Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Ana Lúcia da Rocha Silva APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Treinamento e Desen- volvimento de Pessoal, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 PROCESSO DE DESENVOLVER PESSOAS .............................................................................. 7 1.1 Resumo do Capítulo .......................................................................................................................................................8 1.2 Atividades Propostas ......................................................................................................................................................8 2 TREINAMENTO ........................................................................................................................................ 9 2.1 Conceituando o Treinamento ..................................................................................................................................10 2.2 Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal .....................................................................................................13 2.3 Conceitos e Tipos de Educação ...............................................................................................................................14 2.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................15 2.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................15 3 O PAPEL DO TREINAMENTO NA EMPRESA ....................................................................... 17 3.1 O Ciclo do T&D ...............................................................................................................................................................18 3.2 Levantamento de Necessidades do T&D (LNT&D) ...........................................................................................19 3.3 Meios de Levantamento de Necessidades do T&D .........................................................................................21 3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................24 3.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................24 4 PLANEJAMENTO DO T&D .............................................................................................................. 25 4.1 Programação do T&D ..................................................................................................................................................26 4.2 Pano do T&D ...................................................................................................................................................................27 4.3 Recursos e Tecnologia de T&D .................................................................................................................................28 4.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................31 4.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................32 5 AVALIAÇÃO DO T&D ......................................................................................................................... 33 5.1 Os Desafios no Processo de T&D .............................................................................................................................36 5.2 Retorno do Investimento em T&D .........................................................................................................................36 5.3 Modelo de Cálculo do Retorno sobre o Investimento (ROI) ........................................................................37 5.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38 5.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................39 6 DESENVOLVIMENTO DE INSTRUTOR DE T&D ................................................................ 41 6.1 Comunicação do Instrutor no T&D ........................................................................................................................42 6.2 Técnicas Facilitadoras para a Transmissão do Conteúdo de T&D ...............................................................43 6.3 O Papel do Profissional ou Instrutor de T&D ......................................................................................................44 6.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................47 6.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................47 7 TENDÊNCIAS DO T&D....................................................................................................................... 49 7.1 O T&D Estratégico e a Norma ISO 10015 .............................................................................................................53 7.2 O T&D e o Clima Organizacional .............................................................................................................................55 7.3 Os Aspectos Relativos ao Clima Organizacional ...............................................................................................61 7.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................62 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 63 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 65 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), O mundo está vivendo uma rápida, porém profunda, mudança de paradigmas nas organizações, que requer soluções inovadoras e a revisão das formastradicionais que não ofereçam mais os mesmos resultados, por isso o objetivo desta disciplina é trazer em linguagem simples e funcional para o meio corporativo novas propostas de trabalho, técnicas, método e temas para a atuação do profissional em T&D (BOOG, 1999). Com base na atualidade do meio empresarial, evidenciamos cada vez mais as exigências para o perfil do profissional de T&D, que requer colaboradores com alta performance e competências atreladas ao negócio da empresa. Isso em decorrência das mudanças no cenário atual de tecnologias, qualidade nos serviços e produtos e da importância de exceder as expectativas no atendimento aos clientes. Nesse contexto, cada empresa enfrenta diferentes tipos de problemas, muitos deles típicos de de- terminadas áreas, como a econômica, a administrativa ou a jurídica, envolvendo, portanto, temas dos mais variados, como taxas de juros, oscilações de preços, impostos, pagamentos e recebimentos, legisla- ção, controle de estoques, importação e exportação, conquistas de clientes e de mercados, administra- ção de conflitos, qualidade, comunicação, trabalho em equipe, e outros de acordo com cada organização. Este material apresenta os caminhos e etapas importantes do T&D para interagir com as mudanças organizacionais e assim possibilitar conhecimentos e estratégias para os profissionais de T&D, facilitando a utilização da ferramenta no processo de trabalho do desenvolvimento de pessoas. Nessa perspectiva, o papel do Gestor de Pessoas torna-se cada vez mais importante nas empresas, no sentido de conduzir e desenvolver as equipes para alcançar as metas e objetivos empresariais de forma competitiva e com resultados precisos constantemente, através da aplicação do T&D como cultura educacional permanente nas empresas. O T&D prioriza utilizar de forma proveitosa a experiência, a técnica e a capacidade das pessoas. Como a tecnologia e o conhecimento ampliam-se diariamente, torna-se imprescindível ajustar tais varia- ções mediante treinamento de pessoas. AtençãoAtenção Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes in- formação para que aprendam novos conheci- mentos, habilidades e destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É, sobretudo, dar-lhes a formação básica para que aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. For- mar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da persona- lidade humana. As organizações estão se dando conta disso. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 6 Obviamente, o gestor não conseguirá dominar todos os detalhes necessários ao funcionamento de uma organização, já que as tarefas são complexas e especializadas. Portanto, um programa de treina- mento terá que ser implementado, permitindo assim a absorção contínua de conhecimentos e tecnolo- gias pelas equipes da organização. Podemos listar algumas vantagens de um programa de treinamento como cultura nas empresas: Integração de pessoal; Motivação dos colaboradores; Criatividade; A importância da produtividade empresarial; Possibilidades de resultados econômicos em curto prazo; Incentivo à qualificação das equipes; Melhoria nas relações interpessoais das equipes; Melhoria nos resultados financeiros de uma organização. Treinar pessoas é qualificá-las para o melhor desempenho de atividades, cargos e rotinas. Nesse sentido, os principais objetivos de um programa de treinamento seriam: Ajudar a organização a alcançar seus objetivos, da maneira mais economicamente possível (T&D deve ser considerado um “investimento” empresarial); Mudar a atitude das pessoas, melhorando o clima organizacional, aumentando a motivação e tornando-as mais receptivas à gestão; Preparar o pessoal para atividades peculiares à organização; Reduzir ou eliminar a diferença entre o atual desempenho das pessoas com o esperado pelas empresas; Proporcionar oportunidades aos colaboradores de todos os níveis de obterem o conhecimen- to, a prática e prover resultados nas suas atitudes e nos projetos de mudanças da organização. Mas, quais são os desafios dos gestores empresariais com o T&D? Qual é o novo papel do Profissio- nal em T&D? Muito se questiona: especialista ou generalista? O profissional de T&D é um especialista, mas pode e deve inteirar-se de outras demandas de Recursos Humanos (RH). É o que vamos desenvolver ao longo da apresentação da apostila. O modelo de consultoria interna de recursos humanos propõe a macrovisão das questões de RH e o entendimento das necessidades de mudanças na organização, o que possibilita o enriquecimento da atuação do profissional de T&D, em que o papel é o de um facilitador das mudanças empresariais, maxi- mizando o atendimento das necessidades de seus clientes internos para os externos, gerando resultados e melhorias. Para isso, esse profissional de T&D deverá estar muito bem preparado e o T&D tem um papel funda- mental nesse momento para que ele possa saber onde, quando e como pode contribuir com seu cliente interno, agregando vantagens competitivas sustentadas no crescimento do core business da organiza- ção, centrado na questão: no que posso colaborar para que meu cliente interno agregue valor ao core business, e a empresa se torne mais competitiva no mercado? (BOOG, 1999). Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 PROCESSO DE DESENVOLVER PESSOAS1 Prezado(a) aluno(a), As pessoas apresentam uma incrível capa- cidade de aprender e se desenvolver. A educação está no cerne dessa capacidade. Os processos de desenvolvimento de pessoas estão intimamente relacionados com a educação. Educar (do latim, educere) significa extrair, trazer, arrancar. Em outros termos, representa a necessida- de do ser humano de trazer de dentro para fora as suas potencialidades interiores. A palavra ‘educar’ também significa a exteriorização dessas latên- cias e do talento criador da pessoa. Todo modelo de formação, capacitação, educação, treinamento ou desenvolvimento deve assegurar ao ser huma- no a oportunidade de ser aquilo que pode ser a partir de suas próprias potencialidades, sejam elas inatas ou adquiridas. Os processos de desenvolvimento envol- vem três estratos, que se sobrepõem: o treina- mento, o desenvolvimento de pessoas e o desen- volvimento organizacional. AtençãoAtenção Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes in- formação para que aprendam novos conheci- mentos, habilidades e destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É, sobretudo, dar-lhes a formação básica para que aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. For- mar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da persona- lidade humana. As organizações estão se dando conta disso. Os estratos menores, como Treinamento e o Desenvolvimento de Pessoal (T&D), tratam da aprendizagem no nível individual e como as pessoas aprendem e se desenvolvem. O Desen- volvimento Organizacional (DO) é o estrato mais amplo, abrangente e refere-se a como as organi- zações aprendem e se desenvolvem através da mudança e inovação (CHIAVENATO, 2008). Impactos nas mudanças empresariais e conceitos administrativos, também mudam os conceitos de T&D nas empresas. Assim, entende- -se o grau de importância do T&D como vetor fo- cal para atingir melhores resultados nas empresas e o aperfeiçoamento constante. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 1.1 Resumo do Capítulo O T&D está diretamente interligado à educação para o negócio empresarial, por meio do qual se descobre e potencializa o talento e competências daspessoas na organização. Deve assegurar ao ser humano a oportunidade de ser aquilo que pode ser a partir de suas próprias condições e desempenho, sejam elas inatas ou adquiridas. 1.2 Atividades Propostas 1. Com base no processo de treinamento, cite dois estratos importantes para os objetivos em- presariais. 2. Nas empresas, é de fundamental importância que a gestão de pessoas trabalhe e desenvolva as pessoas. Contextualize essa importância. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Caro(a) aluno(a), A gestão empresarial viveu uma longa his- tória de significativas mudanças de formas. Uma delas particularmente importante para os dias de hoje é a passagem do paradigma da Administra- ção Científica para um novo paradigma que está emergindo desde os anos 1980. Esse paradigma da administração científica apareceu na virada do século XIX para o XX, a partir do trabalho de uma série de autores, como Taylor, Fayol e Ford (BUR- RELL; MORGAN, 1978). Nesse contexto, o treinamento tem impor- tância significativa para o desenvolvimento das civilizações desde as épocas remotas, à medida que o homem inventou, criou vestuário, abrigo, instrumentos, armas, desenvolveu a linguagem, comunicação, comércio e serviços, e transmitiu conhecimentos e habilidades para seu semelhan- te (BONFIM, 1995). Conforme Pontual (1980), “não importavam os métodos e recursos utilizados e sim que a aprendizagem fosse obtida.” TREINAMENTO2 Saiba maisSaiba mais O treinamento é um processo educacional de curto prazo que utiliza procedimento sistemático e orga- nizado, pelo qual o pessoal não gerencial desenvol- ve conhecimentos e habilidades técnicas para um propósito definido. O desenvolvimento é um processo educacional de longo prazo que utiliza procedimento sistemático e organizado, pelo qual o pessoal gerencial aprende conhecimentos conceituais e teóricos para propó- sitos genéricos (CHIAVENATO, 2007). Treinamento e desenvolvimento devem responder sempre a perguntas importantes: “o que” é aprendido? “como” é aprendido? “como” a aprendizagem ocorre? “quando” a aprendizagem ocorre? “para que” a aprendizagem está ocor- rendo? Cada vez mais o treinamento vem referin- do-se unicamente à instrução de operações téc- nicas e mecânicas, enquanto o desenvolvimento se refere mais aos conceitos educacionais filosófi- cos. O treinamento é projetado para o pessoal não gerencial, enquanto que o desenvolvimen- to objetiva atingir o pessoal gerencial ou as pes- soas com potencial para tal função. Os cursos de treinamento são projetados para o curto prazo, buscando um propósito de- finido e específico, enquanto o desenvolvimen- to envolve uma educação mais ampla para pro- pósitos genéricos de longo prazo (CHIAVENATO, 2007). O desenvolvimento profissional ganhou mais importância com a evolução da gestão de empresas do paradigma da administração científi- ca para o paradigma do trabalho mais autônomo. Isso sinaliza que o indivíduo está mais próximo de ser reconhecido, dentro da empresa, como o su- jeito que ele é, pela sua condição ontológica. Na verdade, essa metamorfose coloca sua indetermi- nância como elemento crucial para o seu pleno desenvolvimento, tal como a empresa necessita dele. Isso significa que a empresa, tendo em vista Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 a preparação de seus futuros profissionais, deverá investir mais na sua carreira, não entendida como ascensão na escala de poder porque os níveis hie- rárquicos estão diminuindo, mas na estimulação de sua identidade profissional, que é o capital intelectual que ele dispõe para negociar sua in- serção no mundo do trabalho, já que esse mundo tende a eliminar a intermediação da burocracia. Nesse sentido, ajudar as pessoas a construir seu próprio projeto profissional é ajudar a constituir o projeto da própria empresa (BOOG, 1999). A palavra ‘treinamento’ vem do verbo trei- nar e, conforme o dicionário, significa: tornar apto para determinada tarefa ou atividade; adestrar, exercitar-se para jogos desportivos ou para ou- tros fins. No passado, muitas empresas utilizavam da ferramenta treinamento para atender a uma específica mudança de forma momentânea, ou seja, “apagar incêndios” sem continuidade, o que proporcionava um tempo mínimo de resultados e logo os problemas continuavam, causando assim perda do investimento e constantes incertezas na forma de atuação do trabalho dos colaboradores e gestores que demonstravam índices altos de comportamento, como a desmotivação pelo tra- balho, falta de comprometimento, absenteísmo, e um dos principais problemas que vivenciamos nos dias de hoje, a comunicação, e ainda outros de acordo com cada organização. No entanto, in- felizmente, ainda nos dias de hoje empresas inte- ragem dessa forma com a ferramenta T&D. A palavra ‘desenvolvimento’ vem do verbo desenvolver, que significa: fazer crescer, medrar, prosperar, exercer, aplicar, gerar, produzir, crescer, aumentar e progredir. O desenvolvimento busca dar entendimen- to, conhecimento e informações, visando a um determinado resultado. No entanto, é fundamental que os dois sig- nificados “treinamento e desenvolvimento” cami- nhem sempre juntos, assim sendo T&D. O processo de desenvolvimento de pessoas envolve as atividades de treinamento e desenvol- vimento de pessoas, e o desenvolvimento orga- 2.1 Conceituando o Treinamento nizacional representa investimentos nas pessoas. Nessa perspectiva, a capacitação dos indiví- duos, como elemento fundamental da cadeia de eventos do processo de produtividade, faz parte dos alvos regulatórios. A formação profissional é o meio que garante a competência requerida para determinada tarefa (ROUX, 1983), ou seja, a posse do Know-how. O Know-how é a capacidade de realizar uma tarefa de acordo com o padrão de resultado e tempo definidos pelo planejamento. As tarefas e atividades são definidas por setores especializa- dos em planos e programação de tal maneira que o que se espera de um funcionário é o saber fa- zer, aquilo que está prescrito. Espera-se que o tra- balhador aprenda a realizar a tarefa em todas as suas variações possíveis, como acontece com um piloto de avião, que realiza os procedimentos que estão detalhadamente previstos num manual. No sentido usado em administração, trei- namento envolve a transmissão de conheci- mentos específicos relativos ao trabalho, postura diante dos aspectos de organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilida- des. Conhecimento + Habilidades = Atitudes; qualquer tarefa ou atividade, quer seja complexa AtençãoAtenção Treinamento é o processo educacional aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitu- des e habilidades em função dos objetivos defi- nidos. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 ou simples, envolve necessariamente esses três aspectos. Para Flippo, o treinamento é o ato de aumentar o conhecimento e a perícia (habili- dade) de um colaborador para o desempenho de determinado cargo ou trabalho, no entanto o treinamento era entendido como educação espe- cializada. Nas organizações modernas, o T&D com- preende todas as atividades que vão desde a aquisição da habilidade motora até o desenvol- vimento do conhecimento técnico completo, também as aptidões administrativas e de atitudes referentes a problemas sociais. O treinamento tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos da empresa, proporcionan- do oportunidades aos empregados de todos os níveis de obter o conhecimento, a prática e a con- duta requeridos pela organização. O treinamento deve ser sempre considera- do como investimento empresarialdestinado a capacitar uma equipe de trabalho e reduzir ou eli- minar a diferença entre o atual desempenho e os objetivos e realizações propostos. Em outras pa- lavras e num sentido mais amplo, o treinamento é um esforço dirigido para o aprimoramento de uma equipe, com a finalidade de que esta possa atingir, de forma mais economicamente possível, os objetivos da organização (HOYLER, 1970). Dessa forma, o treinamento não deve ser considerado como despesa, mas, sim, como um investimento precioso, cujo retorno é altamente compensador para a organização. Os Quatro Tipos de Mudança Comportamental no Treinamento Como o treinamento é um processo edu- cacional, acaba por envolver quatro tipos de mu- dança de comportamento, conforme abaixo: a) Transmissão de informações e de conhecimento: o elemento essencial do treinamento é o conteúdo: trans- mitir e compartilhar informações entre os treinandos, como um corpo de co- nhecimentos. As informações poderão ser as mais variadas possíveis, desde o programa de integração à empresa até processos de utilização de determi- nadas tecnologias, ou ainda tratar de questões comportamentais, tais como autoconhecimento e relacionamento interpessoal. É o treinamento que nos dá a base necessária para a retenção do conhecimento. b) Desenvolvimento de habilidades: o treinamento também se destina a desenvolver certas habilidades e des- trezas diretamente relacionadas com o desempenho do cargo atual, ou de possíveis ocupações futuras. Trata-se de um aprendizado comumente orienta- do para o trabalho, pois fundamental- mente ensina a pessoa a fazer. Basica- mente podemos ter o desenvolvimento de habilidades em três segmentos: • habilidades motoras: solicitadas na manipulação do ambiente físico e baseadas em padrões apropria- dos de resposta da musculatura corporal; • habilidades cognitivas: que in- cluem a aquisição de padrões de atitudes e crenças; • habilidades interpessoais: con- sideradas em termos de autocons- ciência e de funcionamento eficaz dentro de processos sociais e de interações humanas. c) Desenvolvimento ou modificação de atitudes: geralmente mudança para atitudes mais favoráveis ao relacio- namento entre os trabalhadores, au- mentando a motivação, melhorando o desenvolvimento da sensibilidade do pessoal de supervisão quanto aos sen- timentos e reações das outras pessoas, e gerando melhoria nas relações inter- pessoais. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 A maioria das organizações defronta-se com a necessidade de renovação constante em seus processos e na sua forma de relacionar-se com seus públicos (clientes, fornecedores, cola- boradores e a sociedade de modo geral), espe- cialmente devido à globalização ou às exigências do mercado. d) Desenvolvimento de conceitos: o trei- namento pode ser conduzido no senti- do de desenvolver conceitos, elevar o nível de abstração e capacitar as pes- soas para a geração de ideias. Pode, ain- da, facilitar a aplicação de conceitos na prática administrativa, elevando o nível de generalização e desenvolvendo das pessoas para que possam pensar em termos globais e amplos. Esses quatro tipos de conteúdo de treina- mento podem ser utilizados separados ou de for- ma conjunta. Os principais objetivos do treinamento são: Preparar o pessoal para a execução ime- diata das diversas tarefas peculiares à organização por meio da transmissão de informações e desenvolvimento de habilidades; Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas também para outras funções para as quais a pessoa pode ser considerada; Mudar a atitude das pessoas, de modo a criar um clima mais satisfatório entre empregados, aumentando a motivação e tornando as pessoas mais receptivas às técnicas de supervisão e gerência. O treinamento é uma responsabilidade de linha e função de staff. Em outras palavras, as ati- vidades de treinamento repousam numa política que reconhece que cada administrador (gerente, supervisor etc.) é o responsável pelo treinamento do seu pessoal. No seu sentido mais amplo, o conceito de treinamento está implícito na tarefa gerencial, em todos os níveis. Seja na demonstração de um pro- cedimento novo, seja na explicação de uma ope- ração tradicional, o supervisor ou gerente deve explanar, ensinar, acompanhar e comunicar. Assim, na satisfação das necessidades espe- cíficas de aprendizagem dos novos empregados ou no aperfeiçoamento dos empregados já expe- rientes, a relação chefe-subordinado na empresa deve estar focada no contínuo desenvolvimento AtençãoAtenção O treinamento tem sido considerado como uma das principais ferramentas a ser utilizada, pois ajuda na mudança do comportamento humano e na aquisição das técnicas necessárias. Saiba maisSaiba mais Por exemplo, no desenvolvimento de um programa de treinamento para vendedores, poderemos ter: transmissão de informações – sobre a empresa, so- bre os produtos, sobre os clientes, mercado etc.; de- senvolvimento de habilidades – preenchimento de pedidos, cálculo dos preços etc.; desenvolvimento de atitudes – como tratar o cliente, como se com- portar, como conduzir o processo de venda, como argumentar e contornar as negativas do cliente etc.; e desenvolvimento de conceitos, principalmente os relacionados com a filosofia da empresa e com a ética profissional. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 das habilidades individuais, que, no final, trará amplos benefícios para as duas partes, empresa e empregado. Na realidade, procura-se enfatizar a necessi- dade para a total utilização das capacidades que cada pessoa possui. Alguns colaboradores prefe- rem e se ajustam a trabalhos repetitivos e cíclicos, enquanto outros têm capacidade para tarefas mais complicadas que exigem dele maior fator intelectual. As lideranças devem buscar sempre atingir a orientação para o homem, no sentido da plena utilização dos seus talentos. 2.2 Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal A palavra ‘treinamento’ tem muitos signi- ficados. Alguns especialistas consideram treina- mento como um meio para desenvolver a força de trabalho dentro dos cargos ocupados. Outros interpretam mais amplamente, considerando o treinamento para um adequado desempenho no cargo e estendendo o conceito para uma nivela- ção intelectual através da educação geral. Outros autores, ainda, referem-se a uma área genérica chamada desenvolvimento, a qual dividem em educação e treinamento: onde o treinamento significa o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propósito da educação é o de preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho (CHIAVENATO, 2007). É também considerado um meio de desen- volver competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organi- zacionais e serem cada vez mais valiosas. O treinamento é orientado para o pre- sente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e capacidades rela- cionadas com o desempenho imediato do cargo (curto prazo). O desenvolvimento de pessoas focaliza geralmente os cargos a serem ocupados futu- ramente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas (médio e lon- go prazos). Ambos, treinamento e desenvolvimento (T&D), constituem processos de aprendizagem. Logo, o ideal é a integração dos 2 processos: trei- namento e desenvolvimento (T&D). No desen- volvimento, podem ser apresentados programas que não estão necessariamente voltados para as tarefas desempenhadas pelo funcionário ou pela organização, em que se pressupõe o crescimentototal das pessoas. Um histórico importante foi a união dos es- tudos da administração na empresa com a psico- logia comportamental na busca significativa de resultados, que deu origem às personalidades e perfis profissiográficos, chamados de instrumen- tos de garantia das competências dos trabalhado- res atreladas ao conjunto de requisitos exigidos de um indivíduo para a realização de uma tarefa. Como as tarefas eram planejadas previamente por setores especializados, o perfil era definido pelos especialistas da área de Recursos humanos e se constituía no alvo dos programas de T&D. Segundo Chiavenato (2000), contudo, o T&D é um dos subsistemas ou processos de recur- sos humanos identificado por desenvolvimento de recursos humanos. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 Desde o seu nascimento até a sua morte, o ser humano vive em constante interação com o meio ambiente, recebendo e exercendo influên- cias em suas relações com ele. Educação é toda influência que o ser hu- mano recebe do ambiente social, durante a sua existência, no sentido de adaptar-se “às normas e valores sociais vigentes e aceitos”. O ser humano, todavia, recebe essas in- fluências, assimila-as de acordo com suas inclina- ções e predisposições, e enriquece ou modifica seu comportamento dentro dos seus próprios padrões pessoais. A educação pode ser institucionalizada e exercida de modo organizado e sistemático, como nas escolas e igrejas, obedecendo a um plano preestabelecido, como também pode ser desenvolvida de forma difusa, como no lar e nos grupos sociais a que o indivíduo pertence, sem obedecer a qualquer plano preestabelecido. A educação é o preparo para a vida e pela vida. Educação profissional: é a educação institu- cionalizada que visa ao preparo do homem para a vida profissional e compreende três etapas inter- dependentes e perfeitamente distintas: Formação profissional: é a educação profissional que prepara o homem para uma profissão em determinado merca- do de trabalho. Seus objetivos são am- plos e em longo prazo, visando a qualifi- car o homem para uma futura profissão; pode ser dada em escolas ou mesmo na própria empresa. 2.3 Conceitos e Tipos de Educação AtençãoAtenção Pode-se falar em tipos de educação, tais como: educação social, religiosa, cultural, política, mo- ral, profissional etc., sendo essa última de suma importância para o desenvolvimento pessoal do indivíduo. Aperfeiçoamento ou desenvolvi- mento profissional: é a educação pro- fissional que aperfeiçoa o homem para uma carreira dentro de uma profissão. É a educação que visa a ampliar, desen- volver e aperfeiçoar o homem para seu crescimento profissional em determi- nada carreira na empresa ou para que se torne mais eficiente e produtivo no seu cargo. Tem como principal objetivo proporcionar ao homem conhecimen- tos que transcendem o que é exigido no cargo atual, preparando-o para assumir funções mais complexas – é entendido para atender em médio prazo. Treinamento: é a educação profissio- nal que adapta o homem para um car- go ou função. Visa a adaptar o homem para determinado cargo. Com objetivos de curto prazo (restritos e imediatos), proporciona ao homem os elementos essenciais para o exercício de um car- go, preparando-o adequadamente. Obedece a um programa preestabele- cido e atende a uma ação sistemática para adaptação do homem ao trabalho. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa. O treinamento en- volve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitu- des frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvi- mento de habilidades. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Caro(a) aluno(a), este capítulo trabalhou conceitos importantes das organizações modernas: o T&D desenvolve conhecimento técnico e comportamental, habilidades e atitudes de forma que atenda aos objetivos empresariais; o processo de desenvolvimento de pessoas envolve as atividades de treinamen- to, que representa investimentos nas pessoas para melhores resultados; e o T&D é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas. 2.4 Resumo do Capítulo 2.5 Atividades Propostas 1. Com base no processo educacional do treinamento, apresente os quatro tipos de mudança de comportamento. 2. O processo de T&D apresenta ferramenta e recurso importantes para o papel do profissional (Instrutor de T&D) para melhor desempenhar suas atividades. Defina e contextualize esse re- curso facilitador para esse profissional. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 É de fundamental importância que o T&D seja atuante nas empresas, visto que para a uti- lização de novas tecnologias e atualização no mercado de trabalho tornam-se necessárias pes- soas preparadas e capacitadas para o negócio, de forma que o T&D se demonstra uma ferramenta importante para essa preparação. Estatísticas publicadas em revistas da área, como Melhor, Você SA e Exame, bem como de em- presas no mercado de trabalho, apresentam um crescimento acelerado em T&D, evidenciando empresas com grandes resultados diferenciados em decorrência da utilização dessa ferramenta. O número de organizações que estão in- vestindo em Treinamento & Desenvolvimento no Brasil vem aumentando significativamente nos últimos anos, e isso tem criado novas e boas pers- pectivas para sua atuação no meio empresarial. Muitas dessas empresas são de peque- no e médio porte, e representam uma postura inovadora nesses tempos em que tamanho e faturamento já não são justificativas para os in- vestimentos, ou a falta deles, em treinamento e desenvolvimento de pessoas. Tendência irreversível no Brasil e no mundo, em especial no Brasil, onde o número de traba- lhadores com educação formal é bastante redu- zido, a expansão do processo de investimento em formação e capacitação é um inquestionável indicador de oportunidades para os profissionais de T&D contribuírem com suas organizações, em uma relação mais responsável, pragmática e de atendimento objetivo das necessidades de com- petitividade das empresas. Dada a competição intensificada, as mu- danças tecnológicas e a busca de aumento da produtividade, o investimento em treinamento pode propiciar grandes retornos. Dessa forma, uma amostra de empresas americanas com cem O PAPEL DO TREINAMENTO NA EMPRESA3 ou mais funcionários havia gasto 52,2 bilhões de dólares com treinamento formal para 47,3 mi- lhões de trabalhadores. Mas, o mundo da educação empresarial é cheio de paradoxos e assim são as empresas, as pessoas e tudo o que possa ser considerado de vanguarda. Mudança é uma parte vital na evolução empresarial, pois permite que a empresa cresça e prospere, bem como as pessoas que dela fazem parte. Assim o T&D tem o papel fundamental de trazer a prática dessas mudanças para as empre- sas, demonstrando através de fatos, diagnósticos, levantamento de necessidades do treinamento e projetos de intervenção, de forma que atinja os resultados atrelados ao planejamento estratégico da empresa. Saiba maisSaiba mais Essa tendência é decorrente de dois aspectos fun- damentais: o interesse crescente, tanto pelas em- presas quanto pelos trabalhadores, no desenvol- vimento desse capital humano; e uma visão, mais estratégica e fortalecida, sobre a contribuição do treinamento para o negócio, a perpetuação da cul- tura e dos valores empresariais. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 Treinamento é o ato intencional de forne- cer os meios para possibilitar a aprendizagem. Já a aprendizagem é uma mudança no comporta- mento e ocorre no dia a dia e em todos os indi- víduos. Assim sendo,o treinamento deve sim- plesmente tentar orientar essas experiências de aprendizagem num sentido positivo e benéfico, e suplementá-las com atividades planejadas, a fim de que os indivíduos em todos os níveis da organização possam desenvolver mais rapida- mente seus conhecimentos e aquelas atitudes e habilidades que beneficiarão a eles mesmos e à sua empresa. O treinamento cobre uma sequência pro- gramada de eventos, que podem ser visualizados como um processo contínuo cujo ciclo se renova a cada vez que se repete. O processo de treinamento assemelha-se a um modelo de sistema aberto, cujos componen- tes são: 3.1 O Ciclo do T&D Entrada (inputs), como treinandos, re- cursos organizacionais etc.; Processamento ou operação (th- roughputs), como processos de apren- dizagem individual ou programa de treinamento etc.; Saída (outputs), como pessoal habilita- do, sucesso ou eficácia organizacional etc.; Retroação (feedback), como avaliação de procedimentos e resultados do trei- namento por meio de meios informais ou de pesquisas sistemáticas. Em um nível mais específico, a organização como um sistema aberto recebe determinados recursos humanos, processa-os através de meios de influência e procura torná-los mais adequados aos seus objetivos, como se vê na Figura 1. Figura 1 – Sistema aberto. Fonte: Chiavenato (2007). Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Em termos amplos, o treinamento envolve necessariamente um processo composto de qua- tro etapas: Levantamento de necessidades de trei- namento (diagnóstico); Programação de treinamento para atender às necessidades; Implementação e execução do treina- mento; Avaliação dos resultados. É a primeira etapa do treinamento e corres- ponde ao diagnóstico preliminar do que deve ser feito. O levantamento das necessidades de treina- mento pode ser efetuado em três diferentes ní- veis de análise: 3.2 Levantamento de Necessidades do T&D (LNT&D) a) da organização total: o sistema organi- zacional; b) dos recursos humanos: o sistema de treinamento; c) das operações e tarefas: o sistema de aquisição de habilidades. Quadro 1 – Três níveis de análise no levantamento das necessidades de treinamento. Nível de Análise Sistema Envolvido Informações Básicas Análise Organizacional Sistema Organizacional Objetivos organizacionais e Filosofia de Treinamento Análise dos Recursos Humanos Sistema de Treinamento Análise da Força de Trabalho (análise das pessoas) Análise de Operações e Tarefas Sistema de Aquisição de Habilidades Análise das Habilidades, Capacidades, Atitudes, Comportamentos e Características pessoais exigidos pelos cargos (análise dos cargos) Fonte: Chiavenato (2007). a) Análise organizacional – o Sistema Organizacional A análise organizacional procura verificar qual é o comportamento da organização, como se efetua o seu crescimento, a que se deve seu crescimento, como o ambiente social e físico está relacionado com seu crescimento, qual o seu “cli- ma” e sua “imagem”, como a organização planeja seus produtos e serviços, qual a importância do treinamento etc. A análise organizacional não só envolve um estudo de toda empresa, como seus: objeti- vos, seus recursos, a distribuição desses recursos para consecução dos objetivos, como também o ambiente socioeconômico e tecnológico no qual a organização está inserida. Essa análise ajuda a responder à questão sobre o que deve ser ensina- do em termos de um plano amplo e estabelece a filosofia de treinamento para toda a empresa. Existem três fases distintas na análise orga- nizacional: O primeiro passo, para fins de treina- mento, deve ter em vista os objetivos da empresa a curto, médio e longo prazos. Os objetivos em longo prazo devem ser analisados de forma global e devem seguir as metas específicas para as diversas divisões, departamen- Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 tos e seções da empresa. Os objetivos em curto prazo devem ser estudados, tendo-se, porém, em vista que são sus- cetíveis a mudanças radicais, em breve espaço de tempo. O segundo passo é um inventário das possibilidades da empresa para atingir suas metas, através de seus recursos de produção, físicos e humanos. Vários índices de eficiência poderão ser utili- zados de forma a determinar não só a adequação dos fluxos de trabalho, mas também as entradas e saídas do sistema total. Do ponto de vista do treinamento, a ênfase será colocada na contribuição do potencial humano para esses índi- ces. A última fase será a análise da empre- sa como uma organização operando num ambiente social, político e eco- nômico determinado, ao qual ela pode influenciar em alguma medida, mas não controlá-lo. A empresa, como uma organização social, envolve a interação dinâmica de seus membros, cuja obser- vação, de fora, proporciona determina- da imagem. Essa imagem, em essência, reflete a atitude de seus membros sobre vários aspectos, incluindo supervisão, produtos da companhia, metas e obje- tivos. Essa atitude em relação ao desen- volvimento de pessoal determinará em grande escala o sucesso do programa de treinamento. b) Análise dos recursos humanos – o Sistema de Treinamento Se a análise organizacional para fins de trei- namento necessita de um exame minucioso dos objetivos fixados, da sua clareza e da sua coerên- cia, a análise dos recursos humanos procura veri- ficar se estes são suficientes quantitativa e quali- tativamente para as necessidades atuais e futuras da organização. Entradas de sinalização do sistema de treinamento vêm do sistema organiza- cional total e, especificamente, da ge- rência executiva da organização. Esses inputs são, essencialmente, as diretrizes que determinam a atividade do depar- tamento de treinamento. Consistem não apenas em objetivos amplos, desti- nados a assegurar a disponibilidade de força de trabalho habilitada, como tam- bém em políticas e diretrizes da com- panhia com relação ao papel formal do departamento de treinamento; Entradas de manutenção são inputs in- timamente ligados às diretrizes formais do departamento de treinamento e constituem os atributos que asseguram a existência formal do departamento de treinamento. Incluem dinheiro adequa- do (recursos financeiros) e orçamento; alocação de staff, facilidades e fluxo de treinandos da organização; Saídas de satisfação de necessida- des são o reconhecimento pela orga- nização de quanto o departamento de treinamento alcança suas diretrizes. Quando os programas de treinamento são bem-sucedidos e alcançam os ob- jetivos globais, o reconhecimento é um feedback de satisfação de necessidades que afeta a manutenção de inputs para o sistema de treinamento de várias ma- neiras, permitindo aumentar o suporte dos programas pela gerência executiva e destinação de recursos financeiros adequados ao treinamento; Saídas de realização formal são o de- senvolvimento de programas e imple- AtençãoAtenção Trata-se aqui da análise da força de trabalho: o funcionamento organizacional pressupõe que os empregados possuam as habilidades, conhe- cimentos e atitudes desejadas pela organização. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 mentação de técnicas de treinamento, projetadas para atingir os objetivos de treinamento de pessoal. c) Análise de operações e tarefas – o Sistema de Aquisição de Habilidades A análise contribui para a identificação do cargo atual e para determinar os tipos de habili- dades, conhecimentos, atitudes e comportamen- tos, e as características requeridas para o desem- penho eficazdos cargos (CHIAVENATO, 2007). Análise dos cargos, operações e tare- fas: examinando os requisitos exigidos pelos cargos, especificações e mudan- ças nos cargos; Análise do sistema de aquisição de habilidades: objetivos a serem utili- zados na avaliação do programa de Saiba maisSaiba mais Este levantamento retrata exclusivamente a des- crição do cargo e seus requisitos exigidos pela em- presa x a coerência na ação x o modelo de desem- penho do treinamento requerido para ser atingido pelo cargo com o desenvolvimento pessoal visan- do à melhoria nas Competências. O responsável direto por esses levantamentos é o gestor da área de treinamento, ou o gestor da própria área em pes- quisa, ou ainda, no sistema mais adequado e reco- mendado, a participação ativa entre gestor da área e da área de T&D, permitindo assim uma fidelidade maior à realidade e gerando um comprometimento com os resultados no treinamento empresarial. treinamento, buscando-se mensurar o quanto do conhecimento adquirido no treinamento ressaltou as habilidades individuais, que se tornarão atitudes positivas para o desempenho profissio- nal. É uma forma de diagnóstico, que deve ba- sear-se em informações relevantes e precisas, de forma que atenda ao grau de informações neces- sárias. Os meios de levantamento de necessidades do T&D são: Questionários; Avaliação de desempenho; Observação; Solicitação dos gestores; Entrevistas; Reuniões interdepartamentais; Mudanças no trabalho; Alteração de cargos; Testes ou exames; Entrevista de desligamento; Análise de descrição de cargos; 3.3 Meios de Levantamento de Necessidades do T&D Relatórios periódicos ou de produtivi- dade; Planejamento organizacional de longo prazo. Segundo Chiavenato (2007), os principais meios de levantamento de necessidades do T&D são: Questionário: pesquisas por meio de questionários e listas de verificação (checklists) que coloquem em evidência as necessidades de treinamento. Solicitação dos gestores/liderança: quando a necessidade de treinamento atinge um nível muito alto, os próprios gestores e lideranças tornam-se pro- pensos a solicitar treinamento para sua equipe. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Avaliação do desempenho: por meio da avaliação do desempenho é possível descobrir não apenas os colaboradores que vêm desempenhando suas ativida- des abaixo de um nível satisfatório, mas também averiguar os setores da empre- sa que reclamam uma atenção imediata dos responsáveis pelo treinamento. Observação: verificar onde haja evi- dência de trabalho ineficiente, como excessiva quebra de equipamento, atraso em relação ao cronograma, per- da excessiva de matéria-prima, número acentuado de problemas disciplinares, alto índice de ausências, turnover eleva- do etc. Entrevistas com gestores/lideran- ça: contatos diretos com gestores/ liderança, com referência a possíveis problemas solucionáveis através do treinamento, geralmente surgem em entrevistas com os responsáveis pelos vários setores. Reuniões interdepartamentais: dis- cussões interdepartamentais acerca de assuntos concernentes aos objetivos organizacionais, problemas operacio- nais, planos para determinados objeti- vos e outros assuntos administrativos. Exame de colaborador: testes sobre o conhecimento do trabalho dos cola- boradores que executam determinadas funções ou tarefas. Modificação do trabalho: sempre que modificações totais ou parciais nas roti- nas de trabalho sejam introduzidas, tor- na-se necessário o treinamento prévio dos colaboradores nos novos métodos e processos de trabalho. Entrevista de saída: quando o colabo- rador está deixando a empresa, é o mo- mento mais apropriado para conhecer não apenas sua opinião sincera sobre a organização, mas também as razões que motivaram sua saída. É possível que várias deficiências da organização, passíveis de correção, venham à super- fície. Análise e descrição de cargos: as exi- gências para atuar nos cargos ou em si- tuação de promoção de um cargo para outro – carreira profissional. Relatórios periódicos: da empresa ou de produtividade. Além dos meios acima relacionados, exis- tem alguns outros indicadores de necessidades de treinamento. Esses indicadores servem para apontar eventos que provocarão fatalmente fu- turas necessidades de treinamento (indicadores a priori) ou problemas decorrentes de necessidades de treinamento já existentes (indicadores a poste- riori): a) Indicador a priori: são os eventos que – se acontecerem – proporcionarão necessidades futuras de treinamento, facilmente previstas. Os indicadores a priori são: • Expansão da empresa e admissão de novos colaboradores; • Redução do número de colabora- dores; • Mudança de método e processos de trabalho; • Substituições ou movimentação de pessoal; • Faltas, licenças e férias do pessoal; • Expansão dos serviços; • Mudanças nos programas de traba- lho ou de produção; • Modernização do maquinário e equipamento; • Produção e comercialização de no- vos produtos ou serviços. b) Indicadores a posteriori: são os pro- blemas provocados por necessidades de T&D não atendidas. Esses problemas geralmente estão relacionados com a produção ou com o pessoal, e são diag- nósticos de treinamento: Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 Problemas de produção, como: • qualidade inadequada da produ- ção; • baixa produtividade; • avarias frequentes em equipamen- tos e instalações; • comunicações defeituosas ou dis- torcidas; • tempo de aprendizagem e integra- ção ao cargo muito prolongado; • despesas excessivas na manuten- ção de máquinas e equipamentos; • excessos de erros e desperdícios; • elevados números de acidentes; • pouca versatilidade dos colabora- dores; • mau aproveitamento do espaço disponível etc. Problemas de pessoal, como: • relações deficientes entre o pessoal; • número excessivo de queixas; • pouco ou nenhum interesse pelo trabalho; • falta de cooperação; • faltas e substituições em demasia; • dificuldades na obtenção de talen- tos; • tendência a atribuir falhas aos ou- tros; • erros na execução de ordens etc. Na verdade, o treinamento é uma estratégia de intervenção. É importante que cada organiza- ção saiba direcionar suas decisões para melhorar seu desempenho. O sucesso do treinamento não é medido apenas porque as pessoas melhoram suas competências individuais, mas também por- que elas passam a contribuir positivamente para o desempenho organizacional. A aprendizagem constitui o coração da capacidade organizacional de competir em um ambiente de negócios altamente dinâmico e competitivo. O T&D deve ajudar a organização a compreender como orientar suas experiências de aprendizado em função das necessidades do seu próprio negócio. Saiba maisSaiba mais O ciclo de DEMING define treinamento como um processo de quatro etapas: Analisar – Planejar – Fa- zer – Avaliar (CHIAVENATO, 2007, p. 58): Analisar = diagnosticar as necessidades de treinamento. Planejar = programar o treinamento. Fazer = executar o programa de treinamento. Avaliar = avaliar os resultados do progra- ma de treinamento. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Prezado(a) aluno(a), este capítulo apresentou o processo de T&D, haja vista a crescente importân- cia desse processo diante da competitividade organizacional, das mudanças tecnológicas e da busca da produtividade com sucesso que tornaram o investimento em treinamento um fator importante para propiciar grandes retornos empresariais.O treinamento se desenvolve por uma sequência programada de eventos, que podem ser visuali- zados como um processo contínuo, como um ciclo que se renova constantemente; desde o diagnóstico até a execução do T&D. Vimos ainda que o planejamento e a análise da força do trabalho são importantes porque o fun- cionamento organizacional pressupõe que os empregados possuam as habilidades, conhecimentos e atitudes desejadas pela organização. 3.4 Resumo do Capítulo 1. Conforme os conceitos do processo de treinamento, o qual se assemelha a um modelo de sistema aberto, apresente os componentes para o funcionamento desse modelo. 2. O diagnóstico deve basear-se em informações relevantes e precisas, que atenda ao grau de informações necessárias para um excelente T&D. Assim, cite cinco meios de levantamento de necessidades do T&D. 3.5 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 Nesta fase se realiza todo processo de iden- tificação do problema x desafio empresarial, os meios e caminhos para o diagnóstico da situação com base nos dados e indicadores da empresa para uma proposta ou projeto de intervenção que garanta obter melhorias e resultados no pla- nejamento de T&D: a) Necessidades Empresariais – Diag- nóstico da Situação: objetivos da or- ganização; competências necessárias; problemas de produção; problemas de pessoal; resultados da avaliação de de- sempenho; PLANEJAMENTO DO T&D4 b) Desenho do Treinamento – Decisão quanto à Estratégia: programação do treinamento: quem treinar; como trei- nar; em que treinar; onde treinar; quan- do treinar; c) Gestão do Treinamento – Implemen- tação ou Ação: aplicação do programa de treinamento através de: instrutor de T&D; consultor interno; gerente da área; assessoria de Rh; consultoria externa; d) Avaliação dos Resultados – Avaliação e Controle: monitoração do proces- so; avaliação e medição de resultados; comparação da situação atual com a situação anterior; análise do custo-be- nefício. Figura 2 – Fluxograma de preparação da atividade de T&D. Fonte: Chiavenato (2007, p. 62). Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 O planejamento do treinamento, ou dese- nho do programa de treinamento, requer a co- laboração estreita entre o cliente – gerente ou unidade organizacional – e o consultor interno de T&D ou analista de T&D. Ambos devem buscar a identificação do conteúdo mais adequado às necessidades diagnosticadas e do processo mais eficaz para a aprendizagem. Realizado o diagnóstico do T&D, então a in- dicação do treinamento adequado, passa-se para a programação do T&D. A programação de treinamento é sistemati- zada e fundamentada sobre os seguintes aspec- tos que devem ser analisados durante o levanta- mento: a) Qual a necessidade? b) Onde foi assinalada em primeiro lugar? c) Ocorre em outra área ou setor? d) Qual sua causa? e) É parte de uma necessidade maior? f ) Como resolvê-la: separadamente ou combinada com outras? g) É preciso alguma providência inicial, antes de resolvê-la? h) A necessidade é imediata? Qual sua prioridade em relação às demais? i) A necessidade é permanente ou tem- porária? j) Quantas pessoas e quantos serviços se- rão atingidos? k) Qual o tempo disponível para o treina- mento? l) Qual o custo provável do treinamento? m) Quem irá executar o treinamento? 4.1 Programação do T&D AtençãoAtenção O levantamento de necessidades de treinamento deve fornecer as seguintes informações para que se possa traçar a programação de treinamento: • O QUE deve ser ensinado? • QUEM deve aprender? • QUANDO deve ser ensinado? • ONDE deve ser ensinado? • COMO se deve ser ensinado? • QUEM deve ensinar? Na Figura 3, são apresentados os principais itens de uma programação de treinamento. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Figura 3 – Principais itens de uma programação de treinamento. Fonte: Chiavenato (2007, p. 60). Objetivo: qual o resultado esperado após o curso. Conteúdo: que assuntos deverão ser abor- dados e em que ordem, para o alcance dos obje- tivos. Técnica: qual a melhor forma de transmis- são do conteúdo para facilitar a assimilação. 4.2 Pano do T&D Recursos: quais os recursos necessários para a aplicação da técnica escolhida. Carga horária: tempo necessário para transmitir o conteúdo executando a técnica esco- lhida. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Avaliação: de aprendizagem e de reação – qual o tipo e o momento adequados ao curso em questão. Serve como um roteiro de aula. Orienta o instrutor quanto ao conteúdo, técnica e recurso a serem utilizados, assim como a carga horária de cada ponto. Execução do T&D Após definido o conteúdo, é fundamental para o instrutor conhecê-lo bem para transmiti- -lo com segurança. Sabemos, entretanto, que po- dem surgir questões imprevistas sobre as quais o instrutor não possui informação no momento. Não há problema em dizer que buscará essa infor- mação e voltará com a resposta correta. Local – conhecer previamente o local dis- ponível para a realização do treinamento. A de- finição das técnicas e recursos também depende das condições do local: tipo de cadeiras, disposi- ção possível, espaço, luminosidade, toda a logísti- ca no local para o T&D etc. Carga Horária – definir qual o tempo ne- cessário para a transmissão do conteúdo, consi- derando as técnicas escolhidas e os respectivos recursos. Um bom planejamento da duração de cada item garante o cumprimento da carga horá- ria anunciada aos treinandos. Não cumprir a car- ga horária pode gerar um clima de insegurança e descomprometimento por parte do grupo, difícil de reverter. Existem diversas técnicas para se utilizar nos treinamentos, dessa forma é importante sempre analisar e avaliar os respectivos tipos de treinamento a serem aplicados, quanto ao tem- po e local para utilização de técnicas adequadas (CHIAVENATO, 2007); Técnicas de T&D orientadas para o conteúdo: transmissão de conheci- mento, informações técnicas da leitura e recursos audiovisuais devidamente programados; Técnicas de T&D orientadas para pro- 4.3 Recursos e Tecnologia de T&D cesso: orientadas para desenvolver as relações interpessoais e o treinamento de grupos, influenciando mudanças de comportamentos ou atitudes; Técnicas de T&D mistas: orientadas para mudanças comportamentais, so- bressaem métodos de conferências, estudos de caso, simulações e jogos, e várias técnicas on the job – rotação de cargos; Treinamento de indução ou de inte- gração à empresa: orientar para o co- nhecimento geral de toda a empresa, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 como: história, desenvolvimento orga- nizacional, produto ou serviço, direi- tos e deveres do pessoal, os termos do contrato de trabalho, atividades sociais, benefícios, gestão, normas e procedi- mentos internos, ética, qualidade e pro- dutividade; Figura 4 – Modelo de integração de novos colaboradores. Fonte: Chiavenato (2007, p. 69). T&D no local de trabalho: treina en- quanto trabalha e apresenta várias mo- dalidades – admissão de aprendizes a serem treinados em certos cargos, rodí- zio de cargos, treinamentos em tarefas, enriquecimento do cargo; T&D fora do local de trabalho: uma grande maioria dos programas de trei- namento é realizada fora do serviço, ge- ralmente suplementar ao serviço, com as principais técnicas de treinamento: aulas expositivas; filmes – TV; método de caso (estudo de caso); discussão em grupo, painéis, debates; dramatização (role-playing); simulação e jogos; pales- tras e conferências; semináriose work- shops; elementos ou códigos (músicas e ruídos); oficinas de trabalho ou ofici- nas de ideias; reuniões técnicas; ensino a distância através do e-learning; coa- Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 ching; dinâmica de grupo; e mentoring; Tecnologia no T&D – sistemas físicos ou concretos (hardware): recursos ins- trucionais às máquinas, às instalações, aos veículos; Tecnologia no T&D – sistemas concei- tuais ou abstratos (software): formas e conteúdos a serem transmitidos, os programas e conteúdos de treinamen- to; recursos audiovisuais – DVD/CD- -ROM; apresentado em vários locais di- ferentes; teleconferência; comunicação eletrônica; correio eletrônico; tecnolo- gia de multimídia; Coach – significa treinador e é a pessoa que se compromete a apoiar pessoas a atingirem determinados resultados na vida. Esses resultados podem ser de natureza profissional ou pessoal, envol- ve COMPETÊNCIA ou comportamento específico ou um conjunto de atitudes que acarretam uma grande transforma- ção na vida; Coaching – treinamento, “desenvolvi- mento”, por meio de sessões de acon- selhamento feitas por um consultor interno ou externo de carreira que acompanha e se envolve no desenvol- vimento contínuo do profissional; On the job – no dia a dia do trabalho. Exemplo: utilizar a rotina, dentro das tarefas práticas de um indivíduo, sem retirá-lo para a sala de aula. Como um estágio prático supervisionado direta- mente; Team building – dinâmica de grupo em área externa, onde os participantes serão expostos a várias tarefas físicas desafiadoras, que são exemplos com- parativos dos problemas do dia a dia da empresa. Tem como finalidade tornar uma equipe integrada; Jogos de empresas: denominado tam- bém management games ou business games, são técnicas de desenvolvimen- to nas quais equipes de colaboradores ou de gestores competem umas com as outras tomando decisões práticas a respeito de situações reais ou simula- das de empresas, de forma vivencial ou computadorizadas; Workshop: treinamento em grupo de acordo com a técnica dominada pelo instrutor; Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Teal: treinamento experiencial ao ar li- vre. No Teal os participantes são moti- vados a quebrar paradigmas, promover mudanças em si próprios e nas empre- sas em que trabalham, administrar e manter pessoas motivadas, identificar estruturas empresariais ultrapassadas e ter a coragem de denunciá-las. Treinar a razão combinada à emoção é a sín- tese da revolução em educação para o gerenciamento da empresa vencedora (DINSMORE, 2004). Dessa forma, com base nos recursos apre- sentados, há a possibilidade da adequação do re- curso específico para cada programação de T&D, que deverá atender às necessidades das empre- sas nas mais inovadoras técnicas do mercado de trabalho. Caro(a) aluno(a), neste capítulo, tivemos a oportunidade de entender o planejamento do T&D, o desenho do programa de treinamento, o qual requer o comprometimento entre o gerente ou unidade organizacional e o consultor interno de T&D ou analista de T&D, para atingir os resultados empresariais e agregar valores aos clientes. Além disso, com base nos recursos apresentados, há a possibilidade de adequação do recurso específico para cada programação de T&D, que deverá atender às necessidades das empresas nas mais inovadoras técnicas do mercado de trabalho. 4.4 Resumo do Capítulo Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 1. A Gestão do Treinamento na implementação ou ação apresenta qual definição com base no T&D. 2. As Técnicas de T&D orientadas para o conteúdo têm o papel de contribuir para qual processo do T&D. 4.5 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 A etapa final do processo de T&D é a avalia- ção dos resultados obtidos. Um dos pontos mais críticos e sérios do programa de T&D refere-se à avaliação de sua eficiência e eficácia. A avaliação deve levar em conta dois aspectos importantes (CHIAVENATO, 2007): a) Determinar até que ponto o treinamen- to realmente produziu as modificações desejadas no comportamento dos cola- boradores; b) Verificar se os resultados do treinamen- to apresentam relação com a consecu- ção das metas empresariais. Com base nos aspectos importantes para a avaliação do T&D, considera-se a verificação dos resultados do treinamento (validação do proces- so), que poderão ser medidos em três fases: pós-treinamento – curto prazo, reação, imediatamente ao fim do treinamento (avalia a execução do curso); médio prazo – feita após o treinamen- to (decorrido algum tempo); através de uma avaliação de desempenho, por exemplo (avalia o resultado do treina- mento); longo prazo – feita com base nos resul- tados da própria empresa; resultados da produtividade (avalia as consequên- cias do treinamento). AVALIAÇÃO DO T&D5 Vários são os métodos, processos e instru- mentos empregados na avaliação, além daqueles que a própria dinâmica do trabalho poderá indi- car ou inspirar. Ainda na avaliação de resultados de T&D existem cinco níveis de mensuração dos resulta- dos (CHIAVENATO, 2007): Reação e/ou satisfação e ação pla- nejada: nesta fase é avaliada a manei- ra como os treinados “sentiram” o trei- namento ao qual foram submetidos. Nesse nível não se considera a aquisi- ção de conhecimentos, mas, somente, o grau em que os treinados aceitaram o programa. O foco é no programa, no facilitador e sobre como a aplicação do T&D pode ocorrer na prática. Conforme modelo a seguir: AtençãoAtenção Os diagnósticos, os questionários e a entrevista são instrumentos amplamente utilizados na ava- liação, sejam quais forem as técnicas adotadas na sua aplicação. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 Modelo de avaliação de reação NOME DO PARTICIPANTE: ________________________________________________________________ EMPRESA/DEPARTAMENTO_____________________________________DATA:_______-______-______ TURMA:____________________ SERVIÇOS: EXCELENTE BOM REGULAR FRACO NA Local/Logística Equipamentos Material Didático Refeições ou coffee break AUTOAVALIAÇÃO EXCELENTE BOM REGULAR FRACO NA Aquisição de conhecimentos Compreensão dos assuntos Participação INSTRUTOR (S): EXCELENTE BOM REGULAR FRACO NA Didática de ensino Domínio nos assuntos Disponibilidade p/ esclarecimento AVALIAÇÃO GERAL EXCELENTE BOM REGULAR FRACO NA Compatibilidade conteúdo X trabalho O T&D pode ser considerado ... TEMPO EXCEDENTE ADEQUADO INSUFICIENTE Tempo investido no T&D NA = Não se aplica ao evento O Curso atendeu às suas expectativas? Comente: ____________________________________________ _____________________________________________________________________________________ O que você poderá colocar em prática imediatamente?_______________________________________ ____________________________________________________________________________________ Você sugere novos cursos como este? Se afirmativo, dê suas sugestões sobre alguns temas: ____________________________________________________________________________________ Acredita que sua participação foi importante? Comente ______________________________________ ____________________________________________________________________________________ Observações: ________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ Obs.: Após o preenchimento, favor entregar para o Instrutor. Treinamentoe Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 Aprendizado de novas habilidades: neste nível, o foco é na aprendizagem dos participantes quanto ao programa de T&D, se os conhecimentos foram assimilados pelos treinandos, isto é, se eles realmente aprenderam as teorias, as técnicas e os métodos de trabalho ensinados. Com a finalidade de verificar se o programa conseguiu os objetivos, procura-se verificar se os participantes estão adquirindo novas habilidades e conhecimentos e se eles mudam suas atitudes e comportamentos como re- sultados do treinamento, como, por exemplo, na produtividade, a redução dos custos operacionais, melhoria da produção etc.; Aplicação no trabalho das habilida- des aprendidas: focaliza os participan- tes no conjunto de trabalho como um todo. É feita a análise global de todos os resultados obtidos nas fases anteriores, através de observação, sejam em 360º ou nas tendências em pesquisas sobre os colaboradores. Se caso não haja mu- danças comportamentais, o treinamen- to não está funcionando ou o programa de T&D não resolveu o problema; Impacto nos resultados do negócio: neste nível, busca-se medir o impac- to do T&D para o negócio da empresa. Deve reduzir custo, aumentar lucros, melhorar a qualidade do trabalho, di- minuir a rotatividade e aumentar os propósitos empresariais. Foco na trans- missão de competências para alcançar resultados que afetem o negócio da empresa, qualidade, custo, produtivida- de, redução do tempo, serviço ao clien- te e o clima de trabalho; Retorno sobre o Investimento (ROI): busca medir o impacto monetário do treinamento nos negócios da empre- sa, ou seja, qual foi o retorno financeiro que o programa de T&D trouxe à em- presa; se positivo, traz lucro, se negati- vo, provoca prejuízo. Pontos a serem mensurados na avaliação de resultados: Quanto ao aumento da eficácia organi- zacional; Melhoria do clima organizacional; Aumento da eficiência dos colaborado- res; Se os objetivos estão sendo alcançados; Até que ponto o programa satisfaz as necessidades da empresa; Se os colaboradores estão satisfeitos com o treinamento recebido; Qual a influência do treinamento, em termos globais e individuais, no desen- volvimento profissional das pessoas na organização; Se a avaliação dos supervisores, das áreas onde o treinamento acontece, é favorável e condiz com os resultados obtidos; Se os resultados quantitativos corres- pondem às reais necessidades da em- presa; Se os conteúdos programáticos dos cursos estão adequados aos métodos reais de trabalho; Se os treinandos ficaram satisfeitos com o treinamento; Se os resultados do treinamento são refletidos no desempenho dos empre- gados; Se os critérios e padrões de treinamen- to foram de acordo com os objetivos programados; Quais modificações devem ser introdu- zidas no processo do treinamento para que o investimento seja rentável; Quanto à melhoria da qualidade dos produtos e serviços; Elevação do conhecimento das pes- soas. Ana Lucia da Rocha Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 No entanto, para o sucesso do T&D, são im- portantes três critérios de eficácia (MILES, 1975): 1. Critério da relevância: o treinamento deve desenvolver seus esforços em di- reção aos tópicos e alvos mais impor- tante; 2. Critério da transferibilidade: refere- -se ao grau em que habilidades e com- portamentos adquiridos em situações de aprendizagem podem ser aplicados à situação de trabalho; 3. Critério do alinhamento sistêmico: refere-se ao grau em que os compor- tamentos aprendidos e aplicados em alguma área da organização podem ser também aplicados em outras áreas do sistema. Uma unidade de trabalho pode aprender novos padrões de com- portamento que aumentam substan- cialmente seu potencial de contribui- ção para a organização. Esses critérios de eficácia do T&D tornam- -se significativos quando considerados em con- junto com as mudanças no ambiente organiza- cional e nas demandas sobre a organização. Pontos de desafios importantes a serem observados quanto às dificuldades que poderão ocorrer: Diagnóstico: informação distorcida, falta de informação, hierarquização ex- cessiva, afastamento; 5.1 Os Desafios no Processo de T&D Projeto: resistência, verba, tempo; Implementação: imprevistos; Avaliação: saber se os resultados são provenientes do treinamento; indica- dores operacionais que permitam a correlação com os resultados, sem a in- terferência de outras variáveis. 5.2 Retorno do Investimento em T&D O retorno do investimento em T&D nem sempre recebe a devida importância das empre- sas. Alguns empresários ainda resistem à ideia de treinar seus colaboradores e parecem temer in- vestir para treinar pessoal, com receio de perdê-lo para a concorrência, preferindo recrutar no mer- cado trabalhadores com alguma experiência e treinamento. Ainda nos dias de hoje existem em- presários que não encaram o treinamento como redução de custos e aumento da produtividade. Uma parte deles prefere considerar o treinamen- to como função social, e não econômica, e como uma despesa e não um investimento que pode trazer valiosos retornos empresariais. Por outro lado, cresce o número de empre- sas que valorizam o T&D como investimento e que estão fazendo parte do processo de avaliação do treinamento voltado para a obtenção de resul- tados do sistema, deixando de lado uma análise mais cuidadosa da relação: “custo x benefício” da atividade de capacitação profissional. Algumas empresas chegam a dedicar uma parcela equi- valente a 4% do seu faturamento para progra- mas de T&D, mudança e melhoria organizacional (CHIAVENATO, 2007). Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 São considerados para custo de treinamen- to: Consultores/Instrutores: pagamento de consultores ou instrutores contra- tados para o treinamento, bem como salário e encargos dos funcionários da empresa que se dedicam em tempo in- tegral ou parcial às atividades de treina- mento; Material Didático: aquisição de livros, transparências, apostilas, filmes etc.; Material de Consumo: lápis, borracha, réguas, blocos, papel e todo o material de apoio administrativo referente ao treinamento; Diárias: gastos com alimentação, coffee break, hospedagem e ajuda de custo dos participantes nas atividades de for- mação profissional; Transporte: passagens aéreas, ônibus, táxi, reembolso de quilometragem etc.; Serviços de Terceiros: traduções, digi- tadores, operadores de equipamentos audiovisuais; Outras Despesas: locação de depen- dências, aluguel de equipamentos etc. AtençãoAtenção Todos os custos que envolvem a atividade de treinamento são dedutíveis do lucro tributável das organizações, conforme a Lei nº 6.297 de 15 de dezembro de 1975, sendo esse valor multipli- cado por 2, ou seja, o dobro do custo será dedutí- vel do Imposto de Renda das organizações. Como Calcular o Custo do Treinamento Custo dos serviços profissionais contra- tados; Gratificações; Ajuda de custo, bolsa e diárias; Serviços e taxas diversas; Material didático; Encargos diversos; Salário dos treinandos; Salário do pessoal docente e adminis- trativo que esteja ligado à área de trei- namento; Material de consumo; Equipamento e material permanente; Outros custos relacionados ao treina- mento. 5.3 Modelo de Cálculo do Retorno sobre o Investimento (ROI) A Axialent oferece um modelo de cálculo do retorno do investimento sobre treinamento a respeito do custo da rotatividade de pessoal (CHIAVENATO, 2007).
Compartilhar