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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE (CNEC) 
 INSTITUTO CENECISTA DE ENSINO SUPERIOR DE SANTO 
ANGELO (IESA) 
 
 
 
 
 
 
LUCINÉIA DE MOURA MACIEL RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo Ângelo (RS) 2014 
2 
LUCINÉIA DE MOURA MACIEL RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
Monografiaapresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão III do curso de Pedagogia, do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), como requisito parcial para obtenção do título de Licenciaturaem Pedagogia. 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Ms. Andréa Denise Winkler 
 
 
 
 
 
 
Santo Ângelo (RS) 2014
	 	 	LUCINÉIA DE MOURA MACIEL RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES NOS ANOS INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão de Curso de Graduação para a obtenção do título deLicenciatura em Pedagogia realizada no Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), curso de Pedagogia 
 
 
 
A banca avaliadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão: 
 
 __________________________________________________ 
Professor Orientador: AndréaDenise Winkler - IESA 
 
__________________________________________ Professor Examinador: 
 
_______________________________________________ Professor Examinador: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo Ângelo, 14 de Novembro de 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, marido e a todos que de alguma forma contribuíram para o meu crescimento acadêmico. 
 	 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Primeiramente a Deus, por ter me dado dons e tudo mais o suficiente para que eu pudesse chegar a este estágio. 
 	 
Ao meu esposo, Volmar Bernardi Rodrigues, pelo apoio, compreensão nos momentos de ausência, atenção e amor, elementos essenciais à minha (nossa) realização pessoal. 
 
Aos meus pais e aos meus irmãos que estão sempre me apoiando nos momentos pelos quais mais preciso, pelo amor e exemplo de vida que eles representam para mim. 
 
A professora orientadora Andréa Winkler,a qual admiro muito como pessoa, profissional, agradeço por ter acreditado nesse trabalho, pela oportunidade, orientação, incentivo, simplicidade, apoio e disponibilidade ao longo do percurso. 
 
Enfim, aos amigos, colegas e a todos aqueles que colaboram direta ou indiretamente para que este trabalho acontecesse. Àqueles que acreditaram em mim, muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A leitura do mundo precede a leiturada palavra, daí que a posterior leituradesta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão dotexto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção dasrelações entre texto e contexto. 
 (Paulo Freire)
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RESUMO 
 
Este trabalho versa a cerca do papel da escola na formação de leitores nos anos iniciais e tem por objetivo refletir sobre o papel do espaço escolar na formação de leitores nos anos iniciais da Educação Básica. Para tanto se evidenciou o percurso histórico da leitura no contexto sócio-cultural brasileiro; bem como se definiu, conceitualmente a concepção de leitura e o papel da escola na formação de leitores. Em relação à metodologia utilizada para a realização da pesquisa optou-se pela pesquisa bibliográfica e como marco teórico inspirou-se nos estudos Paulo Freire, Isabel Solé, Luís Carlos Cagliari, Delia Lerner, entre outros. Como resultado ficou evidente que o papel da instituição escolar na formação de leitores é criar estratégias de leitura, para isso deve-se dar uma ênfase maior na leitura desde o processo de alfabetização. Por isso, a importância de planejar estratégias antes,durante e depois da leitura. A instituição escolar também deve oferecer um espaço adequado para a realização da mesma, e é precisolevar em consideração boas condições de trabalho como: bibliotecas com acervos atualizados e outros materiais escolares nas escolas, para desenvolver o gosto dos alunos pela leitura através do trabalho com diferentes gêneros textuais. 
 
 
PALAVRAS – CHAVE: Desenvolvimento. Leitura. Escola. Espaço e tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 08 
 
O ESPAÇO DA LEITURA NO CONTEXTO SÓCIO- CULTURAL BRASILEIRO .... 10 
HISTORIA DA LEITURA NO BRASIL ..................................................................... 10 
O COMPORTAMENTO DO LEITOR NO BRASIL....................................................15 
LEITURA NA SOCIEDADE ATUAL ......................................................................... 19 
 
CONCEPÇÃO DE LEITURA ..................................................................................... 25 2.1 O QUE É LEITURA ................................................................................................. 25 
2.1.1 Tipos de Leitura ................................................................................................. 28 
IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER .......................................................................... 34 
ESTRATÉGIAS DE LEITURA ................................................................................. 36 
2.3.1Gêneros textuais para formação de leitores......................................................39 
 
O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITOR..............................................43 
O PAPEL DA ESCOLA NA PRÁTICA DE LEITURA ............................................... 43 
ESPAÇO E TEMPO COMO MEDIADORES NA FORMAÇÃO DE LEITORES ....... 48 
O papel do espaço da Biblioteca na formação de leitores ............................. 52 
Cantos de leitura na sala de aula. ..................................................................... 54 
O PAPEL DO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DE LEITORES ............................... 55 
 
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 58 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 60 INTRODUÇÃO 
 	 
Este trabalho busca entender o papel da escola na formação de leitores nos anos iniciais, e justifica-se pelo fato de que a leitura faz parte do cotidiano social e educativo das crianças. Sendo uma habilidade fundamental para a construção do conhecimento e para o desenvolvimento intelectual das crianças. 
 	 
 O presente trabalho surgiu com o objetivo de refletir sobre a importância dopapel do espaço escolar na formação de leitores. Acredita-se que a escola deveinstigar o sujeito à leitura, até por que a sociedade exige um sujeito ativo que saiba ler, crítico participativo, informado e ,principalmente, um leitor competente. Por este motivo a leitura é de suma importância em todos os níveis educacionais e para todas as outras áreas de conhecimento. 
 
 Visando uma abordagem qualitativa do tema, característica do trabalho monográfico, dividiu-se o presente estudo em três capítulos, considerando os aspectos históricos, conceituais e teóricos pertinentes à discussão do assunto e levantamentos teóricos de hipóteses para responder o problema proposto para esta investigação do trabalho: Qual o papel da escola na formação de leitores nos anos iniciais? 
 
Inicialmente, no primeiro capítulo, procurou-se observar e discutir o percurso histórico da leitura no contexto socio- cultural brasileiro a fim de compreender a históriae conhecer a trajetória do espaço histórico que a leitura percorreu e ocupou ao longo da história no Brasil. Além disso, no mesmo capítulo buscou-se verificar o comportamento dos leitores no Brasil e como está a discussão sobre a leitura na atualidade. 
 
 Num segundo espaço aborda-se o campo conceitual dotema leitura, entendendo e conceituando seus diferentes significados e suas representações e sua importância nas práticas sociais.Também busca-se analisar a importância do ato de ler, as estratégias de leitura em sala de aula e o papel do professor de séries iniciais no que diz respeito ao desenvolvimento da leitura. 
 Finalmente, no terceiro capítulo, busca-se refletir sobre o papel da escola na formação de alunos leitores levando em conta o papel do espaço e tempo no ambiente escolar e o papel do professor, tentando instigar o aluno à leitura, pois através da mesma o aluno adquire conhecimento moral, social e intelectual. 
O tema escolhido é de ordem da literária,mas também pedagógica, por isso a metodologia de investigação de pesquisa bibliográfica está relacionada às áreas do conhecimento da Literatura Infanto-Juvenil LínguaPortuguesa e da Pedagogia.Sendo assimutiliza-se de autores nacionais e estrangeiros aliando os conhecimentos construídos pela pesquisadora ao longo de sua vida acadêmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ESPAÇO DA LEITURA NO CONTEXTO SÓCIO-CULTURAL BRASILEIRO 
 
 Este capítulo aborda o espaço da leitura no contexto sócio-cultural brasileiro, visto que é de fundamental importância conhecer a trajetória e o espaço histórico que a leitura percorreu e ocupou ao longo da história do Brasil, a fim de refletir sobre o papel da escola na formação de leitores nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Isso porque a escola almeja desenvolver um leitor assíduo, não só capaz de codificar, mas capaz de compreender e ir muito além do que está no texto, estabelecendo relações entre o texto que se lê e a realidade em que se vive. 
 	 
 Dessa forma a leitura tem um papel relevante para os adultos e as crianças, sendo que essas precisam ser instigadas para o ato de ler. E, naturalmente, é o professor que tem a tarefa de desenvolver o interesse e a necessidadede leitura nos educandos para desenvolveram um espírito crítico e reflexivo. Afinal, é a leitura que possibilita ao aluno o desenvolvimento individual, social do sujeito, pois através dessa habilidade a criança pode construir e reconstruir conceitos para a sua formação humana. 
 	 
 Tendo em vista essas contribuições, o primeiro capítulo está organizado em três subtítulos: A história da leitura no Brasil;O comportamento do leitor no Brasil e O acesso à leitura no Brasil na atualidade. Os referenciais usados para discussão partem dos seguintes autores: Regina Zilberman (1982), Marisa Lajolo (2001), Elizabete Baldi (2009), Jose Juvêncio Barbosa (1994), Ezequiel Theodoro da Silva (1986),Jorge de Souza Araújo (1999) e os PCNs da Língua Portuguesa para os Anos Iniciais (1997) entre outros. 
 
1.1 A HISTÓRIA DA LEITURA NO BRASIL 
 
Inicialmente a leitura no Brasil era um privilégio da classe rica, ou seja, serviu como um instrumento de dominação da classe mais baixa. Enquanto as classes ricas 
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tinham a leitura como fruição, lazer, ampliação de horizontes, de conhecimento, de experiências, as classes dominadas a usavam como instrumento de sobrevivência, de acesso ao mundo do trabalho e na luta contra sua condição de vida. Jorge de Souza Araújo afirma que: 
 
[...] Aliada ao contexto político e social foi herança deixada e que muitos buscavam superar. O acesso ao livro, à literatura e escrita foi um privilégio de poucos; podemos, afinal, concluir que o livro também foi um símbolo de riqueza e hierarquia social objeto a que raríssimos não ricos puderam ter acesso (1999, p. 21). 
 
Como destaca a citação os livros só eram privilégio de uma minoria de sábios e filhos dos senhores, somente eles tinham acesso a material literário. No entanto, à medida que ocorrem as mudanças na esfera social, o povo de classe baixa também começa a ter acesso à leitura e aos livros, às vezes, de forma gratuita e na maioria dos casos na escola, em bibliotecas. 
 
 E assim o acesso à leitura teve influências das mudanças na sociedade, principalmente através das questões sociais, políticas e econômicas marcadas no Brasil. A leitura teve sua origem no Brasil Colônia, quando somente foi permitida aos portugueses, aos seus filhos ou a pessoas que estavam diretamente ligados a administração da colônia e aos jesuítas, já para as outras pessoas era negado o direito de ler e escrever. Os textos que serviam de leitura no Brasil Colônia, conforme (Filho; Cunha 2008) “eram textos autobiografados, relatos de viajantes, textos escritos manualmente como algumas cartas familiares e alguns documentos feitos em cartório: certidão de casamento [...]”. 
 
 Na época colonial quase todas as práticas de leitura aconteciam nos engenhos ou nas fazendas, pois não existiam escolas. Além disso, os escravos serviam como mão-de–obra e as mulheres eram destinadas a serviço doméstico, por isso não tinham acesso à educação. 
 	 
 A partir do discurso apresentado sobre a leitura no Brasil Colônia fica evidente que a leitura era destinada a poucos que gozavam de uma excelente posição social como os portugueses que chegavam ao Brasil, a seus filhos e demais parentes. Por outro lado, aos outros era usurpado este direito pelo motivo da superioridade da raça, discriminação que permaneceu por longo tempo. 
 	 
 Jose Juvêncio Barbosa (1994), de fato afirma que o livro antes de ser uma obra, apenas atendia a demanda da sociedade, se transformando em uma mercadoria. O livro, por muito tempo foi um material com preço elevado, porque havia poucos exemplares, por isso o leitor realizava uma leitura integral desde primeira linha da primeira página até a última linha da última página do livro para aproveitar a obra. 
 
 Os livros até o final do século XVII eram diferentes de hoje e o prazer do leitor não se limitava apenas ao texto, ou o assunto que estava se tratando a obra. De acordo com Barbosa (1994, p. 96)“havia um prazer estético, ligado aos aspectos gráficos, os livros eram feitos artesanalmente, através do aspecto gráfico, cada artesão exprimia sua arte”. Segundo o mesmo autor, a escrita nos livros artesanais “tinha características próprias, cada folha era produzida individualmente, com procedimentos esmerados, o tipógrafo compunha tiposde letras trabalhando habilidosamente cada palavra, cada linha, cada página [...]”. 
 	 
 Com base nesse autor pode se afirmar que a situação de problemas de acesso à leitura deve-se às dificuldades econômicas encontradas e ao custo de vida, o que causou uma barreira no desenvolvimento da leitura. Isso, na verdade, é um fator histórico, pois o custo dos livros no país fez com que a leitura se tornasse um luxo, o qual apenas os que têm mais condições de vida podem adquirir uma obra e tenham acesso à literatura. Embora, atualmente, esse não seja o único motivo que mantém as pessoas afastadas da leitura. 
 
 O autor Barbosa (1994) em seu discurso diz que a rapidez do desenvolvimento e as várias informações do mundo contemporâneo e o avanço das tecnologias modificaram a função da escrita e da leitura na sociedade moderna. A leitura no século XVIII que tinha um caráter religioso de livros sagrados da Idade Média. Atualmente ela surge como algo prazeroso e de conhecimento, pois as crianças descobrem um mundo novo, cheio de mistérios e novidades. 
 
 Observa-se, então, que a leitura contribui diretamente para a formação dos alunos, e é um processo fundamental para o desenvolvimento do ser humano, e importante para o desenvolvimento do conhecimento social, político, econômico. No entanto, pode haver concepções que variam em função das práticas sociais da leitura, Barbosa afirma que (1994, p. 97) “na Antiguidade, o conhecimento era transmitido basicamente atravésdo oral, embora na Grécia em Roma, por exemplo, boa parte da população dominasse as técnicas de leitura”. 
 
 Com base nesta citação pode se dizer que o leitor nessa época era, na verdade, um ouvinte, a leitura era realizada em voz alta por algum profissional das letras com objetivo de fazer com que o leitor tivesse acesso à leitura e conseguisse construir conceitos, dando sentido a um texto. Barbosa salienta que: 
 
Os mais antigos textos da humanidade foram escritos nos volumens, forma mais antiga da conservação do pensamento. No volumen, um rolo de papiro, o texto era escrito em estreitas colunas, sem espaços em branco entre as palavras. Para ler, o leitor deveria segurar o volumen com as duas mãos, desenrolando-o com uma delas e enrolando-o com a outra, à medida que progredia na leitura. Desse modo, o volumen permitia apenas a leitura sucessiva e linear de trechos isolados das obras, impedindo a antecipação e dificultando as anotações e retornos próprios do ato de ler(1994, p.97). 
 
Pode-se dizer que a leitura na Antiguidade não era escrita, mas oral. A oralidade era uma das formas de passar ao leitor e ao ouvinte a cultura através dos livros contados pelos profissionais responsáveis. O livro nesta época era considerado uma obra de arte, com valor estético, os textos tinham uma estrutura comunicativa e organizado como o volumem que era em colunas. 
 
E assim o livro foi e é um mecanismo de suma importância na aquisição da leitura, para o leitor exercer sua cidadania, raciocínio lógico e reflexivo. Segundo Regina Zilbermam (2003), os primeiros exemplares de livro no Brasil para as crianças foram produzidos no final do século XVII e durante o século XVIII, pois anteriormente não se escrevia para as crianças, não existia a infância. A mudança da literatura infantil se deu com as mudanças que ocorreram na estrutura da sociedade quando provocaram efeitos no âmbito artístico e nos gêneros clássicos. Isso se deu devido à elevação da família burguesa, quando a criança passa a ser considerado um ser diferente do adulto, com características e necessidades próprias. 
 
Percebe - se que mesmo com o surgimento da literatura infantil no país, era precária a circulação de livros, pois a literatura infantil no mundo teve seu inicio com o Autor Perrault, com os livros Mãe Gansa, O barba Azul e Cinderela. No entanto somente depois apareceram outros escritores Como Andersrn, Irmãos Grimm. No 
Brasil, foi no século XX que surgiu a primeira obra da literatura infantil: O autor Monteiro Lobato com a obra Narizinho Arrebitado. 
 
Celia Doris Becker ( 2001) destaca que a literatura no Brasil teve seu surgimento com as mudanças estruturais ocorridas na sociedade. Foi o momento que a burguesia com seus valores se instalaram no país, provocando uma alteração na forma de ver a infância. Assim no Brasil, a inserção da literatura infantil se da através de quatro fases: 
 
A autora Becker (2001) destaca que a primeira fase compreende o final do século XIX e o inicio do século XX, para a formação de um público infantil. A instituição buscava incentivar os valores patrióticos. A segunda fase abrange o período de 1920 – 1945 na qual havia muitos conflitos na educação. 
 
Além disso, as inovações artísticas foram marcantes com a Semana deArte Moderna em 1922. A respeito da literatura infantil neste período, o criador das inovações da literatura foi Monteiro Lobato com sua linguagem que se aproxima do povo brasileiro, na qual surgemas primeiras publicações destinadas ao público infantojuvenil cujos textos predominavam o espaço rural e o espírito nacionalista. 
 
 
 
A terceira fase é marcada pelo período da democracia e principalmente pelo surgimento de movimentos de educação popular e do grupo de reforma que tinha como ponto principal alfabetizar a educação de base. A quarta fase compreende a fase de 1970 e 1980, ano que ocorreu grandes transformações na literatura infantil, pois o numero obras e autores aumentaram nesta época e o ambiente assim como a linguagem estavam mais próximas ao cotidiano. Além disso, recuperaram-se as modinhas infantis, canções de ninar e as brincadeiras de rodas, se tem uma visão sobre a infância. 
 
Como se observa a literatura infantil pode ter manifestações de problemas sociais, criatividade, problemas econômicos, culturais do Brasil. Por este motivo é que a mesma não pode ser considerada ou vista como uma brincadeira, mas sim como um objeto de consciência dentro de uma sociedade. 
 
1.2 O COMPORTAMENTO DO LEITOR NO BRASIL 
 
 
 A leitura é um fator importante para o desenvolvimento intelectual e contribui para o enriquecimento pessoal, além de possibilitar que o aluno tenha uma melhor compreensão do mundo. Por isso o livro deve estar presente na vida das pessoas, em casa, no trabalho e não apenas na escola. 
 
 
 Por parte dos jovens no Brasil, a leitura ainda é muito pouca, esta afirmativa tem respaldo da pesquisa realizada pela Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil¹ que em âmbito nacional fez uma pesquisa entrevistando municípios de todos os estados brasileiros, no ano de 2011 (considerados dados mais recentes até o presente momento). 
 
 
 O comportamento do leitor Brasileiro apresenta um índice baixo como revela a pesquisaRetratos da Leitura no Brasil, que identificou os fatores que levam à prática da leitura e promove o acesso dos brasileiros à leitura. 
 
 Através dessa pesquisa observou-se que os que leem são as pessoas que pertencem às classes sociais privilegiadas, mas esta situação está mudando com a distribuição gratuita de livros nas escolas, abastecimento de bibliotecas.Mesmo assim,estasiniciativas têm se mostrado insuficientes para mudar o comportamento do leitor no país. 
 
 Segundo os dados obtidosno Brasil há 88,2 milhões de leitores, ou seja, 50% da população, 7,4 milhões a menos que a pesquisa realizada em 2007, quando 55% dos brasileiros se diziam leitores. Com esta queda observa-se que os brasileirosnão estão lendo, muitosquestionamentossãolevantados, inclusive sobre o aumento dos preços dos livros. 
 	 
 Embora a pesquisa aponte que não foi devido ao aumento dos preços das obras que muitos brasileiros perderam o prazer de ler um livro, pois o preço fica em 13º lugar.Ainda é a falta de interesse pela leitura que fica em primeiro lugar com 78% dos entrevistados e a falta de tempo ficando em segundo lugar com 50% das pessoas. 
 
 Para tentar explicara diminuição de leitores no país pode-se dizer que a leitura tem vários concorrentes, para explicar o desinteresse dos jovens e adultos pela literatura. Por exemplo, no Brasil 85% das pessoas preferem assistir televisão no seu tempo livre, 52% ouvirem música ou rádio, a leitura aparece em 7º lugar com apenas 28% dos entrevistados. 
 
 Com base neste item se pode constatar que os brasileiros mesmo com livros ou jornais em casa, não se interessam pela leitura, pois não tem paciência e atribuem a falta de interesse ao cotidiano tumultuado e cansativo que levam. 
 
 Mesmo assim o Brasil aumentou a fidelização dos livros por parte de leitores no ano de 2011, pois 49% leem mais do que em 2008 quando apenas 40% liam, com estesnúmeros pode se dizer que há5 milhões de novos leitores no Brasil. Com estesdados da pesquisa observa-se também o aumento de leitores por prazer com 75% contra 70% em 2008, e o aumento de livro lidos em casa em 2008 era de 25, aumentou para 34, isto equivale a um aumento de 36%. 
 
 Com os resultados até aqui obtidos, verifica-se que a leitura de um livro éfundamental para o futuro dos brasileiros, para descobrirem mais sobre o mundo que osrodeia. Com a leitura as pessoas adquirem novos conhecimentos e ideias. Fica claro que no Brasil as pré-condições para o acesso à leitura são várias, não é apenas investir em várias bibliotecas, poiso professor tem a tarefa de investir nas práticas de leitura na sala de aula, cativar os alunos, porque com a leitura presente na educação é possível construir um país com cidadania e educação de qualidade. 
 
 	O investimentona prática de leitura é de suma importância no desenvolvimento do cidadão, pois sem o incentivo à leitura não há desenvolvimento na interpretação e produção de um texto em sala de aula e também dos textos que circulam na prática social da maioria das pessoas.Além disso, a leitura serve para melhorar a qualidade de ensino nas escolas. Porém, para que esta tarefa se concretize, as escolas e os governos devem adotar algumas medidas para instigar os alunos à leitura, como investir em programas, projetos, eventos e investir em material humano, formação de mediadores para servir de referência e modelo. 
 
 A pesquisa representou 93% da população brasileira, ou seja, 178 milhões, destes 50% da população se consideram leitores. Fazendo uma comparação em 2007, constatamos que ouve uma redução de 7,4 milhões de leitores. Também os índices de leitura 4,7 em 2008 e 4 em 2012 ao ano, incluindo os livros didáticos, ainda são números muitos baixos, mas comparando com alguns países podemos perceber que o Brasil está melhor no índice de leitura que o México com 2,9 de leituras por ano. 
 
 Na pesquisa consta que ,em primeiro lugar, entre os considerados leitores estão as pessoas do sexo feminino com 50% e ,somente, em segundo lugar aparecem os do sexo masculino com 43%. 
 	 
 Entretanto, através da pesquisa constata-se que os leitores que estudam (74%); os que têm nível superior (76%); os que pertencem à classe A (79%) e as crianças na faixa etária de 11 a 13 anos (84%), seguidas dos jovens que estão na faixa de 14 a 17 anos (71%). 
 	 
 Além disso, no Brasil está cada vez presente na vida dos jovens, crianças a leitura digital. O desenvolvimento rápido das novas tecnologias de informação e da comunicação, afeta a leitura do público jovem do Brasil. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil aponta que a grande maioria dos jovens já leram livros digitais, 87%baixaram gratuitamente o arquivo e 13% pagaram pelo download. Entre os que baixaram gratuitamente, 38% não tiveram receio em informar que eram “piratas”. 
 
 Ao analisar a leitura digital, pode-se afirmar que a mesma pode ser um recurso a substituir a leitura de livros impressos, porque segundo a pesquisa apesar do número de leitores de livros digitais ainda ser muito pequeno (7% da população estudada), as respostas positivas apontam tendência ao crescimento desse número, pois, entre os que tiveram acesso, 54% responderam que gostaram muito e 40% que gostaram um pouco. Somente 6% deles dizem que não gostaram. Entre a população que nunca leu: 48% acham que podem vir a usar e 33% acreditam que nunca farão uso dessa tecnologia. 
 
 Com os dados até aqui obtidos sobre a pesquisa realizada em 2011 fica evidente que o consumo de livros para desenvolver o prazer de ler depende de estímulos das áreas de publicidade. Mas, também do interesse do acesso dos bens culturais e de um processo educativo mais complexo. 
 
O educador na escola deve sero mediador da leitura em sala de aula, pois foi revelada a posição que o professor conseguiu na terceira edição da pesquisa, como influenciador, subindo 12% em relação à anterior (de 33% para 45%) e superando a mãe, a mais citada pelos que gostam de ler em 2007 (de 49% para 43%). 
 	 
 Na pesquisa também se constatou, que, para os brasileiros, a leitura significa em primeiro lugar fonte de conhecimento para a vida; em segundo como fonte de conhecimento e atualização profissional; e, em terceiro lugar, se destaca sendo uma fonte conhecimento para a escola e faculdade. Assim a leitura não aparece apenas como uma atividade entediante ou obrigatória. 
 	 
 Através da pesquisa nota-se que o leitor da preferência à leitura de jornais, revistas, livros indicados pela escola didáticos, histórias em quadrinhos e em último lugar aparece os livros técnicos. Outro dado importante que se pode destacar da pesquisa é que os maiores influenciadores do aluno para a leitura são os professores, mães e pais. 
 	 
 Além disso, as principais formas de acesso à leitura são através de compras, empréstimos de outras pessoas ou por bibliotecas, os livros baixados da internet aparecem em penúltimo lugar na pesquisa. 
 
1.3 LEITURA NA SOCIEDADE ATUAL 
 
 A leitura possibilita o desenvolvimento individual e social do sujeito, é pela leitura que se constrói e se reconstrói conceitos relevantes para a formação enquanto ser humano. Por isso a escola deve instigar no aluno o prazer pela leitura não só na prática, mas também fazer o aluno perceber sua importância, não só no âmbito escolar, mas no meio em que vive. 
 
Na sociedade em geral, percebe-se que a tecnologia tem exercido influências significativas nas práticas sociais, pois com o avanço da mesma surgiram vários suportes de leitura que tornaram o ato de leitura dinâmico e divertido. Desta forma é importante ressaltar que as novas tecnologias vêm influenciando os alunos através do uso dos computadores que oferecem ferramentas para ler e escrever. E a internet se configura como um ambiente que possibilita os alunos a leitura, pesquisa e publicações de texto, sendo assim um novo espaço de leitura. O que contradiz o discurso de que as tecnologias estão fazendo com que os alunos deixem a leitura de livros de lado, oqueresultaria em jovens cada vez mais desinteressados em livros e possuindo um vocabulário pobre. 
 
No entanto, a tecnologia digital é um aliado para o desenvolvimento da leitura, pois o computador é mais um espaço de leitura gratuita e livre, os jovens hoje leem mais que antigamente, graças ao acesso à tecnologia, que inclusive barateou os livros. A era digital trouxe novas formas de relação com o texto, muito diferentes daquelas práticas das gerações anteriores ao computador. 
 
E,apesar dos livros, serem primordiais para a educação, o livro digital oferece várias possibilidades de o jovem desenvolver o prazer da leitura, o que se dá através nas diferentes linguagens,nas formas variadas dos textos, vídeos e fotos. Assim, a tecnologia pode ser uma aliada para o trabalho com a leitura e, consequentemente, a escrita.OsParâmetrosCurriculares da Língua Portuguesa (PCNs) definemque: 
 
 
O trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e, consequentemente, a formação de escritores, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção da intertextualidade e fonte de referências modalizadoras. A leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever. Por outro, contribui para a constituição de modelos: como escrever (1997, p. 40). 
 
 Como aponta a citação acima para formar um leitor competente e eficaz a escola deve fornecer uma educação de qualidade desenvolvendo o gosto pela leitura, pois através dessa o sujeito pode enriquecer o vocabulário, obter conhecimentos. Muitas pessoas não tem paciência para ler um livro e recorrem ao recurso da tecnologia,o computador,por ser uma ferramenta rápida de acesso. 
 	 
 Eveline Charmeux (2000, p.11) afirma que a capacidade de leitura determina o sucesso escolar, profissional, bem como a liberdade e autonomia do cidadão. Dessa forma, a importância dada à leitura na atualidade difere muito da realidade vivida anteriormente. 
 
 A leitura formal de livros perdeu espaço na vida dos jovens, porque atualmente a leitura digital é considerada mais prazerosa, lúdica einteressante. Esta questão está sendo uma das preocupações da escola e dos educadores, afinal ao ler um livro formal o sujeito consegue formar referências culturais e consegue aprofundar conhecimentos a respeito do mundo para conviver em sociedade. 
 
 Com relação à leitura digital observa-se que é uma possibilidade dos jovens terem acesso a váriosrecursos visuais como, por exemplo,vídeo, áudio, imagens e texto. Aspectos importantes, pois possibilitam escrever mais, além de que ao se comunicar com as pessoas através das redes sociais estão lendo e escrevendo. A grande questão que envolve a leitura nos meios digitais é a qualidade do que se lê e nãoa quantidade, pois obom leitor é capaz de interagir criticamente com os significados que os textos trazem. OsPCNs destacam que: 
 
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência. É o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo lido, tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, arriscar-se diante do desconhecido, buscar no texto a comprovação das suposições feitas, etc. (1997, p. 41) 
 
Conforme a citação, o leitor deve ser capaz de ler e entender o que está lendo, estabelecer uma relação de sentido com o escrito do texto. Também o leitor competente deve saber,segundo os PCNs (1997), que na aprendizagem inicial da leitura, ler é decodificar, converter as letras em sons, sendo a compreensão consequência natural desta ação. O que,na verdade, não implica somente a decifração do texto. Por conta desta concepção equivoca a instituição vem produzindo leitores capazes de codificar o texto, mas com dificuldades de entender o que leram. 
 	 
 Realizando uma análise sobre a leitura antigamente, pode se afirmar que a leitura era algo de luxo que favorecia algumas classes sociais, por isso não havia necessidade de ler para ser um cidadão e ter uma vida melhor. Hoje em dia a leitura, ou seja, o saber ler tem uma implicação direta na vida do ser humano, está presente no nosso dia a dia como em supermercados, lojas, receitas de bolos, lista telefônica, em cartazes, na internet. Enfim, em todos esses espaços se faz presente a leitura e, principalmente a utilização da mesma. 
 
 Atualmente o educador tem um importante papel na aprendizagem da leitura, por muito tempo os professores ensinaram por métodos tradicionais. Os PCNs (1997) apontam que não se deve ensinar a leitura por meio de práticas centradas na decodificação. Ao contrário, é necessário oferecer aos alunos oportunidades de aprenderem a ler utilizando procedimentos, como interagir com os diversos textos escritos, ter uma prática constante de leitura, pois cada texto exige um esforço do aluno e outros nem tanto. 
 
 A leitura exige algumas estratégias para desenvolver leitores autônomos capazes de aprender com os textos que estão interagindo. Para a compreensão do texto, Isabel Solé (2009) aponta estratégias que podem ser utilizada antes, durante e depois da leitura, para estabelecer relações importantes com o texto. 
 
Antes da leitura, a autora destaca que o educador tem a função de suscitar a necessidade de ler, descobrir as estratégias e utilidades da leitura, enfrentar a leitura com confiança etransformar a criança em um leitor ativo. Para que esta estratégia se concretize é preciso escolher bons materiais de diferentes gêneros, definir a finalidade que se quer alcançar, preparar o espaço e o contexto em que se vai acontecer, os materiais a serem utilizados e antecipar os conteúdos, ativar os conhecimentos prévios e ter previsões sobre o conteúdo. 
 Durante a leitura e necessário desenvolver a compreensão leitora do aluno, ou seja, construir progressivamente o significado da leitura e da história, interagir, imaginar, conhecer, compartilhar ideias, confirmar ou refutar suas hipóteses. Podem ser usadas estratégias como entonação de voz, recursos gráficos e imagens, fazer uma leitura compartilhada, coletiva, fazer paradas e falar sobre o texto e a história. 
 	 
 A última estratégia depois da leitura, de acordo com Solé (2009) tem função de elaborar e efetivar a compreensão da leitura, verificar e concretizar o que havia sido visto anteriormente, identificar informações, elaborar resumos, registros. Todavia, é preciso revisar oralmente, elaborar resumos, perguntas escritas e orais. 
 
Também os PCNs (1997), afirmam que um leitor competente pode se construir mediante a uma prática de leitura de textos. Nesse caso, a escola precisa organizar o trabalho diferenciado como distribuir materiais de leitura com qualidade, oferecer práticas de leitura eficazes, e trabalhar com uma diversidade de textos. 
 
Sendo assim a instituição escolar precisa ter condições favoráveis para a prática de leitura, na visão dos PCNs (1997), a escola deve dispor de uma boa biblioteca, dispor de acervos, organizar momentos de leitura juntamente com o professor, planejar atividades diárias garantindo que a leitura tenha a mesma importância das demais atividades. Além disso, também dever se ter uma didática para formar leitores, trabalhar diariamente com leitura de forma silenciosa, individualmente, em voz alta, em grupos. 
 
Portanto, a leitura na sociedade atual sofreu transformações, principalmente com a chegada dos novos meios tecnológicos que trazem aos alunos as mídias como a internet, os vídeos, redes sociaise são uma nova forma de leitura e escrita, um novo agir e pensar. Assim o uso das novas tecnologias na educação não pode ser deixado de lado,pois éum recurso que contribui nos trabalhos pedagógicos com as criações de situações de aprendizagem ricas e complexas. 
 	 
 A leitura funciona como um instrumento importante para novas possibilidades de aprendizagem, um meio de construção de conhecimento, também contribui para o desenvolvimento cognitivo da criança, favorecendo a escrita e a expressão de seus anseios, pensamentos e sentimentos. Por isso o capítulo seguinte vai abordar sobre a leitura e suas contribuições no processo educativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2CONCEPÇÃO DE LEITURA 
 
 A leitura abre novos caminhos aos alunos, trazendo conhecimento de mundo. Assim permitindo um posicionamento crítico dos jovens diante da realidade que o cerca. A prática de leitura permite que os mesmos tenham um bom desenvolvimento cognitivo, ler não é apenas decodificar as palavras, mas interpretar, e reconhecer os sentidos das palavras, saber diferenciar cada texto. 
 
 Sendo assim o segundo capitulo da monografia, procura conceituar a leitura de uma forma ampla, buscando analisar a importância do ato de ler, as estratégias de leitura em sala de aula e o papel do professor de séries iniciais no que diz respeito ao desenvolvimento da leitura. 
 	 
 	O presente capítulo traz referenciais teóricosdos autores: Isabel Solé 
(1998), Ezequiel Theodoro da Silva (1986), Eliana Teixeira (2007), Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental (PCNs)( 
1997), Fanny Abramovich ( 1997), Maria Margarida Andrade ( 1999), Luiz Carlos 
Cagliari ( 2002), Nelly Novaes Coelho ( 2000), Paulo Freire ( 1998), Angela Kleiman ( 2011) entre outros .Para abordar a temática de concepção de leitura está organizado através dos seguintes subtítulos: O que é leitura, tipos de leitura;estágios psicológicos na formação de leitores; A importância do ato de ler;Estratégias de leitura e gêneros textuais para formação de leitores. 
 
2.1 O QUE É LEITURA 
 
Quando se fala em leitura, a primeira coisa que vem na mente das pessoas é a decodificação das palavras e dos signos. No entanto, de acordo com Eliane Teixeira 
(2007, p. 85),entende-se por leitura” toda a atividade capaz de fazer sentido e de despertar o interesse do leitor, permitindo-lhe fazer relações com que ele já conheça, 
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não importando a natureza verbal ou não verbal do texto”.Deste modo a leitura aparece como um meio que precisa de interpretação, por parte dos leitores. 
 
 Cada jovem consegue ler com a ajuda de suas experiências vividas, ao longo da sua trajetória de vida, Paulo Freire (1998, p.11) considera que “a leitura do mundo procede sempre à leitura das palavras, e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”. 
 	 
 A leitura se dá a partir do momento que o leitor começa a compreender o que está lendo, por isso que,primeiramente, é preciso entender e saber interpretar o que se está lendo, não basta saber decodificar os sinais e signos linguísticos. 
 
 Ao longo da leitura o jovem deve saber se posicionar diante do texto, pois Ezequiel Theodoro Silva (1996, p. 45) destaca que é possível por meio de três propósitos de leitura, o leitor se posicionar, “compreender a mensagem, compreenderse na mensagem compreender-se pela mensagem”. Nesse sentido o referido autor define o ato de ler como não só umaponte para a tomada de consciência, mas um modo de existir no qual o indivíduo compreende einterpreta a expressão registrada e passa a compreender oque se leu. 
 
 De acordo com Maria Helena Martins(1994, p. 23)“a leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido, seja ele escrito, sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento”. Dessa forma, conforme essa autora a leitura é um processo de compreensão e de expressões formais, por isso o conceito de leitura não fica restrito na decodificação, mas o aluno deve interpretar os signos desta leitura. 
 
 Em consonânciaÂngela Kleiman (2008) afirma que a leitura precisa permitir que o leitor apreenda os sentidos do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos. 
 	 
 	Conforme aponta essa autora a leitura precisa antes de tudo ter a compreensão, sua prática é fundamental para a formação do indivíduo e a construção de conhecimento, além de permitir que o sujeito seja um formador de opiniões e crítico. 
 
Isabel Solé (1997) afirma também que a leitura é um processo mediante a qual se compreende a linguagem escrita. E para ler necessita-se manejar com destreza as habilidades de decodificação e aportar ao texto objetivos, ideias e experiências prévias. O leitor precisa se envolver em um processo de previsão e inferência contínua. Na qual esta inferência e previsão busca com que os leitores sejam provocados e acionem seus conhecimentos prévios com hipóteses, ideias sobre o assunto que está lendo. 
 
Deste modo entende-se que é de suma importância o conhecimento prévio do aluno na leitura, pois possibilita ao leitor fazer inferências de significados, para melhorar a compreensão leitora. 
 
Além disso, a leitura funciona como uma fonte de conhecimento, de informação aprendizado, uma fonte de cultura de lazer para os jovens. Por isso a leitura tem finalidade não só de formar leitores competentes, mas escritores capazes de escrever textos. De acordo com os PCNs (1997) para tornar os alunos leitores,para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler requer esforço por parte do sujeito. 
 
Sendo assim escola precisa mostrar para os alunos que a leitura é algo interessante para eles e que permite ao aluno criar uma autonomia e conhecimentos através da prática de leitura eessa não deve apenas ficar restrita apenas aos recursos materiais e didáticos. Os PCNs destacam que a escola deve ter condições que favoreçam a leitura como: 
 
Dispor de uma boa biblioteca na escola; dispor de um acervo de livros de classe e outros materiais de leitura;organizar momentos de leitura livre [.....]; planejar as atividades diárias de leitura [....]; oportunizar aos alunos a escolha de suas leituras [.....]; possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola [.....]; construir na escola uma política de formação de leitores nos quais todos possam contribuir com sugestões [....] (1997, p. 58). 
 
 Pode-se destacar também que para que para formar leitores é preciso seguir propostas didáticas diárias, pois como aponta esse documento para formar leitores deve ser desenvolvida a leitura diária, que pode ser realizada de forma silenciosa, individualmente, em voz alta, em grupo, pela escuta de alguém. Também pode acontecer com uma leitura colaborativa na qual o educador realiza a leitura para a classe e depois questiona os alunos sobre determinados sentidos. 
 
 Ler pode ser definido como um meio essencial na aquisição do conhecimento, além de ser um meio de participação na cultura, na vida intelectual. Martins (1986, pg. 49) destaca que ler pode ser uma primeira instância, pois possui elementos de combate à alienação e à ignorância. Dessa forma as pessoas que sabem ler a usam a leitura como uma prática social em sua vida. 
 	 
 Luís Carlos Cagliari (2002),destaca que a leitura é complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas fonéticos, cujo desenvolvimento de habilidade se dá através do aprender as letras, sílabas, palavras e frases. Pois tudo que o mediador ensina ou a instituição está ligado à leitura, desde um número, receitas, os alunos dependem da leitura para se desenvolver. 
 
 O autor Cagliari (2002) também salienta que leitura é uma decifração e uma decodificação que levam à compreensão, objetivo principal de ler. O qual o leitor deve decifrar a escrita entender a linguagem escrita para depois decodificar e interpretar o texto. Pois a prática de leitura é importante para a escrita e produção de textos, um aluno pode ficar sem escrever, mas sem ler não, porque necessita da leitura para viver em uma vida em sociedade. Por este motivo para compreender a importância de ler no próximo item serão abordados os tipos de leituras. 
 
2.1.1 Tipos de leitura 
 
A leitura é importante para a vida social, através dela entende-se o mundo e há a interação com as pessoas. Pode-se destacar que a leitura tem várias finalidades e objetivos como de busca de conhecimentos, de lazer, por prazer, de obter informações e notícias. 
 
Partindo desta afirmação a leitura não tem a mesma finalidade para cada leitor, por isso com base em Maria Margarida Andrade (1999) destacam-se quatro tipos de leitura, a de higiene mental ou recreativa, leitura técnica, leitura de informação e leitura de estudo. 
 
A leitura de higiene mental ou recreativa tem como objetivo trazer lazer e entretenimento ao leitor é o caso de revistas em quadrinhos, romances. A leitura técnica implica em saber interpretar e ler gráficos, como artigos de cunho cientifico. Já a leitura de informação está ligada a cultura em geral e o último tipo de leitura, conforme a autora é a leitura de estudo que busca coletar informações para adquirir conhecimentos. 
 
O trabalho com os diferentes tipos de leitura desafia os leitores a ler diferentes tipos de textos, utilizando diferentes formas e objetivos ao realizarem a leitura. De acordo com Cagliari (1995), por leitura se entende toda a expressão linguística que uma pessoa realiza para recuperar um pensamento formulado por outra ecolocado em forma de escrita. 
 
O autor explica que a leitura pode ser ouvida, vista ou falada, por que um texto escrito pode ser decodificado e decifrado por alguma pessoa que traduz o escrito numa realização de fala e este tipo de leitura ocorre nos primeiros anos de escola da criança. 
 
Parafraseando Cagliari (2002), os primeiros contatos das crianças com a leitura ocorrem desse modo: os adultos leem histórias para elas, pois ouvir histórias é uma forma de ler. A diferença entreouvir a fala e, ouvir aleitura existe, porque a fala é produzida espontaneamente, ao passoque a leitura é baseada num texto escrito, que tem características próprias diferentes dafala espontânea. Entretanto, as duas atividades são semelhantes foneticamente emrelação ao processamento.Cagliari enfatiza que: 
 
A nossa cultura durante muito tempo se constituiu de livros escritos e da leitura silenciosa visual (considerada por alguns a verdadeira leitura), preservando-se através deles. Poucas instituições, como os conventos, conservam desde tempos remotos o hábito da leitura pública, em que um leitor lê para a comunidade. Hoje, até as poesias são lidas na solidão de cada um, e ninguém estranha que uma forma linguística que nasceu para ser ouvida, por suas características rítmicas e melódicas, não seja mais usada em sua plenitude. É quase como um músico que „lê‟ uma partitura e imagina a música. Ler uma peça de teatro não é o mesmo que vê-la encenada. São dois tipos diferentes de leitura. Nem sempre a leitura visual silenciosa é a mais adequada para certos textos, que foram feitos com a intenção de serem lidos oralmente ou ouvidos (1995, p.156). 
 
 
A leitura visual silenciosa é importante para os leitores, pois segundo Cagliari (2002) a leitura oral, falada e/ou ouvida, processa-se foneticamente de maneirasemelhante à percepção auditiva da fala. A leitura visual, falada ou silenciosa, além de pôr em funcionamento o mesmo mecanismo de percepção auditiva da fala para a decodificação do texto, precisa pôr em ação os mecanismos de decifração do texto. 
 
Os tipos de leitura são propostos para os alunos para a ampliação dos conhecimentos, aumento do vocabulário, entenderem o conteúdo e obter conhecimentos tanto específicos como informações básicas. Por este motivo será abordado sobre os estágios psicológicos da formação dos leitores. 
 
2.1.1.1 Estágios psicológicos na formação de leitores 
 
 Seja em momentos com a família, de geração para geração, ou na escola os alunos estão em constante interação tantos com colegas e professores ou por meio de situações de aprendizagens em que o professor é responsável por possibilitar o acesso e o contato ao mundo literário. E ainda vale destacar que por meio das histórias os alunos são desafiados a realizar descobertas e compreender o seu próprio mundo. 
Neste viés, destaca a escritora Fanny Abramovich: 
 
O primeiro contato da criança com um texto é efeito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais... Contados durante o dianuma tarde de chuva, ou estando todos soltos na grama, num feriado ou domingo- ou num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada (1997, p.16). 
 
 Ou seja, a criança desde seu nascimento está interagindo com leituras, livros e contações de histórias. As estratégias utilizadas pelos adultos para apresentar para as crianças este universo literário podem acontecer de diversas formas, assim citadas acima. Tornando este momento prazeroso, de alegria, resolução de conflitos, medo, espanto, emoção, tranquilidade, curiosidade, enfim momentos e sensações em que a criança é motivada a compreender e relacionar-se com seu mundo e, consequentemente, internalizar conhecimentos que contribuirão para seu desenvolvimento tanto social, cognitivo e cultural. 
 
O professor em sala de aula considerado o narrador, deve desempenhar algumas exigências para ocorrer uma contação de qualidade: ler o livro com antecedência, ler com emoção, mudar a voz conforme os personagens, interagir com o público, fantasiar-se, transmitir confiança, motivar a atenção e despertar curiosidades nos alunos. Em relação a contar histórias Abramovich (1997, p.18) complementa que 
“contar histórias é uma arte... e tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido, e por isso não é nem remotamente declamação ou teatro... Ela é o uso simples e harmônico da voz”. 
 
 Portanto, as experiências ocorridas pela contação de histórias, sejam por adultos ou pelas próprias crianças, são momentos propícios para a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento infantil. Sendo assim ressalta-se a função do professor em proporcionar e planejar situações de aprendizagens significativas de interesse dos alunos. Sendo uma possibilidade de relacionar o assunto da história com as demais áreas do conhecimento tornando as aprendizagens contextualizadas e significativas ao processo de ensino e aprendizagem. 
 	 
 As histórias infantis são de fundamental importância para desenvolver o gosto pela leitura, é um caminho na qual a criança desenvolve a imaginação, emoções sentimentos de forma significativa. Através da história as crianças podem descobrir vários lugares e ter um caminho de descobertas. 
 	 
 Além disso, Nelly Novaes Coelho (2000) destaca que no que diz respeito a formação do leitor, principalmente na literatura a criança passa por estágios psicológicos, fundamentais para o seu desenvolvimento e envolvimento com o texto literário. A autora apresenta cinco categorias que norteiam as fases do desenvolvimento psicológico da criança em relação à leitura: o pré- leitor, leitor iniciante, leitor em processo, leitor fluente e o leitor crítico. 
 
 Parafraseando Coelho (2000), o desenvolvimento psicológico da criança é um processo amplo que possibilita ao estudante aprimorar seu vocabulário, por isto precisa seguir os estágios. Conforme a autora, o pré- leitor, a categoria inicial abrange duas fases: a primeira e segunda infância: 
 
A primeira infância (dos 15/17 meses aos 3 anos) na qual inicia o contato com o mundo em volta de si, pelo contato afetivo e o tato. A partir da percepção da criança com o meio em que vive, é possível estimulá-la oferecendo-lhe brinquedos, álbuns, chocalhos musicais. Os quais ela pode manuseá-los e nomeá-los e com a ajuda de um adulto. 
 
Seguida da segunda infância (a partir dos 2/3 anos): É o início da fase egocêntrica. Está mais adaptada ao meio físico e aumenta sua capacidade e interesse pela comunicação verbal. Interessa-se por atividades lúdicas, como brincar com o livro, o que para ela será mais importante e significativo e para esta etapa seriam indicadosaqueles que propõem humor, expectativa ou mistério. 
 	 
 O leitor iniciante (a partir dos 6/7 anos): Essa é a fase em que a criança começa a apropriar-se da decodificação dos símbolos gráficos, mas ainda precisa da ajuda do adulto, e para esta idade, os livros devem ser de linguagem simples, com início, meio e fim. Com muitas imagens e personagens que apresentem comportamento como: bom e mau, forte e fraco, feio e bonito. 
 
 O leitor-em-processo (a partir dos 8/9anos): A criança já consegue combinar a leitura. Desenvolve-se facilmente, operações mentais já não são tão difíceis, e adora desafios colocados para ela. Este leitor se atrai por textos de humor, situações inesperadas e o imaginário também o agrada. Os livros para esta fase devem apresentar imagens e textos escritos em frases simples, de comunicação direta e objetiva. Mas ainda o leitor precisa da ajuda do adulto como o motivador. 
 	 
 O leitor fluente (a partir dos 10/11 anos):O leitor já está firme, é capaz de maior concentração, compreender o mundo apresentado no livro. Preferem histórias de valores políticos e éticos, por heróis ou heroínas e as imagens ainda é um elemento forte de atração. Gostam de mitos e lendas, policiais, romances. 
 
E finalmente o leitor crítico (a partir dos 12/13 anos) nessa fase o leitor apresenta o domínio da leitura e escrita. Possui capacidade de reflexão, pensamento reflexivo e a consciência crítica em relação ao mundo. 
 	 
 Esses estágios são um fator importante para o conhecimento do professor, pois possibilitam escolher o livro adequado para diferentes faixas etárias a fim de desenvolver um mundo de fantasias, criatividade, imaginação e auxiliar na formação de um futuro leitor. A escolha certa de um livro para os alunos instiga o prazer da leitura, por outro lado esses estágios propostos por Coelho (2000) não precisam ser seguidos à risca,sendo somente uma referência ao educador, pois é possível encontrar crianças em idades avançadas com interesse em livros do estágio do pré-leitor e vice-versa. 
 
Assim, o importante é a interação do aluno com o texto. Abramovich (1997) afirma que a partir do contato com um texto literário de qualidade a criança é capaz de pensar, perguntar, questionar, ouvir outras opiniões, debater e reformular seu pensamento. Por isso discute-se a seguir a importância da leitura. 
 
2.2A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER 
 
 A leitura é de suma importância para a formação educacional dos alunos, a maior parte dos conhecimentos pode ser obtida através dessa habilidade. No entanto, requer muito esforço e regularidade para se tornar um cidadão crítico a fim de aprender e saber interpretar o que está se lendo. 
 
 Através do ato de ler desenvolve o vocabulário, cria-se uma familiaridade com a escrita, auxiliando em todosos componentes curriculares, ler também ajuda na grafia das palavras e na expressão de ideias, pensamentos, opiniões. 
 
 Paulo Freire (1998, p. 22), destaca que “a leitura do texto é precedida pela leitura do mundo”. Assim, a partir dessa afirmação de Paulo Freire percebe-se quetodos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. A leitura é o caminho necessário e essencial para a compreensão e a atuação do indivíduo no meio social. 
 
 É através da leitura que se adquire novos conhecimentos, que se tem acesso à cidadania e melhores posições no mercado de trabalho. Com a leitura as pessoas conseguem entender temas distintos, pois para conversar muitas vezes deve-se estar informado sobre assuntos, também a leitura é importante para a cultura, para o desenvolvimento de opiniões próprias e maduras diante da realidade. 
 
 Freire ( 1998) afirma que a leitura e de suma importância na vida dos seres humanos, por que e através dela que podemos conhecer e vivenciar outras realidades, outros modos de pensamento, e culturas. Através da leitura pode-se desenvolver pensamentos. 
 
 O ato de ler e fundamental para a formação de um ser critico, capaz de formular novas ideias, pensamento. O sujeito pode descobrir um mundo desconhecido com a ajuda da leitura. 
 Ezequiel Theodoro Silva ( 1996) considera que a leitura pode facilitar e ajudar no posicionamento do sujeito, ou seja do posicionamento perante a sociedade, além der ser uma grande fonte de conhecimento e de descobertas. Através do ato de ler pode-se entrar em contato como o meio cultural. O autor destaca a função daleitura em cinco formas essencial para as áreas de conhecimento. 
 
Ler é uma atividade essencial a qualquer área de conhecimento e mais essencial ainda a própria vida do ser humano [...]. Leitura esta intimamente relacionada com o sucesso acadêmico do ser que aprende e contrariamente a evasão escolar a escola é a principal responsável pelo ensino de ler e escrever [...]. A leitura é um dos principais instrumentos que permite o ser humano situarse com os outros de discussão e de critica para se poder chegar a práxis [...]. A facilitação da aprendizagem eficiente da leitura é um dos principais recursos de que o professor dispõe para combater a massificação galopante executada principalmente pela televisão [...]. A leitura possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser o único meio de desenvolver a originalidade e autenticidade dos seres que aprendem 
[...] ( 1996, p. 42, 43) 
 
 Com base nesta citação percebe-se que a leitura pode ser uma forma dos seres humanos entrarem em contato com a realidade que os cercam, com o meio cultural. E mesmo, tendo novas tecnologias que estão presentes hoje em dia como os livros digitais, livros impressos é ainda um dos meios mais importantes para o acesso de transmissão de conhecimentos. 
 
 O trabalho com a leitura se faz necessário é importante para levar os alunos a explorar diferentes gêneros e procedimentos de estudo, no entanto é importante o envolvimento dos educadores de varias áreas do conhecimento. 
 
 Aprender a ler implica, no entanto não apenas da área de conhecimento de Língua Portuguesa, mas na possibilidade de usar a pratica de ler no dia a dia e também em outras áreas de conhecimento. Segundo Paulo Coimbra Souza Guedes: 
	 
	Ler e escrever são tarefas da escola, questões para todas as área, uma vez
	que são habilidades indispensáveis para a formação de um estudante, que é responsabilidade da escola. Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se
	aproprie do conhecimento historicamente construído e se inserir nessa
	construção como produtor de conhecimento. Ensinar e ensinar a ler para que o
	aluno se torne capaz dessa apropriação, pois o conhecimento acumulado está
	escrito em livros, revistas, jornais, relatórios, arquivos. Ensinar é ensinar a
	escrever porque a reflexão sobre a produção de conhecimento se expressa por
	escrito ( 2006, p. 15).
	 
 
 A área de conhecimento é de fundamental para os educandos, pois em todas as disciplinas os alunos aprendem com a pratica de leitura por que o processo de letramento e leitura é tarefa de todos os professores. 
	 
 Como a escola tem a tarefa de formar sujeitos leitores e garantir uma prática voltada para o desenvolvimento da competência de comunicação , capacidade de produzir e interagir com o mundo que se faz necessário a leitura nas diferentes áreas de conhecimento. 
	 
 A leitura não é só um meio de adquirir informação, também nos torna mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas. E isso necessita de uma intervenção específica, por isso é preciso planejar estratégias distintas para ensinar os alunos a lidar com as tarefas de leitura dentro de cada disciplina. 
 
2.3ESTRATÉGIAS DE LEITURA 
 
 Para a formação do leitor competente é de suma importância haver estratégias de leitura, Isabel Solé ( 1998) afirma que as estratégias de leitura são de fundamental importância e necessárias para o desenvolvimento da leitura. Sua utilização na sala de aula permite a compreender e interpretar de forma autônoma os textos lidos e provoca a reflexão do educador para a importância de desenvolver a ação educativa voltada para a formação de um leitor reflexivo. 
 
 As estratégias de leitura são um meio que auxilia o ser humano no comportamento, motivação, compreensão do que o leitor esta realizando. Além disso, auxilia na formação de leitores críticos, autônomos, por este motivo Solé ( 1998) afirma que as estratégias de leitura são procedimentos e os mesmos são conteúdos de ensino, por isso deve se ensinar estratégias para levar os alunos a compreensão dos textos. 
 
 De acordo com Solé ( 1998) pode se ler e compreender e interpretar os textos escritos de diversos tipos e com diferentes intenções e objetivos que contribuem de forma importante para a autonomia dos leitores, na medida que a leitura é um instrumento necessário para a garanti de estar em uma sociedade letrada. 
 
 Nas estratégias de leitura como foi apontado no capítulo anterior, por Solé (1998) destaca-se o antes, o durante e depois da leitura, aspectos de fundamental importância para os alunos, para o estabelecimento do entendimento e compreensão do texto. 
 
O uso de estratégia de leitura no trabalho com um texto pode auxiliar na compreensão leitora e para aprendizagem significativa do leitor. É fundamental o educador mediar estas estratégias de leitura, pode ser na organização do ambiente ou até mesmo provocar aluno a levar livros para casa. 
 
Solé (1998) afirma que as estratégias de habilidades para a decodificação e compreensão do que o que se lê é produto de três condições. O primeiro é de clareza e coerência do texto que parte da gramatica que estuda a frase e sua estrutura. O segundo ponto é o do conhecimento prévio dos leitores para o conteúdo do texto,e o terceiro que leva ao leitor à compreensão. 
 
As estratégias ajudam o leitor na aquisição de informação, a resolver dúvidas e facilitaro processo de compreensão dos leitores no ato de ler. Solé (1998, p. 72)“ afirma que ensinar estratégias de compreensão é querer formar leitores autônomos, capazes de enfrentar de forma inteligente textos de índole muito diversa, na maioria das vezes diferentes dos utilizados durante [...]”. 
 
 Busca-se formar um leitor competente que seja capaz de aprender e compreender os textos, por isso deve estabelecer relação com o que se lê. A autora aborda que as 
 
estratégias permitem ao aluno planejar sua tarefa geral de leitura [...]. Para a compreensão da leitura destacando que o autor deve formular algumas questões para compreender o texto, por isto foi dividido em seis etapas, a primeira compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura equivaleria responder as perguntas por que ou para que tenho que ler. 
 
Além disso, a segunda etapa busca ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em questão, o que sabe sobre o conteúdo do texto, o terceiro é dirigir a atenção fundamental, em detrimento do que pode aparecer mais trivial. Já a quarta etapa é avaliar a consistência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua compatibilidade com os conhecimentos prévios e com o sentido “comum”, o penúltimo tem a tarefa de comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão e a recapitulação periódica e a autointerrogação: Qual é a ideia fundamental que extrai? E por fim a sexta está na qual tem que elaborar e provar inferências de diversos tipos, como interpretações,hipóteses e previsões e conclusões, como, por exemplo: Qual poderá ser o final deste romance? 
 
Pode se dizer que cada etapa ajuda o aluno na interpretação e principalmente compreensão dos textos. Pode se destacar ainda, que Solé (2007) apresenta um conjunto de propostas para o ensino das estratégias da compreensão do leitor, a introdução que se explica aos alunos os objetivos daquilo que será trabalhado mediante um texto, o que vai ajudar os alunos a entenderem o que vão aprender, o exemplo quetraz as estratégias a ser trabalhadas mediante um texto. 
 
Além disso, também tem o contato direto na qual o educador explica, descreve a habilidade a ser desenvolvida e as questões dirigindo a atividade; a aplicação dirigida pelo professor a qual os alunos devem por em prática a habilidade aprendida com o professor. A última etapa é a prática social na qual o aluno deve utilizar as habilidades com outros materiais de leitura. 
 
Nas estratégias fica evidente que o educador tem a tarefa de mediar o processo de aprendizagem de leitura e, principalmente, a formação do aluno leitor. Maria Helena Martins afirma que: 
 
A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta(1997, p. 34). 
 
 
Portanto,o professor, deve provocar os alunos à leitura, deve planejar as atividades, criar estratégias, motivar os estudantes para que possa desenvolver o prazer pela leitura. 
 
2.3.1 Gêneros textuais para formação de leitores 
 
 Ao abordar sobre formação de leitores competentes e capazes de compreender o que está lendo, se faz necessário trabalhar com diferentes tipologias textuais para conduzir o aluno a variadas leituras. Os PCNs apontam que: 
 
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. Principalmente quando os alunos não tem contato sistemático com bons materiais de leitura e com adultos leitores, quando não participam de pratica onde ler é indispensável , a escola dever oferecer materiais de qualidade, modelos de leitores proficientes e praticas de leitura eficazes(1997, p. 55). 
 
Por este motivo se faz necessário oferecer aos alunos vários textos de diferentes gêneros textuais, não se restringindo apenas aos livros didáticos. Desta forma cabe ao educador através de práticas de leitura, ativar, incentivar o aluno pelos gostos de ler, o educando também deve ser exposto a variadas oportunidades de leitura, ou seja, de tipologias textuais. Marcuschi afirma que: 
 
[...] o estudo dos gêneros é uma área produtiva para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais. Em geral, os gêneros se desenvolvem de maneira dinâmica e novos surgem com o desmembramento de outros, 
como, a televisão, o rádio e a Internet. (1995, p. 19) 
 
 Os gêneros textuais são instrumentos de comunicação indispensáveis para todas as pessoas, que podem ser tanto escritos ou falados como foi citado anteriormente . Gleice Bonini (2005) salienta que as tipologias textuais são formas reflexivas na sociedade, que pode ser de atividade enunciativa, informativa, com intenções de transmitir algo ao leitor. No nosso dia-a-dia temos gêneros como lista de compras, anotações, de vendas, receitas, entre outras. 
 Como citado acima os gêneros textuais estão presentes no dia-a-dia nas bulas de remédio, bilhetes, cartas, noticias, receitas entres outros meios. Para Marcuschi (1995), é essencial a necessidade de se compreender os gêneros textuais como algo dinâmico, fluido e principalmente incapaz de ser compreendido e assimilado não apenas de maneira classificatória. O autor concebe gênero como uma atividade social, isto é, eles se proliferam para dar conta da variedade de atividades que estão presentes no cotidiano dos indivíduos. 
 	O autor Marcuschi salienta que: 
Os gêneros, não são superestruturas canônicas e deterministas, mas também não são amorfos e simplesmente determinados por pressões externas. São formações interativas, multimodalizadas e flexíveis de formação social e de produção de sentidos. Assim, um aspecto importante na análise do gênero é o fato dele não ser estático nem puro. Quando ensinamos a operar com um gênero, ensinamos um modo de atuação sócio-discursiva numa cultura e não um simples modo de produção textual (2006, p.19). 
 Para Marcuschi (2006), há necessidade de se compreender os gêneros textuais como algo dinâmico, fluido e principalmente incapaz de ser compreendido e assimilado apenas de maneira classificatória e tampouco através de descrições linguísticas, tendo em vista que esta seria uma visão reducionista e formalista dos gêneros. O autor concebe gênero como uma atividade social, isto é, eles se proliferam para dar conta da variedade de atividades que estão presentes no cotidiano dos indivíduos. 
 	 
Os gêneros textuais contribuem para a integração do sujeito na cultura na função comunicativa e cognitiva, por este motivo os gêneros fazem parte da vida social das pessoas, Úrsula Nascimento de SousaCunha comenta que: 
 
As oportunidades comunicativas culturais dos gêneros textuais ocorrem particularmente devido ao letramento, mediadas pela linguagem, ou seja, uma enunciação-discursiva que considera o discurso uma prática social e uma forma de interação. A relação interpessoal, o contexto de produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a interpretação e a intenção de quem os produzem, passaram a serem peças-chave para o entendimento dos enunciados que não são mais dissociados do contexto referencial de elocução(2010, p. 27). 
 
Desta forma, o trabalho com os gêneros textuais contribuem para o desenvolvimento da linguagem e na interação social, mas é preciso focalizar a função do texto e disponibilizar o contato com diferentes tipos de textos e de gêneros textuais, com diferentes propósitos comunicativos, para um melhor desenvolvimento em relação a leitura e a escrita, tanto dentro quanto fora da escola. 
 
Pode-se dizer que cada gênero textual tem características diferentes conforme Luís Maruni Curto (2000), cada tipo de texto tem seus procedimentos específicos para cada leitura, funções e gramática. É uma aprendizagem que a escola deve oferecer para os alunos, no entantoé uma aprendizagem de construção progressiva ao longo de sua escolaridade. 
 
Cunha (2010) destaca os textos enumerativos, informativos, literários, expositivos e prescritivos, cada um com sua finalidade e características, que enriquecem os conhecimentos dos alunos. 
 
O primeiro é o texto enumerativo que tem a função de recordar informações concretas, recordar dados, manipular, anunciar acontecimentos, com uma gramatica com estrutura repetitiva como, por exemplo, lista de compras, brinquedos, etiquetas, horários, guias, enciclopédias entres outro. Em segundo lugar aparecem os textos informativos que tem função de conhecer, ou transmitir explicações ou informações de ordem geral como por exemplos os jornais, revistas, folhetos, livros de divulgação, convites, anúncios e propagandas. 
 
O terceiro tipo de texto são os literários que tem o objetivo de induzir o leitor a sentimentos, emoções, diversão entretenimento e transmitir valores culturais, morais e sociais por exemplos os contos, narrações, lendas, poesias, músicas e teatro. Já o penúltimo tipo é o expositivo que busca compreender e transmitir novos conhecimentos as biografias, resenhas e os livros- textos escolares. E por último os textos prescritivos que regula de forma precisa o comportamento humano para a realização de algum objetivo, é o caso das receitas culinárias, bula, regulamentos, código e normas. 
 
Assim fica claro que trabalhar com gêneros textuais em sala de aula e de suma importância, pois permite ao educador trabalhar com a leitura e produção de texto. O gênero é um instrumento que é utilizado pelo educando para agir linguisticamente e tem função comunicativa. 
 
 O trabalho com os gêneros textuais permite que a criança tenha um aprendizado significativo, de prática de leitura, produção de textos e compreensão. De acordo com os PCNs de Língua Portuguesa: 
 
Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte de atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno (PCN, 1997, p.34). 
 
Como pode se perceber o gênero textual é um instrumento que promove o desenvolvimento do educando em relação à autonomia da leitura, possibilitando desenvolver o interesse e o desejo da leitura e da escrita, uma dos principais papéis da escola e tema do capítulo a seguir . 
 
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3O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DO LEITOR 
 
Não é de hoje que a escola é uma das principais responsáveis pela formação do leitor, mas qual é o seu real papel nesse contexto de leitura, ou seja, no desenvolvimento do gosto aos livros pelas gerações atuais e futuras? 
 
Vygotsky destaca em seus estudos que “a aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar” (1988, p. 109). Isto é, quando a criança entra para a escola já existe um histórico de aprendizagem, o que quer dizer que já possui conhecimentos prévios a cerca da leitura. A escola por sua vez, irá ser somente uma orientadora desse processo de aprendizagem. 
 
No caso da leitura, a participação da família e da escola na construção do leitor é fundamental. Bamberger afirma que “todos [...] precisam estar seriamente convencidos da importância da leitura e dos livros para a vida individual e social” (1987, p. 9). A leitura é um conhecimento que possibilita os alunos a se tornarem cidadãos críticos e reflexivos. 
 
Diante disso o último capitulo está organizado em três subtítulos: Práticas de leitura na escola; espaço e tempo como mediadores na formação de leitores e o papel do professor mediador. Os referenciais usados para discussão partem dos seguintes autores: Delia Lerner (2002), Isabel Solé (1998), Luiz Carlos Cagliari(2002) , Vygotsky ( 1988) , Bamberger ( 1987) , Celso Antunes ( 2001) , Edi Fonseca ( 2012), Ezequiel Theodoro da Silva ( 1996), Miguel A. Zabalza ( 1998). 
 
3.1 O PAPEL DA ESCOLA NAS PRÁTICAS DE LEITURA 
 
As práticas de leitura estão presentes nos mais variados ambientes e esferas da nossa sociedade, ou seja, tanto na esfera familiar, escolar, religiosa, do trabalho, de lazer. Através da leitura o indivíduo pode ampliar ou aperfeiçoar a sua escrita, o vocabulário, enfim os conhecimentos e se tornar um cidadão crítico e reflexivo. 
Conforme Raimundo: 
 
[...], a leitura passa a ser vista como um suporte propício para odialogismo entre autor e leitor, revelando uma nova visão extremamente rica, abrindo espaço para a subjetividade para aexpansão da criatividade, incentivando a leitura coletiva e, consequentemente, a interação entre os homens ( 2007,p.108). 
 
 Por esse motivo citado acima a escola exerce um importante papel na formação de leitores, assim cabe à instituição formar leitores, para a convivência na sociedade. No entanto, precisa fornecer condições favoráveis ao trabalho e atuação do professor que nesse processo possui um papel fundamental. Ainda de acordo com Raimundo: 
 
Se à escola foi dado o objetivo de formar leitores, o professor é oprincipal executor desse projeto, e dele será o dever de apresentar o mundo da leitura ao aluno. A maneira como o professor realizar essa tarefa será decisiva para despertar ou não o interesse pela leitura (2007, p. 109). 
 
 
 A escola é vista como um espaço social e cultural de extrema importância para a introdução de heranças, saberes impostos pela sociedade. Para Delia Lerner (2002), a escola tem o papel de comunicar saberes e comportamentos culturais para os jovens e a leitura deve ser promovida pela mesma. 
 	 
No ambiente escolar, conforme a citação acima fica claro que a escola é um ambiente que almeja formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos para participar da vida econômica, social e política. Portanto, é na escola que se deve garantir a aprendizagem de conhecimentos e valores necessários para a socialização do sujeito. 
 
A escola é um ambiente de construção, transformação e formação do indivíduo. Por este motivo o espaço escolar influencia na construção da cidadania, é um ambiente onde deve haver um trabalho democrático e contribuir para a formação indivíduos capazes de criar e refletir sobre seus conhecimentos, além de colaborar na construção de valores. 
 	 
Nos dias de hoje a leitura está presente em todas as idades e em todos os lugares e esferas sociais. A mesma está presente em panfletos, receitas, livros, ônibus. Por isso é importante que a escola impulsione o prazer de ler no indivíduo. Segundo Maria Thereza Fraga Rocco, a escola desempenha um importante papel com relação à leitura através de diferentes interfaces: 
 
A escola, sem dúvida, trabalha com muitas das interfaces. Há o ler que prioritariamente se detém na busca de informação. Há o ler cuja natureza é puramente funcional. E há o ler do produto ficcional- que deveria ser fonte de grande prazer para os estudantes, mas que, ao contrário, acaba por se constituir em desagradável exercício de coerção, momento em que melhor se evidenciam o autoritarismo e a extemporaneidade que vêm marcando boa parte de nosso sistema escolar. E é nesse mesmo momento que se anulam as possibilidades de fruição da leitura (2013, p. 41). 
 
 
A leitura exerce um destaque importante no ambiente escolar, pois se destaca como um dos principais instrumentos de acesso do aluno à cultura. No entanto, é na escola que se constata que geralmente o aluno não suporta ler, simplesmente porque os textos ou livros não são do seu interesse, e assim não sentem o prazer de ler. Além disso, na escola o que se observa é que a maioria dos estudantes realizam a leitura por exigência ou até mesmo obrigação por parte da instituição e do educador, para fazer uma avaliação, um trabalho e não por gosto como deveria ser. Sendo assim, de acordo com Rocco: 
 
 E é nessa hora que tal escola perde qualquer razão, caminha sem rumo, às cegas, construindo, em vez de aprendizagem efetiva, um campo de tensões e conseguindo a triste façanha,

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