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ARTIGO A INCLUSÃO DE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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A INCLUSÃO DE ALUNOS COM SINDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Inês Rosa dos Santos[1: Graduada LICENCIATURA PEDAGOGIA Universidade Anhanguera – UNIDERP Interativa 2016. Ines.rosacris@gmail.com.]
Lucas de Arruda Medina[2: Graduado em Letras LIBRAS UFGD/UFSC 2012 especialista em Educação Especial. Arrudamedina@uol.com.br]
Resumo
A importância do processo de inclusão no ensino regular, se considerados os direitos humanos, a educação para todos e a necessidade de viver em sociedade, associados às características reais das oportunidades de aprendizagem. A inclusão envolve todos os segmentos de uma sociedade, abrangendo a valorização da diversidade social. Quando nos reportamos à inclusão dos portadores de Síndrome de Down do ponto de vista do professor, nos deparamos com grandes dificuldades. Buscando identificar e compreender as dificuldades que compõem a prática cotidiana dos docentes que trabalham com crianças portadoras de Síndrome de Down. O professor quer a criança como aluno mais não se sente capaz de se aproximar verdadeiramente dele. O professor tem medo, medo do desconhecido, do fracasso de não saber o que fazer dentro de uma sala com o aluno com necessidades especiais. A família do portador também tem um papel fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar social, pois terão que se conscientizar que devem colaborar e participar de todo o desenvolvimento realizado na criança com a síndrome, e que também devem estimular seus filhos de todas as maneiras possíveis, sem ficar com muita proteção. É necessário que pais, educadores e profissionais empenhem-se para realizar um trabalho que atenda às necessidades destes educandos, objetivando melhorar suas necessidades e potencialidades, ajudando-os a expandir seus horizontes.
Palavras-chave:. Inclusão escolar. Síndrome de Down. Docente. Família. Educação Infantil.
	
THE INCLUSION OF STUDENTS WITH DOWN SYNDROME IN CHILD EDUCATION.
Abstract
The importance of the inclusion process in regular education, considering human rights, education for all and the need to live in society, associated with the real characteristics of learning opportunities. Inclusion involves all segments of a society, encompassing the enhancement of social diversity. When we report on the inclusion of Down Syndrome patients from the teacher's point of view, we are faced with great difficulties. It seeks to identify and understand the difficulties that make up the daily practice of teachers working with children with Down Syndrome. The teacher wants the child as a student but does not feel able to truly approach him. The teacher is afraid, afraid of the unknown, of the failure of not knowing what to do inside a room with the student with special needs. The family of the bearer also has a fundamental role for the development and the social welfare, since they must be aware that they must collaborate and participate in all the development carried out in the child with the syndrome, and that they should also stimulate their children of all ways without getting too protected. It is necessary for parents, educators and professionals to work hard to meet the needs of these students, in order to improve their needs and potentialities, helping them to expand their horizons.
Keywords: School inclusion. Down's syndrome. Teacher. Family. Child education.
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INTRODUÇÃO 
O presente artigo tem objetivo de apresentar o processo de inclusão do aluno com Síndrome de Down na Educação Infantil. Buscando identificar e compreender as dificuldades que compõem a prática cotidiana dos docentes que trabalham com crianças portadoras de Síndrome de Down. 
A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) garante para além do direito à educação, o atendimento às especificidades dos alunos com deficiência, sem prejuízo da escolarização regular. Contudo, ainda hoje e, apesar da luta de entidades, movimento de pais e da sociedade, existe uma distância entre o que a lei determina e o que ocorre na prática.
Inclusão é a nossa necessidade de entender e reconhecer o outro, e assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes. A educação inclusiva acolhe a todos, sem exceção, além de ser possível a interação com o outro. Na inclusão, todos participam da sociedade, cada qual com suas diferenças (CAVALCANTE, 2005). Por educação inclusiva se entende o processo de inclusão dos deficientes ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus. A educação inclusiva busca evitar a segregação e discriminação, colocando o deficiente em atendimento na escola comum, atendendo às suas exigências pessoais. A contribuição da educação inclusiva será a de proporcionar por meio de transformações sociais, a construção de um novo tipo de sociedade, capaz de rever conceitos pré-estabelecidos, desmistificando os existentes, e assim, trazendo conhecimento à sociedade atual para que as próximas gerações já tenham isso esclarecido.
A escola que abre suas portas para alunos com necessidades especiais precisa se adequar para de fato tornar uma escola inclusiva, assim, adequações como Plano Político Pedagógico em seu fundamento, adequações arquitetônicas, formação continuada de professores, sistema de avaliação e diagnóstico e as adaptações de acesso ao currículo farão parte da verdadeira inclusão, são atitudes fundamentais no processo de inclusão escolar.  
	
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA .
A inclusão de crianças na rede pública de ensino regular está na lei brasileira e é um direito adquirido e subjetivo, pois visa à educação, interação social e o pleno desenvolvimento dessas crianças para uma efetiva integração na sociedade, inclusive no que se refere à vida adulta no sentido de despertar alguma habilidade no intelectual ou psicomotor. 
Com a aprovação pela ONU da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em 2006, o Brasil, um dos Estados signatários, reconhece o direito das pessoas com deficiência à educação se comprometendo a assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, como expresso no Artigo 24 desse documento (ONU, 2006).
De acordo com BRASIL (1988), a Constituição Federal Brasileira de 1988 afirma que o acesso à educação é um direito de toda criança, e um dever do Estado e família em parceria com a sociedade, com igualdade nas condições de acesso e permanência, atendimento educacional especializado na rede regular de ensino para pessoas com deficiência e, prevê ainda o atendimento de crianças de zero a seis anos em creches e 15 pré-escolas. Ou seja, está na lei, é um direito e não um favor. Assim, cabe ao Estado, a família e a sociedade fazer cumprir o que está na lei e garantir o desenvolvimento e preparo de cidadãos qualificados para o trabalho.
Dessa forma, a partir da observação das diversas leis aprovadas e declarações firmadas durante esse período tanto no plano nacional quanto no internacional, pode - se depreender, uma evolução que vai da superação da segregação, passa pela institucionalização, sinalizando uma política de inserção de pessoas com necessidades educacionais especiais por meio da integração e posteriormente da inclusão.
A Declaração de Salamanca é um documento considerado inovador porque proporcionou uma oportunidade única de colocação da educação especial dentro da estrutura de ‘educação para todos’, firmada em 1990, em Jomtien. Promoveu, dessa forma, uma plataforma que afirmou o princípio e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais, bem como a conquista de seus direitos numa sociedade de aprendizagem.
A Declaração de Salamanca (1994), no item 35, concebe a inclusãocomo responsabilidade coletiva da comunidade escolar ao afirmar que todos são responsáveis.
Uma das implicações da Declaração refere-se à inclusão na educação ao afirmar que o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas devem, nesse sentido, reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, ajustando-se aos ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais devem, portanto, receber todo e qualquer apoio extra que possam precisar e que lhes assegure uma educação efetiva.
A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
A Educação Infantil é muito importante para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Os estímulos que uma criança recebe nos primeiros anos de vida vão interferir diretamente na sua trajetória escolar e no seu desenvolvimento futuro. A entrada da criança com síndrome de Down ou outras deficiências intelectuais na educação infantil regular costuma trazer resultados muito positivos, sobretudo se a escola está preparada para promover a inclusão.
Na etapa da Educação Infantil é fundamental um trabalho voltado ao lúdico, com formas diferenciadas de trabalhar, por meio de mecanismos acessíveis à criança, nos aspectos físico, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais. A convivência com as diferenças favorece o desenvolvimento das relações interpessoais, do respeito, da valorização.
A entrada da criança na pré-escola provoca nos pais temores ligados a sua adaptação e proteção, visto que ela sairia do seu ambiente e teria que enfrentar a "vida como ela é" do lado de fora. Em contrapartida, sabemos que a entrada da criança com Síndrome de Down na educação infantil regular é muito positiva, principalmente quando a inclusão é bem feita, pois a sua socialização começa a se dar de maneira muito fluida. Por exemplo, ela terá que brigar pelos brinquedos e tentar se expressar nas mesmas condições das crianças consideradas "normais", e isto ajuda muito no seu desenvolvimento, principalmente no que diz respeito à cognição, à linguagem, às habilidades motoras e à socialização. Acreditamos que colocar uma criança com Síndrome de Down em uma escola regular é dar-lhe a mesma chance que todas as crianças têm de desenvolver o seu potencial cognitivo e sócio afetivo.
O comportamento social da pessoa com Síndrome de Down é influenciado pelo ambiente, onde os resultados dessa interação podem limitar ou ampliar as oportunidades do seu desenvolvimento e de suas possibilidades de integração social.
Incluir significa dar oportunidade e habilitar essas crianças a realizarem todas as suas potencialidades, minimizando as inferioridades resultantes de suas dificuldades. A escola precisa trabalhar a aceitação da criança, incentivar sua independência através de elogios dando liberdade para que estas conquistem seu espaço e o respeito das outras pessoas.
A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO DA FAMÍLIA E A ESCOLA E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO PROCESSO EDUCATIVO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN. 
É no convívio familiar que a criança pode encontrar um ambiente favorável de crescimento e desenvolvimento ou um ambiente desfavorável, que na verdade gera dificuldades. Assim, a vida da criança Down pode ser melhor se ela encontrar na sua família apoio e um ambiente favorável.
Alguns pais ainda não se conscientizaram da importância do apoio deles junto à escola de seus filhos, como também escolas que não incentivam essa parceria dos familiares na escola. Para a criança com necessidades educacionais especiais essa parceria é fundamental. 
A escola deve estreitar ao máximo essa relação, oportunizando um convívio maior dos pais dentro da escola para auxiliar no desenvolvimento. Escola e família devem caminhar juntas no processo de aprendizagem. 
Os pais podem dar importantes contribuições aos professores sobre as práticas pedagógicas, pois a família pode dar sugestões para o professor de como lidar com a criança, tornado a prática pedagógica do professor mais efetiva. Os pais podem oferecer à escola informações sobre os gostos, preferências e habilidades que a criança tem.
É fundamental que a escola possua condições para atender às necessidades de cada aluno, como também garanta o seu acesso e permanência. Portanto, no que diz respeito ao âmbito escolar, percebe-se que estas pessoas estão incluídas, mas tanto os profissionais como as próprias instituições que são responsáveis pela educação delas não estão preparados para atendê-los adequadamente conforme suas necessidades.
Quando nos reportamos à inclusão dos portadores de Síndrome de Down do ponto de vista do professor, nos deparamos com grandes dificuldades. O professor tem medo, medo do desconhecido, do fracasso de não saber o que fazer dentro de uma sala com o aluno com necessidades especiais.
O professor precisa estar preparado para enfrentar os desafios da educação. Esse preparo se dá desde o início da sua formação, adotando uma postura reflexiva e crítica sobre sua atuação com a educação, neste caso, a educação inclusiva.
Além de toda a formação desejada para obter uma educação inclusiva com qualidade, o professor precisa ter dentro de si o desejo de se transformar, de estar em constante mudança, em busca de novos conhecimentos, ou seja, verdadeiramente comprometido com sua prática. A educação inclusiva exige uma atenção redobrada, para que o aluno portador de necessidades especiais, inclusive a Síndrome de Down, sinta-se seguro e confiante com a presença do professor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema inclusão vem sendo amplamente discutido nos últimos anos, no entanto sabemos que um dos grandes desafios para que a inclusão tenha êxito está na formação do profissional que atua com a criança deficiente.
A escola e o professor tem que estar preparados para promover a inclusão e possuir condições para atender às necessidades de cada aluno, como também garanta o seu acesso e permanência, ajustando-se aos ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade.
O objetivo deste artigo é proporcionar a reflexão e novas práticas sobre a educação do aluno portador de Síndrome de Down, sua inclusão na vida escolar, família e sociedade. Para os pais, representa uma oportunidade de crescimento intelectual e social como ser humano. E para o educador um desafio a ser vencido.
A inclusão social ganha cada vez mais espaços nas instituições educacionais e na sociedade. Para que esta seja efetiva, fica evidente a necessidade do apoio de políticas específicas na conscientização da população e que sejam realmente implantadas na sociedade, com o intuito de incluir as pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino.
A inclusão só deixará de ser um sonho, quando todas as pessoas com algum tipo de deficiência tiverem de fato as mesmas oportunidades, seja na educação ou no trabalho, em todos os campos em que a sociedade nos permite estar.
REFERÊNCIAS
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