Buscar

FILOSOFIA E ÉTICA - AV1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Aula 1 - conceito de ética e a definição de filosofia
1. Identificar os conceitos ética e filosofia;
2. Reconhecer a noção de ética a partir de um caso prático.
Introdução
Quando pensamos em como nos comportamos diante das situações que envolvem e afetam nossos semelhantes, deparamo-nos com normas que guiam nossas ações para a realização do que é verdadeiro, digno e correto.
Circunstâncias especiais podem nos levar a rever uma promessa (quando vivemos uma situação de desespero, por exemplo), ocultar a traição de alguém conhecido (quando ela é o único meio de sobrevivência de quem a cometeu, por exemplo), ou omitir informações (não revelarmos a um conhecido seu estado terminal de saúde, por exemplo). A esta reflexão que nos leva a decidir que juízos ou ponderações devem nos orientar numa situação e a justificarmos a decisão tomada, chamamos reflexão ética. 
Aristóteles
Para Aristóteles “toda ação humana está orientada para a realização de algum bem, ao qual estão unidos o prazer e a felicidade”.
Para ele o campo ético deve investivar as caracterísicas do bem, da perfeição e da felicidade que são atribuidas ao homem, com o fim de ajustá-los à orientação pratica da conduta humana.
Ele condena tanto os prazeres sensíveis quanto a posse das riquezas. Ser ético segundo ele significa viver conforme manda a razão, voltando-se para a obtenção do bem e alcançando as ''virtudes''.
A) virtudes éticas - virtudes do costume, hábito ou tendências que são as que ordenam a vida em sociedade sob forma de justiça, amizade, valor.
B) Virutdes intelectuais (ou dianoéticas) - sabedoria e prudência
Ética e Moral
Sánchez Vázquez (2002, 23) define a ética como “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”.
Sánchez Vázquez (2002, 84), “a moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.
Para Lalande (1999,705), a conceituação de moral abrange: 
(a) os costumes, ou “regras de conduta admitidas numa sociedade determinada”, sendo a observação e constatação de seu conjunto e os juízos sobre os mesmos o que se entende por “realidade moral”; 
(b) o “estudo filosófico do bem e do mal”; 
(c) o “conjunto das regras de conduta admitidas numa época ou por um grupo de homens”; 
(d) o “conjunto das regras de conduta tidas como incondicionalmente válidas”.
Perguntas:
A pólis grega (cidade-Estado) contribuiu para o surgimento da filosofia no sentido de:
 Rª Possibilitar a superação do mito pelo pensamento filosófico; estimular a explicação do mundo com a base na razão.
O Inicio da decadência política da Grecia, foi em consequência da expansão do Imperio ... Rª Macedonio
SEGUNDO ARISTÓTELES, A ÉTICA FOCALIZA OS SEGUINTES TEMAS NA INVESTIGAÇÃO DO COMPORTAMENTO MORAL:
Rª O BEM, A FELICIDADE E A VIRTUDE.
Aula 2: Ética: a ciência da moral
1. Reconhecer as características que compõem o campo ético, aprofundando o que diferencia a ética da moral; 
2. Identificar o que faz a ética ser concebida como um conhecimento científico sobre a moral.
Introdução
Antigamente, os comercias de cigarro, como o que você viu no vídeo, associavam a imagem do produto aos sentimentos de liberdade, sucesso, riqueza, beleza etc. Hoje você já sabe que é proibida a veiculação de anúncios de cigarro na televisão. Tal decisão corresponde a uma reflexão ética colocada em prática.
O campo da ética
O estabelecimento de valores e princípios para um comportamento, ou normas gerais de ação, sugere a reflexão sobre as características do campo ético. Seu sentido não se reduz, no entanto, à idéia de que toda ação moral contenha princípios e valores, orientando-nos a agir de uma certa maneira. 
Ética e moral: quem é quem?
A ética não é localizada em um determinado momento da história e da humanidade, mas sim é atemporal, considerada na sua totalidade, diversidade e variedade: “A ética (...) toma como ponto de partida a diversidade de morais no tempo, com seus respectivos valores, princípios e normas. Como teoria, não se identifica com os princípios e normas de nenhuma moral em particular e tampouco pode adotar uma atitude indiferente (...) diante delas. Juntamente com a explicação de suas diferenças, deve investigar o princípio que permita compreendê-las no seu movimento e (...) desenvolvimento” (Sánchez Vázquez, 2002:21-2).
O que é atemporal: O que transita no tempo sem necessariamente pertencer ao passado, futuro ou presente.
Ética: a ciência da moral
Não se identificando com princípios morais, mas não sendo indiferente a eles, o campo ético, conduzindo à compreensão racional de aspectos efetivos, reais, das atitudes humanas, não se confunde com a moral propriamente dita. Esta compõe-se de normas ou regras de comportamento, não sendo a ética responsável pelo estabelecimento das mesmas em sociedade. 
Case Tylenol - Entendendo o caso a partir da distinção entre ética e moral
Sob ótica econômica - seria melhot manter o produto nas prateleiras, afinal a empresa não era responsável pela contaminação e uma ocorrência isolada não minimizava o valor do produto para a maioria dos consumidores.
Imagem da Empresa - a preocupação com o cliente era o alco central da política da empresa, enfatizando a segurança, qualidade e confiabilidade do produto. Não sendo este mais confiável qualquer atitude qye sugerisse um interesse maior no lucro em detrimento da segurança dos consumidores minimizaria a forma desses três valores.
Opinião do gestor - ''Cremso que nossa primeira responsabilidade é para com os médicos, enfermeiras, pacientes, mães e pais e todos que utilizam nossos produtos ou serviços. Para atender as suas necessidades, tudo o que fazemos deve ser da mais alta qualidade.'' Duas atitudes marcavam esse pensamento:
(1) agir segundo o que era certo e digno - reação moral
(2) integrar a preocupação econômica a confiabilidade do medicamento - comportamento ético.
Benefícios ao longo prazo - ao ser relançado o medicamento voltou a ser lucrativo, pois os consumidores sentiram-se mais confiantes em utilizá-lo. A crise veio testar se a confiança tinha um significado real para a empresa. Apesar da incerteza sobre o sucesso financeiro com o recolhimento e relançamento do produto, a empresa agui corretamente, respoeitando o imperativo de qualidade com os usuários de seus serviços.
Reação moral e comportamento ético... Encerrando o caso
Vamos retomar alguns conceitos que você já viu:
MORAL - sistema de normas, princípios e valores que regula o comportamento individual e social dos homens. O domínio moral abrange valores que têm o poder de regular, em qualquer momento da história, as ações dos homens em sociedade.
ÉTICA - explica e investiga uma determinada realidade ao formular conceitos sobre a mesma, para que possamos decidir como devemos nos orientar numa situação e justificarmos a decisão tomada
Voltando para o caso da Johnson & Johnson, vemos a presença de um componente moral na estratégia assumida pela empresa, pois ela agiu de acordo com o que achava correto e digno. Compreendemos também que a empresa agiu eticamente ao recolher e relançar o produto, reagregando um valor – CONFIANÇA – ao mesmo.
O sujeito moral age bem ou mal na medida em que acata ou transgride a fixidez de normas, princípios ou valores morais. Já a ética, em síntese, ocupa-se com a reflexão social (circunstancial) desencadeada pelos seres humanos, a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral.
Perguntas
Em relação a ética e a moral é correto afirmar, respectivamente, que: Rª a ética é atemporal e a moral é histórica;
A afirmação: "Explica e investiga uma determinada realidade ao formular conceitos sobre a mesma, para que possamos decidir como devemos nos orientar numa situação e justificarmos a decisãotomada", está ligada a um conceito de: Rª etica
De que maneira a ética é concebida como um conhecimento científico da moral? 
Rª Quando o campo ético abrange a idéia de que qualquer ação possa fazer surgir a reflexão
Moral é um termo que tem sua origem no latim (mos, moris), que pode significar costume ou mais especificamente:
Rª maneira de se comportar regulada pelo uso e costume;
Aula 3: O caráter histórico e social da moral
Tentando sobreviver, o ser humano supera a sua natureza natural, instintiva, transformando-a em uma dimensão social. Para que a vida em sociedade seja possível, são estabelecidas regras que organizam as diversas relações humanas. Sem princípios, normas ou regras que criam o mundo moral, torna-se inimaginável a existência de qualquer povo ou cultura.
O comportamento moral muda de acordo com o tempo e lugar, conforme as condições pelas quais diferentes sociedades foram se organizando ao longo da história. E o desenvolvimento dessa organização depende de uma mudança da realidade, dirigida por finalidades conscientes: o trabalho humano. Por ele, o homem transforma a natureza, aprendendo a conhecê-la e adaptando-a às suas necessidades. Ele favorece a convivência, desenvolve habilidades, levando os seres humanos a conhecerem as próprias forças e limitações.
Conhecendo os burgos
Sistema Familiar - os membros de uma família produzinam artigos para o consumo, e não para venda; 
O trabalho não se fazia com objetivo de atender ao mercado.
Sistema de Corporações - Produção realizada por mestres artesãos independentes, com dois ou três empregados, para o mercado pequeno e estável; Os trabalhadores eram donos tanto da matéria-prima que utilizavam, como das ferramentas com que trabalhavam. Não vendia, o trabalho, mas o produto do trabalho. Durante toda a Idade Média.
Sistema Doméstico - Produção realizada em casa para um mercado em crescimento, pelo mestre artesão com ajudantes, tal como no sistema de corporações. Com uma diferença importante: os mestres já não eram independentes; tinham ainda a propriedade dos instrumentos de trabalho, mas dependiam, para a matéria-prima, de um empreendedor que surgira entre eles e o consumidor. Passaram a ser simplesmente tarefeiros assalariados,. Do século XVI ao VIII.
Sistema Fabril - Produção para um mercado cada vez maior e oscilante, realizada fora de casa, nos edifícios do empregador e sob rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuiam a matéria-prima, como ocorria no sistema de coorporações, nem os instrumentos, tal como no doméstico.A habilidade deixou de ser tão importante como antes, devido ao maior uso da máquina. O capital tornou-se mais necessário do que nunca. Do século XIX até hoje.
Ainda sobre o sistema fabril
Sob o sistema fabril, em que a máquina e o capital desalojam das mãos do trabalhador sua importância e habilidade, encontramos um segundo exemplo para caracterizar a relação moral-história. Transformações de peso na vida social e econômica, como o desenvolvimento das técnicas, da experimentação e a ampliação dos mercados, estão na base de seu surgimento.
Os instrumentos de produção passam a ser comprados pelo capital acumulado, obrigando os mestres artesãos e os ajudantes a venderem sua força de trabalho em troca de um salário para sobreviver. Com o aumento da produção, o que é produzido deixa de pertencer aos trabalhadores, sendo oferecido como mercadoria pelo burguês que retém um valor não-remunerado: mais-valia ou lucro. Nessas condições, surge a classe econômica dos trabalhadores assalariados ou proletariado.
O “advento” da relação trabalhista
Através de uma série de revoluções nos Países Baixos, na Inglaterra e particularmente no final do século XVIII na França, consolida-se a posição da burguesia. Ao longo do século XIX, a lei da produção de mais-valia – trabalhar para garantir lucros – vigora em solo inglês. O capitalismo é estabelecido.
 	
Condições subumanas de vida marcam a existência do proletariado, permeadas por extensas jornadas de trabalho de dezesseis a dezoito horas, sem quaisquer direitos trabalhistas; crianças e mulheres tornam-se mão-de-obra necessária e barata. Miséria, sofrimento e insegurança marcam a existência dos novos operários fabris. Diante dessas circunstâncias, compreendemos a proliferação de comportamentos morais individualistas e egoístas que animam as relações sociais burguesas. No vídeo ao lado, você vê uma versão caricaturizada das condições de trabalho em uma fábrica, ainda que sejam épocas históricas diferentes.
Para encerrar...
“(...) as considerações morais não podem alterar a necessidade objetiva, imposta pelo sistema, de que o capitalista alugue por um salário a força de trabalho do operário e o explore com o fim de obter uma mais-valia. A economia é regida, antes de mais nada, pela lei do máximo lucro, e essa lei gera uma moral própria. Com efeito, o culto ao dinheiro e a tendência a acumular maiores lucros constituem o terreno propício para que nas relações entre os indivíduos florescam o espírito de posse, o egoísmo, a hipocrisia, o cinismo e o individualizmo exacerbado. Cada um confia em suas próprias forças, desconfia dos demais, e busca seu próprio bem-estar, ainda que tenha de passar por cima do bem-estar dos outros. A sociedade se converte assim num campo de batalha no qual se trava uma guerra de todos contra todos” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:2002,49).
		
Aula 3 – Teletrasmitida - Kant, Iluminismo, o mundo das idéias e Ética e a Moral segundo Kant
Kant buscava uma ética de validade universal que se apoiasse na igualdade fundamental entre os homens, sua filosofia se volta sempre para o homem. 
Ética não pode ser algo que somente eu entenda como BOM. O que é bom tem que ser bom para TODOS.
Pensando no que é bom para a vida humana em todas suas dimensões, que todos tenham acesso as coisas, direito ao acesso (Validade Universal)
Ética é universal e existe desde os primordios da filosifa grega até hoje. Só vai existir se exister esses conceitos de direito à acesso, de validade universal.
Na perspectiva de Kant, se é bom pra mim mas não é para você, e eu interfiro naquilo que é bom para vc, isso não é etico.
A moral está fundamentada em hábitos e costumes da sociedade, então, o que é moral para nós do ociente no Brasil, não necessariamente é para o mulçumano que tem outros valores que não estão em consonância com os valores cristão, por exemplo.
A ética seja qual for sua religião, a ética tem que contemplar esses valores universal, independente dos seus hábitos e costumes.
Não sao as mesmas coisas. Moral é temporal, depende da época e grupo social. Ética é atemporal, não há tempo histórico para ela, tem validade universal.
Ética de Kant - somos sujeitos que temos deveres e nosso direitos se conforntam com os diretos dos outros. Se só enxergarmos nosso direitos e esquecermos nossos deveres, naturalmente os deveres não aparecerão e não existirá ética.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Kant por influência do movimento iluminista acredita na igualdade básica entre os homens. Desse modo, precisa chegar a uma moral igual para todos, uma moral racional, a única possível para todo e qualquer ser racional. Se não é para todos não é igualdade é privilégio.
O que as pessoas pensam sobre ética e moral???? 
Moralidade - Conjunto de regras determinado pela cultura
Legalidade - mínima (leis) que temos que respeitar
Moral - expectativa máxima que temos do nosso próximo , ex: solidariedade,atravessar senhora rua, etc..
Moral - Fundamentada nos costumes e hábitos.
Ex: Colar na prova é proibido - professor sai da sala e deixa a sala à vontade. (estava ali condicionando sua moral) Entra a moral.
Considerando hábitos e costumes impostos no local, se você não cola, você teve um ato moral.
Ex: Não pode levar algo sem pagar - furtar não é uma ação moral.
 Esferas do Pensamento segudo Kant
Esfera dos fenômenos - que se apresenta na nossa experiencia, aquilo que é tangível, palpável,observável, visível. Elaboramos conhecimentos efetivos diante do que existe.
Esfera dos números - mundo inteligível, coisas que compreendemos, mas não nos é acessível, coisas que não vemos mas existem.
Ambos se coadunam. É ideal vermos e irmos além do que vermos, ou seja, entrar em ambas esferas.
Moral segundo a ação
Ação conforme o dever - pode ser movida por interesses pessoais ou inclinação imediata. ex: atravessar uma pessoa na rua
Ação por dever - independe do que está externo ou interno a você. 
Você age a fazer o bem, mesmo que essa ação muitas vezes nem faça o bem para você. Pensar no coletivo, nas necessidades coletivas.
Afirmativa: Dar uma esmola ou pagar uma refeição para um mendigo na rua, motivados apenas pela felicidade que sentimos quando ajudamos pessoas em tal estado, é uma ação desprovida de valor moral. PORQUE. Para Kant, somente a ação ditada unicamente pelo dever, isenta da influência de qualquer outra motivação, é que possui valor moral.
Aula 4: A estrutura do ato moral
Objetivo : Reconhecer os elementos que compõem o ato moral.
Destacamos, nas três primeiras aulas, de que modo as normas morais, formando a moral propriamente dita, se distinguem da conduta moral ou ética. Entendemos agora que ajudar alguém que é impunemente agredido na rua, cumprir a promessa de devolver um objeto emprestado e denunciar injustiças cometidas são atos individuais aprovados ou desaprovados, conforme um conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos e grupos sociais. No vídeo que abre esta aula, vemos cenas de crianças imitando o comportamento de adultos. Veja o vídeo e pare para refletir...
Orientação da moral - Quando uma criança joga o lixo no chão e é repreendida pelos pais, dizemos que os pais estão educando-a; mais propriamente, dizemos que os pais estão ensinando o que é certo ou errado a se fazer. A aceitação de exigências e prescrições ocorre pela consciência que discerne o valor moral de nossos atos. Herdando valores universais sobre o certo e o errado (Bem/Mal) recebidos pela tradição e agregando juízos e avaliações estabelecidos ao longo da história humana, ela nos permite reconhecer dois grandes planos que orientam a moral. Vejamos como Sánchez Vázques os estrutura:
“o normativo, constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos que enunciam algo que deve ser; b) o fatual, ou plano dos atos morais, constituído por certos atos humanos que se realizam efetivamente, isto é, que são independentemente de como pensemos que deveriam ser” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:2002,63).
No segundo plano, o fatual, encontramos ações concretas: a solidariedade de um amigo por outro, a denúncia de uma traição. Neste último plano, não teríamos apenas atos que podem ser postos em relação positiva com uma norma.
Como vimos na primeira aula, o não cumprimento de uma promessa, ocultar a traição de alguém conhecido ou omitir informações são comportamentos que violam normas, tendo valores negativos, mas não deixam de pertencer à reflexão ética. E é esta valoração positiva e negativa, orientando e justificando nossas decisões em situações como a da estratégia do Tylenol (exemplo de comportamento ético), que nos permite compreender a apresentação dos diversos elementos que compõem os atos morais, de acordo com Sánchez Vázquez.
Elementos dos atos morais: motivação ou INICIATIVA- Quando denunciamos uma pessoa, por exemplo, podemos estar sendo movidos tanto pela busca sincera da verdade, quanto pelo engrandecimento de nossa ação pela comunidade. Um mesmo ato realiza-se segundo diversos motivos e, diversamente, o mesmo motivo pode gerar atos e finalidades diferentes. Mas, os motivos que induzem os homens a agirem de uma determinada maneira não são suficientes para atribuir um significado moral a esta ação, porque quem age nem sempre conhece claramente os motivos que o levaram a adotar seu comportamento.
Elementos dos atos morais: a consciência OU DECISÃO - Segundo aspecto fundamental do ato moral: a consciência do fim visado. Você está lembrado do caso Tylenol, que vimos nas aulas anteriores? Naquela situação, a preocupação com os clientes estava no centro da política de utilização dos serviços da J&J. Voltada para eles, a empresa enfatizava a segurança, qualidade e confiabilidade do produto. Em torno desse fim, a empresa decidiu apostar na estratégia de oferecer um medicamento confiável e eficaz para os usuários.
TOME NOTA: Logo, aos fins propostos pela consciência, consideramos a decisão de alcançá-los: justo com a associação destes dois aspectos, entendemos porque o ato moral tem um caráter voluntário ou consciente.
Elementos dos atos morais: os meios OU FIM- Fins elevados moralmente não são suficientes para justificar o uso de meios torpes, vis, como a humilhação, tortura e o suborno de seres humanos. Já o resultado, que concretiza o fim almejado, afeta os homens em sociedade pelas conseqüências da ação empreendida. Por isto, o sujeito que age moralmente deve ter plena consciência dos meios que irá utilizar e dos resultados possíveis que sua ação desencadeará. Estes últimos, por estarem ainda relacionados com normas, princípios e valores que implicam e regulamentando o comportamento individual e social dos homens, constituem parte integrante do que uma comunidade julga significativo e digno: seu código moral.
Motivos, consciência do fim, consciência dos meios e a decisão em alcançar os mesmos, indicam que o ato moral possui uma dimensão subjetiva. A ela acrescenta-se, no entanto, um lado objetivo: escolha de meios, projeção de resultados e conseqüências possíveis. Agora eu lhe pergunto: por que não condenamos moralmente um médico que mutila um paciente (meio) para salvar-lhe a vida (fim)?
Conforme afirma Vázquez (2002,79-80), todos estes elementos (motivo, consciência e fim) interagem necessariamente, formando uma “unidade indissolúvel”. Mesmo quando o ato moral parece se deslocar para a intenção com que se realiza ou a finalidade desejada, em detrimento dos resultados e conseqüências, não é admissível que pensemos em “fins bons em si mesmos, independentemente de sua realização”, pois
Clique em Unidade indissolúvel para entender a posição de Sánchez Vázquez. “a experiência histórica e a vida cotidiana estão repletas de resultados – moralmente reprováveis – que foram alcançados com as melhores intenções e com os meios mais discutíveis. As intenções não podem ser salvas moralmente, nesses casos, porque não podemos isolá-las dos meios e dos resultados. O agente moral deve responder não só por aquilo que projeta ou propõe realizar, mas também pelos meios empregados e pelos resultados obtidos. Nem todos os meios são moralmente bons para obter um resultado. Justifica-se moralmente como meio a violência que o cirurgião faz num corpo e a dor respectiva que provoca; mas não se justifica a violência física contra um homem para arrancar-lhe a verdade”.
Diante do que realizamos em cada experiência vivida, devemos considerar a forma de nos comportarmos moralmente. Dispomos sempre de um código que nos forneça previamente fundamentos para que possamos agir corretamente numa situação; mas, devido às peculiaridades do que passamos em cada caso e suas dimensões imprevisíveis, em que nos perguntamos: devemos fazer X ou Y? Mergulhamos nossas escolhas em problemas que assumem a forma de conflito de deveres, ou casos de consciência moral. Não podemos de antemão determinar o que é mais conveniente fazermos do ponto de vista de nossa conduta moral.
	 1a Questão (Ref.: 201201865444)
	
	A EXEÇÃO DE UMA, as alternativas abaixo descrevem de forma correta a relação entre o autoconhecimento e o ato moral: A) Quanto ao ato moral, o autoconhecimento não é um assunto que deve ser levado em consideração. B) Graças ao autoconhecimento, á possível compreender melhor os motivos do ato moral. C) O autoconhecimento contribui para tomada de decisões de acordo com regras e normas de conduta moral. D) A compreensão da capacidade de realizar atos moralmenteapropriados depende também do autoconhecimento. E) O autoconhecimento contribui para a formulação dos fins visados de acordo com regras e normas moralmente aceitáveis numa sociedade.
	 
	Graças ao autoconhecimento, á possível compreender melhor os motivos do ato moral.
	
	O autoconhecimento contribui para a formulação dos fins visados de acordo com regras e normas moralmente aceitáveis numa sociedade.
	
	O autoconhecimento contribui para tomada de decisões de acordo com regras e normas de conduta moral.
	 
	Quanto ao ato moral, o autoconhecimento não é um assunto que deve ser levado em consideração.
	
	A compreensão da capacidade de realizar atos moralmente apropriados depende também do autoconhecimento.
	 2a Questão (Ref.: 201201865675)
	
	Os meios empregados para alcançar os fins visados são um elemento do ato moral. Eles podem ser avaliados sob a perspectiva da responsabilidade moral. Nesse caso, qual aspecto do uso dos meios usados deve ser considerado? A) O custo baixo do uso dos meios empregados. B) A capacidade de alcançar os fins visados. C) As consequências para os outros. D) O tamanho do lucro atingível pela realização do ato. E) A eficiência na busca de realizar os fins estabelecidos.
	 
	As consequências para os outros.
	
	O tamanho do lucro atingível pela realização do ato.
	
	A eficiência na busca de realizar os fins estabelecidos.
	
	O custo baixo do uso dos meios empregados.
	
	A capacidade de alcançar os fins visados.
	
 3a Questão (Ref.: 201201828027)
	
	No exemplo a seguir, quando a soliedariedade de um amigo por outro em casos de comprometimento de um deles, numa traição, leva ao outro a se posicionar. Descreva de que maneira devemos agir.
	
	pela intuição
	 
	pela prescrição normativa
	
	pelo sentimento
	
	pela consciência
	 
	Orientado pela Razão
	 4a Questão (Ref.: 201201724016)
	
	O retrato que a história da Filosofia possui de Sócrates foi traçado por seu mais importante aluno e discípulo, o filósofo ateniense:
	
	Parmênides.
	
	Pirro.
	 
	Platão.
	
	Aristóteles.
	
	Heráclito.
	 5a Questão (Ref.: 201201724020)
	
	Defensor dos valores racionais como o Bem, a Virtude, a Justiça, o Conhecimento. O valor principal da vida é atingir a perfeição da conduta conforme o pensamento racional e todo fim de uma ação deveria ser feito em função deste ideal, que só pode ser obtido através do saber racional. Seja na vida privada ou na vida pública, ser racional é agir conforme o bem, todos tinham a obrigação de se aperfeiçoarem fazendo o Bem, sendo justos. O homem sábio só pode fazer o bem, sendo as injustiças próprias dos ignorantes (Intelectualismo Moral).
	 
	Sócrates (470-399 a.C).
	
	Aristóteles (384-322)
	
	Epicuro (341- 270 a. C)
	
	Epitecto (50-127 d.C)
	
	Platão (427-347 a.C.).
	 6a Questão (Ref.: 201201732038)
	
	A respeito do plano fatual da moral, é correto dizer:
	
	Relaciona-se com a influência dos fatos políticos ou econômicos sobre as normas morais.
	
	não se relaciona com a dimensão concreta da moral
	
	Relaciona-se com os fatos gerados por uma ação moral.
	
	Relaciona-se com a dimensão inquestionável e universal da moral.
	 
	Relaciona-se com a dimensão concreta da moral: as ações morais.
Aula 5: Responsabilidade moral, determinismo e liberdade
1. apresentar os principais elementos em torno dos quais gira a questão da responsabilidade moral: consciência, ignorância, coação externa, coação interna e liberdade.
Na medida em que são avaliados pelos seus resultados e consequências, os atos morais são complexos por provocarem efeitos não só no sujeito que se propôs a realizá-los, mas no comportamento de todos os que interagem na vida em sociedade. Quem age se responsabiliza pelo rumo escolhido de suas ações, tendo certa liberdade de opção e decisão. No vídeo acima, você vê uma sátira que relaciona atos de crianças ao comportamento do pai. Trata-se da série “Avaiana de Pau”, produzida pelo Mundo Canibal 
Análise da ação moral
Devemos destacar cinco momentos na análise das diversas ações morais: 
(1) conhecimento do objeto e do fim; 
(2) vontade para alcançar a finalidade visada; 
(3) deliberação dos meios que podem realizar o ato; 
(4) escolha reflexiva; 
(5) firmeza para agir. 
Em poucas palavras, não se deve ignorar as circunstâncias e as consequências de uma ação – agir conscientemente; a causa de um ato deve encontrar-se no agente, não em um fator externo, contrariando a sua vontade – é sempre livre a conduta moral.
“(...) tão-somente o conhecimento, de um lado, e a liberdade, de outro, permitem falar legitimamente de responsabilidade. Pelo contrário, a ignorância, de uma parte, e a falta de liberdade, de outra (entendida aqui como coação), permite eximir o sujeito da responsabilidade moral” (VÁZQUEZ: 2002,110).
Duas condições entram em consideração: consciência versus ignorância, liberdade versus coação externa/coação interna.
Ignorância e responsabilidade moral
Quem não tem consciência daquilo que faz está isento de qualquer responsabilidade moral? Animando as considerações seguidas no livro III, da Ética a Nicômaco, a discussão sobre este tema ganha um rumo definitivo, quando Aristóteles afirma (2001, III,1,1110ª):
	
“São consideradas involuntárias aquelas ações que ocorrem sob compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquele ato cujo princípio motor é externo ao agente, e para o qual a pessoa que age não contribui de maneira alguma para o ato, porém, pelo contrário, é influenciado por ele. Por exemplo, quando uma pessoa é levada a alguma parte pelo vento, ou por homens que a têm em seu poder”.
 
Distinguir ações que se passam por e na ignorância torna-se essencial. Clique aqui para ver o que Aristóteles considera.
“Tudo o que é feito por ignorância é não-voluntário, e só que produz sofrimento e arrependimento é involuntário. Com efeito, o homem que fez alguma coisa por ignorância e não sente nenhum pesar pelo que fez, não agiu voluntariamente, pois não sabia o que fazia, nem tampouco agiu involuntariamente, visto que isso não lhe causa pesar algum. Desse modo, entre as pessoas que agem por ignorância, as que se arrependem, que sentem pesar, são consideradas agentes involuntários, e as que não se arrependem podem ser chamadas de agentes não-voluntários, pois em razão dessa diferença é melhor que tenham uma denominação distinta.
Agir por ignorância (...) parece diferir de agir na ignorância, pois se considera que um homem (...) encolerizado age não por ignorância, (...) mas sem saber o que faz, (...) na ignorância” (ARISTÓTELES:2001,III,1,1110b17-29).
Coação externa, coação interna e responsabilidade moral
Segunda condição para alguém ser responsabilizado moralmente: seu comportamento ser desencadeado pela sua própria vontade, inexistindo algo ou uma pessoa que o force a realizar o ato. Pois, como menciona Aristóteles (2001:III, 1,1110b):
	
“Que espécies de ações (...) devem ser chamadas forçadas? São aquelas em que, sem restrições de nenhum tipo, a causa é externa ao agente, o qual em nada contribui para tal ação (...). Os que agem forçados e contra a sua vontade, agem sofrendo, mas quem pratica atos por serem agradáveis ou nobres, pratica-os com prazer”.
 
Na medida em que a causa do ato forçado está fora do agente, escapando ao seu poder e controle, inexiste a liberdade para decidir e agir por conta própria: age-se pressionado por uma coação externa.
Mais um caso...
Acabamos de ver duas situações em que os conceitos de liberdade e coação foram explorados. E no caso da cleptomania, como poderíamos situá-la dentro deste contexto? A cleptomania é um estado considerado doentio para a psiquiatria, uma neurose obsessiva (clique nas palavras em destaque).
A atriz Winona Ryder foi um caso notório de cleptomania, que se tornou público quando a atriz foi detida pelo segurançade uma loja de departamento nos Estados Unidos ao tentar sair sem pagar, apesar de possuir dinheiro (muito!) mais do que suficiente para adquirir os produtos pelas vias “normais”.
TOME NOTA: Sob a força desta compulsão, não estando consciente do que faz, o agente desconhece os motivos verdadeiros de sua ação e não tem meios para avaliar sua natureza moral e consequências. Clique aqui para saber mais sobre esse quadro psíquico..
cleptomania A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar objetos que são desnecessários para o uso pessoal ou sem valor monetário. Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa.
neurose obsessiva “Caráter obrigatório (compulsivo) dos sentimentos, das idéias ou das condutas que se impõem ao indivíduo e o envolvem em uma luta inesgotável, sem que, entretanto, ele mesmo deixe de considerar este parasitismo incoercível como irrisório. (...) A neurose obsessiva deve também ser definida pela própria estrutura da pessoa do obsessivo, inteiramente submissa às obrigações que lhe impedem de ser ele mesmo” (EY,BERNARD,BRISSET:1981,490). 
SÍNTESE DA AULA: Em dois dos exemplos mencionados (segurança e cleptomania) vimos que não há qualquer reação por parte do sujeito: concluímos que a responsabilidade moral só pode ser pensada sob a inexistência de coações externas. No caso da escritora, diferentemente, o que coage externamente não impede escolhas internas. O agente, tornando-se responsável na medida em que decide agir de uma certa maneira, se sente livre para escolher aquilo que lhe convém.

Outros materiais