Filosofia e Ética - Aula de Revisão AV1

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Aula de revisão AV1
Ética e Filosofia
Turma PSI0123
Universidade Estácio de Sá
Objetivo da ética
É uma ciência muito mais normativa do que prática, visto que não obriga cidadãos a agirem de tal modo, mas prescreve que modo seria esse, analisando sociedades;
Por muitos motivos, a ética é importante para diversas áreas científicas como o Direito (trazer casos), a Medicina, os Estudos da Linguagem, a Psicologia, a Sociologia, etc.
Portanto, a ética tem por objetivo fornecer subsídios filosóficos universais* a todos os ramos do saber, aos grupos sociais e aos indivíduos, visto que todos são seres vivos.
Características da ética
Atemporal (não se restringe a épocas);
Não-espacial (não se restringe a lugares);
Universal (sua aplicabilidade independe de diferenças);
Sobre-humana (não se restringe a seres humanos);
Imaterial (seus valores são espirituais [causa causarum]).
Sobre a MORAL
Conjunto de valores do indivíduo, ou de certo grupo, sem aplicabilidade universal, mas que pode atingir escopo global;
A moral pode se coadunar com a ética, no entanto, em muitas sociedades, o que se considera moral está longe de ser ético;
Moral é uma escolha pessoal, é construída individualmente, com a seleção de referências adequadas à intenção do indivíduo.
Características da MORAL
Temporal (muda conforme as épocas);
Espacial (muda de acordo com o lugar);
Global/grupal/individual (código pessoal de conduta);
Humana (restrita ao âmbito da sociedade dos homens);
Imaterial (lida com valores subjetivos).
Moral e Ética
Essencialmente, a moral de um povo deve se coadunar com a ética. Embora nem sempre aconteça, temos alguns exemplos de sociedades ética e moralmente estruturadas dentro de princípios minimamente conflitantes;
No entanto, há diversos casos em que um ato imoral visava ao atingimento da ética:
Ex.: Inconfidência mineira, lista de Shindler, etc.
Origens da ética
Em Atenas, a sociedade livre dá lugar à democracia escravista;
Estrangeiros, mulheres, crianças e escravos não possuem cidadania, portanto, não possuem direito à terra, a direitos sociais e políticos;
Surgem os primeiros problemas éticos referentes à vida pública na pólis grega.
Papel de Sócrates
Ensino da virtude através da dialética;
Participação ativa contra a desordem intelectual e social de uma cidade submetida aos “demagogos”;
Sua postura é em favor da epistemologia e ética.
Os sofistas
Os sofistas, diante da pluralidade e dos antagonismos dos pensamentos anteriores e dos conflitos entre as opiniões, concluíram:
que não podemos conhecer o SER;
que só podemos ter opiniões subjetivas sobre a realidade;
não existe UMA VERDADE, portanto a LINGUAGEM é o instrumento mais importante para persuadir os outros sobre ideias e opiniões;
A verdade é uma questão de opinião;
Linguagem mais importante que sensação e pensamento.
Sócrates x Sofistas
Pensamento de Sócrates:
A verdade PODE ser conhecida;
Para isso, devemos afastar as ilusões dos sentidos, das palavras, das opiniões;
Só o pensamento pode alcançar a VERDADE;
Sentidos não dão aparência das coisas;
Palavras dão meras opiniões sobre as coisas;
Sócrates x sofistas
CONHECER é passar da aparência à essência;
CONHECER é passar da opinião ao conceito;
CONHECER é passar do ponto de vista individual à ideia universal de cada um dos seres e de cada um dos valores da vida moral e política;
Sócrates acreditava em uma verdade universal, aplicável a qualquer outra realidade/grupo social.
 Verdade e valores são IMUTÁVEIS.
O mito
Mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa;
O mito pressupõe uma história verdadeira, contada por um narrador portador de uma confiabilidade indiscutível;
O narrador do mito é o poeta: um escolhido dos deuses. Sua palavra é sagrada porque vem da revelação divina;
MitoVerdadenarrativapoetasagrado
Como o mito explica a origem do mundo e das coisas?
Encontrando o PAI e a MÃE das coisas:
Tudo o que existe decorre de relações sexuais entre forças divinas pessoais;
Relação entre deuses Titãs
Relação entre um deus e um humanoherói;
2) Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses, o que faz surgir alguma coisa nova no mundo:
Origem das guerras no mundo;
Como o mito explica a origem do mundo e das coisas?
3) Encontrando recompensas ou castigos que os deuses aplicam aos obedientes/desobedientes:
O mito narra a origem do uso do fogo pelos homens;
Prometeu, um titã, roubou uma centelha dos deuses e presenteou os homens com o fogo;
Prometeu foi castigado, assim como os homens;
Os deuses fizeram uma mulher encantadora, Pandora, a quem foi entregue uma caixa, que nunca deveria ser aberta;
A caixa de Pandora é a origem de todos os males.
Formas de conhecimento
Platão distingue 4 formas (ou graus) do conhecimento:
Crença (conhecimento ilusório, por isso deve ser afastado da filosofia);
Opinião (conhecimento da aparência, também deve ser afastado da filosofia);
Raciocínio (treina e exercita nosso pensamento para o último grau);
Intuição intelectual (permite alcançar uma intuição das ideias ou das essências que formam a realidade e que constituem o ser).
Mito da caverna
Caverna  mundo em que vivemos;
Sombras  coisas sensoriais percebidas;
Prisioneiro que se liberta  filósofo;
Luz exterior do sol  luz da verdade;
Mundo exterior  mundo das ideias verdadeiras;
Instrumento libertador  dialética;
Mundo iluminado  filosofia;
Por que os prisioneiros zombam e matam o liberto?
Aristóteles e os tipos de conhecimento
Sensação
Percepção
Imaginação
Memória
Linguagem
Raciocínio
Intuição
Santo Agostinho
Filósofo medieval que introduzirá as ideias do Cristianismo na filosofia da época;
Faz uma revisão dos conceitos helenísticos, sob o ponto de vista da doutrina cristã;
Toma Platão como referência filosófica, em especial a sua Teoria das Ideias:
Existe um mundo chamado Mundo das Ideias, de onde tiramos todas as coisas que existem em nosso mundo: o mundo das formas;
Mundo das Formas é o mundo em que vivemos, onde copiamos as coisas do mundo das ideias, imperfeitamente.
Razão: um auxílio
A Verdade não vem pela razão, ela é instrumento subsidiário para encontrar a verdade e viver a ética;
A Verdade já está dada, basta que a aceitemos: a verdade é a revelação divina;
A fé é o instrumento para aceitarmos as verdades universais, e não questioná-las;
A educação não possui finalidade política, social, mas a de melhorar o espírito do homem, para que sua fé fosse desenvolvida, a fim de se tornar filósofo;
A Igreja assumiu a tarefa de trabalho civilizatório (por meio da educação), após a queda do Império Romano.
Santo Tomás de Aquino
Dedicou-se ao estudo da filosofia, a fim de sintetizar o pensamento helênico ao do Cristianismo;
Sua referência é Aristóteles: “somente existe o mundo em que vivemos”  tese naturalista;
A inteligência humana é a única forma de alcançarmos a verdade;
O real conhecido pela razão (Aristóteles) não é diferente do real criado por Deus;
O que conhecemos pela razão é plenamente compatível com aquilo que conhecemos através da fé;
Responsável pela síntese entre fé e razão na busca pelo conhecimento.
Renascimento
Meados do séc. XIV e fim do séc. XVI;
Época das primeiras mudanças da sociedade feudal para a sociedade capitalista;
Retorno às referências da Antiguidade Clássica, a fim de abrandar a influência do dogmatismo religioso medieval;
Valorização da racionalidade, ciência e natureza;
Homem no centro do pensamento universal.
Fases do Renascimento
Alta Renascença:
Grande nome: Leonardo da Vinci;
As artes de Leonardo, Michelangelo, Rafael e Bramante formam o mais alto repositório da arte renascentista;
Transformação do artista em cientista, erudito, retrato do homem ético;
Classicismo muito idealizado e suntuoso.
Maquiavel
Apesar de toda a beleza artística de Roma, havia críticas de famosos pensadores a este estilo de vida suntuoso;
Sociedade permanecia autoritária, desigual e corrompida;
O Príncipe, de Maquiavel, éum retrato de como subir na vida naquela sociedade;
Poder = Autoridade: “não existem boas leis sem boas armas”;
Legitima-se o uso da força para controle social.
Influência de Maquiavel
O livro foi uma referência fundamental para o pensamento político renascentista em sua fase final e uma inspiração importante para a filosofia do Estado moderno;
Luis XIV, o rei sol, governou a França fundamentado nas teorias de Maquiavel: “O Estado sou eu”;
Apesar de Maquiavel ser às vezes acusado de frieza, cinismo, calculismo e crueldade, tanto que dele vem a expressão "maquiavélico", a obra é um documento histórico valioso como uma análise abrangente da prática política e dos valores dominantes da época;