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AULA 1 (2)

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AULA 1 
CONTABILIDADE SOCIAL 
INTRODUÇÃO 
A Contabilidade Social congrega instrumentos 
de mensuração capazes de aferir o movimento 
da economia de um país num determinado 
período de tempo: 
 quanto se produziu? 
 quanto se consumiu? 
 quanto se investiu? 
 quanto se vendeu para o exterior? 
 quanto se comprou do exterior? 
 
INTRODUÇÃO 
Mas por que medir tudo sob a forma de 
contas? 
 Por que fazer uma contabilidade? 
 A resposta para tais questões passa pela 
própria história do pensamento econômico, 
especialmente pela evolução da 
macroeconomia. 
 
 A macroeconomia, em especial, trabalha numa dimensão 
macroscópica, com variáveis sempre agregadas. 
 
INTRODUÇÃO 
 A ciência econômica nasceu ao final do 
século XVIII, e preocupava-se com o 
crescimento econômico e a repartição do 
produto social. 
Escola Clássica 
 Adam Smith (1723-1790) 
 David Ricardo (1772-1823) 
 John Stuart Mill (1806-1873) 
 Jean Baptiste Say (1767-1832) 
INTRODUÇÃO 
Com a chamada revolução marginalista, 
iniciada no final do século XIX, a preocupação 
com o nível agregado perde forças, e a 
dimensão microeconômica passa a predominar. 
 preocupação com o comportamento dos 
agentes 
 preocupação com o nível agregado 
sobrevivia na idéia do equilíbrio geral 
 século XX: idéia do equilíbrio parcial 
INTRODUÇÃO 
 A Macroeconomia encontra seu berço na 
obra de John Maynard Keynes (1936), 
intitulada Teoria Geral do Emprego, do Juro e 
da Moeda. 
 
 É a partir da Teoria Geral de Keynes que 
ganham contornos definitivos os conceitos 
fundamentais da contabilidade social, bem 
como a existência de identidades no nível 
macro e a relação entre os diferentes 
agregados. 
INTRODUÇÃO 
A obra de Keynes indica aos 
economistas: 
o que medir em nível agregado. 
como fazê-lo. 
 A revolução keynesiana conferiu aos 
economistas a capacidade de verificar o 
comportamento e a evolução da economia de 
um país numa dimensão sistêmica. 
 
INTRODUÇÃO 
 Princípio das Partidas Dobradas 
A um lançamento a débito, deve sempre 
corresponder um outro de mesmo valor a 
crédito. 
 
 Equilíbrio Externo 
Necessidade de equilíbrio entre todas as 
contas do sistema. 
INTRODUÇÃO 
 Escolhida a contabilidade como o instrumento 
por excelência de aferição macroscópica do 
movimento econômico, tudo se passa como se a 
economia de todo um país pudesse ser vista 
como a de uma única grande empresa. 
 
 A contabilidade social não se reduz ao sistema de 
contas nacionais, mas também integram esse 
conjunto o balanço de pagamentos e as contas 
do sistema monetário. Também engloba 
indicadores de distribuição de renda, indicadores 
de desenvolvimento (IDH) e a comparação 
desses indicadores entre diversos países. 
 
INTRODUÇÃO 
 Quanto à contabilidade nacional, é a partir 
do ano 1940 que se avolumam os esforços 
para mensurar todos os agregados 
necessários e desenhar logicamente o 
sistema. 
 
 No Brasil, as contas nacionais começaram a 
ser elaboradas em 1947 pela Fundação 
Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, passando 
em 1986 para o IBGE. 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 Produto 
 Renda 
 Consumo 
 Poupança e Investimento 
 Absorção 
 Despesa 
 
PRODUTO = ÓTICA DA DESPESA 
 Valor de mercado da produção de bens e serviços 
finais da economia em um determinado período de 
tempo. 
 
 Inclui todas as unidades produtoras da economia: 
 Empresas públicas e privadas 
 Trabalhadores autônomos 
 Governo 
 
ÓTICA DA DESPESA 
 Exemplo 
 Economia hipotética H, fechada (não 
realiza transação com o exterior) e sem 
governo 
 existem quatro setores, cada um com uma 
empresa: 
- produção de sementes (setor 1) 
- produção de trigo (setor 2) 
- produção de farinha de trigo (setor 3) 
- produção de pão (setor 4) 
 
ÓTICA DA DESPESA 
Exemplo 
Situação 1 
- Empresa do setor 1 produziu sementes no 
valor de $ 500 e vendeu-as para o setor 2 
- Empresa do setor 2 produziu trigo no valor 
de $1500 e vendeu-o para o setor 3 
- Empresa do setor 3 produziu farinha de trigo 
no valor de $2100 e vendeu-a para o setor 4 
- Empresa do setor 4 produziu pães no valor 
de $2520 e vendeu-os aos consumidores. 
 
ÓTICA DA DESPESA 
Exemplo 
Produto da economia H na situação 1 
- sementes no valor de $ 500 
- trigo no valor de $1500 
- farinha de trigo no valor de $2100 
- pães no valor de $2520 
Valor Bruto da produção (valor de tudo que 
foi produzido, inclusive o consumo 
intermediário): $6620 
 
ÓTICA DA DESPESA 
 Valor de mercado produção de bens e serviços 
finais da economia em um determinado período de 
tempo. 
 Evitar dupla contagem 
 
 Consumo Intermediário = Insumos = “Matérias-
primas” = fatores de produção = terra, capital e 
trabalho. 
 
ÓTICA DA DESPESA 
 PRODUTO = VBP (Valor Bruto da Produção) – CI 
(Consumo Intermediário) 
 PRODUTO = 6.620 – 4.100 = 2.520 
A ótica da despesa ou ótica do dispêndio avalia o produto de uma 
economia considerando a soma dos valores de todos os bens e 
serviços produzidos no período que não foram destruídos (ou 
absorvidos como insumos) na produção de outros bens e 
serviços. 
 PRODUTO  O valor de todos os bens finais da 
economia produzidos num determinado período de 
tempo  Dispêndio, gasto. 
 A economia H demandou a produção de pães 
nesse valor. Para produzir, quais tipos de bens a 
economia despendeu? 
ÓTICA DA DESPESA - ESTOQUES 
 
Todo bem que, por sua natureza, é final deve 
ter seu valor considerado no cálculo do valor 
do produto, mas nem todo bem cujo valor 
entra no cálculo do produto é um bem final por 
natureza. 
 
EXEMPLO 2 
Situação 2 
- Empresa do setor 1 produziu sementes no 
valor de $ 500 e vendeu-as para o setor 2 
- Empresa do setor 2 produziu trigo no valor 
de $1500 e vendeu-o para o setor 3 uma 
parcela equivalente a $1000, ficando com uma 
quantidade de trigo no valor de $500. 
- Empresa do setor 3 produziu farinha de trigo 
no valor de $1400 e vendeu-a para o setor 4 
- Empresa do setor 4 produziu pães no valor 
de $1680 e vendeu-os aos consumidores. 
 
ÓTICA DA DESPESA - COM ESTOQUES 
 Qual o valor do produto dessa economia nessa 
nova situação? 
 Apesar do trigo não ser um bem final e sim um bem 
intermediário, ele foi produzido e ainda não foi 
consumido (ou destruído) na produção de outro 
bem, logo ele é considerado no cálculo do valor do 
produto. 
 Produto = 1680 + 500 = 2.180 
PRODUTO = ÓTICA DO PRODUTO 
- setor 1 produziu sementes no valor de $500 
sem se utilizar de nenhum insumo 
- setor 2 produziu trigo no valor de $1500, 
utilizando-se sementes que havia adquirido no 
valor de $500 
- setor 3 produziu farinha de trigo no valor de 
$2100, utilizando-se do insumo trigo, 
adquirido ao valor de $1500 
- setor 4 produziu pães no valor de $ 2520, 
utilizando-se do insumo farinha de trigo, 
adquirido ao valor de $2100. 
 
PRODUTO = ÓTICA DO PRODUTO 
Então, o produto (ou valor adicionado) de cada 
setor será: 
 Setor 1: $500 
 Setor 2: $1500 - $500 = $1000 
 Setor 3: $2100 - $1500 = $600 
 Setor 4: $2520 - $2100 = $420 
 
 Produto total ou valor adicionado total: 
$2520 
ÓTICA DO PRODUTO 
Pela ótica do produto, a avaliação do produto total da 
economia consiste na consideração do valor efetivamente 
adicionado pelo processo de produção em cada unidade 
produtiva. 
 
 Logo, Produto Ξ Dispêndio 
PRODUTO = ÓTICA DA RENDA 
 Conceito: renda é remuneraçãode fator de produção 
 Fatores de produção 
 Terra 
 Capital 
 Trabalho 
 Tipos de Renda 
 Salários (renda do trabalho) 
 Juros (renda do capital financeiro) 
 Aluguel (renda do capital físico) 
 Renda de arrendamentos (renda da terra) 
 Lucros (renda do capital dos acionistas) 
 
ÓTICA DA RENDA 
 Qualquer produção (do que quer que seja) 
demanda, além da matéria-prima e de 
outros insumos, o consumo de fatores de 
produção. 
 
 No exemplo, consideremos a existência de 
apenas dois fatores de produção: trabalho e 
capital. É entre capital e trabalho que deve 
ser repartido o produto gerado pela 
economia. 
 
ÓTICA DA RENDA 
SETORES SALÁRIOS LUCROS RENDA 
NACIONAL 
SETOR 1 $400 $100 
SETOR 2 $800 $200 
SETOR 3 $480 $120 
SETOR 4 $336 $84 
TOTAL $2.016 $504 $2.520 
ÓTICA DA RENDA 
 
 
 
Pela ótica da renda, podemos avaliar o produto gerado pela 
economia num determinado período de tempo, 
considerando o montante total das remunerações pagas a 
todos os fatores de produção nesse período

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