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A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial INVESTIGAÇÃO NA LITERATURA SOBRE O ESTUDO E DESEMPENHO DE COMPÓSITOS HÍBRIDOS COM ADIÇÃO DE PARTÍCULAS PARA FABRICAÇÃO DE UMA CANELEIRA DE FUTEBOL Rubens Bagni Torres (1) (rbtorres@bol.com.br), Julio César dos Santos (1) (sanjulio2000@yahoo.com.br), Luciano Machado Gomes Vieira (1) (lucianomgv@yahoo.com.br), Túlio Hallak Panzera (1) (tuliopanzera@ufsj.edu.br), André Luis Christoforo (1) (alchristoforo@ufsj.edu.br) (1)Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ); Departamento de Engenharia Mecânica RESUMO: Materiais compósitos reforçados com fibras sintéticas são utilizados nos mais diversificados ramos e recentemente o uso de compósitos de fibras naturais começou a ganhar popularidade em aplicações da engenharia. Propriedades como baixa densidade e custo atrativo, são os aspectos mais destacados na escolha destes materiais como reforço. Com a adição de partículas no compósito laminado ocorre o aumento da rigidez e conseqüentemente o adiamento de fratura prematura, aumentando assim a vida útil e propriedades mecânicas do compósito. Seguindo esta linha de pensamento a elaboração de compósitos híbridos é vantajosa, pois permite a projeção de materiais específicos com desempenho mecânico de acordo com as necessidades do produto. O objetivo deste estudo é investigar através da literatura, materiais compósitos híbridos na fabricação de uma caneleira de futebol, utilizando fibras e com reforço de partículas. PALAVRAS-CHAVE: Compósitos Híbridos, Compósitos Laminados, Partículas. RESEARCH IN THE LITERATURE ON THE STUDY AND PERFORMANCE OF HYBRID COMPOSITES WITH ADDED PARTICLES FOR MANUCFATURE OF THE SOCCER SHIN GUARDS ABSTRACT: Composite materials strengthened with synthetic staple fibres are used in the most diversified branches and recently the use of composite of natural staple fibres started to gain popularity in applications of engineering. Properties, as low density and attractive cost, they are the detached aspects more in the choice of these materials as reinforcement. Following this line of thought the elaboration of hybrid composite is advantageous, therefore it in accordance with allows to the projection of specific materials with mechanical performance the necessities of the product. The objective of this study is to investigate through literature, hybrid composite materials for manufacture of the soccer shin guards, using staple fibres and with reinforcement of particles. With the particle addition in the plated composite the increase of the rigidity of the same and so find the postponement of premature breaking occurs, thus increasing the useful life and properties mechanics of the hybrid composite. KEYWORDS: Hybrid Composites, Laminates Composites, Particles. 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 2 1 INTRODUÇÃO A tecnologia moderna exige a combinação de propriedades que os materiais comuns não podem atender então o crescente emprego na indústria de materiais compósitos se deve ao fato de inúmeros tipos destes materiais apresentarem altos índices de resistência e rigidez por unidade de peso, elevado amortecimento estrutural, resistência a corrosão em ambientes agressivos aos metais e uma boa tenacidade à fratura. O uso de compósitos com fibras sintéticas permite não só uma significativa redução de peso, mas também contribuí para melhorar as resistências à corrosão e à fadiga de uma infinidade de componentes de aeronaves, plataformas marítimas de petróleo, satélites, submarinos, foguetes, veículos automotores, trens, de artigos esportivos e de implantes ortopédicos, entre outras aplicações. Materiais compósitos são uma classe que são constituídos de “fases” combinando materiais monolíticos e imiscíveis entre si (heterogêneos). As fases são comumente chamadas de matriz e fase reforçadora (descontinua ou dispersa). Já os compósitos híbridos são formados pela utilização de mais de um tipo de fibra de reforço e/ou diferentes tipos de reforço no material, ou seja, os materiais compósitos híbridos apresentam na sua estrutura, combinações de vários tipos de reforços, mesclando fibras e partículas no mesmo material ou ainda combinando mais de um tipo de fibra ou de partícula. Acessórios esportivos como dardos, varas, luvas de boxe, grama sintética e a própria indumentária dos atletas estão cada vez mais evoluídos tecnologicamente, para aumentar o desempenho, reduzir peso ou diminuir custos, e isso se dá, além de aprimoramentos em design, a evolução e utilização de diferentes materiais. Existem mais de 50 mil materiais disponíveis em cinco grupos, sendo descritos como naturais, metais, polímeros, cerâmicos e compósitos. Há uma grande lista de materiais que podem ser utilizados para otimização dos equipamentos esportivos. Com aproximadamente 265 milhões de praticantes regulares do esporte futebol, ou seja, perto de 4% da população mundial e ainda considerando seu constante crescimento, a melhoria e inovação em equipamentos de proteção se fazem necessárias, ainda mais por ser um esporte de contato e existir apenas um equipamento de proteção de uso obrigatório em competições oficiais FIFA e o equipamento é a caneleira. A evolução constante e as pesquisas realizadas nesta área têm acelerado o processo de melhoria do desempenho destes compósitos nos diversos segmentos citados, visando melhores propriedades mecânicas aliadas à leveza e sustentabilidade. Este trabalho apresenta um estudo bibliográfico inicial responsável por nortear o desenvolvimento de pesquisas visando à elaboração de materiais compósita híbridos, com lâminas de vidro, partículas de sílica e cimento para a fabricação de uma caneleira de futebol com propriedades mecânicas melhores que as atualmente encontradas no mercado. 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 3 2 REVISÃO DE LITERATURA Diversas definições para materiais compósitos existem na literatura. “Compósito estruturado com um sistema de materiais formado de duas ou mais fases numa escala macroscópica, cujo desempenho mecânico e propriedades são projetados para serem superiores àqueles dos constituintes atuando independentemente”, é a definição mais utilizada em estudos sobre o assunto. (DANIEL e ISHAI, 2006). De acordo com Callister (2002) os compósitos fabricados com camadas de fibras sobrepostas são denominados laminados, sendo unidirecionais ou multidirecionais. Quando são fabricados com mais de um tipo de reforço, como por exemplo, dois tipos de fibra, ou partículas e fibras, os compósitos são denominados híbridos (CALLISTER, W. D.,2002). O design e a correta seleção dos materiais são fundamentais para o aumento de desempenho, seja dos atletas de alto nível que utilizam os equipamentos para competições, quanto para os atletas que os utilizam para diferentes atividades esportivas, como esportes coletivos, academias, esportesde aventura, dentre outros (NOVA AMÉRICA, 2010). De acordo com Fifa (2011), a caneleira é um importante equipamento de proteção, que tem seu uso definido como obrigatório pela FIFA, pois previne uma série de lesões e fraturas, como a quebra da tíbia , onde este tipo de lesão pode afastar um jogador de futebol por até um ano do treinamento, entre o tratamento e o recondicionamento. Tendo em vista que, em um mercado com tamanha movimentação econômica, em que um jogador de elite pode receber valores de mais de um milhão de reais entre salário, luvas e patrocínio, pode significar um grande prejuízo ao clube (FIFA, 2011). Cerca de, 13% das lesões decorrentes do futebol ocorrem nas canelas, as fraturas correspondem a aproximadamente 0,37% dessas ocorrências, as mesmas ocorrem principalmente pela transmissão da energia cinética entre os jogadores (BARRY, 1998). As caneleiras são equipamentos esportivos que evitam contusões, lacerações e punções de pele causados por impactos. Estes equipamentos são mais efetivos contra choques e raspões, do que contra impactos de alta energia cinética, como chutes e caneladas de outros jogadores, ou seja, apesar de contribuírem na defesa da canela contra fraturas, as caneleiras são muito mais efetivas quanto menor for à força aplicada contra elas. Elas são utilizadas principalmente para proteção da tíbia, que está muito exposta na superfície posterior medial da perna (ANKRA H, 2003). Ao contrário de outros ossos que são protegidos por músculos e pele, a tíbia está somente protegida pela pele, ficando mais exposta à ocorrência de lesões e fraturas. Estas lesões são extremamente dolorosas em vista que o periósteo, a membrana fina que recobre todos os ossos, é um tecido abundante em receptores da dor. (ANKRA H, 2003). 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 4 As caneleiras disponíveis no mercado apresentam diferenças significativas, não parecendo haver um consenso entre os fabricantes sobre as características essenciais do equipamento. Algumas das principais diferenças são: material, perfil de encaixe da canela, forma de fixação, tamanho do equipamento, design, perfil de furos de refrigeração e diferença de perfil entre usuários. Assim, apesar de ser um esporte com mais de 100 anos e com milhões de adeptos em todo o mundo, há pouca legislação sobre esse equipamento. Em geral não existem normas que regulamentam a qualidade das caneleiras comercializadas, e sim, uma norma padrão que é utilizada somente pela CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), principalmente no mercado dos Estados Unidos da América (FIFA, 2010). Existe uma norma padrão com requisitos mínimos a serem seguidos pelos fabricantes de caneleiras, NOCSAEDOC (ND)090 – 06m07, em que as caneleiras para teste são escolhidas em uma linha de fabricação de forma aleatória e em número suficiente estatístico, e passam por três testes: teste de impacto, fixação e também rótulos e avisos. O princípio da proteção da caneleira é o de transformar a força de impacto que ocorreria em uma área de contato pequena em uma área maior, assim, a força por área é muito menor, além disso, há um prolongamento do tempo de contato que ajuda na absorção do choque (PHILLIPENS E WISMANS, 1989). Em seu estudo, Phillipens e Wismans (1989) encontraram uma redução de 28 a 53% para uma energia cinética de 5,3J, contudo Francisco et al. (2000), encontrou reduções de apenas 11 a 17%, trabalhando com energias de 8 a 21 J, além disso, eles foram os únicos a comentarem sobre o design e materiais das caneleiras testadas e ressaltaram os seguintes pontos: “casca” de fibra de vidro se saiu melhor do que outros materiais na distribuição da força de impacto. A figura 1 mostra como as caneleiras são construídas basicamente em cima de camadas de espumas, e com diferentes designs da parte frontal. E são utilizadas para proteger a frente da tíbia e o músculo da perna. A rigidez de flexão da maioria das caneleiras é baixa na região horizontal de forma a se encaixarem nas canelas dos esportistas, contudo essa rigidez horizontal deve ser suficiente para transferir a carga de um impacto frontal para longe da tíbia, para músculos laterais A camada de espuma deve ser flexível para evitar o desconforto e atrito, mas resistente o suficiente para absorver a energia de impacto. 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 5 FIG. 1: Visão das camadas de uma caneleira a) Caneleira D, b) Caneleira E, c) A visão transversal desses modelos, sua segmentação. (Fonte: Reinforcedplastic, 2001) As melhores caneleiras para absorção de impacto utilizam cristas transversais e conchas de formas complexas para melhorar sua rigidez à flexão. Estudos também mostram que a maioria das camadas superficiais irá deformar contra impactos diretos, mas a camada interna somente absorverá uma energia significativa se a parte externa suportar energias superiores de 10 J. Alguma distância entre a camada interna da caneleira e a tíbia é um método eficiente para aumentar a proteção da mesma, pois este espaçamento também contribui para a absorção da energia e redução da pressão absorvida pela canela (ANKRAH, 2003). As camadas podem ter diferentes valores de rigidez sendo, normalmente, distribuídas ao longo da direção do plano ortogonal da seguinte forma: maior rigidez a flexão na parte paralela a perna para maior proteção e um menor valor de rigidez é utilizado em volta da perna, obtendo-se assim maior conforto em seu uso. Esse processo pode ser utilizado com qualquer fibra ou combinação de fibras, assim vários materiais e compósitos podem ser utilizados para a combinação de proteção e conforto (REINFORCEDPLASTIC, 2001). 2.1 Recomendações e regras para fabricação de caneleiras No dia primeiro de julho de 2010, entraram em vigor as novas regras do jogo de futebol, modificadas na 124ª Assembléia Geral Anual do International Football Association Board (IFAB), realizada na cidade de Zurich, na Suíça, em seis de março de 2010. Uma das regras estabelece que as caneleiras, são equipamentos básicos no futebol e, em função disso, são consideradas obrigatórias. A mesma caneleira pode ser usada em futebol de campo ou salão (FIFA, 2010), 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 6 A caneleira tem como objetivo a proteção da perna do jogador, onde a estrutura óssea conhecida como tíbia tem maior exposição, pois, a posição da tíbia é assimétrica na perna humana, com muito pouco tecido mole na superfície medial e borda anterior. Por haver pouco tecido mole, as lesões tendem a ser muito dolorosas em função que o tecido que recobre o osso é repleto de receptores da dor, assim, nessas áreas a proteção deve ser mais resistente, evitando que sejam atingidas de alguma forma que cause problemas aos jogadores.Esses problemas podem ser tanto de hipersensibilidade, quanto fraturas e outros (ANKRAH, 2003). Em 2001, a propriedade estrutural de uma tíbia artificial biológica com uma rigidez de flexão de 180nm² no plano ântero-posterior, foi produzida para ser usada em simulações. Esse valor foi encontrado através de uma média em testes com cadáveres. Essa tíbia artificial é produzida usando resina epóxi, reforçada com pequenas fibras de vidro envoltas de um núcleo de espuma, pela Pacífica Research Labs, Vashon, CA, USA (HEINER & BROW, 2001). 2.2 Lesões A ocorrência de lesões na perna durante a prática do futebol é muito comum, porém, a análise em forma de estudo para posterior utilização no combate e prevenção das mesmas é ainda muito restrita e complexa, visto que vários estudos utilizam metodologias diferentes e também por que envolvem varias áreas da ciência como design, seleção de materiais, biomecânica dos movimentos e a forma da ocorrência das lesões. O critério para fratura de um osso da tíbia foi encontrado com testes canela de cadáveres usando testes de impacto, as forças encontradas foram quatro a sete KN, e 2,9 +- 0,4 KN (NYQUIST ET AL, 1985; FRANCISCO ET AL, 2000). Não existe critério de contusão de tecidos moles em humanos, mas, em 2003 alguns trabalhos consideraram a hipótese da ocorrência da contusão dos tecidos moles ocorrerem em pressões acima de um 1(um) MPA. Na figura 2, vê-se o hipotético mecanismo de fratura do tornozelo (CRISTO ET al., 1996; ANKRAH, 2003). 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 7 FIG. 2: Adaptado de hipotético mecanismo de fratura do tornozelo (Fonte: Bahr, 2003). As figura 3 mostra respectivamente uma fratura de tíbia e da fíbula, sendo vistas da parte posterior da canela e em seguida a radiografia depois da fixação intramedular da tíbia, mostrando os danos da lesão e como fica após o tratamento. FIG. 3: Radiografia mostrando fraturas na tíbia e fíbula, (b) radiografia posterior depois da fixação intramedular da tíbia (Fonte: Court & Brown, 1995). Um estudo realizado pelo Centro Escocês de Traumatologia, com 523 casos de fraturas na tíbia concluiu que 22,3% eram fraturas isoladas da tíbia e 77,7% eram fraturas combinadas de tíbia e fíbula. Nesse levantamento, 30,9% das fraturas ocorreram em função da prática de esportes, e desses, 80% eram em função do futebol. Assim, foram estudados 130 casos de fratura da tíbia em função da prática do futebol, ou seja, 22,5% dos casos e foi constatado, nesse estudo, que as fraturas combinadas são mais comuns do que as isoladas, e que a maior parte das fraturas nas pernas não são diretamente relacionada ao futebol, embora seja a atividade que mais causa esse tipo de problema (COURT; BROWN, 1995). Em 2006 um estudo analisou 42 fraturas de tíbia relacionadas à prática de futebol em atletas, todos eram homens com idades entre 12 e 31 anos. O pesquisador ressalva que, embora a idade seja relevante nesse tipo de lesão, não é um fator primordial, embora considerações devam ser feitas em função de que a maioria dos praticantes está dentro dessa faixa de idade (BENEDITO, 2006). 3 DISCUSSÕES A dificuldade de se encontrar estudos completos sobre a parte reológica, estrutural ou mesmo as propriedade de materiais poliméricos epoxídeos reforçados com partículas é muito grande. Devido a este motivo, a seleção do melhor método de produção de um compósito reforçado com partículas apresentando um material com melhor desempenho funcional, interação física e química dos componentes em diferentes estados de agregação, fica mais difícil de ser promovida (SAVCHUK e KOSTORNOV, 2009). 2° COEN – UFSJ 12° CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN – Congresso de Engenharias – Universidade Federal de São João del-Rei – MG Anais do 12° CONEMI – Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 8 É necessário que o uso eficiente dessas propriedades nos mecanismos de fortalecimento e os processos que levam a uma devida propensão a fratura, ou “crack”, interajam bem. O incremento na força que o compósito possa vir a ganhar com a mistura de diferentes formas de reforços fibrosos ou mistura com particulados geralmente é citado na literatura em estudos sobre a verificação de resistência ao impacto deste compósito. Estudos variando as proporções em peso de nano partículas, por exemplo, demonstram que para um ganho nas propriedades mecânicas são geralmente as faixa de 3 a 5% em peso de nano partículas, podendo um compósito aumentar em torno de 40% suas propriedades mecânicas (YASMIN et al., 2003). Chega-se então a conclusão que para a implementação do tipo de reforço particulado no compósito híbrido é necessário que haja uma criteriosa escolha do tipo e otimização do processo de dispersão do reforço em questão. Quanto ao direcionamento da fabricação de um compósito híbrido na fabricação de uma caneleira, é notório e correto afirmar que os materiais utilizados atualmente não atendem as necessidades básicas de proteção, devido talvez também ao formato universal aplicado em sua fabricação. Faz-se necessário então além de um estudo sobre o tipo de material, também a ergonomia e forma do produto final, ou seja, personalização do material de proteção, principalmente em função de preservar a integridade física do atleta, seja ele profissional ou não. REFERÊNCIAS AGARWAL, B. D.; BROUTMAN, L. J. Analysis and Performance of Fiber Composites. 2nd ed. Kanpur, India, John Wiley & Sons Inc, 1990. AMERICA NOVA 2010. Futebol e Mercado: uma relação em debate. Disponível em <http://www.novamerica.org.br/revista_digital/L0109/rev_emrede02.asp>. Acesso em: 28 jun. 2011. ANKRAH, S .; MILLS, N. J. Performance of Football Shin Guards for Direct Stud Impacts. Sports Engineering, v. 6, n. 4, p. 207-220, 2003. 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