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GASTRONOMIA BRASILEIRA Prof.ª Me Naira Scavone A influência das várias etnias na construção de uma cultura alimentar de grande diversidade TEMAS DA AULA DE HOJE • Algumas abordagens teóricas sobre assunto • As influências econômicas e sociais e os principais grupos étnicos na formação da diversidade gastronômica brasileira. • Gastronomia regional – produtos e pratos típicos • Auto-avaliação QUESTÃO FUNDAMENTAL • “Nossa gastronomia, assim como nossa cultura e nosso povo foram construídos em processos de miscigenação, misturas...empréstimos e combinações... E haverá alguma gastronomia (ou algum outro artefato cultural ) “original”, “pura”?” (Scavone, p. 56) Galeto Doces Caseiros Algumas abordagens clássicas sobre a cozinha brasileira Câmara Cascudo: as contribuições das etnias indígena, portuguesa e africana, durante a época do Brasil Colônia. (1960) Gilberto Freire: divisão a partir das tradições regionais – colônia mineira, colônia baiana, açoriano-brasileira, colônia paulista, Pará e Amazonas, colônia nordestina.(1930-1940) Algumas abordagens contemporâneas sobre a cozinha brasileira Henrique Carneiro: dois grandes complexos alimentares coloniais – o litorâneo, da mandioca e do peixe, e o sertanejo interiorano, do milho e do porco. Naira Scavone: identidade gastronômica brasileira sob recortes dos modismos\ tendências, mitos, disciplinamento e transformações dos gostos, regionalismos e importações e a dinâmica dos gêneros em torno do fogão e da mesa. A cozinha brasileira sob o enfoque das influências étnicas e ciclos econômicos Luis da Câmara Cascudo, 1963: “ o brasileiro nasceu ao mesmo tempo que nascia sua cozinha, no século XVI. (...) A cozinha brasileira é um trabalho português de aculturação compulsória, utilizando reservas amerabas e os recursos africanos aclimatados.” A ECONOMIA E AS INFLUÊNCIAS NA GASTRONOMIA • A colonização brasileira pelo mundo europeu, acontece como conseqüência de um processo de desenvolvimento econômico : o Capitalismo Comercial - mercantilismo. • Trocas de mercadorias = produto especial, de grande interesse, do qual houvesse monopólio. Pau Brasil, Cana-de-açúcar, Ouro, Café... Rosa Nepomuceno, O Brasil na rota das especiarias, 2005 CICLO PAU BRASIL Portugueses Miscigenação Mel Frutas Milho Tainha Assada ÍNDIOS PRODUTOS Mandioca e derivados : manipueira (caldo esgotado da mandioca que contém ácido cianídrico) de onde sai o manipói – tacaca e tucupi; as gomas beijus (secas) tapioca(decantação-fresca); carimã (beiju fino ou farinha de mandioca), polvilho, folha-maniva (preparo da maniçoba). Pimentas amarela e vermelha; milho, batata-doce, amendoim, cará, pupunha, pacoba, caju, ananás, goiaba, araçá, tomate, taioba, mel... ÍNDIOS LEGADO GASTRONÔMICO: • Farinha de mandioca e seus sub-produtos; • Gosto pelas frutas; • Bebidas fermentadas; • Moqueca; • Churrasco (carne mal passada) • Mate; • Gosto pela pimenta. TÉCNICAS : Assado, tostado, moquém, grelha de varas, preparo de farinha, pirão, mingau, técnica oleira e de cestaria (artefatos de cozinha). Trigo Sal e Açúcar Animais Domésticos Azeite PORTUGUÊS PRODUTOS: Animais domésticos (vaca, ovelhas, cabras, galinha); Cana-de-açúcar, trigo, parreira, figo, romã, laranja, limas, coqueiro, arroz, melão melancia, alface, funcho, salsa, hortelã, berinjela, chicória, cenoura... TÉCNICAS: Escabeche, salmoura, vinagrete, salga úmida, doçaria, embutidos, fritura. PORTUGUÊS LEGADO GASTRONÔMICO • Divulgadores e multiplicadores do gosto europeu. • Festas gastronômicas de santo. • Valorização do salgado e revelação do doce. • Azeite de oliva, vinagre, alho, cebola, saladas e hortaliças, • Vinho. • Comer sem fome, comer como passatempo, aperitivo para abrir apetite, comida como sedução • Doçaria de convento. CICLO DA CANA DE AÇÚCAR Dom João III – planeja a primeira expedição ao Brasil com objetivo de: • Povoar o território • Expulsar os invasores • Cultivo da cana AÇÚCAR – grande aceitação na Europa. A cana de açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo brasileiro – plantio em larga escala. Azeite de Dendê Feijão Molho de Camarão AFRICANOS LEGADO GASTRONÔMICO: • Religiosidade (candomblé) influenciou fortemente a cozinha baiana; • Gosto pela pimenta e molhos; • Cuscuz; • Azeite-de-dendê • Feijões; • Alimentos mais cozidos que assados, mais temperados; Século XVI - DOÇARIA • Popularização açúcar - o preço cai em todo o mundo. • Produtos plantados no Brasil : coco, aipim, milho, amendoim, abóbora, batata-doce, caju, abacaxi, goiaba... são utilizados na doçaria. • Três categorias de doces: (1) os elaborados nas casas-grande pelas sinhás; (2) os doces populares (pé-de-moleque, bolo de aipim, melado, cuscuz de tapioca, pamonha); (3) e os doces “conventuais’, de inspiração portuguesa. • Os doces eram vendidos na rua pelos “negros e negras de ganho” (domésticos). As negras alforriadas também comerciavam para subsistência. Era comum o empréstimo ou aluguel das escravas quituteiras. O Ciclo do Ouro - Século XVII Entradas e Bandeiras Minas, Goiás, Mato-Grosso INFLUÊNCIAS GASTRONÔMICAS • “Descoberta” dos peixes de água doce (traíra, jaú, dourado, surubim, tucunaré, pacu, cascudo); • Combinação das formas de preparo de índios (paçoca de peixe, moqueado) e portugueses (fritura, cozido). • Cultura de subsistência: plantavam na ida para colher na volta; • Principais produtos: milho e mandioca, feijão toucinho, a abóbora (em preparos doces e salgados) e a couve , o porco (equivale ao milho pela versatilidade) • Principais preparos: milho verde cozido ou assado, pamonha, curau, fubá, beijus, canjica. Técnica do Charque Fazenda Produtora de Charque Charque CICLO DO GADO - Mudando o Status do RGS - séc. XVIII Início das imigrações e das incorporações gastronômicas dos imigrantes. Desenvolvimento das cidades CICLO DO CAFÉ Século XIX e XX Chopp Campo de Cevada Cuca Embutidos Queijo Massas Vinho Uva Crepe Baguette Omelete Brioche
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