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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - INSTITUTO DE FÍSICA DEPTO. DE FÍSICA - FÍSICA GERAL & EXPERIMENTAL III MEDIDA DE CORRENTE E DIFERENÇA DE POTENCIAL 1. OBJETIVOS Mostrar os princípios básicos da instrumentação de medidas de corrente e potencial, comparando a eficiência desses instrumentos de medida com as medições indiretas com base nos dados experimentais. 2. INTRODUÇÃO 2.1 Diferença de Potencial Para deslocar uma carga elétrica entre dois pontos em uma região onde atua um campo elétrico é necessário que se realize um trabalho para vencer a força exercida pelo campo sobre a carga. A existência de uma diferença de potencial entre dois pontos, em um meio condutor, tende a provocar o aparecimento de uma corrente elétrica. 2.2 Corrente elétrica É o fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica. A corrente depende da natureza do meio material e de suas propriedades físicas. 2.3 Resistência elétrica É a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica, quando existe uma diferença de potencial aplicada. A Lei de Ohm é im dos mecanismos utilizados para o cálculo da resistência elétrica. 2.4 Aparelhos de medida 2.4.1 Amperímetro O amperímetro é um instrumento utilizado para fazer a medida da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da sessão transversal de um condutor, é construído a partir de um galvanômetro devidamente adaptado e com uma escala conveniente. 2.4.2 Voltímetro Relatório apresentado à disciplina FIS123, como uma das avaliações do semestre 2014.1. Docente: Prof. Alberto São Paulo 2 Um aparelho que realiza medições de tensão elétrica em um circuito. A unidade apresentada geralmente é o volt. Na verdade assim como o amperímetro o voltímetro é um galvanômetro adaptado para medir tensão. 2.4.3 Galvanômetro O Galvanômetro é um instrumento que pode medir correntes elétricas de baixa intensidade, ou a diferença de potencial elétrico entre dois pontos. Para medir correntes maiores, na faixa dos miliamperes ou do Ampère, a utilização direta do galvanômetro é considerada inadequada, pois a excessiva corrente superaqueceria os fios da bobina móvel, derretendo-os. Por essa razão, para tais medidas o amperímetro (embora seja menos preciso) é o aparelho mais utilizado. 3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 3.1 Materiais utilizados Fonte de tensão (Vo) Década de resistores (R) e (Rp) Amperímetro com fundo de escala de 10mA Chave liga-desliga (K) 3.2 Medida de corrente inferior ao fundo de escala Para a I parte do experimento, na qual medimos correntes inferiores a 10mA, primeiramente montamos o circuito como descrito na figura a seguir: Determinamos utilizando, a Lei de Ohm a resistência, mínima calculada. Esta resistência implica na maior corrente que pode ser lida pelo amperímetro (fundo de escala). A importância de calcular esta resistência também se deve ao fato de não ultrapassar o valor máximo de corrente que o amperímetro suporta sem danificá-lo. Calculamos também o valor da resistência máxima calculada (Rmax), utilizando no caso o menor valor indicado na escala do amperímetro (1 mA). Ajustamos o valor da resistência mínima calculada e anotou-se o valor da corrente medida. Como o valor medido anteriormente foi menor que 10 mA, ajustamos a década de resistores para uma resistência que desse uma leitura de 10 mA no amperímetro. Tal resistência é a mínima experimental (Rmin). A partir da resistência mínima experimental, inclusive, ajustamos na década quinze valores entre esta e a resistência máxima calculada, medindo as correntes e anotando esses valores. 3.3 Determinação da Resistência Interna do Amperímetro 3 No circuito utilizado para esta etapa do experimento, o amperímetro (figura abaixo e ao lado) é ligado em paralelo com a resistência Rp, que serve para evitar que excesso de corrente atravesse o amperímetro. Colocamos na década de resistências (R) o valor da resistência mínima calculada. Na década de resistências Rp o valor zero, ligamos a chave e observamos que o amperímetro não indicou corrente. Aumentamos a resistência Rp de 1 em 1 Ω até obter uma corrente de 5 mA. Com base nestes dados determinamos a resistência Ra do amperímetro. 3.4 Transformação da faixa de medida do amperímetro 3.4.1 Duplicação do fundo de escala Calculamos o valor da resistência R para fazer a corrente I do circuito atingir 20 mA. Como já conhecíamos todas as outras resistências envolvidas no circuito, calculamos o valor exato da associação. Ajustamos na década os valores calculados, ligou-se a chave e registramos em uma tabela o valor de R e de I medido; sem alterar a resistência Rp, duplicamos a resistência R até um total de cinco medidas. 3.4.2 Quadruplicação do fundo de escala Repetimos o procedimento anterior para obter um aparelho capaz de medir quatro vezes o fundo de escala do amperímetro original. Ajustamos as décadas para os valores calculados ligou-se a chave, construiu-se uma nova tabela com os valores, mantendo-se o valor de Rp calculado para este item, constante. Duplicamos a resistência R até totalizar cinco medidas. 3.5 Transformação de um Amperímetro em Voltímetro Para esta etapa do experimento, montamos o circuito abaixo: 3.5.1 Voltímetro com fundo de escala 5V Calculamos o valor de R para o voltímetro com fundo de escala 5 V. Ajustamos na década este valor, ligou-se a chave, e anotamos a corrente lida no amperímetro. Anotamos o valor da tensão correspondente e o desvio na leitura desta tensão. 3.5.2 Voltímetro com fundo de escala 10V Calculamos a resistência R necessária para transformar o amperímetro num Voltímetro de 10 V e comparamos o valor anterior de R. Colocamos na década este valor. Medimos com o auxilio do voltímetro a diferença de potencial de 1, 2, 3, 4 e 5, elementos de uma bateria alcalina alternativa. 4 4. RESULTADOS 4.1 Medida de corrente inferior ao fundo de escala Utilizando os dados de tensão fornecida pela fonte (U= 3,8 V), podemos calcular os valores de corrente esperados para estes valores de resistência, e consequentemente o desvio avaliado entre a corrente medida no amperímetro e a corrente ideal. Resistência (Ω) Corrente Exp.(mA) Corrente Cal.(mA) ∂I (mA) 1 365 (Mín. Exp.) 10,0 10,4 0,4 2 380 (Mín. Cal.) 9,7 10,0 0,3 3 836 4,2 4,55 0,35 4 1064 3,2 3,57 0,37 5 1292 2,7 2,94 0,24 6 1520 2,1 2,50 0,4 78 1748 1,9 2,17 0,27 9 1976 1,6 1,92 0,32 10 2204 1,5 1,72 0,22 11 2432 1,3 1,56 0,26 12 2660 1,2 1,43 0,43 13 2888 1,1 1,32 0,22 14 3116 1,0 1,22 0,22 15 3344 1,0 1,14 0,14 16 3572 0,9 1,06 0,16 17 3800 0,8 1 0,2 TABELA 1 Os valores encontrados experimentalmente foram inferiores aos valores que de corrente pressupostos pela Lei de Ohm. Essa diferença entre os valores de corrente ocorre devido à resistência interna do amperímetro que num sistema real (como no experimento) influencia a corrente, de forma a diminuir a sua intensidade. A diferença entre os valores de Resistência Mínima calculada e experimental se deve à existência de resistência no Amperímetro compensada pela dessemelhança onde RCalculada (que é a resistência total do sistema) = RExperimental + RAmperímetro. 4.2 Determinação da Resistência Interna do Amperímetro Desvio avaliado amperímetro (L.E.I.) → Da = 0,1mA (na escala de 10mA) 5 Utilizamos nesse item a resistência mínima calculada e nãoa resistência experimental, porque é necessário que a corrente de intensidade 10mA seja a corrente total a passar na Década, sendo posteriormente divida entre a associação em paralelo de Ramp e Rp. Rfixa: 380Ω TABELA 2 Cálculo de Ra por fórmula e desvio: Cálculo da corrente: → → O valor encontrado foi uma boa aproximação, porque a diferença entre a Corrente Ideal (I=10mA) e a Corrente que passa pelo resistor foi de 0,14mA. 4.3 Transformação da faixa de medida do amperímetro Para os cálculos de corrente apresentados abaixo utilizamos a Tensão de 3,8 V, fornecida pela fonte. R (Ω) Corrente Exp.(mA) Corrente Cal.(mA) ∂I Esc. 2x 185 20 20,5 0,5 Rp= 185Ω 370 10 10,3 0,3 740 5 5,1 0,1 1480 2,4 2,6 0,2 2960 1,2 1,3 0,1 Esc. 4x 92 36 41,3 5,3 IRp = 75 * I 368 8,8 10,3 1,5 IAmp = 25%* I 1472 2,4 2,6 0,2 Rp(Ω) I (mA) 1 0 0,2 2 1 0,9 3 2 1,7 4 3 2,4 5 11 4,9 6 Rp = 92Ω 5888 0,8 0,6 0,2 23552 0,14 0,16 0,02 TABELA 3: Os valores teóricos são maiores ou menores que os experimentais? Por quê ? Qual o desvio avaliado e a resistência interna do seu novo medidor para cada uma das ampliações do fundo de escala? O desvio relativo muda? 4.4 Transformação de Voltímetro Desvio avaliado: ∂U= 0,1 V Escala 10A – 5V: Rd= 489Ω; U= 3,9V; Rinterna Volt.= 99 Escala 10A – 10V: Rd = 989Ω; Resistência fixa da década: R= 989 Ω Elemento de Bat. U + ΔU (V) Rinterna Volt.(Ω) 1 1,2 ± 0,1 869 2 2,4 ± 0,1 749 3 3,6 ± 0,1 629 4 5,0 ± 0,1 489 5 6,2 ± 0,1 369 TABELA 4: 5. CONCLUSÃO A partir do que foi observado no experimento e com base na alise dos dados recolhidos podemos afirmar que importância da realização deste experimento foi deve-se principalmente a medição de Grandezas Fundamentais em um Circuito, como Corrente e Diferença de potencial. Este experimento também possibilitou a melhor compreensão sobre os mecanismos de funcionamento de aparelhos de medida direta como amperímetro e voltímetro, além de sua elaboração a partir do galvanômetro. 6. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA YOUNG AND FREEDMAN SEARS E ZEMANSKY. Física II e Física III 10ª Edição, Addison Wesley, 2003. ROTEIRO DA PRÁTICA. Experiência 1: Medida de corrente e diferença de potencial. Departamento de Física do Estado Sólido - Instituto de Física, Universidade Federal da Bahia. 2014.
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