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Saúde pública no brasil na década de 80

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17
 
 Universidade Estácio de Santa Catarina 
 Curso de Graduação em Psicologia
 
 
 POLÍTICAS PÚBLICAS DA SAÚDE NA DÉCADA DE 80 
 
Florianópolis
 2018
 
 Camila Vieira de Souza
Letícia Gonçalves da Silva 
Natália Maria Ferreira Percicotte 
Rodrigo Costa Nunes
Daniela Débret da Costa Silva 
Gabriela Dombroscki Figueiredo Pereira
 Janaína Andrade Montenegro
 Tatiane Paula Guterres
 
 POLÍTICAS PÚBLICAS DA SAÚDE NA DÉCADA DE 80
Trabalho pertencente ao seminário apresentado na aula de organizações de políticas da saúde com objetivo de abordar as principais questões da saúde pública da década de 80 e seu contexto histórico.
Professora: Maria Catarina Rosa 
FLORIANÓPOLIS
2018
Resumo: 
A história da saúde brasileira na década de 80 contribuiu com a reconquista da democracia, a população apresentava padrão de vida precária pela pouca preocupação do estado sobre os investimentos em políticas sociais. Vários fatores determinaram o fim do Regime militar e o começo de uma maior participação da sociedade nas diretrizes políticas. Com as eleições de 1986, a saúde passa a ocupar espaço importante e isso permitiu que ocorresse uma discussão na VIII conferência nacional de saúde e com isso a Constituição Federal de 1988 incorporou a saúde como “direito de todos e dever do estado”. Cria-se então o SUS – Sistema único de saúde, em contraposição ao antigo regime previdenciário com a proposta de serviços públicos por meio de investimento na iniciativa privada e com os princípios fundamentais de universalidade, gratuidade, hierarquização e descentralização do poder e maior participação social. O SUS recebe o desafio de atender a todas as necessidades de saúde com um número limitado de recursos
Palavras-chave: Saúde, Constituição Federal, SUS.
Abstract:
 The history of Brazilian health in the 80's contributed to the reconquest of democracy, the population presented a precarious standard of living because of the state's little concern about investments in social policies. Several factors determined the end of the military regime and the beginning of a greater participation of the society in the political guidelines. With the elections of 1986, health occupies important space and this allowed a discussion to take place in the VIII national conference of health and with that the Federal Constitution of 1988 incorporated health like "right of all and duty of the state". The SUS - Single Health System is created, as opposed to the old social security system with the proposal of public services through investment in private initiative and with the fundamental principles of universality, gratuity, hierarchy and decentralization of power and greater social participation. SUS is challenged to meet all health needs with a limited number of resources.
	
Key words: Health; Federal Constitution; SUS
	
	
	
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................5
2 DESENVOLVIMENTO......................................................................................6
 	2.1 Cenário político....................................................................................6
 	2.2 PREV-SAÚDE......................................................................................7
 	2.3 CONASP .............................................................................................8
 	2.4 8ª Conferência Nacional de Saúde.....................................................10
 	2.5 Assembleia nacional Constituinte – 1987...........................................13
 	2.6 Criação do Sistema Único de Saúde..................................................14
2.7 Epidemias...........................................................................................15 
2.8 Políticas Públicas de Saúde...............................................................15
3 CONCLUSÃO..................................................................................................18
4 REFERÊNCIAS ...............................................................................................19
1. Introdução
Elaboramos o trabalho após pesquisas em livros e internet. Nesse trabalho vamos abordar as políticas públicas da saúde do Brasil e seu contexto histórico na década de 80, falando dos seguintes temas:
Cenário político no Brasil e o fim da ditadura.
Programas nacionais de atenção a saúde.
8º Conferência Nacional de saúde e suas discussões.
Assembleia Nacional Constituinte de 1987.
Criação do Sistema Único de Saúde.
Epidemias da época.
2. Desenvolvimento
2.1 Cenário político
No início dos anos 80 o Brasil ainda vivia uma ditadura militar sob o comando do General João Figueiredo (1979-1985), viu-se obrigado a acelerar a democratização do país, a lenta e gradual abertura política iniciada por seu antecessor Ernesto Geisel. Foi extinto o bipartidarismo imposto pelos militares e criaram-se novos partidos políticos. A imprensa livrou-se da censura, os sindicatos ganharam maior liberdade e autonomia e as greves voltaram a marcar presença no cotidiano das cidades brasileiras, a reorganização do país em direção a um Estado de direito desenvolveu-se lentamente e de maneira conflituosa.
 	Em 1982 com as primeiras eleições diretas para governador desde 1960 com regras ainda impostas pela ditadura como a proibição de coligações e o voto vinculado, ou seja: o eleitor tinha que votar em governador, deputado federal, estadual e vereador do mesmo partido sob pena de ter o seu voto anulado.
Entre os anos de 1983 e 1984 devido a pressão popular por eleições diretas para presidente surgiu o movimento Diretas já, que contou com um envolvimento grande em vários estados do brasil, dentre as reivindicações estava a aceitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº05/1983, apresentada pelo Deputado Federal Dante de Oliveira, que tinha por objetivo reinstaurar as eleições diretas para presidente da República no Brasil, mesmo com o grande apoio popular e manifestações que chegaram a mais de 1 milhão de pessoas só em São Paulo a PEC foi rejeitada. A eleição presidencial de 1985 foi indireta e elegeu Tancredo Neves que, no entanto, faleceu e não chegou a assumir o cargo fato que levou seu vice José Sarney a assumir a presidência de República. Do ponto de vista econômico, tínhamos herdado os altos índices de endividamento dos períodos e dos planos de desenvolvimento anteriores, por conta deste contexto econômico conturbado, houve tentativas de reforma monetária e vários planos econômicos foram adotados, como o Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão. Infelizmente, todos fracassaram ou seus resultados foram insuficientes para manter a estabilidade econômica.
 	Em 1988 a Assembleia Nacional Constituinte aprovou a nova Constituição Brasileira, incluindo, pela primeira vez, uma seção sobre a Saúde. Esta seção sobre Saúde incorporou, em grande parte, os conceitos e propostas da VIII Conferência Nacional de Saúde, podendo-se dizer que na essência, a Constituição adotou a proposta da Reforma Sanitária e do SUS.
No entanto, isso não foi fácil. Vários grupos tentaram aprovar outras propostas, destacando-se duas: a dos que queriam manter o sistema como estava, continuando a privilegiar os hospitais privados contratados pelo INAMPS e a dos que queriam criar no país um sistema de seguro-saúde mais ou menos parecido com o americano (que, todos sabemos, é caro e nãoatende a todos). Como essas alternativas não tinham muita aceitação, pois uma já tinha demonstrado que não funcionava e a outra era inviável pela questão econômica, a proposta feita pelo movimento da Reforma Sanitária teve chance e acabou sendo aprovada, ainda que com imperfeições. De qualquer forma essa foi uma grande vitória, que coloca a Constituição brasileira entre as mais avançadas do mundo no campo do direito à saúde.
No ano de 1989 ocorreu a primeira eleição direta para presidente desde 1960 em que os cidadãos brasileiros puderam escolher o presidente da República de forma direta elegendo Fernando Collor.
2.2 PREV-SAÚDE- Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde.
Trata-se de um projeto elaborado em 1980, por um grupo técnico interministerial, cujo objetivo era reestruturar e ampliar os planos de saúde, compreendendo também as áreas de saneamento e habitação.
Buscou inspirar-se nos programas que haviam tido sucesso tanto no norte de Minas Gerais e no Nordeste, a partir do PIASS (Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento). Além do mais nas preposições definidas internacionalmente pela OMS (Organização Mundial de Saúde), principalmente aquelas firmadas na Conferência de Alma-Ata, que podem ser resumidas como extensão dos primeiros cuidados de saúde de toda população por intermédio de uma rede única, com hierarquia bem definida e regionalizada sob o controle da rede pública, visando como objetivo menores custos e racionalização do atendimento. Ainda nesse sentido, o plano defendia a suspensão de novos credenciamentos por parte da rede privada e a incorporação pela rede própria dos serviços prestados por terceiros, subordinando as demais instituições filantrópicas ou beneficentes ao controle estrito do Estado.
A coordenação ficava a cargo do nível federal à CIPLAN (Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação), formada pelos Secretários Gerais do MS e do MPAS; no nível estadual, havia a CIPE (Comissão Interministerial e Planejamento Estadual), presidida pelo Secretário Estadual de Saúde, que deveria articular as SES's, o MS, INAMPS e o MPAS, tendo sido criadas também as Diretorias Regionais de Saúde.
O PREV-SAÚDE jamais foi implantado devido as pressões vindas do próprio INAMPS e de outros órgãos, que não permitiram que o anteprojeto de lei fosse aprovado.
2.3 CONASP – Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária.
Foi criado em 1981, em função da necessidade da revisão da organização da assistência medica previdenciária diante da contenção das despesas da previdência social.
O CONASP diagnosticou os seguintes pontos: Serviços inadequados a realidade; recursos financeiros insuficientes e cálculo imprevisto; desprestigio dos serviços próprios e superprodução dos serviços contratados. Diante disso propôs o “Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da previdência social” que tinha como principais objetivos dar prioridade as ações primarias, maior ênfase na assistência ambulatorial, racionalização dos gastos com serviços contratados na área hospitalar, através do aperfeiçoamento do controle e pagamento as contas hospitalares. Tem início então o pagamento por procedimentos no lugar de pagamento por unidades de serviço. Esse plano foi implantado em 1983 e teve vigência até 1984 e foi o “embrião” dos AIS – Programa de ações integradas de Saúde.
O AIS foi o principal fruto do CONASP e tinha objetivo da universalização da acessibilidade da população aos serviços de saúde; integridade e equidade da atenção; regionalização e hierarquização dos serviços; descentralização das ações e do poder decisório; planejamento e controle efetivo pelo setor público. Foi uma estratégia que contemplava interesses municipais e estaduais e que conferia maior racionalidade aos serviços básicos do setor público. Resumia-se no repasse de recursos para a construção de unidades e financiamento do funcionamento da rede com o compromisso dos governos de oferecer assistência gratuita a toda a população. As AIS foram reconhecidos como um marco indescritível de amplitude considerável cobrindo mais de 2.500 municípios e quase 90% da população brasileira.
Seguinte aos AIS, cria-se o programa de desenvolvimento de sistemas unificados e descentralizadas de saúde nos estados – SUDS, em julho de 1987. Esse projeto formaliza a participação do ministério da saúde como responsável pela organização do sistema de saúde e não apenas programas. Esse programa visava operacionalizar questões como a delimitação de funções e responsabilidades pelas várias instancias participativas do poder, além de, contribuir para a consolidação e o desenvolvimento qualitativo dos AIS. O resultado foi um passo a mais rumo a descentralização com maior concentração de poder nas secretarias estaduais e municipais de saúde e ensaio para a desativação do INAMPS.
Outras propostas do plano CONASP:
• Programa de racionalização ambulatorial: PRA
Hierarquia de prioridades assistências entre os postos de assistência medica e o conjunto de consultórios e laboratórios privados e credenciados
• Programação e orçamentação integrada – POI
Criação de mecanismos para programação e orçamentação dos recursos para a saúde de forma integrada INAMPS-MS-secretarias estaduais e municipais.
Algumas das competências do CONASP eram, resumidamente, opinar sobre a organização da assistência medica; sugeridos critérios de alocação dos recursos previdenciários destinados a assistência medica; recomendar a adoção de políticas de financiamento e de assistência à saúde; analisar e avaliar a operação e o controle do sistema de assistência medica. Ao desempenhar as atividades, o CONASP deveria seguir os princípios de compatibilização com as diretrizes do governo e melhoria da assistência à saúde com controle e redução de gastos. O conselho tinha apoio prestado especialmente pelo ministério da previdência e assistência social.
2.4 A 8ª Conferência Nacional de Saúde
 	A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, já no período da Nova República, marca o momento em que as mudanças ganham contornos claros, ao ampliar o espectro de atores envolvidos e explicitar em seu relatório as diretrizes para a reorganização do sistema. Convocada pelo ministro Carlos Santanna (Decreto n. 91.466, de 23/07/85) e realizada sob a gestão de Roberto Figueira Santos, teve sua Comissão Organizadora presidida por Sergio Arouca, uma das principais lideranças do Movimento da Reforma Sanitária. O temário da conferência era composto pelos seguintes itens: 
1)saúde como direito; 
2) reformulação do Sistema Nacional de Saúde; 
3) financiamento do setor.
Um amplo processo de mobilização social, que articulou representação em diferentes segmentos e estimulou a realização de pré-conferências nos estados, permitiu a reunião de cerca de quatro mil pessoas em Brasília, dos quais mil eram delegados com direito a voz e voto, para discutir os rumos do sistema de saúde. O núcleo mais “militante” das proposições da 8a conferência é a resolução de número 13, do tema 1, que propunha: [...] ampla mobilização popular para garantir [...] que se inscrevam na futura Constituição: A caracterização da saúde de cada indivíduo como de interesse coletivo, como dever do Estado, a ser contemplado de forma prioritária por parte das políticas sociais.
A garantia da extensão do direito à saúde e do acesso igualitário às ações de
serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde ... A caracterização dos serviços de saúde como públicos e essenciais (BRASIL, 1986).
Ela apresentava os objetivos políticos da conferência em relação à Constituinte, que foram alcançados no texto da Constituição, com redação muito semelhante, e num sentido até mais abrangente.
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. São de relevância pública as ações e serviços de saúde.Como resultado dos debates, o relatório da 8ª conferência explicitou as diretrizes para a reorganização do sistema e estabeleceu que a mesma deveria[...] resultar na criação de um Sistema Único de Saúde que efetivamente represente a construção de um novo arcabouço institucional, separando totalmente saúde de previdência, através de uma ampla Reforma Sanitária.
Os princípios que deveriam orientar a organização e operação do novo sistema também foram detalhados: [...] O novo Sistema Nacional de Saúde deverá reger-se pelos seguintes princípios:
a) referente à organização dos serviços: Descentralização na gestão dos serviços;
Integralização das ações, superando a dicotomia preventivo-curativo;
Unidade na condução das políticas setoriais;
Regionalização e hierarquização das unidades prestadoras de serviços;
Participação da população;
Fortalecimento do papel do município;
Introdução de práticas alternativas de assistência.
b) atinentes às condições de acesso e qualidade
Universalização em relação à cobertura populacional, a começar pelas áreas
carentes ou totalmente desassistidas;
Equidade em relação ao acesso dos que necessitam de atenção;
Atendimento oportuno segundo as necessidades;
Respeito à dignidade dos usuários por parte dos servidores e prestadores de serviços de saúde, como um claro dever e compromisso com a sua função pública;
Atendimento de qualidade compatível com o estágio de desenvolvimento do conhecimento e com recursos disponíveis;
Direito de acompanhamento a doentes internados, especialmente crianças;
Direito à assistência psicológica. 
As proposições incluíram ainda a definição de responsabilidades da União, estados e municípios na gestão do sistema de saúde, que deveriam estar fundamentadas “no caráter federativo da nossa República de tal modo a romper com a centralização que esvaziou, nas décadas recentes, o poder e as funções próprias das unidades federadas e de seus municípios”. Preconizava também a “progressiva estatização do setor” e o rigoroso controle sobre a qualidade dos serviços prestados pelos provedores privados contratados. Essas recomendações orientaram o trabalho da Comissão Nacional da Reforma Sanitária (CNRS), que reuniu pelo lado do governo representantes de sete ministérios: Saúde (MS), Previdência e Assistência Social (MPAS/INAMPS), Trabalho (MTB), Desenvolvimento Urbano (MDU), Planejamento (Seplan), Ciência e Tecnologia (MCT), Educação e Cultura (MEC/SESU); além dos Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde (CONASS); e de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS); e de representantes das comissões de saúde do Senado e da Câmara. A comissão reuniu, ainda, as seguintes representações: confederações de trabalhadores da indústria, de serviços e da agricultura (CUT, CGT e Contag); de federações sindicais e associações de profissionais de saúde, especialmente a Federação Nacional dos Médicos (FNM) e Associação Brasileira de Enfermagem (ABE); de movimentos sociais (CONAM); de confederações patronais, como as Confederações Nacionais da Indústria (CNI), da Agricultura (CNA) e do Comércio (CNC); de associações de classe de provedores do setor privado, como a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e a Confederação da Santas Casas de Misericórdia do Brasil (CMB).
O objetivo da Comissão era o de elaborar propostas tanto para os dispositivos constitucionais quanto para a legislação posterior, que os regulamentaria. A ampla legitimidade conquistada ao longo do processo de mobilização em torno da Reforma Sanitária aliada à capacidade de elaborar propostas foram fatores cruciais para que o texto constitucional aprovado em 1988, assim como a Lei Orgânica da Saúde (Leis n. 8080/90 e n.8142/90), contemplassem a maior parte das proposições da 8ª CNS e da CNRS.
2.5 A Assembleia Nacional Constituinte – 1987
Antes de falar sobre a Assembleia nacional constituinte é importante entender seu conceito. A Assembleia Nacional Constituinte é formada por um grupo de pessoas colegiadas para debater e tomar decisões sobre as leis e modificações na constituição.
Em 1985, cumprindo uma das promessas de campanha da Aliança Democrática, chapa pela qual havia sido eleito, o presidente José Sarney deu início aos debates sobre a convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
Uma das divergências que surgiu antes da Assembleia Constituinte seria de como esse grupo seria formado, se pelo congresso Nacional ou uma eleição para escolher os representantes. E foi decidido pela transformação do Congresso Nacional em 1986 em Assembleia constituinte.
Ainda assim, mesmo com o assunto em tela sendo altamente discutido, foi um marco dentro da história do país, haja vista, ter findado todo sistema da ditadura militar entrando em um novo âmbito político na democracia, trazendo esperança aos brasileiros sobre uma nova nação.
O objetivo principal da Assembleia Nacional Constituinte era buscar uma solução ampla na vida do brasileiro, pois, vigorando o sistema da ditadura o acesso à saúde e outras áreas eram morosos.
Visando o bem coletivo, a Assembleia Nacional Constituinte trouxe uma nova visão política e firmando de vez os direitos do brasileiro, que até então restavam turvos diante da nação, não existia o afinco na igualdade de um só povo, o que passou a existir posterior a sua existência.
A Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 membros, sendo 487 deputados e 72 senadores, foi instalada oficialmente no dia 01 de janeiro de 1987. Esse número é menor que os atuais 513 deputados e 81 senadores porque, na época, o Brasil tinha apenas 22 estados mais o Distrito Federal. Amapá, Roraima e Tocantins foram transformados em estados apenas em 1988.
Cabe ressaltar que houve um grupo forte dentro da assembleia constituinte com o nome “Centro democrático”, formada por base por parlamentares do PMDB, PFL, PDS entre outros.
Desta forma, criada para impulsionar o país e, de uma forma real, amparar o brasileiro em seus direitos em uma constituição firmada que perdura até os dias de hoje.
2.6 Criação do Sistema Único de Saúde
Antes de 1988 a atenção da saúde pública era voltada totalmente para trabalhadores de carteira assinada e para aqueles que contribuíram com a previdência social. Com essa insatisfação e descontentamento da população com os direitos dos cidadãos ocorreu o movimento da Reforma sanitária que nasceu no contexto da luta contra a ditadura na década de 70. O movimento foi usado para se referir a necessidade de mudanças e transformações na área da saúde.
 	Grupos de médicos e outros profissionais integraram discussões políticas por conta da preocupação com a saúde pública. Este processo teve como marco institucional a 8º Conferência Nacional da Saúde, feita em 1996.
 	 A 8º Conferência Nacional da Saúde resultou na universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde.
Antes da constituição federal, não havia um modelo de saúde organizada, eram ações direcionadas ao capital. 
 	O sua começa a ser implantado por meio de uma estratégia que buscar dar caráter universal, pois antes os serviços só eram prestados a uma parte da população. 
O sus é um dos maiores sistemas de saúde do mundo sendo o único a dar assistência integral é completamente gratuita a população inclusive aos pacientes de HIV, doenças renais crônicas e aos pacientes com câncer. 
 As normais operacionais definem critérios para que estados e municípios se habilitem para receber repasses de recursos do fundo nacional de saúde
2.7 Epidemias
A epidemia pelo HIV/AIDS é hoje, no Brasil, um fenômeno de grande magnitude e extensão. O primeiro caso de AIDS foi notificado retrospectivamente na cidade de São Paulo, em 1980. A este caso inicial seguiram-se outros, basicamente restritos às denominadas metrópoles nacionais - São Paulo e Rio de Janeiro -, tendo como categorias de exposição preponderantes os homens que faziam sexo com outros homens - homossexuais e bissexuais masculinos -, os hemofílicos e as demais pessoas que receberam sanguee hemoderivados.
Em meados da década de 80, outro segmento populacional, aquele constituído pelos usuários de drogas injetáveis, passou a ocupar posição de destaque entre os casos secundários à transmissão sanguínea, perfazendo hoje cerca de 20% dos casos acumulados no País.
2.8 Políticas Públicas de Saúde e Assistência às pessoas com a doença
No Brasil, a luta contra a AIDS iniciou-se numa época de redemocratização do país e de grande discussão no campo da saúde, em que os movimentos da reforma sanitária começam a se fazer sentir no país, com a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986 e a proposição do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988. A rápida disseminação do HIV na década de 1980 foi bastante evidente e, à medida que surgiam casos novos, as primeiras iniciativas de políticas públicas em respostas a epidemia da AIDS foram sendo elaboradas, a partir da mobilização social e dos governos estaduais, pressionando progressivamente um posicionamento do governo federal. O estado de São Paulo, o primeiro a registrar casos da doença, tornou-se palco das primeiras mobilizações de grupos sociais, bem como das primeiras iniciativas e articulações oficiais em relação à AIDS. Em 1985 foi fundada a primeira Organização Não Governamental (ONG) com atividade em HIV/AIDS no país – Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (GAPA) e criaram-se os Programas Estaduais de DST/AIDS em 10 estados brasileiros. O Ministério da Saúde passou a veicular campanhas sobre as várias formas de prevenção da doença, recomendando o uso de preservativos; seringas, agulhas e outros instrumentos esterilizados e individuais; controle da qualidade do sangue e hemoderivados e, finalmente, campanhas de informação à comunidade. Ainda no âmbito das políticas públicas na luta e controle à epidemia da AIDS, o Ministério da Saúde criou em 1986, o Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/AIDS), que em 2003 foi considerado referência mundial por diversas agências internacionais. O sucesso do Programa, reconhecido mundialmente, dá-se não só pela oferta universal e gratuita dos ARV, mas também por ser um programa em diálogo permanente com os movimentos sociais e com a comunidade científica.
Nesse mesmo ano, a AIDS passa a ser incluída na relação de doenças de notificação compulsória no País, pela Portaria nº 1.100 de 24 de maio de 1986. Começa também a se estruturar movimento de combate a AIDS em nível federal, com a criação da Comissão Nacional de AIDS, mas só foi efetivamente instalada e posta em prática em 1987. Embora os preceitos do PN-DST/AIDS defendessem a saúde como um direito do cidadão e responsabilidade do estado, assim como a universalização do atendimento através de ações desenvolvidas nas três esferas governamentais, infelizmente este Programa foi assumindo uma posição centralizadora, distanciando-se tanto dos programas estaduais, como da sociedade civil organizada.
 	No Brasil, a adoção de políticas pública de saúde voltadas à epidemia da AIDS aconteceu em paralelo a mudanças políticas importantes, como a aprovação da nova Constituição Federal em 1988 e, especificamente no campo da saúde, a aprovação do SUS. Nessa época, o sistema de saúde brasileiro começou a distribuir medicamentos específicos para as doenças oportunistas e a zidovudina, mais conhecidas como AZT. Este inibidor da transcriptase reversa (ITR) abriu novas perspectivas terapêuticas ao ampliar o tempo de sobrevivência do paciente HIV positivo. Em 1988, a Organização Mundial da Saúde instituiu o dia 1o de dezembro como dia internacional de luta contra a AIDS, como parte de uma estratégia de mobilização, conscientização e prevenção em escala global. Esta data também passou a ser observada no Brasil, criando-se uma oportunidade para divulgar informações sobre a AIDS e realizar campanhas educativas.
 	Como se pode observar, várias foram as políticas de saúde estruturadas na década de 1980, decorrente do surgimento da AIDS. Não há como deixar de mencionar o período histórico vivenciado no Brasil, pois, com o fim da ditadura militar, um novo cenário político nacional apresentava-se com as eleições presidenciais e novos dirigentes políticos, sinalizando uma mudança significativa nas políticas de saúde e um retrocesso importante nas ações já estabelecidas em resposta à epidemia da AIDS, uma vez que desarticulou as ações já iniciadas pelo Programa Nacional e desintegrou significativamente a relação entre governo federal, estados, ONG e demais instituições envolvidas, além de promover campanhas de caráter moralista, que alimentavam ainda mais o estigma e o preconceito ao indivíduo portador da doença.
A crise política que sucedeu a essa fase deu lugar a uma nova mudança dos dirigentes dos Programas de Saúde e, no caso da AIDS, uma reformulação de estratégias que se traduziu em uma nova etapa, que vem evoluindo até os dias atuais. A nova direção do PN-DST/AIDS foi recuperando progressivamente o relacionamento com as demais esferas de governo e a sociedade civil organizada, formulando acordos e convênios internacionais que passaram a subsidiar ações de assistência e prevenção.
3. CONCLUSÃO
Com a nova democracia, vários grupos sociais insatisfeitos com a importância dada pelo governo para a saúde da época pressionaram o estado a assumir um papel mais ativo na busca da melhoria da saúde.
 	Entre vários projetos e planos criados com o intuito de melhorar a saúde, como o PREV-SAÚDE e o CONASP, foram criados também a 8º Conferência Nacional da Saúde que teve como objetivo criar um sistema único de saúde. Já com essa ideia estabelecida, a Constituição Federal de 1988 oficializa o sistema único de saúde (SUS), cujo artigo 196 dispõe que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.
 	Foi um grande marco para a população brasileira, ajudando até os dias atuais a todos os necessitados. 
4. REFERÊNCIAS
 ACURCIO, Francisco de Assis, Evolução histórica das políticas de saúde no Brasil. Disponível em <http://www.farmacia.ufmg.br/cespmed/text1.htm>. Acesso em 20/04/2018;
CARVALHO, Gilson. " 8 Conferência Nacional da Saúde" Disponível em< https://www.google.com.br/urlsa=t&source=web&rct=j&url=http://www.nesp.unb.br/mobilizasaude/%3Fp%3D412&ved=2ahUKEwi2oNHhveXaAhXBhJAKHVjkAhQQFjABegQIBhAB&usg=AOvVaw1njXZQJ9etW2HFo35teR15 > acesso em 09/04/2018;
FIGUEIREDO, João. "Legislação Informatizada - DECRETO Nº 86.329, DE 2 DE SETEMBRO DE 1981 - Publicação Original". Disponível em <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-86329-2-setembro-1981-436022-publicacaooriginal-1-pe.html > Acesso 01/04/2018;
PUGIN, Simone Rossi. “Principais Marcos das mudanças institucionais no setor saúde (1974-1996)". Disponível em < http://www.cedec.org.br/files_pdf/DIDATI1.pdf > Acesso em 01/04/2018;
RIBEIRO, Paulo Silvino. "Os anos 80 no Brasil: aspectos políticos e econômicos"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-anos-80-no-brasil-aspectos-politicos-economicos.htm>. Acesso em 20/04/2018;
RETKA, Nilvo. “A saúde no Brasil a partir da década de 80: retrospectiva história e conjuntural atual”. Disponível em<http://cacphp.unioeste.br/projetos/gpps/midia/seminario1/trabalhos/Saude/eixo1/42NilvoRetka.pdf> Acesso em 01/04/2018;
SIPRIANO, Claudio Alex. “SAÚDE: como surgiu o Sistema Único de Saúde?”. Disponível em < http://www.portalriomaina.com/coluna/saude-como-surgiu-o-sistema-unico-de-saude-692 >. Acesso em 10/04/2018;
SOUZA, Rehen Renilson "Construindo o Sus" disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografia_construindo_sus.pdf > acesso em 12/04/2018;

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