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Engenharia de Métodos e Processos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan Histórico • Introdução • Histórico da Engenharia de Métodos e Processos • Engenharia de Métodos e Processos • TOC • Seis Sigma • Frederick Taylor • Principais Seguidores de Taylor · Os objetivos desta Unidade abordaremos os principais pensadores da Engenharia de Métodos e Processos e conhecer os primórdios dos conceitos que regem os processos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Leia atentamente o conteúdo desta Unidade, que lhe possibilitará conhecer as aplicações iniciais de Métodos e Processos em Engenharia. Você também encontrará nesta Unidade uma atividade composta por questões de múltipla escolha, relacionada ao conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar conhecimentos e debater questões no fórum de discussão. É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre este assunto. ORIENTAÇÕES Histórico UNIDADE Histórico Contextualização Caro(a) aluno(a), Para iniciar esta Unidade, convido você a refletir acerca do tema: Trabalho Veja o filme Tempos Modernos de Charles Chaplin. Título do Filme: TEMPOS MODERNOS (Modern Times, EUA 1936) Direção: Charles Chaplin Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental Ele mostra a vida de um funcionário da linha de produção de uma grande indústria, apresenta um pouco do pensamento da sociedade da época (anos 30), a força de trabalho, o direito dos trabalhadores e os problemas relacionados a esses temas com muita inteligência e ironia. Ex pl or Quantas vezes fazemos as coisas de forma mecânica sem analisar o que realmente fazemos? Seria muito interessante que você começasse a analisar os processos em que você está inserido para produzir melhorias!!! 6 7 Introdução Nesta unidade, estudaremos a Engenharia de Métodos, também chamada de estudo de tempos e movimentos que surgiu fundamentalmente baseada no trabalho de quatro pessoas: Frederick W. Taylor – com o estudo de tempos Fonte: Wikimedia Commons Casal Gilbreth – com o estudo de movimentos Fonte: findagrave.com Henry Ford – pela intensificação/ economia e produtividade Fonte: Wikimedia Commons Histórico da Engenharia de Métodos e Processos A discussão sempre se dividiu entre tomar estudo de tempos ou estudo de movimentos como temática mais importante: » Hoje em dia, chega-se a conclusão de que não se deve tomar um partido ou outro, pois os dois temas são complementares sendo interessante realizar o estudo dos movimentos antes do estudo de tempos. Aplicação das ideias de Taylor e do casal Gilbreth; » A dinâmica dos movimentos bem executados leva a uma melhor racionalização no resultado em tempos; » Chega-se ainda ao entendimento que a aplicação do estudo de tempos e de movimentos deve ser adequada ao processo, se aplicada de maneira rígida, pode apresentar resultado negativo; » A consolidação e disseminação desses trabalhos foi realizada pela American Society of Mechanical Engineers – ASME. 7 UNIDADE Histórico Fonte: iStock/Getty Images Engenharia de Métodos e Processos No principio, o estudo era baseado na Administração Cientifica. Depois de discussões e de novas observações, começou-se a avaliar as Relações Humanas no trabalho e suas implicâncias nos resultados produtivos. Uma próxima etapa reconheceu que a Abordagem deveria ser Sistêmica, todos os pontos são importantes, tem sua relevância e devem ser considerados. Aliado a isso, temos as Contingências ambientais que se tornaram de grande importância nos estudos de engenharia. Administração Cientifica Relações Humanas Abordagem Sistêmica Meio Ambiente A abordagem da Administração Cientifica está pautada nas: • Medidas de Tempo; • Medidas de produtividade e eficiência; • Economia de movimentos. Na etapa de tempo, entraram as Relações humanas e começaram a observar: • O conteúdo da tarefa do operador visando um enriquecimento de atividades e cargos; • Aspectos psicológicos como motivação, desejos, vontades e expectativas; • Fatores do ambiente como pressão, umidade e temperatura. A Abordagem Sistêmica como o próprio nome diz dá voz ao enfoque sistêmico do assunto, levando em consideração todos os pontos levantados até agora conjuntamente, trabalhando todos os fatores ao mesmo tempo, relações sociais, métodos, psicologias e tempos. As contingências ambientais mostraram que é importante estudar o meio onde a empresa está localizada. Recursos e características ambientais começaram a ser consideradas como fatores de sucesso ou insucesso. Essas mudanças trouxeram novos olhares aos métodos de trabalho. 8 9 Uma Produção em Massa começa a dar lugar a um pensamento de Produção Enxuta: • Não existe mais uma visão de tarefa única, existe uma visão de tarefa como parte de um grande desenvolvimento com olhar no desempenho do processo produtivo como um todo e intimamente ligado com o projeto da empresa e do produto em si; • Não existe mais uma atribuição exclusiva e única de um departamento especifico, existem técnicas disponíveis a todas equipes e células que se ocupam daquele trabalho no processo; • Inclusão de novos fatores a serem controlados e medidos como automação de processos, respostas do meio ambiente, cultura, ergonomia, segurança e fluxo de comunicação e informação; • Análise completa da cadeia produtiva e de valor, a empresa abre as portas e os olhares para os fornecedores, para a organização e verificação de estoques e a logística de entrega; • Todos os colaboradores são envolvidos na mudança e sua participação é requerida e considerada; • As técnicas de análise de trabalho continuam a ser consideradas e aplicadas, mas o enfoque está mais ligado a melhorias, utilidade e rapidez do que em detalhes; • Incorporação de novas técnicas de trabalho como levantamento de fluxos (lean), análise de gargalos (toc) e técnicas estatísticas (seis sigma); • As tecnologias de automação são grandes aliadas e cada vez mais incorporadas ao processo. LEAN O sistema Lean Manufacturing foi traduzido popularmente como Manufatura Enxuta. Foi um sistema criado e difundido no Japão pós-guerra por um executivo da Toyota. Ex pl or A filosofia de gestão deste sistema está pautada no levantamento de fluxos para a redução de desperdícios: • produção • tempo • transporte • processamento • inventário • movimento • defeitos Essa filosofia acredita que ao eliminar desperdícios nestes fluxos, a qualidade do produto melhora, sendo que o tempo e custo de produção diminuem. 9 UNIDADE Histórico São considerados pontos importantes na aplicação desta ferramenta: • Buscar a linha do defeito-zero, detectando e solucionando os problemas na origem; • Eliminar atividades e processos que não trazem valor agregado, otimizando o uso dos recursos e economizando capital; • Buscar melhoria continua reduzindo custos, superando qualidade, fluindo com as informações e incrementando a produtividade; • O processo deve ter um movimento de retirada pelo cliente final e não uma sequência de movimentos de empurrar o produto para a fase final; • Flexibilização do processo a todo o momento propiciando produções rápidas de diferentes lotes de grandes variedades de produtos sem comprometimento de eficiência devido a pequenos volumes de produção; • Enfoque no relacionamento com o fornecedor criando forte laço de parceria. Manufatura enxuta Produção em massa Customização em massa Na hora certa Flexível Rápido Ágil TOC Conhecido como Teoria das Restrições é umaferramenta importante para análise e supressão de gargalos. Pode ser considerado um processo de melhoria continua pautado na teoria que é necessário focalizar os esforços de melhorias no elo mais fraco da cadeia produtiva – gargalos, pois é esta etapa que determina o desempenho global do processo. Um gargalo ou restrição é um impedimento que pode atrapalhar a fluidez de um sistema em direção a atingir seu objetivo. Este sistema considera que o processo possui gargalos que podem se manifestar de diversas formas. O TOC trabalha na premissa que no processo existem algumas restrições fundamentais que devem ser trabalhadas e eliminadas para o bom fluxo do processo. 10 11 Seis Sigma Seis Sigma ou Six Sigma é um conjunto de práticas concebidas para melhorar os processos dentro das empresas, eliminando não conformidades e defeitos de acordo com as especificações da empresa. Esta ferramenta surgiu na Motorola e foi aperfeiçoada na GE pela grande divulgação de resultados por Jack Welch. Tornou-se poderosa ferramenta de qualidade total pela eficiência e eficácia de resultados popular em todo mundo. O Seis Sigma é visto como uma ferramenta de estratégia gerencial, com foco em resultados financeiros e de qualidade objetivando promover mudanças significativas nas organizações, com foco em melhorias de processos, produtos e serviços que são oferecidos para o cliente. O nome Seis Sigma vem do símbolo sigma que em estatística significa medida de variabilidade utilizada para avaliar quanto dos dados estão na faixa aceitável dos requisitos colocados pelo cliente. Significa que quanto maior for o sigma, melhores serão os resultados obtidos, maior será a satisfação do cliente, e por consequência, menores serão os defeitos apresentados. Entre os resultados apontados pelas empresas que utilizam esta ferramenta podemos listar: • Mudança de comportamento organizacional benéfica; • Retenção e acréscimo de clientes; • Apontamento e eliminação de atividades que não agregam valor; • Crescimento significativo de qualidade e produtividade de processos e produtos; Fonte: iStock/Getty Images 11 UNIDADE Histórico Frederick Taylor Não podemos iniciar o estudo da Engenharia de Métodos e Processos sem falar do engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856-1915) que durante sua vida e a partir de suas observações desenvolveu métodos para otimizar o trabalho na produção industrial. Falar de Taylor é falar da Administração Científica ou Taylorismo O artigo Administração científica de Taylor: O homem do tempo de José Márcio Coelho e Ricardo Martins Gonzaga mostra que Taylor apesar de ter influenciado a vida do século XX, não era um intelectual brilhante e sim um homem comum, que resolveu estudar o tempo e os movimentos, para ajudar no desenvolvimento industrial, e apresentou a criação de uma “ciência da administração”. Taylor conseguiu discernir definitivamente: que é possível a aplicação do conhecimento ao trabalho para conseguir a máxima eficiência, obtendo o melhor resultado da produção e descobrindo, estabelecendo a maneira certa de se fazer as coisas. Taylor relatou valores diferentes em relação ao papel das pessoas, sendo este pensamento o causador do encantamento e da polêmica das suas ideias, por enxergar a função do administrador separada da função do trabalhador. Enquanto o trabalhador executa, o administrador planeja e pensa. Taylor buscou e encontrou o absolutamente necessário, iniciou e marcou a orientação da racionalização da produção e da organização científica do trabalho. “Que o futuro ainda não seja, quem o negaria? A espera do futuro, no entanto, já está no espírito. Que o passado não seja mais, quem duvida? Mas a lembrança do passado ainda está no espírito. Que o presente seja inextenso, sendo apenas um ponto fugidio, quem o contestaria? Mas o que dura é a atenção pela qual o tempo se encaminha para o não ser mais, aquilo que pela atenção vai passar”. Santo Agostinho Saiba mais em http://goo.gl/bjiXba Taylor nasceu na Pensilvânia, Estados Unidos numa família de educação rígida e disciplinada. Obteve aprovação em Direito na Universidade de Harvard, porém decidiu trabalhar como operário em uma metalúrgica da Filadélfia onde iniciou suas observações. Durante seus trabalhos de operário a engenheiro chefe apresentou caracterisiticas muito fortes de experimentador e pesquisador; divulgou como autor de livros seus experimentos; formando equipes e linhas de pensamento. Iniciou os estudos relativos aos métodos de trabalho em 1881 na Midvale Steel Company, formando-se engenheiro mecânico. É considerado pai da administração científica e da engenharia de produção, tendo o rótulo de uma das figuras mais controversas da história da industrialização. 12 13 O termo “vadiagem sistemática” foi criado e amplamente divulgado por Taylor, pois em sua essência acreditava que cada colaborador apenas produzia a quantidade de um terço do que poderia produzir no processo de produção. Ele acreditava que na condução dos trabalhos, os trabalhadores não aceleravam sua parte para não prejudicar os outros colegas que poderiam perder suas posições, sendo assim os operários reduziam seu ritmo de trabalho para proteger seus próprios interesses sendo protegidos pelos falhos sistemas administrativos da época. Segundo ele, esta prática de trabalho conduzida pelos funcionários vinha passando de uma geração para outra de trabalhadores. Já o sistema de trabalho de Taylor era baseado em: • Analisar o trabalho desempenhado; • Padronizar as ferramentas; • Selecionar e capacitar os trabalhadores; • Supervisionar e planejar o trabalho; • Pagar os trabalhadores por produção Por tudo isso é considerado: Pai da administração científica 13 UNIDADE Histórico Segue abaixo um trecho de livro de um trabalho clássico de Taylor: Investigações de Taylor sobre o uso da pá Quando trabalhou na Bethlehem Steel Works, Taylor em sua observação procurou melhorar os métodos de trabalho em diversas atividades da fábrica. A tarefa que chamou sua atenção foi a movimentação de materiais com o auxílio de pás; 400 a 600 homens empregavam a maior parte de seu tempo nesse trabalho. O material predominante era o minério de ferro, seguido, em tonelagem, pelo carvão. Os bons operários preferiam usar suas próprias pás às fornecidas pela indústria. Um mestre supervisionava de 50 a 60 homens, que movimentavam uma variedade de materiais no transcurso do dia. O pátio tinha aproximadamente 3200 m de comprimento por 400m de largura, de forma que o grupo se movimentava sobre uma área extensa. Com breve investigação Taylor concluiu que os operários movimentavam 1,6 kg por pá, quando trabalhavam com carvão, quantidade que aumentava para 17,2 kg, quando o material era o minério de ferro. Seu problema era, então, determinar qual a carga por pá que permitiria a um bom operário mover a quantidade máxima de material por dia. Taylor escolheu dois dos melhores operários e colocou-os trabalhando em diferentes partes do pátio, estudando suas atividades com o auxílio de dois cronometristas. De início, usaram pás grandes, que acomodavam cargas maiores por pá. Cortadas as pontas das pás, apenas cargas pequenas foram movimentadas e anotaram-se as tonelagens deslocadas ao fim do dia com cada tipo de pá. Os resultados obtidos mostraram que, com a carga de 9,75 kg na pá, um homem obteria, em um dia, a tonelagem máxima de material deslocado. Assim, uma pá pequena era fornecida ao operário que movimentava o minério de ferro, e uma pá grande era usada pelo operário que deveria deslocar material mais leve, como cinzas, de tal forma que, em ambos os casos, o peso de material por pá fosse de 9,75 kg. Estabeleceu-se uma ferramentaria e compraram-se pás especiais, que eram entregues aos operários quando necessárias. Alémdisso, Taylor criou um departamento de planejamento que determinava antecipadamente o trabalho que seria feito no pátio. Esse departamento emitia ordens aos mestres e aos trabalhadores, cada manhã, indicando a natureza do trabalho a ser feito, sua localização no pátio e as ferramentas que seriam necessárias. Em lugar de os operários trabalharem em grupos, o material que cada homem movimentava foi pesado ou medido ao fim de cada dia. O operário que executasse corretamente a tarefa que lhe tivesse sido especificada receberia um prêmio de mais 60% do salário naquele dia. Quando o operário não conseguia obter o prêmio, um instrutor lhe indicava a maneira correta de fazer o trabalho, de forma a possibilitar-lhe a bonificação. Depois de três anos e meio em Bethlehem, Taylor obtinha a mesma produção com 140 homens que, anteriormente, requeria de 400 a 600 homens. FONTE BARNES, Ralph M. Estudo de movimentos e tempos: projeto e medida do trabalho. 6ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1995. 14 15 A partir do trabalho acima podemos ver que sua metodologia é fundamentada na substituição de métodos rudimentares por métodos científicos em todos os sentidos. Levando em consideração: • O estudo dos tempos e movimentos e a análise do trabalho; • O acompanhamento da fadiga humana; • A especialização do operário e a divisão do trabalho; • Os desenhos de cargos e tarefas; • Os incentivos salariais e premiações por produção; • As condições de trabalho; • A padronização do processo; • E a supervisão funcional em todos os sentidos. Na linha de pensamento de Taylor, todo trabalhador deveria ser treinado para realizar as suas tarefas em um menor intervalo de tempo possível acompanhado pela gerência da empresa que é responsável pela análise e qualificação dos colaboradores para as tarefas, verificando sempre o desempenho e especificidades de cada função. Resumindo A administração científica de Taylor apresenta quatro características principais: 1. Princípio do planejamento, momento de desenvolver uma ciência diferente para cada tipo de trabalho; 2. Principio da preparação, etapa para selecionar criticamente o colaborador, treinar e desenvolver suas capacidades; 3. Principio do controle, cooperação com os colaboradores para garantir que os passos cientificos sejam seguidos; 4. Principio da execução, momento de assumir o planejamento e organização do processo, deixando para os colaboradores apenas a execução da tarefa. Segundo Taylor, realizando o trabalho operário de forma correta o tempo seria otimizado, haveria aumento dos lucros da empresa levando o processo e consequentemente a fábrica a uma maior produtividade. Sendo que ainda dentro desse contexto os pagamentos por desempenho dados aos trabalhadores levariam ao aumento do consumo – gerando mais produção. Um ciclo onde todos ganhariam. 15 UNIDADE Histórico Taylor escreveu dois importantes livros: • Administração de Oficinas em 1903, que descreve a racionalização do trabalho operário, através do estudo dos tempos e movimentos. Propõe uma fase analítica que observa os trabalhadores habilidosos e descarta os movimentos inúteis e uma fase construtiva que prioriza o arquivo de movimentos essenciais e tempos.Taylor traz ideias de que uma boa administração tem condições de pagar altos salários com baixos custos de produção, mostra que a administração deve trabalhar com experimentos e métodos científicos de pesquisa, dando diretrizes de princípios e padrões de controle, que os postos de trabalho dos colaboradores são cientificamente parametrizados com materiais e condições selecionadas, que o treinamento dos empregados desenvolve aptidões e que a alta administração devia propiciar atmosfera de cooperação entre os funcionários e supervisores, sempre pautado no olhar cientifico. • Já o livro Princípios de Administração Científica de 1911, descreve estudos de Taylor sobre Administração Geral, a vadiagem sistemática dos operários, o desconhecimento das rotinas de trabalho por parte dos gerentes e do tempo necessário para sua realização e a falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho dos empregados. Taylor dita que ao se aumentar a produtividade do trabalhador por meio de uma sistemática análise científica do dia a dia do colaborador, pode-se atingir uma melhoria na realização de um trabalho, trazendo ganhos para o empregador, ligada a uma máxima satisfação para os trabalhadores. Importante! Caracteristicas da Administração Cientifica • Utilização da ciência deixando de lado o empirismo • Incentivo ao trabalho com harmonia • Cooperação X Individualismo • Máxima produção sem restrição • Capacitar cada indivíduo para máxima eficiência e prosperidade ANALISE os processos que você conhece. Como esses principios poderiam melhorá-los? Trocando ideias... 16 17 Principais Seguidores de Taylor Casal Gilbreth • Início dos estudos: 1885; • Ela era psicóloga e ele engenheiro; • Usaram a formação complementar para compreender o fator humano, bem como materiais, ferramentas e equipamentos; • Contribuições pelo estudo de movimentos e micromovimentos, ciclográfico, cronociclográfico, gráfico de fluxo do processo, estudos sobre monotonia, fadiga e transferência de habilidade entre os profissionais; • Propôs princípios relativos à economia de movimentos: ao uso do corpo humano, ao arranjo do local de trabalho e ao desempenho dos equipamentos e ferramentas. Segue abaixo um trecho de livro de um trabalho clássico de Gilbreth: O estudo de movimentos não pode ser discutido sem referência ao trabalho de Frank B. Gilbreth e sua esposa Lillian M. Gilbreth. A característica fundamental de seu trabalho é indicada pelo fato de que os princípios e as técnicas por eles desenvolvidos há muitos anos atrás esta sendo adotados em ritmo crescente pela indústria atual. A história do trabalho dos Gilbreth é longa e fascinante. Os conhecimentos de psicologia de Lillian Gilbreth e a formação de Frank Gilbreth como engenheiro se complementavam, de forma a permitir-lhes que levassem adiante trabalhos que envolviam a compreensão do fator humano, bem como o conhecimento de materiais, ferramentas e equipamentos. Suas atividades foram bastante diversificadas, incluindo invenções e melhorias na construção civil, estudos sobre a fadiga, a monotonia, a transferência de habilidades entre operários, trabalhos para os não-habilitados e o desenvolvimento de técnicas como o gráfico de fluxo do processo, o estudo de micromovimentos e o cronociclográfico. Neste livro, atenção especial é dada ao seu trabalho relativo aos gráficos de fluxo do processo, aos estudos de movimentos e de micromovimentos. FONTE: BARNES, Ralph M. Estudo de movimentos e tempos: projeto e medida do trabalho. 6.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1995. 17 UNIDADE Histórico Henry Gantt Viveu de 1880 a 1901, e seu legado compreende: • Sistema de pagamento por incentivo “tarefa-bônus” O Gantt que você provavelmente não conhece. Muitas pessoas conhecem e trabalham com o famoso gráfico de Gantt, mas o trabalho desenvolvido por Henry Laurence Gantt é muito mais completo do que este interessante documento. Os conceitos de engajamento dos stakeholders e de motivação das equipes são conceitos preconizados nos dois dos livros do Sr. Gantt: Work, Wages, and Profits de 1910 e Organizing for work de 1919 Gantt contribuiu com os seus estudos sobre o gerenciamento da força de trabalho de sua época focando seus esforços no uso eficiente dos recursos humanos levando a uma justa divisão de gratificações entre os trabalhadores e os donos das indústrias no caso de uma melhoria na produtividade. O trabalho de Gantt foi influenciado pelos conceitos da administração científica introduzido por Frederic Taylor, que apoiava a teoria de que a melhor maneira de entender uma tarefacomplexa é de quebrá-la em todos os elementos da sua composição para depois disso estudar e aperfeiçoar cada um deles, para encontrar a melhor maneira para completar o trabalho. Como fazer uso desses conceitos atualmente? Planejamento detalhado e registro acurado são importantes e controles ajudam neste sentido – mas somente se os planos são realistas e a equipe está devidamente treinada e motivada para atingir os objetivos propostos. Gantt ainda comentou que formulários “são apenas ferramentas para um fim. Se o fim não é mantido claro na cabeça, o uso destes formulários pode ser prejudicial ao invés de benéfico”. Fonte: http://bigprojectbrasil.com.br/gantt-voce-nao-conhece/ Henry Ford Viveu de 1863 a 1947, foi um engenheiro industrial que se tornou um grande inventor, aplicou ideias fundamentadas no Taylorismo. Os princípios do Fordismo eram de intensificação, economia e produtividade. O Fordismo pode ser descrito como um sistema de racionalização do trabalho, pelo desenvolvimento do processo denominado linha de montagem, produção em série. O modelo Fordista visava que o operário otimizasse seu tempo para que produzisse cada vez mais, isso se tornou possível com a linha de montagem, na qual cada operário se especializava em determinado tipo de trabalho, o que causou a alienação, pois o trabalhador não sabia o que se passava fora de seu setor, esse aspecto famoso é evidenciado no filme Tempos Modernos de Charlis Chaplin. 18 19 Tempos Modernos”; Charles Chaplin; Continental (1936) Ford foi o fundador da Ford Motor Company e o modelo de trabalho aperfeiçoado por ele é conhecido e copiado posteriormente por vários donos de indústria. A racionalização da produção proporcionou o aumento da produtividade, e consequentemente o produto ficou mais barato. Há vários aspectos importantes no sistema fordista, como a exportação, um meio importante para expansão do mercado, um sistema de vendas em crediário, que possibilitava que os funcionários comprassem o produto, sistema de participação de benefícios. O modelo Fordista sofreu alterações ao longo do tempo, porém ainda vigora nos dias de hoje. 19 UNIDADE Histórico Fordismo, Administração de Empresas e a Indústria de Automóveis do Início do Século 20. Henry Ford nasceu em 30 de Julho de 1863, nos Estados Unidos, foi um empresário a frente de seu tempo. Diferente dos outros empresários de administração de empresas da época, Ford sempre se interessou pelo o consumo da população como forma para trazer o bem estar social. Foi o idealizador do Fordismo e fundador da Ford Motor Company em 1903. O próprio Ford certa vez afirmou: ” O dinheiro é a coisa mais inútil do mundo; não estou interessado nele, mas sim no que posso fazer pelo mundo com ele. ” e foi assim que fez durante toda a sua vida. A teoria do Fordismo foi revolucionária para a sua época, pois pela primeira vez levou em consideração pela primeira vez o bem estar social como ferramenta para atingir o sucesso financeiro. Ford desenvolveu um sistema que pagava melhor os empregados e também vendia produtos mais baratos para ter maior retorno financeiro. Pagando melhor os seus funcionários e reduzindo o valor de venda dos produtos, Ford criou o pensamento de que o lucro não vem da venda de produtos caros e luxuosos e sim da venda de produtos baratos, simples e que todos podem comprar, o lucro vem da quantidade de produtos vendidos. Desta forma o conceito da produção em escala industrial, passou a ser a base da administração de empresas e da indústria mundial. Fonte: http://goo.gl/xY8uz Criticas ao Sistema de Taylor Mesmo com todos os seguidores e estudiosos que continuam até hoje defendendo esta teoria, temos duas linhas de pensamentos que criticam o Sistema Taylor: • Avaliando pelo olhar da Mecanização, o sistema Taylor desestimula a iniciativa pessoal do trabalhador, tornando-o “parte da máquina”, sem considerar os seus aspectos psicologicos e sociais do individuo; • Observando o Esgotamento físico, como no mundo esportivo de alta perfomance, a frequente ânsia em realizar mais do que previsto, para aumentar pagamento causa problemas fisicos ao individuo. Consequências: A especialização demasiada da produção torna o funcionário um apêndice da máquina, destruindo a iniciativa própria e relacionamento interpessoal dos colaboradores minimizando as aptidões e iniciativas dos operários. Importante! Mesmo considerando as criticas e os oposicionistas, o desenvolvimento da ciência da ADMINISTRAÇÃO que chega até nós nos dias de hoje ainda segue os conceitos fundamentais da adminstração científica de FREDERICK TAYLOR e seus estudos foram norteadores para este desenvolvimento Trocando ideias... 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à administração. 6..ed. São Paulo: Atlas, 2012. VitalBook file. IYER, Ananth V.; SESHADRI, Sridhar; VASHER, Roy. A gestão da cadeia de suprimentos da Toyota: uma abordagem estratégica aos princípios do sistema Toyota de produção. Porto Alegre: Bookman, 2010. VitalBook file. ZOGBI, Edson. Competitividade através da gestão da inovação. São Paulo: Atlas, 2008. VitalBook file. 21 UNIDADE Histórico Referências ARAÚJO, Luis César G. Teoria Geral da Administração: aplicação e resultados nas empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004. BARNES, Ralph M. Estudo de movimentos e tempos: projeto e medida do trabalho. 6.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1995. BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital Monopolista. 3. ed. Rio de Janeiro: JC, 1987. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4. ed. São Paulo: Makron, 1993. COELHO. José Márcio; GONZAGA, Ricardo Martins. Administração Científica de Taylor: o homem do tempo. CONTADOR, José Celso (Coordenador). Gestão de operações: a engenharia de produção a serviço da modernização da empresa. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2006. DAFT, Richard L. Administração. 6. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. ENCICLOPÉDIA Barsa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1995. V. 15. ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1995. V. 19. FERREIRA, Ademir Antonio; REIS, Ana Carla F.; PEREIRA, Maria Isabel. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias: evolução e tendências da moderna administração de empresas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. GEORGE JR, Claude S. História do pensamento administrativo. São Paulo: Cultrix, 1974. KWASNICKA, Eunice Laçava. Introdução à administração. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004. MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da produção. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MAXIMIANO, Antônio Cesar A. Da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2000. MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. 3. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2000. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004. 22 23 PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e toyotismo. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010. RAGO, Luzia Margareth; MOREIRA, Eduardo F. P. O que é taylorismo. Brasília: Brasiliense, 1984. RAGO, Margareth e MOREIRA, Eduardo F. P. O Que é Taylorismo. São Paulo: Brasiliense, 1993. SLACK, Nigel et al. Administração da produção. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. TAYLOR, Frederick W. Principles of Scientific Management. Nova Iorque: Harper & Row, 1911. TAYLOR, Frederick Wislow. Princípios de administração científica. 8 ed. São Paulo: Atlas,1990. 23
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