Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia PARASITOLOGIA Aula 04: Entamoeba hystolitica e amebíases Professora Dra. Luana Faria Silva AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Temas/objetivos desta aula 1. Os protozoários; 2. Protozoários Cavitários 3. Entamoeba sp.; 4. Ciclo biológico das amebas; 5. Patogenia da amebíase; 6. Medidas profiláticas para amebíase. AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Introdução à protozoologia São todos os organismos protistas, eucariotas, constituídos por uma única célula; Apresentam diferentes formas, processos de alimentação, locomoção e reprodução; Uma célula = todas as funções “vitais” para cada função, uma organela celular!; Morfologia da célula: muito variável (cílios? flagelos? esféricos? ovais?) e depende da atividade fisiológica. Protozoários cavitários: Entamoeba histolytica e amebas de interesse médico, Giargia lamblia, Balantidium coli, Trichomonas vaginalis. • CARACTERÍSTICAS GERAIS AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Introdução à protozoologia • CARACTERÍSTICAS GERAIS Gênero - Ameba • Espécies parasitas homem - Entamoeba histolytica (Patogênica) - E. coli (comensal) - E. dispar (colite não-disentérica) intestino - E. hartmanni - E. gengivalis boca AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Introdução à protozoologia Morfologia depende da atividade fisiológica: Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e reproduz por diferentes processos; Cisto/oocisto: são formas de resistência ou inativa – o parasito secreta uma parede bem resistente que o protege quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência (cisto ≠ oocisto porque o segundo é proveniente da reprodução sexuada do protozoário); Gameta: é a forma sexuada que aparece em algumas espécies – microgameta (masculino) e macrogameta (feminino) (não para as amebíases). • MORFOLOGIA DAS FORMAS PARASITÁRIAS DE PROTOZOÁRIOS AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Entamoeba hystolitica – Morfologia São organismos unicelulares que se deslocam por meio de pseudópodes; Há espécies parasitas e outras de vida livre. Entre as de vida livre há espécies que são parasitos oportunistas, podendo infectar eventualmente o homem; Reproduzem-se por divisão simples e formam cistos que asseguram a dispersão no meio ou a passagem de um hospedeiro a outros. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 35 29 02 4 (m o d .) AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Entamoeba hystolitica – Morfologia Trofozoíto: Tem 1 núcleo esférico, com a cromatina justaposta à parte interna da carioteca; Cariossoma central; Emite rápida e continuamente pseudópodes; Movimentação ativa; Citoplasma dividido em ectoplasma (viscoso) e endoplasma (líquido). h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 36 28 83 8 AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Entamoeba hystolitica – Morfologia Cistos Esféricos ou ovais; Paredes refringentes ao MO; 1-4 núcleos; Membrana nuclear mais escura: cromatina; Vacúolos de glicogênio. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 82 68 85 6 AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Entamoeba hystolitica – Ciclo biológico Infecção: ingestão de cistos; Desencistamento: final do íleo e início do intestino grosso; Coloniza o intestino grosso; Trofozoíto alimenta-se de detritos e bactérias; Pode fazer o ciclo patogênico. Ciclo biológico da Entamoeba histolytica. AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Entamoeba hystolitica – Ciclo biológico • Ciclo patogênico do parasito • Quando a ameba invade a mucosa, são produzidas úlceras, sobretudo na mucosa dos cólons; • O parasito invade a circulação (via hematogênese), alcança o fígado, os pulmões, o cérebro e outros órgãos, formando, neles, abscessos amebianos necróticos. AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Entamoeba hystolitica – Ciclo biológico AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebíase – Manifestações clínicas ASSINTOMÁTICA: 80-90% dos caso (Amebíase intestinal não-invasiva). QUADRO NÃO INVASIVO: Colite não disentérica (forma mais frequente): fezes pastosas ou diarreicas (2-4x), com muco, sangue, cólica intestinal superior; raramente há manifestação febril; alternância entre períodos sintomáticos e silenciosos . QUADRO INVASIVO – PATOGÊNICO: Sintomática (Amebíase intestinal invasiva ~ 7 dias após a contaminação com o parasita). Colite disentérica ou colite amebiana: doença aguda acompanhada de cólicas intestinais e diarreia. Dor abdominal; febre; diarreia; tenesmo; melena; fezes com sangue e muco; tremores de frio; evacuações (8-10x); prostração; perfuração intestinal (complicações: perfurações, peritonites, hemorragias, invaginações, amebomas, apendicite amebiana e estenoses). Este quadro é exacerbado em pacientes imunodeprimidos. AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebíase - Diagnóstico CLÍNICO – anamnese do paciente (não patognomônicos); EXAME DE FEZES (3 amostras coletadas em fixador com intervalos de 2-3 dias entre cada coleta): Fezes diarreicas (fase aguda) X Fezes formadas (fase crônica); SUSPEITA DE AMEBÍASE INVASIVA: Exames de imagem (retossigmoidoscopia, Raio-X, ultrassom) e sorológicos (ELISA, RIFI). Trofozoítos (setas) e cisto de Entamoeba hystolitica h tt p :/ /w w w .e ve ry st o ck p h ot o .c o m /p h ot o .p h p ?i m ag e Id =9 68 85 40 & se ar ch Id =a 83 a7 4c 2f 65 56 fb 15 49 ec 46 d 69 47 b 17 3& n p o s= 1 1 e h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d= 3 36 28 95 7 AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebíase – Fatores de risco Áreas tropicais e subtropicais fornecem condições de manutenção dos cistos no ambiente; Assintomáticos são o grande problema disseminam o parasito; Regiões sem tratamento de esgoto; Deficiência no tratamento da água potável; Creches e escolas (disseminação rápida do parasito devido à falta de higiene das crianças); Atividade sexual (rota fecal-oral); Ambientes coletivos hospitalares (contato direto pessoa-pessoa é favorecido e medidas de higiene são difíceis de serem controladas). AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebíase – Controle e profilaxia A infecção acontece através da ingestão dos cistos pessoa-pessoa, no ambiente, na água, nos alimentos. Assim, o controle da doença é dado através de medidas simples, tais como: Identificação dos doentes e tratamento; Higiene pessoal (conhecida como doença das mãos sujas); Educação sanitária; Proteção de alimentos (veiculação de cistos por insetos); Tratamento da água; Saneamento básico. AULA04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebíase – Tratamento Bases medicamentosas: Metronidazol, Furazolidona, Secnidazol Considerações sobre o tratamento: Estes medicamentos possuem gosto desagradável e, por isso, as crianças são resistentes a aceitarem a medicação Não é aconselhado ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento Pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais (vômitos). AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebas de vida livre - Oportunistas Amebas oportunistas são aquelas que, naturalmente, contaminam solo e água mas que, eventualmente, podem infectar o homem e desenvolver, nele, quadros clínicos variados – desde assintomáticos até levar a óbito; Principais espécies: Naegleria fowleri e Acanthamoeba sp.; Amebas são ubiquitárias e podem ser encontradas em lagos e lagoas, piscinas, solos úmidos e esgotos. Já foram isoladas de águas minerais e das fezes de algumas pessoas sem sintomatologia; Estas espécies desenvolvem quadros de meningite que são facilmente confundidas com meningites bacterianas. No entanto, não há bactérias no líquor dos pacientes. Neste, é possível observar os trofozoítos das amebas. AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebas de vida livre — Oportunistas • Naegleria fowleri Os trofozoítas desenvolvem uma fase biflagelada. Produzem cistos; Agente etiológico de meningo-encefalite amebiana primária (MAP); Acredita-se que seja adquirida por contaminação da mucosa nasal com águas onde vivem as amebas. Imunohistoquímica de tecido com meningoencefalite amebiana por Naegleria. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =9 30 51 8 AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebas de vida livre - Oportunistas • Acanthamoeba sp. Produz cistos uninucleados e com dupla membrana que podem ser encontrados nos tecidos parasitados; Produz quadros sintomáticos ou assintomáticos; Quadro clínico se relaciona com o órgão afetado: fossas nasais (ex.: coriza), córnea (ex.: ulcerações), meninges (ex.: cefaleia) e outros; Quadro clínico mais grave: meningoencefalite amebiana granulomatosa – doença crônica rara, com alterações mentais, meningite e hipertensão intracraniana. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 84 61 86 1 AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Amebas de vida livre - Oportunistas • Acanthamoeba sp. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 84 61 85 9 Ceratite – infecção da córnea AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Saiba mais • Artigos sobre amebas de vida livre oportunistas Acesse o artigo de revisão intitulado “Aspectos biológicos das principais amebas de vida-livre de importância médica”, de Calixto et al. (2014). O artigo está em português e disponível em <https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/viewFile/917/v4n2p124- 129.pdf>. Acesso em 12 jun. 2017. O artigo “Isolamento de amebas de vida livre potencialmente patogênicas em poeira de hospitais” (Silva e Rosa, 2003) mostra a ocorrência de amebas de vida livre dos gêneros Acanthamoeba e Naegleria em amostras de poeira coletadas em hospitais de um município de São Paulo. O artigo está em português e disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n2/15293.pdf>. Acesso em 12 jun. 2017. AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Referências bibliográficas • Todas as informações apresentadas podem ser consultadas e conferidas nas obras em referência: • NEVES, David Pereira; MELO, Alan L. de; GENARO, Odair; LINARDI, Pedro M. Parasitologia humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, [s./d.]. • REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2008. • As fontes das imagens que ilustram o ciclo biológico e patogênico das amebas são do livro texto de Parasitologia Médica (REY, L., 2008). As demais estão referenciadas em cada slide e podem ser conferidas em https://commons.wikimedia.org/ . AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia Características e dados epidemiológicos: -Amebíase (agente etiológico, transmissão, patogenia, profilaxia) -Diferença entre as amebas que podem parasitar o homem (Neves, 11° Edição). -Vídeo -Dados estatísticos das infecções amebíases desde 2012 notificadas na cidade de Campo Grande e/ou no estado de Mato Grosso do Sul. (dados por bairro, região e estado) Trabalho - dinâmica AULA 04: ENTAMOEBA HYSTOLITICA E AMEBÍASES Parasitologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Apresentar os protozoários do gênero Giardia, Balantidium e Trichomonas. Ciclo biológico e patogenia da giardíase, balantidíase e trichomoníase. Medidas profiláticas da giardíase, balantidíase e trichomoníase. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
Compartilhar