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Lei de Newton do Resfriamento Carlos Augusto H. Candido, Vitor G. Bigelli, Vitor S. Fiorin. Engenharia de Materiais – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Londrina – Paraná - Brasil e-mail: vitorbigelli@hotmail.com Resumo. A lei de Newton para o resfriamento nos permite estimar a variação de temperatura que ocorre em um determinado material quando este é submetido a uma transferência de calor em um determinado intervalo de tempo. Dessa forma, utilizou-se a equação elaborada por Newton, para estimar o valor da constante “k” presente na mesma e, posteriormente, com a utilização de recursos computacionais, análise gráfica e revisão bibliográfica, determinou-se os fatores que a influenciam. Palavras chave: resfriamento, temperatura, Newton. Introdução Em termodinâmica, resfriamento é um processo no qual um corpo mais quente perde energia térmica (calor) para um segundo corpo originalmente mais frio, geralmente esse “segundo corpo” é o próprio ambiente. Dessa forma, segundo Çengel (2009, p. 6), “transferência de calor é a quantidade de calor transferida por unidade de tempo”. No ano de 1701, Isaac Newton realizou um experimento no qual observou que a temperatura de um corpo cai proporcionalmente à diferença de temperatura entre ele próprio e os seus arredores. De forma análoga, um corpo frio aquece de forma proporcional à diferença de temperatura entre ele e seus arredores. Newton expressou sua lei através da equação I, onde dt/dy representa a variação da temperatura instantânea, T e Ti são, respectivamente, a temperatura em um determinado instante e a temperatura inicial do processo e k é uma constante de proporcionalidade relacionada ao material. (I) Utilizando-se conceitos de termodinâmica, essa mesma equação pode ser escrita da forma: (II) Os experimento a seguir analisa a variação de temperatura de um material em um determinado intervalo de tempo para confirmar o modelo matemático desenvolvido por Newton. Procedimento Experimental Materiais Utilizados 1. Termômetro; 2. Agitador Magnético (Peixinho); 3. Béquer; 4. Papel toalha; 5. Cronômetro; 6. Água destilada à temperatura ambiente; 7. Pinça de madeira. Procedimentos Em um béquer foi colocado aproximadamente 60mL de água destilada à temperatura ambiente. Com o auxílio do termômetro constatou-se que a temperatura da mesma era de 28ºC. Posteriormente, utilizando a pinça de madeira como suporte, manteve-se o termômetro em contado com a água do béquer, que foi posicionado sobre o agitador magnético e foi submetido à um aquecimento. A água foi aquecida até que o termômetro indicasse uma temperatura de aproximadamente 90ºC. Em seguida, o termômetro foi retirado rapidamente do béquer e seco com papel toalha. Com o auxílio do cronômetro, observou-se a temperatura apresentada no termômetro a cada 10s. Uma tabela foi construída com os dados e o processo foi repetido por mais duas vezes. Resultados e Discussão Com os dados obtidos no experimento e com o auxílio computacional, foi construída uma tabela e posteriormente um gráfico de variação de temperatura em função do tempo (Txt). A tabela e o gráfico estão apresentados a seguir: Gráfico: Variação da temperatura em função do tempo para os Experimento 1 Gráfico: Variação da temperatura em função do tempo para os Experimento 2 Gráfico: Variação da temperatura em função do tempo para os Experimento 2 Com o auxílio do programa computacional Excel, foi possível plotar um gráfico de variação em função do tempo para cada um dos experimentos feitos. Utilizando o recurso do mesmo programa, obteve-se a função que mais se aproximava da curva formada pelo comportamento de tais pontos. As funções obtidas foram: - Experimento 1: y = 79,866e -0,013x - Experimento 2: y = 72,936e -0,014x - Experimento 3: y = 70,052e -0,011x Utilizando-se o modelo criado por Newton, e utilizando um processo de linearização onde se utilizou uma aplicação de ln em ambos os lados da equação para que se pudesse isolar e descobrir o valor de k, as curvas que, teoricamente, deveriam ser obtidas seriam: - Experimento 1: y = 68 -0,0132x - Experimento 2: y = 63e -0,013x - Experimento 3: y = 66e -0,0131x Dessa forma, o Experimento 1 foi o que mais chegou próximo do esperado segundo o modelo desenvolvido por Newton. Além disso, analisou-se que, a constante k deve depender diretamente da geometria do “corpo” analisado e de seu coeficiente de transferência térmica. Conclusão Pode-se afirmar que o experimento ocorreu como o esperado. Isso pois, as três curvas obtidas experimentalmente se aproximaram muito das curvas esperadas. A diferença entre o que foi obtido e o que era esperado pode ser devido à: - Erros de medição relacionados ao tempo de reação para cronometrar o tempo (cerca de 0,5s) e erros de leitura do termômetro (que apresentava medida mínima de 1ºC); - Falta de isolamento do ambiente (vento e oscilações da temperatura ambiente influenciam na tava de resfriamento). Dessa forma, concluiu-se que o experimento atendeu às expectativas pois pode-se comprovar que a equação desenvolvida por Newton é funcional e aplicável. Concluiu-se também que o tipo de material a ser resfriado é determinante para a formulação da curva de resfriamento. Isso porque, a constante de proporcionalidade k é dependente da geometria e da facilidade com que um material pode perder calor. Referencias [1] ÇENGEL, Yunus A. Transferência de Calor e Massa: Uma abordagem prática”. Terceira Edição. Editora McGraw-Hill, 2009. 906 p
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