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RESUMO tcc terapia cognitivo comportamental av1

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SLIDE AULA 1 – PLANO DE ENSINO 
SLIDE AULA 2: Terapia racional emotiva 
A Terapia Racional Emotiva (TRE) é uma terapia cognitivo-comportamental que tem como base a ideia de 
que as nossas emoções e os nossos comportamentos são resultantes das crenças do indivíduo, da interpretação 
que fazemos da nossa realidade. A TRE examina tanto as inferências que fazemos sobre nós mesmos, sobre 
os outros e sobre o mundo em geral como também a nossa filosofia básica. 
Modelo teórico: Modelo A – B – C 
A - Acontecimento ativante 
B - Crenças 
C - Consequências (emocionais e comportamentais) 
Para a TRE, o transtorno psicológico se dá em função da avaliação irracional que o indivíduo faz da realidade. 
A avaliação irracional deriva das exigências, dos pensamentos absolutistas “tenho que” e “devo” sobre si 
mesmo, sobre os outros e sobre a vida em geral. 
Inferências derivadas do pensamento irracional absolutista: 
1 – Catastrofismo: ressaltar em excesso o negativo. 
2 – “Não posso suportar”: exagerar o insuportável de uma situação. 
3 – Condenação: comprometimento do seu valor enquanto pessoa como consequência do seu comportamento. 
Também se aplica aos outros e à vida em geral. (quando os demais não proporcionam o que o indivíduo 
acredita merecer). 
Análise Comportamental proposta pela TRE: 
A - Fato, acontecimento (evento ativador); 
B - Crenças (mediação cognitiva); 
C - Consequências (emocionais e/ou comportamentais); 
D - Discussão sobre B (debate ou refutação: método principal para substituição da crença irracional); 
E - Reestruturação Cognitiva 
Método terapêutico 
1 – Ensinar o modelo A-B-C ao paciente de forma direta para que o auxilie a identificar sua filosofia básica 
de vida e, com isso, reconhecer e questionar seus aspectos irracionais para trocá-los por uma filosofia racional 
mais funcional e eficaz. 
2 -Estilo Ativo, diretivo e educacional. 
Mudança filosófica 
Para conseguir uma mudança filosófica, as pessoas têm que fazer o seguinte: 
1 – Conscientizar-se de que são elas mesmas que criam, em grande parte, suas próprias perturbações 
psicológicas e que, embora as condições ambientais possam contribuir para seus problemas, têm, em geral, 
uma importância secundária no processo de mudança. 
2 – Reconhecer claramente que possuem a capacidade de modificar de uma maneira significativa essas 
perturbações. 
3 – Compreender que as perturbações emocionais e comportamentais provêm, em grande parte, de crenças 
irracionais, dogmáticas e absolutistas. 
4 – Descobrir suas crenças irracionais e discriminar entre elas e suas alternativas racionais. 
5 – Questionar essas crenças irracionais utilizando métodos lógico-empíricos da ciência. 
6 – Trabalhar no intuito de internalizar suas novas crenças racionais, empregando métodos cognitivos, 
emocionais e comportamentais de mudança. 
7 – Continuar esse processo de refutação das ideias irracionais e utilizar métodos multimodais de mudança 
durante o resto de suas vidas. 
Técnicas cognitivas 
Por exemplo: debate filosófico 
• O debate é a principal técnica utilizada na TRE que está relacionada à aplicação do método científico ao 
nosso cotidiano, debatendo se as crenças irracionais são verdadeiras ou falsas. 
• O debate consiste em verificar a veracidade de uma teoria que foi construída pelo paciente. 
Técnicas emocionais 
Por exemplo: exercício para atacar a vergonha 
O exercício para atacar a vergonha é uma das técnicas emocionais mais conhecidas. Ela consiste no seguinte: 
O paciente vai atuar em público de uma maneira propositalmente vergonhosa e durante essa atuação ele vai 
tentando se aceitar apesar de seu comportamento, bem como suportar o mal-estar produzido por tal 
comportamento. Exemplo: Gritar o nome das estações em cada parada do metrô. 
Vale destacar que nesse exercício esses comportamentos não podem envolver qualquer risco ao paciente nem 
deve estar relacionado a infrações de regras sociais. 
Técnicas comportamentais 
Por exemplo: tarefa de casa 
As tarefas de casa são utilizadas com o objetivo de ajudar o paciente no processo de generalização do 
comportamento trabalho durante a sessão, levando o paciente para além da sessão terapêutica. 
Objetivos 
Objetivo primordial do terapeuta: ensinar o cliente meios para compreender a si mesmo. 
Objetivo da TRE: superar a irracionalidade e ser o indivíduo seu próprio terapeuta. 
SLIDE AULA 3: Terapia Cognitiva Comportamental 
Aaron Beck, psiquiatra de formação psicanalítica tradicional, cunhou o termo terapia cognitiva no início dos 
anos 1960. Foi desenvolvida como uma psicoterapia breve, voltada para o presente, para depressão e 
direcionada a resolver problemas atuais e modificar pensamentos e comportamentos disfuncionais. 
Premissas básicas 
1 – A inter-relação entre cognição, emoção e comportamento está implicada no funcionamento normal do ser 
humano e, em especial, na psicopatologia. 
2 – As distorções cognitivas (determinantes na forma como o indivíduo interpreta suas experiências) são 
bastante prevalentes em diferentes transtornos. O objetivo da terapia é corrigir tais distorções. 
3 – Há uma interação recíproca entre pensamentos, sentimentos, comportamentos, fisiologia e ambiente. 
Assim, a mudança em qualquer um desses componentes pode iniciar modificações nos demais. 
4 – Nos transtornos psicológicos, o pensamento do indivíduo torna-se mais distorcido, rígido, absoluto, 
generalizado e suas crenças mais inflexíveis. A terapia cognitiva visa também tornar o pensamento mais 
flexível e não absoluto na avaliação dos eventos. 
5 – O interjogo de vários fatores (genéticos, ambientais, culturais, físicos, familiares, de desenvolvimento) 
entram em jogo na formação de crenças sobre si mesmo, sobre as pessoas e sobre o mundo. 
Características básicas 
Três proposições fundamentais definem as características que estão no núcleo da terapia cognitiva: 
1 –A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada. 
2 –A atividade cognitiva influencia o comportamento. 
3 –O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva. 
Algumas características diferenciam a escola cognitiva e seu método terapêutico: 
1 – O material trazido pelo paciente não é interpretado pelo terapeuta, mas elaborado em conjunto com o 
paciente em um trabalho de identificar, examinar e corrigir as distorções do pensamento que causam 
sofrimento emocional ao indivíduo. 
2 – O trabalho é focalizado em identificar e corrigir padrões de pensamentos conscientes e inconscientes (que 
não estão imediatamente acessíveis a consciência). 
3 – O levantamento de hipóteses e a testagem das mesmas fazem parte da terapia. 
4 – Propõe que a testagem da realidade seja dirigida para o pensamento do cliente e não para o seu 
comportamento. 
Princípios 
A terapia cognitiva leva em consideração que devemos pensar a terapia para um indivíduo, mas existem 
princípios que são comuns para todos os pacientes. Vale destacar que, apesar de se aplicar a todos os pacientes 
ela vai variar consideravelmente de acordo com cada paciente (suas dificuldades, metas, motivação etc.). 
1 – A terapia cognitiva se baseia em uma formulação em contínuo desenvolvimento do paciente e de seus 
problemas em termos cognitivos. 
2 – A terapia cognitiva requer uma aliança terapêutica segura. Ingredientes básicos: cordialidade, empatia, 
atenção, respeito genuíno e competência. 
3 – A terapia cognitiva enfatiza colaboração e participação ativa. O terapeuta encoraja o paciente a ver a 
terapia como um trabalho em equipe. No início, o terapeuta é mais ativo em sugerir uma direção para as 
sessões, mas ao longo do trabalho ele vai encorajando o paciente a tornar-se mais ativo em seu processo 
terapêutico. 
4 – A terapia cognitiva é orientadaem meta e focalizada em problemas. O terapeuta presta atenção especial 
aos obstáculos que impedem o paciente de resolver problemas e atingir metas por si mesmo. 
5 – A terapia cognitiva inicialmente enfatiza o presente. A atenção é voltada ao passado em três circunstâncias: 
quando o paciente expressa uma forte predileção em fazer isso; quando o trabalho voltado aos problemas 
atuais produz pouca ou nenhuma mudança cognitiva, comportamental e emocional ou quando o terapeuta 
julga que é importante compreender como e quando ideias disfuncionais importantes se originaram e como 
essas ideias afetam o paciente hoje. 
6 – A terapia cognitiva é educativa, visa ensinar ao paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza prevenção 
de recaída. O terapeuta não ajuda somente o paciente a estabelecer metas, identificar e avaliar pensamentos e 
crenças e planejar mudança comportamental, mas também ensina COMO fazer isso. 
7 – A terapia cognitiva visa ter um tempo limitado. Nem todos os pacientes fazem progresso suficiente com 
poucos meses de terapia e por isso alguns pacientes vão precisar de um ou dois anos e possivelmente até mais 
para modificar suas crenças disfuncionais muito rígidas. 
8 –As sessões de terapia são estruturadas. Não importa o diagnóstico ou estágio do tratamento, o terapeuta 
cognitivo tende a aderir a uma estrutura estabelecida em cada sessão. 
9 –A terapia cognitiva ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças 
disfuncionais. 
10 –A terapia cognitiva utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e comportamento. 
O terapeuta seleciona as técnicas com base em sua formulação de caso e seus objetivos em sessões específicas. 
Modelo cognitivo da depressão: Tríade Cognitiva da Depressão 
Supõe que a experiência faz com que as pessoas formem suposições que são utilizadas para organizar a 
percepção e, consequentemente, o comportamento. 
Visão Negativa de si mesmo - Visão Negativa do Futuro - Visão Negativa do Mundo 
Objetivo terapêutico 
Objetivo principal: produzir mudanças nos pensamentos e nos sistemas de crenças dos clientes, evocando uma 
transformação emocional e comportamental duradoura e não apenas um decréscimo momentâneo. 
SLIDE AULA 4: Evolução da terapia 
A evolução da terapia pode ser subdividida em cinco etapas: 
• Avaliação clínica; 
• Formulação e discussão; 
• Intervenção terapêutica; 
• Acompanhamento; 
• Encerramento. 
Avaliação e formulação de casos 
Avaliação cognitivo-comportamental - 1º passo: acolhimento do paciente 
As primeiras sessões são usadas para a elaboração de uma hipótese inicial e de um plano de tratamento. 
1. O que a pessoa está fazendo, de maneira manifesta ou encoberta, que gostaria de modificar? 
2. Quais são os precipitantes (situacionais, mentais ou orgânicos) do comportamento do problema, e em quais 
contextos ele ocorre? 
3. Quais são as consequências do comportamento-problema? 
4. O que parece manter o comportamento, tanto a curto quanto a longo prazo? 
5. Que mudanças poderiam ser feitas em quaisquer desses aspectos para se produzir mudanças no 
comportamento problema? 
Avaliação cognitivo-comportamental - 2º passo: Educação do paciente sobre a TCC 
• Enfatizar o papel dos exercícios de casa. 
• Espera-se que o paciente participe ativamente na coleta de dados. 
• Informar sobre a estrutura do tratamento (número de sessões terapêuticas necessárias, a duração de cada uma 
delas e o local onde ocorrerá o tratamento). 
Avaliação cognitivo-comportamental - 3º passo: Início do processo terapêutico 
A entrevista comportamental 
1 - Fase inicial 
- Estabelecimento de um bom rapport 
- Esboço geral do problema por parte do paciente. 
- Coleta de indicações de possíveis antecedentes e fatores mantenedores para serem usados mais adiante na 
entrevista. 
- Diante de vários problemas deve-se decidir em conjunto qual deles constituirá o enfoque inicial da 
intervenção. 
2 - Evolução do problema 
• Início. 
• Fatores predisponentes. 
• Análise comportamental (duas abordagens possíveis): 
1–ABCs-> antecedentes, comportamentos, crenças e consequências. 
2 -Descrição dos contextos em que surgem os problemas -> examinar os fatores que modulam a Intensidade 
deles e avaliar suas consequências, inclusive a evitação. 
3 -Descrição detalhada do problema. Incluindo elementos internos como pensamentos, sentimentos e 
sintomas físicos, assim como comportamentos manifestos. 
4 - Fatores mantenedores. 
5 - Histórico de tratamentos anteriores. 
6 - Crenças sobre o tratamento. 
7 - Engajamento no tratamento. 
8 - Formulação preliminar 
• Breve descrição do problema atual; 
• Uma explicação de como ele evoluiu (inclusive os fatores predisponentes e os pontos fortes, bem como os 
precipitantes imediatos) e um sumário dos fatores de manutenção; 
• Deve-se pedir a opinião do paciente quanto à sua exatidão. 
9 - Estabelecimento de objetivos: Elaboração, junto ao paciente, de metas detalhadas e específicas para cada 
uma das áreas-problema que serão trabalhadas, assim como o estabelecimento de subobjetivos intermediários. 
Os objetivos devem ser formulados em termos positivos, de modo a explicitar ao paciente para onde deve 
dirigir-se e não de onde deve afastar-se. Os objetivos devem ser específicos e detalhados. 
10 – Automonitoramento: Usado tanto na fase inicial da entrevista quanto na monitoração de mudanças 
subsequentes. Deve-se solicitar ao paciente apenas informações adequadas e significativas, sem sobrecarregá-
lo. Deve-se fornecer ao paciente um formulário ou esquema de anotações que permitam a fácil manutenção 
dos registros. 
11 - Observação direta do comportamento. 
12 - Role play. 
13 – Testes/inventários cognitivos e comportamentais. 
Princípios éticos 
Ética profissional -> possui caráter normativo, regulamentando a profissão a partir de estatutos e códigos 
específicos. Geralmente se estruturam sobre um tripé básico: 
• Orientação 
• Disciplina 
• Fiscalização 
Escolha de objetivos e de comportamentos-alvo ou metas, a serem trabalhados: Todo objetivo terapêutico 
é discutido com o paciente e é ele, e somente ele, quem determina em que direção e o quanto ele deseja mudar. 
No caso de pessoas incapacitadas, como deficientes mentais e psicóticos, tal decisão é tomada pelas pessoas 
responsáveis de comum acordo com o terapeuta. Ao terapeuta compete identificar pessoas e estímulos 
ambientais que estejam mantendo o problema e fornecer os meios, sugerir técnicas e procedimentos a serem 
utilizados para que os objetivos do paciente sejam alcançados. 
Quanto a técnicas e procedimentos escolhidos deve-se considerar: 
a. A eficácia; 
b. Se ela se baseia em princípios teóricos estabelecidos; 
c. A relação vantagens-desvantagens; 
d. As implicações a longo prazo; 
e. A possibilidade de ser incorporadas/os na rotina da pessoa; 
f. A coerência com as normas culturais; 
g. A aceitação do paciente e do seu meio ao uso da técnica 
SLIDE AULA 5: Conceituação cognitiva 
Conceituação Cognitiva é a formulação do caso, é uma hipótese de trabalho, não uma verdade absoluta. Inicia 
desde a primeira entrevista até o final do trabalho. Fornece a estrutura para o entendimento de um paciente. É 
a habilidade clínica mais importante que o terapeuta cognitivo precisa dominar para um planejamento 
adequado e eficaz da terapia. Sem o entendimento cognitivo do paciente, todo tratamento será apenas a 
aplicação de técnicas com resultado pobre e/ou ineficaz. 
Objetivo principal da conceituação cognitiva: 
Melhorar o resultado do tratamento, auxiliando o terapeuta e o paciente na obtenção de uma concepção mais 
ampla e profunda dos mecanismos cognitivos e comportamentais do paciente,em vez de vê-lo como um 
conjunto de sintomas e diagnósticos psiquiátricos. Além disso, auxilia o terapeuta na escolha das intervenções 
terapêuticas. 
 
A conceituação cognitiva envolve: 
• Dados relevantes da infância; 
• Crenças centrais; 
• Crenças intermediárias; 
• Situação; 
• Pensamentos automáticos; 
• Emoção/sentimento; 
• Comportamento. 
A terapia cognitiva trabalha com três níveis de cognição: 
1 – Crenças centrais ou nucleares 
• Ideias ou conceitos mais enraizados e fundamentais acerca de nós mesmos, das pessoas e do mundo. 
• As crenças são incondicionais, isto é, independentes da situação que se apresente ao indivíduo, ele irá pensar 
do mesmo modo. 
• São formadas desde a infância e se fortalecem ao longo da vida. 
• São cristalizadas, como verdades absolutas e imutáveis. 
• Para alcançar mudanças duradouras no tratamento, essas crenças devem ser modificadas (objetivo último da 
TC). 
• Com a ativação das crenças, o processamento das informações torna-se tendencioso, negligenciado ou 
minimizando as informações que possam desconfirmar as evidências contrárias. 
2 – Crenças intermediárias (pressupostos subjacentes) 
• Construções cognitivas derivadas das crenças centrais e subjacentes aos pensamentos automáticos. 
• São regras, normas, premissas e atitudes que adotamos e que guiam nossa conduta. 
• Os pressupostos normalmente são condicionais. 
• As regras são usualmente expressões do tipo: “tenho que” e “devo”. 
3 – Pensamentos automáticos 
• Pensamentos que acontecem rápido, involuntário e automaticamente. 
• Normalmente são exagerados e distorcidos e têm um papel importante na psicopatologia porque moldam 
tanto as emoções como as ações. 
• Sua modificação melhora o humor do cliente, enquanto a modificação da crença nuclear melhora o 
transtorno. 
• Podem ocorrer tanto na forma de frases quanto de imagens. 
Exercício 
ESTUDO DE CASO PARA CONCEITUAÇÃO COGNITIVA 
C. veio encaminhado pelo psiquiatra com queixas de sentimentos frequentes de tristeza, desesperança, perda 
de peso severa, náusea, insônia, despertar matinal precoce, boca seca, agitação, choro frequente, evitação 
social, explosão de raiva, perda de apetite, baixa autoestima, culpa, preocupação excessiva. É um investidor 
aposentado de 60 anos, tardiamente casado, com dois filhos, um com 10 e outro com 14 anos. Sua família de 
origem é nordestina, ele é filho de um pai que já era rico em decorrência de heranças e também do próprio 
trabalho e de uma mãe de família rica, os quais tiveram, além dele, mais três irmãs. Seu pai apresentava uma 
clara preferência pela irmã mais velha. A sua família era de pessoas poderosas, de usineiros e latifundiários e 
de alguns nobres, com expressiva influência sociopolítica. Os negócios da família envolviam, em sua fase 
mais destacada durante a geração de seu pai, empresas de açúcar e de álcool, petroquímicas, bancos, indústrias 
têxteis, fazendas etc. 
Foi o primeiro neto das duas famílias, tendo nascido “como se fosse um menino Jesus”. Era visto, em especial 
pela mãe, como um belo menino, inteligente, mas com muita preocupação de que nada de ruim lhe 
acontecesse, o que lhe favoreceu que ficasse muito amedrontado de perder aquela posição. O seu desempenho 
acadêmico foi marcado por uma ligação forte com os estudos num colégio de destaque do Rio de Janeiro, em 
um ambiente em que se prezavam muito as origens sociais de cada aluno. Desenvolveu relações de amizade 
com outros colegas que também vieram a se tornar influentes posteriormente. Seus pais cuidaram de introduzi-
lo no mundo social da época. 
Desde os 15 anos, ele frequentou psicólogos, sendo-lhe sugerido que seguisse carreiras como a da área 
diplomática. Sonhava em ser administrador de empresas, mas esse curso só existia em São Paulo. Isso acabou 
levando-o a fazer Engenharia na PUC do Rio de Janeiro, tendo se formado em Engenharia Mecânica com 
extensão em Engenharia de Produção no ano de 1964. 
No último ano, fez estágio em uma empresa aérea e em uma empresa têxtil pertencentes à família. Seu primeiro 
trabalho depois de formado foi o de incentivar grupos nacionais e internacionais, visando ao licenciamento de 
empresas no Nordeste. Depois se dedicou a importar malte para uma grande cervejaria brasileira, além de ter 
negócios com grandes investidores no mercado de capitais do nosso país. Subsequentemente, dedicou-se à 
implantação de projetos de petroquímica e cervejaria naquela região. 
Na área afetiva, teve dificuldades de expressar os próprios sentimentos e medo de ser rejeitado pelas outras 
pessoas, sobretudo garotas. Mesmo assim, foi se dedicando a isso, com garotas humildes, para que, depois dos 
30 anos, viesse a se dedicar mais seriamente às mulheres. Casou-se aos 44 anos com receio de manter uma 
casa própria. Vem vivendo com sua esposa e já tem dois filhos. 
Sua apresentação durante a entrevista era de uma pessoa bem vestida e limpa. Seu olhar era baixo e ele tendia 
a manter a mesma postura no sofá quase o tempo todo. Sua linguagem era correta, precisa e ele pensava 
bastante antes de responder e, quando fazia, falava com um tom de voz muito baixo. 
Na época das primeiras entrevistas, falava de modo excessivamente lento, interrompendo o discurso 
frequentemente durante períodos relativamente longos, o que exigia que o terapeuta repetisse as perguntas que 
havia feito algumas vezes como no exemplo seguinte. 
Cliente: “eu tenho observado que, pelas minhas tentativas de evoluir nessa sistemática...” (pausa) “eu sempre 
esbarro com...” (pausa). 
(pausa de cerca de 1 minuto) 
Terapeuta: “o quê?”. 
Cliente: (pausa)... a mudança dos pensamentos, quer dizer...” (pausa) “eu identifico os pensamentos que estão 
me deixando...” (pausa) “meu estado de humor angustiado, depressivo, desesperado, seja o que for... mas...” 
(pausa de cerca de 1 minuto) 
Terapeuta: “mas...?” 
Cliente: (pausa) “... mas eu sinto que, apesar de eu colocar as evidências de que eles não têm pertinência...” 
(pausa)... “quer dizer, tenho pensamentos, por exemplo, de que vou falir, que vou tomar uma decisão 
totalmente desastrosa...” (pausa) “vai ser uma loucura de prejuízo... vai ser um negócio horroroso” (pausa)... 
(pausa de cerca de 1 minuto). 
O cerne das suas preocupações era “Nada dá certo comigo”. C. pensava ser um incapaz, um fracassado, sem 
valor como pessoa. Para ele, qualquer perda foi uma fonte de tormento, não importando se fosse uma lapiseira 
sem valor ou algum prejuízo significativo em suas aplicações financeiras. O principal motivo para essa 
avaliação foi o fato dele sentir que não conseguiu alcançar suas grandes aspirações. 
Todas as manhãs, ele acordava com sentimentos de desespero, querendo morrer, achando que merecia ser 
punido. Sofria assim durante um bom tempo até se levantar e ir tomar um banho (ele descobriu que isso o 
fazia sentir melhor). Depois disso, tomava café e, em determinados dias, ia para a sua fisioterapia, da qual 
gostava e saía de lá se sentindo um pouco melhor (sofria de tendinite). Ao longo do dia, ele tinha oscilações 
do humor e ficava vulnerável a uma queda com qualquer notícia ruim, desde as mais simples. Como investidor 
aposentado, preocupava-se obsessivamente com investimentos e buscava orientação com outras pessoas: 
peritos em investimentos de bancos com experiência internacional, um assessor pessoal para esse objetivo, 
sua esposa, uma de suas irmãs etc. 
À noite sentia-se desamparado, pois a esposa dedicava mais atenção ao filho de 14 anos que apresentava 
dificuldades escolares. Sentia-se péssimo nesses momentos, ficando atormentado com ideações suicidadas e 
autopunitivas. Dormia cedo para tentar acordar melhor no dia seguinte. 
Eles moravam com uma de suas irmãs, (supostamente)em decorrência de reformas que estavam sendo feitas 
no seu próprio apartamento. Essa irmã era muito rica e os acolheu de bom grado em seu amplo apartamento, 
sobretudo por causa dos dois sobrinhos, dos quais era madrinha e lhes queria muito bem. 
A relação com sua esposa era satisfatória, porém, tumultuada graças às suas cobranças obsessivas e irrealistas. 
Ele mantinha um contato mais superficial com os filhos que eram totalmente absorvidos pela mãe (em parte 
para proteger C. de preocupações, em parte para proteger os meninos). 
Sua vida social estava restrita a algumas idas ao cinema com a esposa e eventualmente com os filhos. 
Raramente encontrava amigos para jantar fora ou fazer alguma outra atividade (às vezes, por insistência da 
esposa que não se sentira confortável na presença de outras pessoas). 
O lazer era, em grande parte, em função dos filhos, levando-os para jogar boliche ou videogames no shopping 
com os amigos deles. Em consequência de seu problema de ruptura dos ligamentos do joelho direito, fazia 
pouca atividade física, restringindo-se a eventuais passeios de bicicleta com os filhos e, quatro vezes por 
semana, dançar. As aulas de dança, às quais ia sozinho, eram encaradas como obrigações e fonte de frequentes 
desgostos, pois ele se julgava falhando nos passos ensinados. 
Suas tardes eram voltadas para seus investimentos ou para iniciativas em relação à reforma do apartamento. 
As dúvidas que tinha em relação à reforma eram variadas: se eles contratavam ou não um arquiteto para serem 
orientados; com que tipo de empresa fariam a reforma da cozinha; com que firma comprariam o piso e os 
azulejos para os banheiros; quais seriam as marcas dos boilers, do fogão, da geladeira etc. 
Neste exercício, você deve apresentar a conceituação cognitiva do Sr. C. com o diagrama da 
conceituação cognitiva: 
SLIDE AULA 6: Métodos em TCC 
Respiração diafragmática: Serve para situações de ansiedade em que não se pode fazer o relaxamento. 
Relaxamento: 
1 –Relaxamento Progressivo (CABALLO): Baseado na contração dos músculos. 
2 –Relaxamento Passivo: Baseado somente no relaxamento dos músculos. 
3 –Relaxamento Autógeno: 
- Trabalha somente com palavras. 
- Indução: Primeiro trabalha com sensação de peso e calor nas extremidades; Regulação dos batimentos 
cardíacos; Sensação de tranquilidade e confiança em si mesmo; Concentração passiva em sua respiração. 
Dessenssibilização Sistemática – WOLPE 
• Ao vivo. 
• Imaginação. 
Bem aplicada, tem tendência a reduzir até 70% do medo e os 30% podem ser treinados ao vivo sem a nossa 
presença. 
WOLPE 
Método para eliminar hábitos neuróticos de resposta de ansiedade gradativamente. Estado fisiológico 
inibitório induzido no paciente através de relaxamento muscular. É, então, exposto a um estímulo fraco de 
eliciação da ansiedade. A exposição repetida até que o estímulo perca completamente a sua capacidade de 
eliciar a ansiedade. Então, estímulos progressivamente mais fortes são introduzidos e igualmente tratados. 
CABALLO 
É uma intervenção terapêutica desenvolvida para eliminar comportamentos de medo e síndromes de evitação. 
O procedimento consta de dois componentes: 
1 – Consiste em ensinar ao paciente uma resposta contrária à ansiedade (relaxamento); 
2 – Implica em uma exposição graduada ao estímulo provocador de medo. A exposição pode ser concretizada 
através da imaginação ou ao vivo. 
Operações: 
1 – Treinamento em relaxamento; 
2 – Construção das hierarquias de ansiedade; 
3 –Contraposição do relaxamento aos estímulos eliciadores de ansiedade das hierarquias: Anotar todos os 
temores (Lista primária dos temores); Hierarquizar (seleção das prioridades, de preferência da maior); 
Discussão quais são os pensamentos com relação ao temor; Construir a escala do menor medo ao maior. Para 
montar a escala é necessário que se pergunte ao paciente quando se inicia sua ansiedade; Pedir ao paciente 
que descreva como a situação aconteceria. Após isto, o terapeuta discute sua escala junto ao paciente e, se 
necessário, incluem-se itens. 
Solução de problemas 
Etapas: 
1 – Definir o problema; 
2 –Evocação de todas as soluções possíveis; 
3 –Avaliação das vantagens e desvantagens de cada solução; 
4 –Escolha de uma solução e projeção de uma maneira de resolvê-la. Após, paciente e terapeuta avaliam a 
eficácia ou não e verifica-se a necessidade de modificações ou aplicação de uma nova, que deve ser avaliada 
após aplicação. 
Ensaio comportamental 
Ensaios de comportamentos-alvo em situação análoga àquelas vivenciadas pelo cliente. À medida em que o 
indivíduo corresponde ao padrão desejado, os comportamentos vão sendo reforçados em um processo de 
modelagem. 
Modelagem e modelação 
MODELAGEM: Consiste no uso do reforçamento diferencial para desempenhos progressivamente mais 
semelhantes ao desempenho final desejado. 
MODELAÇÃO: Consiste na observação de alguém desempenhando adequadamente os comportamento-alvo; 
é utilizada juntamente com instruções, feedback e reforçamento. 
Curtograma 
 FAÇO 
 
GOSTO -|- NÃO GOSTO 
 NÃO FAÇO 
Cartões de enfrentamento 
Têm como finalidade criar estratégias para que a paciente lide com pensamentos negativistas que, muitas 
vezes, o impede de resolver determinadas situações. 
SLIDE AULA 07: Relação terapêutica 
Características importantes 
- Empatia: capacidade de colocar-se no lugar do paciente de modo a ser capaz de intuir o que ele está sentindo 
e pensando, e ao mesmo tempo, manter a objetividade para identificar possíveis distorções que possam 
contribuir para o problema; 
- Autenticidade: favorece a empatia. Os terapeutas com autenticidade são capazes de mostrar de maneira 
honesta, natural e emocionalmente conectada que entenderam verdadeiramente a situação de seu paciente; 
- Senso de otimismo, com crença na resiliência e no potencial de crescimento de seus pacientes. 
Empirismo colaborativo 
Responsabilidade Compartilhada. Principal função: enxergar as distorções cognitivas e os padrões 
comportamentais improdutivos por meio de uma lente empírica que pode revelar oportunidades para o 
desenvolvimento de mais racionalidade, o alívio de sintomas e a melhor eficácia pessoal. 
Atributos favoráveis a relação terapêutica 
•Amigável; 
•Envolvido: criar um ambiente de aprendizagem estimulante; 
•Criativo; 
•Capacitação; 
•Orientação para ação. 
Funções do terapeuta (papel ativo, colaborativo e educativo) 
1–Auxiliar o cliente na identificação dos pensamentos automáticos e das crenças disfuncionais associadas a 
eles; 
2 –Propor técnicas de reestruturação cognitiva, visando à modificação desses mesmos pensamentos 
automáticos; 
3 –Levantar hipóteses sobre a categoria da crença central da qual pensamentos automáticos específicos 
parecem ter surgido; 
4 –Especificar a crença central; 
5 –Apresentar ao cliente sua hipótese sobre a crença central, solicitando dele uma confirmação ou não; 
6 –Educar o cliente sobre crenças centrais em geral e sua crença em específico, orientando-o a monitorar a 
operação de sua crença central; 
7 –Começar a avaliar e modificar a crença central junto com o cliente, auxiliando-o a especificar uma nova 
crença central mais adaptativa. 
Transferência 
Reedição na relação terapêutica de elementos-chave de relacionamentos prévios importantes (pais, avós, 
amigos, entre outros). Não é um mecanismo necessário ou primordial para aprendizagem ou mudança. O foco 
não está no ICS ou nos mecanismos de defesa, mas sim nas maneiras habituais de pensar e agir e que são 
repetidos no setting terapêutico. 
Exemplo: Se um paciente tem uma crença central profunda de que “deve estar no controle” e padrões de 
comportamentos arraigados de controlaros outros, ele pode reproduzir essas mesmas cognições e 
comportamentos no relacionamento terapêutico. 
Contratransferência 
Ocorre quando a relação com o paciente ativa no terapeuta pensamentos automáticos e esquemas, e essas 
cognições têm o potencial de influenciar o processo terapêutico; 
Indicadores comuns: ficar com raiva, tenso ou frustrado com o paciente, sentir-se entediado no atendimento, 
aliviado quando o paciente se atrasa ou cancela a sessão etc. 
Relação terapêutica 
Uma aliança eficaz é condição essencial para a implementação dos métodos específicos da TCC. À medida 
que os terapeutas envolvem os pacientes no processo de TCC, eles precisam demonstrar compreensão, empatia 
e afeto pessoal adequados e flexibilidade ao reagir às características singulares dos sintomas, crenças e das 
influências socioculturais de cada pessoa. Um bom relacionamento terapêutico caracteriza-se por um alto grau 
de colaboração e um estilo empírico de questionamento e aprendizagem. Essa aliança une terapeuta e paciente 
em um esforço conjunto para definir problemas e buscar soluções 
Identificação e solução de problemas na relação terapêutica 
- Em algumas situações os problemas na relação terapêutica são óbvios: 
- Um paciente pode questionar firmemente a motivação ou o grau de competência do seu terapeuta; 
- Pode mentir claramente para o terapeuta; 
- Pode acusar o terapeuta de não se importar com ele 
- Os sinais de um possível problema na relação terapêutica costumam ser sutis e o terapeuta talvez não perceba 
que há um problema e se ele tem ou não relação com a aliança terapêutica. 
- Os pacientes podem evitar contatos visuais e podem se mostrar hesitantes ao falar; podem parecer 
subitamente mais angustiados e sua linguagem corporal pode indicar que eles estão tentando se proteger

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