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A farmacocinética e farmacodinâmica são conceitos distintos

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A farmacocinética e farmacodinâmica são conceitos distintos. A farmacocinética é o estudo do caminho que o medicamento faz no organismo desde que é ingerido até que é excretado e a farmacodinâmica é o estudo da interação deste medicamento com o local de ligação, que vai ocorrer durante este caminho.
Farmacocinética
A farmacocinética consiste no estudo do caminho que o medicamento vai fazer a partir do momento em que é administrado até ser eliminado, passando por processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Neste caminho, o medicamento vai encontrar um local de ligação.
1. Absorção
A absorção consiste na passagem do medicamento do local onde é administrado, para a circulação sanguínea. A administração pode ser feita via enteral, o que significa que o remédio é ingerido através da via oral, sublingual ou via retal, ou parenteral, o que significa que o remédio é administrado via intravenosa, subcutânea, intradérmica ou intramuscular. 
2. Distribuição
A distribuição consiste no caminho que o medicamento faz depois de atravessar a barreira do epitélio do intestino para a corrente sanguínea, podendo estar na forma livre, ou ligado às proteínas plasmáticas, podendo depois atingir vários locais:
Local de ação terapêutica, onde vai exercer o efeito pretendido;
Reservatórios teciduais, onde vai ser acumulado sem exercer efeito terapêutico;
Local de ação inesperada, onde vai exercer uma ação indesejada provocando efeitos colaterais;
Local onde são metabolizados, podendo aumentar a sua ação ou serem inativados;
Locais onde são excretados.
Quando um medicamento se liga às proteínas plasmáticas não consegue atravessar a barreira para atingir o tecido e exercer ação terapêutica, por isso um medicamento que tenha alta afinidade para estas proteínas, vai ter uma menor distribuição e metabolismo. No entanto, o tempo de permanência no organismo vai ser maior, porque a substância ativa demora mais tempo a chegar ao local de ação e a ser eliminado.
3. Metabolismo
O metabolismo ocorre em grande parte no fígado, podendo acontecer o seguinte:
Inativar uma substância, que é o mais comum;
Facilitar a excreção, formando metabólitos mais polares e mais hidrossolúveis de forma a serem eliminados mais facilmente;
Ativar compostos originalmente inativos, alterando o seu perfil farmacocinético e formando metabólitos ativos.
O metabolismo de medicamentos também pode ocorrer com menos frequência nos pulmões, rins e glândulas adrenais.
4. Excreção
A excreção consiste na eliminação do composto através de várias estruturas, principalmente no rim, em que a eliminação se faz pela urina. Além disso, os metabólitos também podem ser eliminados através de outras estruturas como o intestino, através das fezes, o pulmão caso sejam voláteis, e a pele através do suor, leite materno ou lágrimas.
Vários fatores podem interferir com a farmacocinética como a idade, sexo, peso corporal, doenças e disfunção de certos órgãos ou hábitos como fumar e beber álcool, por exemplo.
Caso clinico
Paciente H.M, diabética, faz uso constante do GLIBENCLAMIDA como antidiabético, após sentir dores como cristais nas articulações, artrite inflamatória, inchaço, vermelhidão, dor e rigidez, suspeita de Gota, doença caracterizada pela elevação do ácido úrico no sangue, toma FENILBUTAZONA, antiinflamatório não esteróide. Alguns dias depois ao fazer exames de rotina, percebe que sua glicemia está alta. O que pode ter acontecido?
R-A fenibutazona possui maior afinidade com a albumina, isso faz com que ela desloque a glibenclamida, acupando maior parte dos sítios, o que faz com que sua porcentagem livre aumente e por isso, a ação do antidiabético é reduzida e o nível de glicemia sobe.
  L.V, 32 anos é levado até um hospital apresentando sinais de desidratação. O paciente relata que faz uso do diurético Hidroclorotiazida, seguindo a posologia adequada. O histórico do paciente indica Hepatite C. Os exames laboratoriais indicaram altos níveis séricos das enzimas hepáticas AST (aspartato aminotransferase) e ALT (alanina aminotransferase) e olhos levemente amarelados (sinal de altos níveis de bilirrubina). Considerando o processo de biotransformação de um fármaco, responda: Porque o paciente apresentou esse efeito colateral do fármaco (desidratação) mesmo quando este foi usado em sua dosagem terapêutica?
O paciente apresenta sinais clínicos de doença hepática (marcadores plasmáticos de função hepática alterados – AST e ALT; e olhos amarelados – o acúmulo de bilirrubina é sinal de que o fígado não está bem, já que a bilirrubina é metabolizada/excretada pelo fígado.
A hidroclorotiazida é um fármaco de metabolismo hepático (fígado). Se o fígado está doente, a capacidade de metabolizar qualquer coisa é reduzida. Se eu não consigo metabolizar, eu não torno o fármaco mais polar, e portanto a eliminação é reduzida. Se eu elimino menos uma dose de hidroclorotiazida, ela acumula e atinge concentrações maiores do que eu tinha previsto inicialmente. Isso pode levar a níveis tóxicos e o aparecimento de efeitos adversos (desidratação).
Farmacodinâmica
A farmacodinâmica consiste no estudo da interação dos fármacos com os seus recetores, onde exercem o seu mecanismo de ação, produzindo um efeito terapêutico. 
1. Local de ação
Os locais de ação são os locais onde as substâncias endógenas, que são substâncias produzidas pelo organismo, ou exógenas, que é o caso dos medicamentos, interagem para produzir uma resposta farmacológica. Os principais alvos para a ação das substâncias ativas são os recetores onde se costumam ligar substâncias endógenas, canais iônicos, transportadores, enzimas e proteínas estruturais.
2. Mecanismo de ação
O mecanismo de ação é a interação química que uma determinada substância ativa exerce com o recetor produzindo uma resposta terapêutica.
3. Efeito terapêutico
O efeito terapêutico é o efeito benéfico e desejado que o medicamento provoca no organismo quando administrado.
.F.M. estava viajando no banco do passageiro de um automóvel, enquanto administrava um colírio de pilocarpina para tratamento do glaucoma. Durante a administração o carro se envolveu em um acidente. O frasco do colírio se rompeu liberando seu conteúdo sobre o rosto de V.F.M., e o impacto do acidente causou uma série de escoriações e lacerações no rosto de V.F.M.
a.       Quais sintomas sistêmicos são esperados pela superdosagem sistêmica de pilocarpina e como podem ser combatidos?
Redução na frequência e força cardíacas e vasodilatação, com consequente queda intensa da pressão arterial. Sudorese, salivação excessiva, aumento da secreção gástrica, peristaltismo intestinal (pode gerar desconfortos abdominais), broncoconstrição e aumento da secreção brônquica. Contração da pupila. Contração dos músculos da parede da bexiga e relaxamento do esfíncter da bexiga
 
Se o paciente for hipertenso (e usar anti-hipertensivos) a queda de pressão pode ser perigosa, pois mecanismos fisiológicos de barorreflexo podem estar bloqueados. Se a pessoa for asmática, pode ter um ataque agudo de asma. Se a pessoa tiver úlcera, pode ter dor ou apresentar piora da doença pelo aumento de produção de ácido. Pode ocorrer diarreia. Pode haver dificuldade na acomodação visual, portanto uma visão “borrada”. Paciente pode urinar de forma descontrolada.
 
Todos esses efeitos podem ser antagonizados na emergência por injeção subcutânea ou intravenosa de atropina

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