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PLANO DE AULA 1 DIREITO PENAL III

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SEMANA 1
HOMICÍDIO - ART. 121
Bem Jurídico protegido
É a vida humana independente e o objeto material consiste no ser humano nascido com vida.
Considerações sobre o início da proteção penal à vida pelo Artigo 121 do Código Penal
O direto protege a vida desde a sua formação embrionária. Até o início do parto a sua eliminação tipifica o crime de aborto, uma vez que o ser evolutivo ainda não é uma criatura humana. Iniciado o parto, a conduta de suprimir-lhe a vida já tipificará o crime de homicídio. Assim, o ataque a vida humana extrauterina configura o crime de homicídio, já o ataque a vida intrauterina é incriminado pelos tipos do aborto (arts. 124 a 126)
Espécies
Homicídio Simples - art. 121, caput
Homicídio Privilegiado - art. 121, § 1º
Homicídio Qualificado - art. 121, § 2º
Homicídio Culposo - art. 121, § 3º 
Sujeito Ativo e  Passivo do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa, após o nascimento e desde que esteja com vida
Objeto Material do crime
A vida humana. É irrelevante a viabilidade do ser nascente, bastando o nascimento com vida.
Elementos do tipo
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de matar alguém), que pode ser DIRETO (o agente quer o resultado) ou EVENTUAL (o agente assume o risco de produzir o resultado). Não exige o tipo básico qualquer finalidade específica do sujeito ativo, podendo o motivo determinante do crime constituir, eventualmente, uma causa de diminuição de pena (§ 1º) ou qualificadora (§ 2º)
Modalidade Comissiva  e omissiva
O homicídio pode ser praticado através de ação (comissivo) ou omissão. A primeira hipótese ocorre quando o agente dirige sua conduta com o fim de causar a morte da vítima, já a modalidade omissiva ocorre quando o agente deixa de fazer aquilo a que estava obrigado em virtude da qualidade de garantidor (crime omissivo impróprio) art. 13, § 2º, CP, como por exemplo quando a mão desejando a morte de seu filho não o alimenta 
Consumação e tentativa
Consumação – o momento consumativo do homicídio se verifica com a cessação da atividade encefálica da vítima (art. 3º, caput, da Lei 9434/97 - Lei do Transplante de Órgãos), 
	
	
Tentativa – admite
Classificação Doutrinária
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO - OMISSIVO IMPRÓPRIO; CRIME DOLOSO E CULPOSO (pois há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO "DE EFEITOS PERMANENTES" (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP)
São espécies de tentativa abandonada ou qualificada, pois o resultado não se produz por força da vontade do agente, ao contrário da tentativa em que atuam circunstâncias alheias a essa vontade. Na desistência voluntária interrompe-se o iter criminis, ou seja, o agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo a sua consumação. No arrependimento eficaz (ou resipiscência) o agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do resultado naturalístico. 
Crime Impossível por absoluta ineficácia do meio e absoluta impropriedade do objeto
O crime impossível é também chamado de tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase-crime. Ninguém pode pretender cometer um homicídio por envenenamento com a aplicação de farinha em vez de veneno (ineficácia absoluta do meio). Ocorre a absoluta impropriedade do objeto no disparo de arma de fogo, com dolo de matar, em cadáver.
Concurso de pessoas - autoria mediata, colateral e incerta
Autor mediato - é aquele que se serve de outra pessoa, sem condições de discernimento, para realizar, em seu lugar, a conduta típica. A pessoa é usada como mero instrumento de atuação.
Autoria colateral - ocorre quando maia de um agente realiza simultaneamente a conduta, não havendo liame subjetivo entre eles.
Autoria incerta - ocorre quando, na autoria colateral, não se sabe quem foi o causador do resultado. Na realidade, sabe-se quem realizou a conduta, mas não quem deu causa ao resultado naturalístico.
Erro de tipo essencial e acidental e o crime de Homicídio.
 
Para fins penais considera-se erro a falsa representação da realidade, ou seja, o agente supõe realidade diversa da que efetivamente existe.
O erro de tipo é aquele que incide sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, incluindo as formas qualificadas ou privilegiadas, bem como as circunstâncias legais agravantes. Pode-se dizer que no erro de tipo o agente conhece a proibição legal, mas não conhece a própria conduta.
O erro de tipo essencial é aquele que incide sobre elementares e circunstâncias. Já erro de tipo acidental incide sobre dados irrelevantes da figura típica. 
Figuras típicas
 
Homicídio simples
Art. 121, caput - trata-se de conduta desprovida de elementos normativos ou subjetivos. Em regra, não é crime hediondo, exceto quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por um só agente (art. 1º, I, 1ª parte, da Lei 8072/90.
Homicídio privilegiado
Art. 121, § 1º - é uma denominação doutrinária e jurisprudencial.. Cuida-se, na verdade, de causa de diminuição de pena (minorante). As hipóteses legais de privilégio apresentam caráter subjetivo, não se comunicando aos coautores e partícipes (art. 30 do CP), se o crime for praticado em concurso de pessoas. Presente uma das hipóteses o juiz deverá diminuir a pena obrigatoriamente (trata-se de direito subjetivo do réu). Cabe aos jurados reconhecer a causa de diminuição de pena, pois é crime doloso contra a vida, e por ausência de previsão na Lei 8072/90 não é crime hediondo.
a) por motivo de relevante valor social
É aquele relacionado ao interesse da coletividade, e não apenas do agente individualmente considerado, como por exemplo o agente, por amor a pátria, elimina um traidor. 
b) por motivo de relevante valor moral
É aquele que diz respeito a interesse particular do autor do homicídio, aprovado pela moralidade média e considerado nobre e altruísta, como por exemplo a eutanásia
c) pelo domínio de violenta emoção logo após a injusta provocação da vítima
Leva-se em conta o aspecto psicológico do agente que, dominado pela emoção violenta, não se controla, tendo sua culpabilidade reduzida. O CP exige três requisitos cumulativos: 1º) domínio de violenta emoção, ou seja, emoção intensa, capaz de alterar o estado de ânimo do agente a ponto de tirar-lhe a seriedade e a isenção que ordinariamente possui; 2º) injusta provocação da vítima (comportamento apto a desencadear a violenta emoção e a consequente prática do crime), não necessariamente com o propósito direto e específico de provocar , bastando que o agente sinta-se provocado injustamente, podendo, ainda, ser dirigida a terceira pessoa e até mesmo a um animal.Havendo agressão injusta por parte da vítima, estará configurada a legítima defesa (art. 25, CP) e 3º) reação imediata, ou seja, é indispensável seja o fato praticado logo após a injusta provocação da vítima. 
Homicídio qualificado - Art. 121, § 2º
 
O art. 121, § 2º, descreve certas qualificadoras agravantes, umas ligadas aos motivos determinantes do crime, indiciários de depravação espiritual do agente (incisos I, II e V - circunstâncias subjetivas), e outras com o modo maligno que acompanham o ato ou fato em sua execução (incisos III e IV - circunstâncias objetivas).
As qualificadoras e sua interpretação analógica
Qualificadoras são circunstâncias que aumentam obrigatoriamente a pena e devem ser aplicadas sobre a pena base. A qualificadora tem como característica o aumento dos limites mínimo e máximo da pena e é justamente essa característica que a distingue da causa especial de aumento de pena (majorante), pois nesta o aumento é promovido tomando-se como referência a pena base do tipo fundamental.
Interpretação analógica é espécie no gênero interpretação extensiva. Consiste em se estender a atividade hermenêutica para abranger os casos semelhantes aos que foram exemplificados no texto legal. Como exemplo tem o art. 121, § 2º, I e IV, do CP. Na interpretação analógica não há que falar em lacuna no texto da lei, diferente da analogia em que há lacuna na lei. Na interpretação analógica a vontade da lei é a de abranger os casos semelhantes à casuística veiculada. 
Motivos qualificadores determinantes: Mediante paga, promessa de recompensa ou qualquer outro motivo torpe; motivo fútil
Mediante paga - é o chamado homicídio mercenário, que o agente pratica por motivo de pagamento. Na paga o recebimento do dinheiro antecede a prática do homicídio.
Promessa de recompensa - também conhecido como homicídio mercenário, porém o recebimento do dinheiro não ocorre antes da prática do homicídio, mas sim basta um compromisso futuro de pagamento.
INFORMATIVO 375, STJ, (6ª TURMA)
HOMICÍDIO QUALIFICADO. PAGA. COMUNICAÇÃO. CO-AUTORES.
A Turma entendeu que, no homicídio, o fato de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de recompensa, por ser elemento do tipo qualificado, é circunstância que não atinge exclusivamente o executor, mas também o mandante ou qualquer outro co-autor. Ademais, com relação ao pedido de exclusão da qualificadora do recurso que impossibilitou a defesa da vítima, torna-se necessário o revolvimento do conteúdo fático-probatório, o que é vedado na via estreita do habeas corpus. Precedentes citados do STF: HC 71.582-MG, DJ 9/6/1995; do STJ: HC 56.825-RJ, DJ 19/3/1997, e REsp 658.512-GO, DJ 7/4/2008. HC 99.144-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 4/11/2008.
Motivo torpe - é o motivo baixo, repugnante, vil, ignóbil, que repugna a coletividade.
Motivo fútil - é o homicídio praticado por motivo insignificante, sem importância, totalmente desproporcionado em relação ao crime, em vista de sua banalidade.
Meios de execução qualificadores: Com emprego de veneno, fogo ou explosivo, asfixia, tortura ou qualquer outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum
Emprego de veneno (venefício) - para alcançar o intento criminoso o agente utiliza substância capaz de destruir as funções vitais do organismo humano.
Emprego de fogo ou explosivo - a utilização de fogo ou explosivo, como meio de alcançar a morte da vítima, revela o modo especialmente perverso escolhido pelo agente, podendo, inclusive, colocar em risco um número indeterminado de pessoas.
Emprego de asfixia - asfixia é o impedimento, por qualquer meio (mecânico - enforcamento, afogamento, estrangulamento, esganadura ou sufocação - ou tóxico - produzidos por gases deletérios) da passagem do ar pelas vias respiratórias ou pulmões da pessoa, acarretando a falta de oxigênio no sangue.
Emprego de tortura - tortura é o suplício, que causa atroz e desnecessário padecimento. A tortura, geralmente, é física, como por exemplo mutilar a vítima, mas também pode ser moral, desde que exacerbe o sofrimento da vítima, como por exemplo eliminar pessoa cardíaca provocando-lhe sucessivos traumas morais. O homicídio qualificado pelo emprego da tortura não se confunde com o crime de tortura da qual resulta morte (art. 1º, § 3º, da Lei 9455/97).
Meio insidioso - é o meio dissimulado na sua eficiência maléfica. Está presente no homicídio cometido por meio de estratagema, como por exemplo sabotando o freio do veículo automotor.
Meio cruel - é o meio que faz sofrer além do desnecessário. São meios cruéis o pisoteamento da vítima e a morte causada por prolongado e sofrido espancamento, através de socos, pontapés e golpes de palmatória. Os tribunais têm decidido que a qualificadora do meio cruel somente pode ser admitida na hipótese em que o agente age por puro sadismo, com o nítido propósito de prolongar o sofrimento da vítima. Assim, já se decidiu que o disparo de vários tiros contra a vítima não caracteriza a qualificadora do meio cruel, tendo em vista a inexistência de prova no sentido de que os vários tiros tenha aumentado o seu penar.
Meio que possa resultar perigo comum - é aquele que pode alcançar indefinido número de pessoas. 
Modos de execução qualificadores: À traição, de emboscada, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido
À traição - é o ataque sorrateiro, praticado inesperadamente.
Emboscada - é a tocaia, com o agente escondido à espera da vítima.
Mediante dissimulação - por esse modo. o agente esconde ou disfarça o seu propósito, para atingir o ofendido desprevenido.
Mediante outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa - o modo deve ser análogo aos outros do inciso IV (traição, emboscada ou dissimulação). 
Fins qualificadores: Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem em outro crime
O inciso V enuncia hipóteses de conexão (vínculo) entre o crime de homicídio e outros crimes. A doutrina subdivide a conexão em teleológica (homicídio praticado para assegurar a execução de outro crime, futuro) e consequencial (quando o homicídio visa assegurar a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime, passado).
OBS - "outro crime" de que fala o dispositivo pode ser de autoria do próprio homicida ou pessoa diversa. 
OBS: Entrou em vigor no 10 de março de 2015 a Lei 13.104/2015 que trata do feminicídio. As três importantes novidades para o Direito Penal são as seguintes: 
I - alterou o art. 121 do CP para incluir como circunstância qualificadora do homicídio o feminicídio (inciso VI), descrevendo seus requisitos típicos.
II - Criou uma causa de aumento de pena (um terço até a metade) para os casos em que o feminicídio tenha sido praticado nas hipóteses previstas no § 7º.
III - incluiu o feminicídio no rol dos crimes hediondos previstos na Lei 8072/90.
OBS: Entrou em vigor no dia 07 de julho de 2015 a Lei 13.142/15 com as seguintes novidades para o Direito Penal em relação ao homicídio (HOMICÍDIO FUNCIONAL):
I - acrescentou mais uma circunstância qualificadora no crime de homicídio (inciso VII), ou seja, contra autoridades ou agentes descritos nos arts. 142 e 144 da CF.
II - incluiu tal circunstância qualificadora no rol dos crimes hediondos previstos na Lei 8072/90.
Presença de mais de uma qualificadora e a dosimetria da pena
De acordo com Fernando Capez é impróprio falar em crime duplamente ou triplamente qualificado. Assim, basta uma única qualificadora para deslocar a conduta do caput para o § 2º do art. 121. Nesse sentido, resta saber que função assumiriam as demais qualificadoras. Existem 2 posições. 1ª) uma é considerada como qualificadora e as demais, como circunstâncias agravantes. 2ª) uma circunstância é considerada como qualificadora. Com base nela se fixa a pena de 12 a 30 anos. As demais são consideradas como circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, pois o art. 61 do CP dispõe que as circunstâncias não podemfuncionar como agravantes quando forem, ao mesmo tempo, qualificadoras. 
Possibilidade de reconhecimento simultâneo entre qualificadora e privilégio e sua divergência
De com a doutrina e jurisprudência é perfeitamente possível a coexistência das circunstâncias privilegiadoras (§ 1º), que são todas de natureza subjetiva, com as qualificadoras de natureza objetiva (§ 2º, III e IV). 
Homicídio Culposo
Art. 121, § 3º, CP. É um crime de tipo aberto, ou seja, não apresenta a descrição típica completa, pois o mandamento proibitivo não observado pelo sujeito não surge de forma clara, necessitando ser pesquisado pelo julgador no caso concreto.
Elementos do fato típico culposo
1) conduta (sempre voluntária); 2) resultado involuntário; 3) nexo causal; 4) tipicidade; 5) previsibilidade objetiva; 6) ausência de previsão (na culpa consciente inexiste esse elemento) e 7) quebra do dever objetivo de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia).
Modalidades de culpa
O CP não define a culpa, mas o art. 18, II, nos traz as suas diversas modalidades.
Imprudência - consiste na violação das regras de conduta ensinadas pela experiência. É o atuar sem precaução, precipitado, imponderado. Há sempre um comportamento positivo.
Negligência - é a culpa na sua forma omissiva. Implica a abstenção de um comportamento que era devido. O negligente deixa de tomar, antes de agir, as cautelas que deveria.
Imperícia - consiste na falta de conhecimentos técnicos ou habilitação para o exercício de arte ou profissão. É a prática de certa atividade de modo modo omissivo (negligente) ou insensato (imprudente), por alguém incapacitado para tanto, quer pela ausência de conhecimento, quer pela falta de prática.
Princípio da Confiança
Tem por premissa que todas as pessoas devem esperar por parte das outras que estas sejam responsáveis e ajam de acordo com as normas da sociedade, visando evitar danos a terceiros.
Culpa inconsciente e consciente. Diferença entre culpa consciente e dolo eventual
Culpa inconsciente - é a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o que era previsível.
Culpa consciente ou com previsão - é aquela em que o agente prevê o resultado, embora não o aceite. O agente entende que evitará o resultado, embora previsível, confiando que sua habilidade impedirá o evento lesivo.
A culpa consciente difere do dolo eventual, pois neste o agente prevê o resultado, mas não se importa que ele ocorra. Já na culpa consciente, embora prevendo o que possa vir a acontecer, o agente não aceita essa possibilidade.
Concorrência e compensação de culpas
No Direito Penal não há compensação de culpas. A culpa recíproca poderá influenciar na fixação da pena, vez que o art. 59 do CP menciona "comportamento da vítima".
Já a concorrência de culpas tem lugar quando dois ou mais agentes, em atuação independente uma da outra, causam resultado lesivo por imprudência, negligência ou imperícia. Todos respondem pelo ato lesivo.
Conflito aparente de normas entre o Homicídio Culposo do Código Penal e do Código de Trânsito Brasileiro
Quando há inobservância do dever objetivo de cuidado na direção de veículo automotor e tal fato ocasiona a morte de alguém a tipificação está prevista no art. 302 da Lei 9503/97 - CTB.
Perdão Judicial. Natureza Jurídica. Perdão Judicial no Código de Trânsito Brasileiro. Natureza jurídica da sentença que concede o Perdão Judicial
 
Está previsto no art. 121, § 5º, do CP. Trata-se de uma causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, CP). Majoritariamente na doutrina entende-se que aplica-se aos crimes de trânsito o perdão judicial. A natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial é controvertida, pois uma 1ª corrente entende que é declaratória, conforme súmula 18 do STJ, já a 2ª corrente entende que é condenatória.
INFORMATIVO 542, STJ, (6ª TURMA)
DIREITO PENAL. APLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL NO CASO DE HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
O perdão judicial não pode ser concedido ao agente de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) que, embora atingido moralmente de forma grave pelas consequências do acidente, não tinha vínculo afetivo com a vítima nem sofreu sequelas físicas gravíssimas e permanentes. Conquanto o perdão judicial possa ser aplicado nos casos em que o agente de homicídio culposo sofra sequelas físicas gravíssimas e permanentes, a doutrina, quando se volta para o sofrimento psicológico do agente, enxerga no § 5º do art. 121 do CP a exigência de um laço prévio entre os envolvidos para reconhecer como “tão grave” a forma como as consequências da infração atingiram o agente. A interpretação dada, na maior parte das vezes, é no sentido de que só sofre intensamente o réu que, de forma culposa, matou alguém conhecido e com quem mantinha laços afetivos. O exemplo mais comumente lançado é o caso de um pai que mata culposamente o filho. Essa interpretação desdobra-se em um norte que ampara o julgador. Entender pela desnecessidade do vínculo seria abrir uma fenda na lei, não desejada pelo legislador. Isso porque, além de ser de difícil aferição o “tão grave” sofrimento, o argumento da desnecessidade do vínculo serviria para todo e qualquer caso de delito de trânsito com vítima fatal. Isso não significa dizer o que a lei não disse, mas apenas conferir-lhe interpretação mais razoável e humana, sem perder de vista o desgaste emocional que possa sofrer o acusado dessa espécie de delito, mesmo que não conhecendo a vítima. A solidarização com o choque psicológico do agente não pode conduzir a uma eventual banalização do instituto do perdão judicial, o que seria no mínimo temerário no atual cenário de violência no trânsito, que tanto se tenta combater. Como conclusão, conforme entendimento doutrinário, a desnecessidade da pena que esteia o perdão judicial deve, a partir da nova ótica penal e constitucional, referir-se à comunicação para a comunidade de que o intenso e perene sofrimento do infrator não justifica o reforço de vigência da norma por meio da sanção penal. REsp 1.455.178-DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/6/2014.
Causas de aumento de pena
Art. 121, § 4º, primeira parte, CP, aplica-se ao homicídio culposo. a 2ª parte aplica-se ao homicídio doloso..
Homicídio culposo e causas especiais de aumento de pena
Art. 121, § 4º, primeira parte, CP.
Diferença da imperícia para a causa de aumento de pena da inobservância da regra técnica de profissão, arte ou ofício
Não se confunde inobservância de regra técnica com imperícia. No caso do aumento de pena, o agente conhece a regra técnica, porém deixa de observá-la. Já na imperícia, que pressupõe inabilidade ou insuficiência profissional, ele não a conhece, não domina conhecimentos técnicos.
INFORMATIVO 520, STJ, (5ª TURMA)
DIREITO PENAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE BIS IN IDEM NO CASO DE APLICAÇÃO DE CAUSA DE AUMENTO DE PENA REFERENTE AO DESCUMPRIMENTO DE REGRA TÉCNICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO.
É possível a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP no caso de homicídio culposo cometido por médico e decorrente do descumprimento de regra técnica no exercício da profissão. Nessa situação, não há que se falar em bis in idem. Isso porque o legislador, ao estabelecer a circunstância especial de aumento de pena prevista no referido dispositivo legal, pretendeu reconhecer maior reprovabilidade à conduta do profissional que, embora tenha o necessário conhecimento para o exercício de sua ocupação, não o utilize adequadamente, produzindo o evento criminoso de forma culposa, sem a devida observância das regras técnicas de sua profissão. De fato, caso se entendesse caracterizado obis in idem na situação, ter-se-ia que concluir que essa majorante somente poderia ser aplicada se o agente, ao cometer a infração, incidisse em pelo menos duas ações ou omissões imprudentes ou negligentes, uma para configurar a culpa e a outra para a majorante, o que não seria condizente com a pretensãolegal. Precedente citado do STJ: HC 63.929-RJ, Quinta Turma, DJe 9/4/2007. Precedente citado do STF: HC 86.969-6-RS, Segunda Turma, DJ 24/2/2006. HC 181.847-MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Rel. para acórdão Min. Campos Marques (Desembargador convocado do TJ/PR), julgado em 4/4/2013.
INFORMATIVO 573, STJ, (6ª TURMA)
HOMICÍDIO CULPOSO. AUMENTO. PENA. REGRA TÉCNICA. BIS IN IDEM.
Trata-se de recurso em habeas corpus em que se discute o afastamento da causa de aumento de pena constante do § 4º do art. 121 do CP, relativa à inobservância de regra técnica de profissão, sustentando o recorrente que essa mesma causa foi utilizada para a caracterização do próprio tipo penal. A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, deu provimento ao recurso sob o fundamento de que, embora a causa de aumento de pena referente à inobservância de regra técnica de profissão se situe no campo da culpabilidade, demonstrando que o comportamento do agente merece uma maior censurabilidade, não se pode utilizar do mesmo fato para, a um só tempo, tipificar a conduta e, ainda, fazer incidir o aumento de pena. Consignou-se que, no caso, a peça exordial em momento algum esclarece em que consistiu a causa de aumento de pena, apenas se referindo à inobservância de regra técnica como a própria circunstância caracterizadora da negligência do agente, fazendo de sua ação uma ação típica. Assim, entendeu-se estar claro que a inobservância de regra técnica foi utilizada para configurar o próprio núcleo da culpa, não podendo servir também para possibilitar o aumento de pena, visto que não se pode recair em indesejável bis in idem. Precedentes citados do STF: HC 95.078-RJ, DJe 15/5/2009; do STJ: REsp 606.170-SC, DJ 14/11/2005. RHC 22.557-SP, Rel.Min. Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ-CE), julgado em 17/5/2011.
Aplicação do princípio da subsidiariedade em relação ao crime de Omissão de socorro
 
Somente aplica a causa de aumento de pena da omissão de socorro para a pessoa que deu causa ao evento culposo. Caso a omissão de socorro ocorra para aquele que não deu causa ao evento culposo, aplica-se o crime autônomo do art. 135 do CP. 
Causas especiais de aumento de pena no Homicídio Doloso.
 
Art. 121, § 4º, segunda parte, CP. É uma causa especial de aumento de pena, porque está prevista na Parte Especial do CP e sua natureza é objetiva, pois leva em consideração a idade da vítima.
Aplicação da Teoria da Atividade.
 
De acordo com o art. 4º do CP considera-se praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado, trata-se da aplicação da Teoria da Atividade.
Homicídio e a Lei dos Crimes Hediondos.
 
De acordo com o art. 1º, I, da Lei 8072/90, com redação determinada pela Lei 8.930/94 o homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Tal homicídio é classificado pela doutrina como homicídio condicionado, pois depende da verificação de um requisito (condição) para que seja considerado hediondo.
O homicídio qualificado é crime hediondo. 
Homicídio simples como crime hediondo de acordo com a Lei 8.072/90 e suas divergências.
Temos doutrina negando ao homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio o rótulo de "simples", pois grupos de extermínio buscam promover a justiça por suas próprias mãos e, neste caso, o crime será qualificado pela torpeza
Homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo e a controvérsia sobre a incidência da Lei 8.072/90.
O homicídio qualificado-privilegiado é considerado hediondo? A doutrina diverge. Uma 1ª corrente entende que não, pois não está previsto na Lei 8072/90 e por força do critério legal considera-se hediondo somente se estiver previsto na Lei. Outro argumento é que a circunstância privilegiadora é de caráter subjetivo e diz respeito ao móvel do crime, já que as qualificadoras se relacionam à forma de execução. Há também o argumento fazendo analogia com o art. 67 do CP. Já a 2ª corrente entende que tal homicídio é hediondo, pois as circunstâncias do privilégio interferem na quantidade da pena e não na qualidade ou natureza do delito.

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