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Capítulo V - Argumentação

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Capítulo V
As condições de produção do texto Argumentativo Jurídico
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A argumentação jurídica caracteriza-se por servir de instrumento para expressar a interpretação sobre uma questão do Direito que se desenvolve em um determinado contexto espacial e temporal.
Deve-se considerar a interpretação e o discurso do opositor com o objetivo de neutralizá-los. Dessa forma o orador deve estar convicto da posição que adotará perante o caso concreto e a tese que defenderá, sem menosprezar aquela que lhe é adversa.
Além de interpretar o que está claro, o óbvio, é importante também ater-se ao que está subentendido.
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O objetivo do orador é persuadir o auditório e assumir sua tese como a verdadeira.
Elementos constitutivos da Argumentação Jurídica
1 - Situação de conflito
Registrar a situação de conflito é fundamental para delimitar a questão sobre a qual se argumentará, pois o orador definirá o fato jurídico, identificará as partes, determinando aquele que representa o sujeito passivo e o sujeito ativo.
Ver exemplo de caso concreto.
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Com relação à caracterização das partes, importa que sejam bem esclarecidas suas características físicas, psicológicas, sociais e econômicas, uma vez que essas podem servir de argumento a fim de influenciar uma decisão.
Ver exemplos.
2 – Elaboração da tese
Tese é uma interpretação que se extrai de um contexto a fim de se alcançar um determinado fim que se espera ver agasalhado pelo Direito e que será submetida a um julgamento.
É aquilo que eu preciso provar, com o objetivo de persuadir o auditório.
É importante que a Tese não contrarie o auditório particular, nem muito menos o auditório universal, ou seja a tese não deve fugir dos princípios morais desses auditórios.
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A Tese triunfará se houver interação entre orador e auditório.
Quando se deseja defender alguém que se apropria de um direito subjetivo, é necessário verificar o que a norma lhe confere para construir a tese que se pretende defender.
Ver exemplo.
Como vemos, quando elaboramos uma tese, precisamos ter consciência de que esta se encontra limitada pelas possibilidades de soluções admitidas pela norma.
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3 – Contextualização do Real
A argumentação jurídica difere de outros tipos de argumentação porque:
Está limitada por um sistema normativo (normas/leis);
Admite o critério de razoabilidade;
Baseia-se em provas, fatos e indícios.
No Direito há um princípio que diz que “Cada caso é um caso”. Na verdade são as peculiaridades da cada caso concreto que determinam as estratégias a serem adotadas.
Para comprovar uma tese é necessário extrair todas as informações importantes, os fatos relevantes que justifiquem a posição a ser tomada.
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É preciso que reveja o que vem a ser fato, prova, indício e hipótese para que se elabore uma tese consistente.
Conceito de FATO:
Assim como milhares de outras coisas existentes no mundo, inclusive o ser humano/homem, o direito também tem seu ciclo vital, pois nasce, desenvolve-se e extingue-se. Estas fases ou momentos do direito decorrem da ocorrência de FATOS, que possuem efeitos jurídicos, razão pela qual a doutrina nominou tais fatos como fatos jurídicos. 
Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, fato é acontecimento, feito, o que é real o que existe;
Segundo o doutrinador Augostinho Alvim fato jurídico é todo o acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja ilícito.
O fundamental é que estejamos conscientes de que os fatos têm grande poder persuasivo, já que raramente podem ser contrariados.
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Conceito de PROVA:
Tudo o que demonstra ou estabelece a veracidade de uma proposição. É todo meio destinado a convencer o juiz a respeito da verdade de um fato levado a julgamento. As provas fornecem elementos para que o juiz forme convencimento a respeito de fatos relevantes para o processo.
Na busca por essa “luz suficiente para achar a verdade” pode-se recorrer, basicamente, à prova testemunhal, à prova pericial e à prova documental.
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Prova testemunhal
As testemunhas arroladas pelas partes vêm a audiência
prestar declarações a respeito dos pontos pertinentes à demanda, de acordo com o que lhes for perguntado pelo magistrado e pelas partes. O elemento testemunhal influencia no convencimento e deve ser utilizado na peça jurídica. 
Fatores que tornam a prova testemunhal mais persuasiva: - Credibilidade da testemunha: idoneidade testemunhal. 
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Prova documental
 
Merece cuidados ao transformar-se em argumento, daí a necessidade de selecionar os trechos relevantes para evitar que o leitor tenha de sair da leitura da peça para compreender seu sentido. Podem ser: atas, cheques, recibos, declarações públicas, carteiras profissionais, cartas. Quando o advogado pretende referir-se a um documento que não está nos autos deve providenciá-lo e requerer sua juntada.
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Prova Técnica
Quando aceita como verdadeira, transforma-se em prova concreta, em ponto de partida para argumentos maiores. Ela se concretiza mediante trabalho de um perito, ou por meio de exames. 
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Indício: Prova circunstancial, sinal, vestígio.
Hipótese: teoria provável, mas não demonstrada, probabilidade.
Ver exemplo de indício. Pág. 110.

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