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Particularidades da Nutrição no idoso/principais carências nutricionais Quem é o idoso hoje? Desafios dos profissionais de saúde: Entender a dinâmica do processo de envelhecimento verificar o perfil alimentar encontrado observar resultados de estudos de longevidade e nutrição adotar conduta nutricional adequada Entendendo o público alvo Mudança fisiológicas ? Recomendações nutricionais para idosos DRI/1989 – recomendação para pessoas acima de 51 anos até 70 anos e acima de 70 anos Proteínas: 0,9 -1,1 g/Kg/dia **1,5 g/Kg/dia = ideal Vitamínica: Adultos = Idosos Atenção! Cálcio Vitamina D, B6, B12 Folato Paladar e Olfato Uso de próteses ou dentição incompleta Condições econômicas Isolamento Alimentação deficiente em calorias e vitaminas [ 1000 Kcal homens e 600 mulheres (Wakimoto, 2001)] Fisiologia do envelhecimento • Mudanças em todos os sistemas do organismo = adaptação Antropometria do idoso: • Estatura: • Permanece inalterada até 40 anos; • Após evidências de redução de 1 a 2,5 cm por década de vida. Fisiologia do envelhecimento • Diminuição de massa magra com a idade • A partir dos 40 anos 5% perda de massa muscular por década • Declínio mais rápido após 65 anos • Perdas mais acentuadas nos membros inferiores massa magra e redistribuição de massa gorda (diminui nos membros e aumenta na cavidade abdominal) Mudanças fisiológicas do envelhecimento Diminuição da massa magra (muscular): • Acentuada pela falta de atividade física; • Dietas inadequadas (Baixo valor proteíco ou consumo de ptn de baixo valor biológico). Quando massa muscular e Força Sarcopenia: Sarcopenia no Idoso: Mudanças musculares com a idade: Fibras tipo I = são vermelhas, contração mais lenta, pequeno diâmetro, muitas mitocôndrias e pouco glicogênio = unidades motoras pequenas Fibras do tipo II: são pálidas(+brancas), contração rápida, forte e explosiva, longo diâmetro, poucas mitocôndrias, armazenam glicogênio e participam de grandes unidades motoras Mudança padrão fibras musculares: PROCESSO DE ENVELHECIMENTO + DEMÊNCIA Síndrome da Fragilidade Fragilidade faz-se necessária a presença de três ou cinco sintomas sendo estes: • perda involuntária de peso, • diminuição de massa e fraqueza muscular, • exaustão, • velocidade de marcha diminuída, • Anorexia, • dependência em vários níveis para a realização das atividades de vida diária (AVD) Obesidade Sarcopênica ou Dinapenia: • IMC – não é preditor de sarcopenia • Em alguns indivíduos as alterações da composição corporal com envelhecimento é exacerbada. • Ocorre ganho substancial de peso corporal e piora da fraqueza muscular já existente. • Tecido adiposo não é metabolicamente inativo = problemas para a saúde do idoso Indicadores de avaliação de Sarcopenia • Medida da velocidade da marcha e equilíbrio – TUG - Timed “Up and Go” Técnica de avaliação: - pedir para o idoso levantar de uma cadeira padronizada com apoio e braços, caminhar 3 metros, virar e volta rumo à cadeira e senta novamente. Resultados -10 segundos = normal para adultos - 10,01 e 20 segundos considera-se normal para idosos frágeis ou com deficiência, Indicadores de avaliação de Sarcopenia • Medida de Força de Preensão Palmar Homens = <30 kg/força Mulheres = < 20 kg/força Técnica de aferição; -Pedir para o paciente apertar o mais forte que puder em ambos os membros, fazer 2 vezes em cada um, alternando braço direito e esquerdo. Considerar a maior medida ***Atenção a entonação da voz Indicadores de avaliação de Sarcopenia Circunferência da Panturrilha Normal = > 31 cm – sem sarcopenia Reduzida = <31 cm – sarcopenia Fonte: EWGSOP, 2010 Intervenção nutricional em Sarcopenia e Dinapenia • Suplementação alimentar Hipercalórica – Hiperproteíca 2 doses diárias + refeição habitual • Associação de atividade física + Intervenção nutricional em Sarcopenia e Dinapenia -Estudos tem demonstrado que na escolha da proteína devemos dar preferência para Whey- Protein -Uso de hormônios? N= 3447 indivíduos com idade = ou superior a 18 anos Problemática: Envelhecimento marcado: • Sarcopenia • Alimentação inadequada • Redução de força física, • Alterações de capacidade funcional • Alta prevalência de DCNT Dentro deste perfil o que faz fazer? Intervenção nutricional para idosos: • Orientação de MEV • Alimentação adequada em calorias e proteínas • Uso de suplementos nutricionais orais para composição adequada da dieta (realidade portuguesa) Orientação Alimentar • Baseada nos guias alimentares (alimentação saudável) Considerar: Cultura alimentar e preferências Comorbidades associadas Estado nutricional Diabetes no Idoso Objetivos da Terapia Nutricional: • Manter níveis adequados de glicemia e hemoglobina glicada • Atingir perfil lipídico • Manter níveis pressórios • Diminuir riscos de doença vascular Diabetes no Idoso AVALIAÇÃO NUTRICIONAL CRITERIOSA IDOSO DEVE PERDER PESO PARA MELHOR CONTROLE DO DM? SIM -OBESO NÃO -SITUAÇÃO DE RISCO -INSTITUCIONALIZADO Recomendações da ADA para idosos NÍVEL DE EVIDÊNCIA A -Requerimentos energéticos para idosos são menores que para adultos jovens -Encorajar atividade física -CONSENSO DE ESPECIALISTAS -DESNUTRIÇÃO É MAIS FREQUENTE QUE EXCESSO DE PESO = -CUIDADO COM DIETAS REDUTORAS 34 Terapia Nutricional para Diabetes no Idoso CARACTERÍSTICAS DA DIETA Calorias •Necessidades energéticas do idoso diabético = idoso saudáveis; •Sincronia entre o total de energia X Insulina ou antidiabetogênicos; •Idosos eutróficos = 30 kcal/ kg/dia •Idosos obesos = 20 a 25 kcal/ kg/dia Proteínas •Normoprotéica; 0,8 a 1g/kg/dia ou 10 a 20% do VET; •Deve- se evitar excessos constantes para não sobrecarregar os rins devido ao risco aumentado de nefropatias. Lipídios •Não devem ultrapassar 30% do VET; •Recomenda-se priorizar gorduras mono e poliinsaturadas, evitando-se saturadas (no máximo 10%), devido risco de DAC; •O nutricionista deve acompanhar periodicamente o Perfil Lipídico do paciente. 36 Carboidratos •50 a 60% do VET da dieta; •Controle do total de CHO consumido/dia, independente do tipo; •Preferir os alimentos fontes de CHO ricos em fibras alimentares: cereais integrais, leguminosas, hortaliças e frutas; •Substituir por EDULCORANTES DIETÉTICOS; Resolução MERCOSUl 83/93 Aprova uso de: -sacarina -aspartame -acessulfame-k -sucralose Carboidratos • Frutas = 3 porções/dia (Pirâmide Alimentar) • Não existem frutas proibidas = atenção ao tamanho da porção •Recomenda-se não consumir sucos concentrados •Restringir os açúcares (açúcar, mel e derivados) Hipertensão arterial no Idoso - Recomendação primária é de dieta hipossódica = 2 g/sal/dia Dietary Approach to Stop Hypertension (DASH), 1977 Abordagens Dietéticas para prevenir a Hipertensão PA Baixo teor de gordura total,saturada e colesterol e rico em frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura; Nozes, sementes e ervilhas e feijões secos Rico em fibras, K,Mg e Ca 39 Recomendação de sal normal = 6g/dia, incluindo o sal dos alimentos manufaturados e acrescidos às preparações; •A restrição pode diminuir se o paciente apresentar complicações cardíacas, renais e ou vasculares; •Se o paciente estiver hospitalizado, para quantificar o sal ingerido, geralmente prepara-se SEM SAL e acrescenta-se a quantidade no momento do consumo; •A orientação se repete no domicílio: 1 gramade sal: 1 colher de café rasada, 1 tampinha de caneta BIC , 1 tampinha de creme dental Os alimentos salgados devem ser substituídos/controlados; •Carnes salgadas e ou defumadas: carne seca, bacalhau, bacon; •Embutidos: lingüiça, salsicha, salame, mortadela, paio, presunto; •Enlatados: ervilha, milho, picles, molho de tomate, azeitona, palmito; •Salgadinhos: aperitivos Obstipação intestinal IDOSO FALTA DE MOBILIDADE USO EXCESSIVO DE FÁRMACOS BAIXO CONSUMO DE FLV E FIBRAS BAIXA INGESTÃO HÍDRICA * ORIENTAÇÃO ALIMENTAR RICA EM FIBRAS E LÍQUIDOS É ESSENCIAL! Doença de Alzheimer: • Perda de peso achado comum na DA • gasto energético • Atrofia do córtex temporal mesial • consumo deficiente de alimentos e calorias • Costuma ocorrer nas fases moderada e grave Doença de Alzheimer • Idosos que tem a perda de massa muscular ainda mais acentuada; • Alterações nutricionais são decorrentes das mudanças comportamentais • Nutrição é essencial em qualquer fase da doença Somatória: Requer intervenção nutricional específica Processo normal do envelhecimento DCNT (Desenvolvimento - DA) Orientação alimentar do paciente: • Considerar comorbidades já existentes; • Dieta individualizada prescrita através de avaliação alimentar e nutricional do paciente; • Estado nutricional (apresentado pelo paciente); • Fase da doença; • Em todas as fases enfatizar o fracionamento alimentar (6 refeições/dia) • Não esquecer que a alimentação é um ato social Fase inicial (geralmente diagnóstico): • Não há alterações nutricionais significativas; • orientação de dieta saudávelbaseada nos guias alimentares; • Procurar manter rotina alimentar. Fase moderada ( alteração de atos motores e comportamentais, perda mais acentuada de memória): alterações comportamentais: Como usar os utensílios? Como comer? Percepção de sinais de fome, sede e saciedade prejudicados; redução ou aumento da ingestão oral mudança da preferência do alimento (doces) • Verificar perda de peso uso de suplementos alimentares; • Atentar para a aparência,variedade e temperatura da refeição; • Dificuldades para mastigar e deglutir (disfagia). Atenção!! Fase grave (fase de total dependência): Disfagia (dificuldade para deglutição) modificações da textura alimentar (pastosa/batida) (Aporte calórico e proteíco adequados) problemas de hidratação atenção na postura em que o paciente se alimenta alimentação supervisionada Risco de aspiração pulmonar considerar uso de sondas para alimentação e hidratação Fluxo de assistência Paciente com sinais de disfagia Fonoaudiologia nível de disfagia Anamnese Avaliação nutricional Nutrição Prescrição Dietoterápica (Gerenciamento multiprofissional) Para a alimentação: Via oral é sempre favorita (fisiológica) Mas........deve......... Garantir a segurança do paciente Manter o estado de hidratação Prevenir aspiração pulmonar Terapeuta da fala de acordo com o grau de disfagia adoção da consistência mais segura Consistência sugerida Pastosa Branda Geral Líquida Orientação alimentar Aporte energético e proteíco adequado Então...... • Recomenda-se a: Gastrostomia Endoscópica Percutânea (PEG) CONTROVERSA!!!! A GTT: • ASPEN: não há indicação, decisão familiares • ESPEN: não há indicação, pois não aumenta sobrevida. • QUESTÃO ÉTICA!!!! • DECISÃO FAMILIAR, BASEADA EM EXPLICAÇÃO • PARA PENSARMOS: Estudo de caso: Dados da paciente: • ATS, 78 anos, 4 anos escolaridade • DA avançado • 2008 – passagem de sonda • 2010 – primeira consulta de nutrição Avaliação Nutricional Parâmetros Resultado 04/05/10 Resultado 04/06/10 Resultado 03/08/10 Resultado 27/10/10 Resultado 13/04/11 CB 18,7 cm 18,8 cm 20 cm 21,8 cm 22 cm PCT 6 mm 8 mm 10 mm 13 mm 15 mm CMB 16,81 cm 16,28 cm 16,86 cm 17,71 cm 17,29 cm PCSE 6 mm 5 mm 8 mm 10 mm 12 mm CP 20,4 cm 20,7 cm 22,7 cm 22,0 cm 22,8 cm Atualidades da Nutrição para DA LipiDiDiet: EU funded long-term trial running using Souvenaid Principal investigator: Professor Hilkka Soininen, University of Eastern Finland, Kuopio, Finland Multi-country, multi-centre study (13 sites in The Netherlands, Germany, Sweden and Finland) 24-Months randomised, controlled trial in 300 people with prodromal AD Eligibility: – Prodromal Alzheimer diagnosis (Dubois et al, 2007) – MMSE ≥ 24 Outcome measures: – Primary: memory domain z-score of a Neuropsychological Test Battery – Secondary: Progression to AD, functional (ADCS-ADL) nutritional biomarkers, safety and adherence – Biomarkers: CSF and MRI
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