deve-se pleitear, subsidiariamente:
Afastamento de qualificadoras;
Afastamento de circunstâncias agravantes;
Reconhecimento de circunstâncias atenuantes;
Reconhecimento de causas de diminuição de pena;
2. Memoriais no rito do tribunal do júri.
2.1 Conteúdo dos memoriais.
2.1.1 Arguição de preliminares.
- Deve-se seguir a mesma ordem de arguição dos memoriais no rito
comum ordinário:
20/03/2018
- ORDEM de arguição (mesmas da resposta à acusação !)
1º) Causas extintivas de punibilidade – Art. 107, CP.
2º) Nulidades - Art. 564 CPP.
3º) Causas de justificação = Causas de exclusão da ilicitude ou
antijuridicidade (Art. 23, CP).
4º) Deve-se buscar qualquer outro defeito que levaria a ocorrência
rejeição liminar da peça acusatória.
OBS: Em relação às nulidades, existem nulidade específicas para o rito
do tribunal do júri, como as seguintes:
Art. 564 do CPP - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia,
com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do
Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade,
nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e
sua incomunicabilidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
20/03/2018
2.2.2 Arguição de matérias que conduziriam à absolvição sumária –
MÉRITO.
- Neste caso serão arguidas matérias do Art. 415 do CPP:
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado,
quando: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
2.2.3 Arguição de matérias subsidiárias.
- No caso dos memoriais no rito do tribunal do júri, poderão haver
teses subsidiárias a serem alegas, tais como:
A) Impronúncia.
- A impronúncia está prevista no Art. 414 do CPP:
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de
indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz,
fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá
ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
 A impronúncia ocorre nas situações em que não existe um lastro
probatório mínimo suficiente para a viabilização da pronúncia, esta só
ocorre se houver indícios suficientes de autoria ou participação +
prova da materialidade do fato (Art. 413, CPP). Neste sentido:
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação.
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do
fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação,
devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e
especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena
20/03/2018
 A sentença de impronúncia extingue o processo SEM RESOLUÇÃO
DO MÉRITO, ou seja, não é uma decisão imutável, sendo admitida
uma nova denúncia ou queixa se houver prova nova:
 Art. 414. Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver
prova nova.
 Provas novas são aquelas que NÃO eram conhecidas no
momento em que a impronúncia foi proferida. Podem, portanto,
ser preexistentes ao ato e o seu reconhecimento se deu em
momento posterior.
OBS: Art. 416 do CPP - Contra a sentença de impronúncia ou de
absolvição sumária caberá apelação.
B) Desclassificação.
- A alegação de desclassificação ocorre nas hipóteses em que o juiz se
convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime que
NÃO seja DOLOSO contra a VIDA e não for competente para o seu
julgamento – Art. 419, CPP. (a matéria já foi vista na resposta à
acusação).
C) Arguição de matérias subsidiárias que conduziriam a uma melhora na
situação jurídica em caso de eventual condenação.
- A defesa em sede de memoriais deve ser a MAIS AMPLA possível,
razão pela qual deve-se pleitear, subsidiariamente:
Afastamento de qualificadoras;
Afastamento de circunstâncias agravantes;
Reconhecimento de circunstâncias atenuantes;
Reconhecimento de causas de diminuição de pena;
20/03/2018
3. Estrutura dos memoriais.
3.1 Endereçamento.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE ... ( Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL
DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE... (Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ... (Regra geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE ... (Crimes da Competência
da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE ... CAPITAL DO ESTADO DE ...
3.2 Qualificação da parte e identificação da peça-prática.
Processo número: (pular 2 linhas)
(Espaço de dois dedos para parágrafo) Nome do réu, já qualificado nos autos do
processo às folhas..., por seu advogado e bastante procurador que a esta
subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal apresentar (sem saltar
linhas)
MEMORIAIS
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
20/03/2018
3.3. Corpo da peça prática.
I. DOS FATOS;
- Deve-se fazer uma exposição resumida dos fatos, colocando as matérias
que são de interesse da defesa que e que evidenciam a existência de
preliminares e matérias de mérito.
II. DAS PRELIMINARES.
- Deve-se apenas fazer a menção da preliminar, para depois aprofundá-
la no mérito, devendo ser seguida a seguinte ordem:
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade.
2º) Art. 564 CPP – Nulidades
3º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude.
4º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência
rejeição liminar da peça acusatória.
III. DO MÉRITO.
- Deve-se alegar todas as matérias que conduziriam à absolvição do
acusado na ordem trazida pelo Art. 386 do CPP ou a absolvição
sumária do Art. 415 do CPP (rito do tribunal do júri).
- Deve-se fazer o aprofundamento das matérias trazidas em sede de
preliminar.
- Deve-se alegar todas as teses subsidiárias possíveis que conduziriam a
uma melhora na situação jurídica em caso de eventual condenação.
20/03/2018
IV. DOS PEDIDOS.
O pedido principal será o de absolvição (Art. 386CPP) ou de
absolvição sumária (Art. 415, CPP).
Exemplo:
Em face do exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição
do acusado, diante da existência do erro de tipo escusável, causa de
exclusão do crime, nos termos do artigo 386, inciso VI, do Código de
Processo Penal.
Os pedidos subsidiários serão a arguição de matérias subsidiárias
que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de
eventual condenação.
Exemplo:
Caso não seja acolhido o pedido acima, o que não se espera, vem
requerer a impronúncia do réu, diante da ausência de materialidade do
crime, nos termos do Art. 414 do Código de Processo Penal.
Na eventualidade de não ser acolhido o pedido acima, vem
requerer que seja reconhecido o homicídio privilegiado por relevante
valor social, causa de diminuição de pena.
Requer, ainda, que seja aplicada a pena no mínimo legal.
- Ao final deve-se pedir o deferimento:
Exemplo:
Nestes termos, pede deferimento.
OBS: NÃO se deve ARROLAR TESTEMUNHAS pois elas já foram arroladas
na resposta à acusação e já foram ouvidas na audiência de instrução e
julgamento ! NÃO se deve requerer a PRODUÇÃO DE PROVAS pois estas
já foram produzidas durante a Audiência de Instrução e Julgamento.
20/03/2018
Comarca... , Data...
Advogado...
OAB Número...
4. Questão Prático Profissional !
(OAB 2014.2 / Peça Prático-Profissional / FGV)
Felipe, com 18 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu
Ana, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e
troca de beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local
trocaram carícias, e Ana, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal
com Felipe. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências,
tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais.
No dia seguinte, Felipe, ao acessar a página de Ana na rede social,
descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze)
anos de idade, tendo Felipe ficado em choque com essa constatação. O
seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência,
da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai
de Ana, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando
o fato.
20/03/2018
Por Ana ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos
de idade, o Ministério Público Estadual denunciou Felipe pela prática de
dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma
do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de
cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da
lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez
preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea “l”, do CP.
O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade
de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de residência do réu. Felipe,
por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu
ao processo em liberdade. Na audiência de instrução e julgamento, a
vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o
hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos.
As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que
não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas de
defesa, amigos de Felipe, disseram que o comportamento e a vestimenta
da Ana eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que
qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos,
e que Felipe não estava embriagado quando conheceu Ana.
O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Ana, por ser
muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua
idade, pois acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas
maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e
vaginal na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária por
ambos.
A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde
afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi
realizada longos meses após o ato sexual. O Ministério Público pugnou
pela condenação de Felipe nos termos da denúncia. A defesa de Felipe
foi intimada no dia 10 de abril de 2014 (quinta-feira).
20/03/2018
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser
inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do
prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)
Gabarito
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA
CRIMINAL DE VITÓRIA DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO
Processo número...
FELIPE, já qualificado nos autos do processo às folhas...,
por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme
procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 403, § 3º do Código de Processo
Penal apresentar
MEMORIAIS
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
20/03/2018
I. DOS FATOS.
O réu foi denunciado pelo membro do Ministério Público pela
prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-
A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal, tendo o MP requerido
o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo
2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez
preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea “l”, do CP, porque a vítima
teria praticado sexo oral e vaginal com o réu, na mesma oportunidade,
de forma espontânea e voluntária, tendo esta 13 anos de idade na época
dos fatos.
Consta dos autos que o réu, com 18 anos de idade, conheceu Ana, a
vítima do presente processo, em um bar onde somente seria permitida a
entrada de pessoas maiores de 18 anos.
Após um bate-papo informal e troca de beijos, o réu e a vítma
decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias,
e a vítima, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com o réu.
Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes
trocado telefones e contatos nas redes sociais.
No dia seguinte, o réu, ao acessar a página da vítima na rede
social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possuía apenas 13
(treze) anos de idade, tendo o réu ficado em choque com essa
constatação.
O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da
cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de residência do réu.
O réu, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa,
respondeu ao processo em liberdade.
Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou
peremptoriamente que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o
hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos.
20/03/2018
As testemunhas de acusação, por sua vez, afirmaram que não
viram os fatos e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as
amigas.
As testemunhas de defesa, amigos de Felipe, disseram que o
comportamento e a vestimenta da Ana eram incompatíveis com uma
menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma
pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Felipe não estava embriagado
quando conheceu Ana.
O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Ana, por ser
muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois
acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18
(dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma
oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos.
Por fim a prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não
pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi
realizada longos meses após o ato sexual.
Ocorre que o réu merece ser absolvido diante da existência manifesta
de erro de tipo essencial escusável,causa de exclusão do crime, diante da
atipicidade do crime de estupro de vulnerável do Art. 217-A do CP, nos termos do
Art. 386, III, do CPP.
II. DO MÉRITO.
II.I DA EXISTÊNCIA MANIFESTA DE ERRO DE TIPO ESSENCIAL
ESCUSÁVEL.
- Fazer fundamentação no sentido de absolvição do réu diante do erro de
tipo escusável, que colimou na atipicidade da conduta. Abordando o
fato de que o réu praticou sexo oral e vaginal com uma menina de 13
(treze) anos, que pelas condições físicas e sociais aparentava ser maior
de 14 (quatorze) anos.
20/03/2018
- Alegar que o tipo penal descrito no artigo 217- A do CP, estupro de
vulnerável, exige que o réu tenha ciência de que se trata de menor de
14 (quatorze) anos, sendo plenamente viável a alegação de erro de
tipo essencial, quando verificado, no caso concreto, a absoluta
impossibilidade de conhecimento da idade da vítima. Na realidade, o
réu acreditou estar praticando ato sexual com pessoa maior de 14
(quatorze) anos, incidindo, portanto, a figura do erro de tipo essencial,
descrita no artigo 20, caput, do CP.
- Fazer fundamentação no sentido de que qualquer pessoa naquela
circunstância incidiria em erro de tipo essencial e como não há previsão
de estupro de vulnerável de forma culposa, não há outra solução senão a
absolvição do réu, com base no artigo 386, III, do CPP.
II.II DA INEXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL DE CRIMES.
- Apenas por cautela, na eventualidade de não ser acolhida a tese de
absolvição, deve o candidato fazer fundamentação no sentido do
reconhecimento de crime único, sendo excluído o concurso material
de crimes.
- Alegar que a prática de sexo oral e vaginal no mesmo contexto
configura crime único, pois a reforma penal oriunda da lei
12.015/2009 uniu as figuras típicas do atentado violento ao pudor e o
estupro numa única figura, sendo o crime do Art. 217-A do Código
Penal, portanto, um crime misto alternativo.
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II.III DA INEXISTÊNCIA DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ
PREORDENADA E DO RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA
MENORIDADE.
- Apenas por cautela, na eventualidade de não ser acolhida a tese de
absolvição, deve o candidato fazer fundamentação no sentido de ser
reconhecida a inexistência da embriaguez preordenada do Art. 61, II, l)
do Código Penal, pois não foram produzidas provas no sentido de que
Felipe se embriagou com intuito de tomar coragem para a prática do
crime,
- Além disso, deve também fazer fundamentação no sentido de ser
reconhecida a presença da atenuante da menoridade, nos termos do
Art. 65, I, Código Penal.
III. DOS PEDIDOS.
Em face do exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição
do acusado, diante da existência do erro de tipo essencial escusável,
causa de exclusão do crime, havendo a exclusão da tipicidade do crime,
nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal.
Apenas por cautela, caso não seja acolhido o pedido acima, o
que não se espera, requer-se a Vossa Excelência, subsidiariamente que:
a) Seja reconhecido o afastamento do concurso material de crimes,
sendo reconhecida a existência de crime único de estupro de vulnerável,
nos termos do Art. 217-A do Código Penal;
b) Seja fixada a pena no mínimo legal, sendo afastada a agravante de
embriaguez preordenada do Art. 61, II, l) do Código Penal, bem como
reconhecida a presença da atenuante da menoridade, nos termos do
Art. 65, I, Código Penal, pois o réu possuía 18 anos na data do fato;
c) Levando em consideração que o réu é primário, tem residência fixa e
bons antecedentes, seja fixado o regime semiaberto para início do
cumprimento de pena, com base no art. 33, § 2º, alínea “b”, do Código
Penal, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 8.072/90
reconhecida pelo STF.
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OBS: Em relação ao último pedido, tenha atenção a decisão do Plenário
do STF no HC 111.840/ES, publicada no DJE no dia 17.12.2013, que
concedeu a ordem para
 remover o óbice constante do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, com
a redação dada pela Lei nº 11.464/07, o qual determina que “[a] pena
por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado“.
 efetuar declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex
nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do
cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou
equiparado.
Nestes termos, pede deferimento.
Vitória, 15 de abril de 2014. 
OBS: A defesa foi intimada no dia 10 de abril de 2014 - quinta-feira, como o
prazo dos memoriais é de 5 dias e pediu-se para protocolar no último dia deve-
se proceder a seguinte contagem:
INÍCIO do prazo – 11 abril – sexta (1 dia); 12 abril – sábado (2 dias); 13 abril –
domingo (3 dias); 14 de abril – segunda (4 dias) e 15 abril – terça (5 dias) – FIM
do prazo.
Advogado...
OAB Número...

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