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Engenharia econômica Aula 4 - Seleção e Análise de Viabilidade Financeira de Projetos - Método do Payback INTRODUÇÃO Após conhecermos os métodos de análise da viabilidade financeira, temos condições de responder à pergunta “O projeto deve ou não ser escolhido e implementado?”, feita na aula anterior. Identificaremos se um projeto será financeiramente viável ou não. Além disso, entre os projetos financeiramente viáveis, aprenderemos a selecionar qual é ou quais são os melhores, caso precisemos priorizar aqueles que poderão gerar maior lucratividade para a empresa. Conheceremos ao longo das próximas aulas os principais métodos: Método do Valor Presente Líquido (VPL), o Método da Taxa Interna de Retorno (TIR) e Método do Payback. Nesta aula, iniciaremos pelo Método do Payback, também conhecido como Período de Retorno. OBJETIVOS Aplicar o Método do Payback para seleção e análise de viabilidade financeira de um projeto. Identificar vantagens e desvantagens do método do Payback Simples e Descontado para análise de viabilidade financeira de um projeto. MÉTODO DO PAYBACK (TEMPO DE RECUPERAÇÃO OU PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO) Página 1 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html É um dos métodos de avaliação mais largamente difundidos entre os administradores de empresas. O Período de Payback, segundo Gitman (2001), é largamente utilizado por empresas de grande porte para avaliar pequenos projetos, e por empresas de pequeno porte para avaliar a maioria de seus projetos. Existem dois métodos de Payback: PAYBACK SIMPLES No caso do Payback Simples podemos calcular o período de retorno utilizando uma fórmula direta ou uma forma mais elaborada. Isso vai depender se o fluxo de caixa projetado tem valores de entradas financeiras iguais ou diferentes. Quando o fluxo de caixa projetado para os anos futuros do projeto tem valores de entradas financeiras iguais, a fórmula de cálculo é a seguinte: A partir desse dado, a empresa decide sobre a implementação do projeto, comparando-o com os seus referenciais de tempo para recuperação de investimentos. Quanto menor o payback de um projeto, mais atrativo ele se torna para a empresa. Vejamos um exemplo numérico: Quando o fluxo de caixa projetado para os anos futuros do projeto tem valores de entradas financeiras diferentes, não podemos utilizar aquela fórmula, teremos que fazer o cálculo do período de retorno do investimento de outra maneira. Vejamos um exemplo de fluxo de caixa com valores de entradas financeiras diferentes: A figura a seguir mostra o fluxo de caixa de um projeto A representado na linha do tempo. Os valores estão em múltiplos de R$1.000,00. Temos um investimento inicial de R$500.000,00 e três anos de entradas financeiras líquidas correspondentes respectivamente a R$200.000,00, R$250.000,00 e R$400.000,00. Página 2 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html O cálculo deve obedecer à seguinte sequência: Payback Simples → 2 + ( 50.000 / 400.000 ) = 2 + 0,125 anos = 2,125 anos ou 2 anos 1 mês 15 dias Vantagens do Payback Simples: • É um método bastante simples de ser utilizado e de fácil entendimento; • Funciona como um indicador de risco do projeto: quanto maior o payback, maior o risco envolvido na recuperação do investimento. Página 3 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html Desvantagens do Payback Simples: • Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo; • Não considera todos os fluxos de caixa do investimento (no exemplo, poderíamos ter os fluxos de caixa dos anos 4, 5,...e eles não entrariam no cálculo); • Desconsidera diferenciais de risco; • Uma importante deficiência do período de payback é que o período apropriado de recuperação é um número determinado subjetivamente; • Ignora o objetivo de maximização de riqueza, pois não se baseia em fluxos de caixa descontados e, assim, não fornece qualquer indicação de que um projeto acrescenta ou não valor à empresa; • Devido aos seus problemas, o payback não deve ser utilizado, isoladamente, como método responsável pela tomada de decisão de investimento. PAYBACK DESCONTADO Com o intuito de eliminar o grande ponto de crítica envolvendo o método do payback, podemos descontar os fluxos de caixa projetados pela taxa de desconto do projeto. Desse modo, estaremos atualizando o valor do dinheiro pelo custo de capital e apurando um resultado mais preciso. O payback descontado nada mais é do que o número de períodos necessários para se recuperar o investimento, levando-se em consideração o valor do dinheiro no tempo. Devemos lembrar que os fluxos de caixa devem ser atualizados pela fórmula a seguir: PV = FV / (1 + i) Vamos analisar o mesmo exemplo do projeto A (utilizado para cálculo do período de retorno do investimento pelo método do payback simples), agora considerando o valor do dinheiro no tempo. O fluxo de caixa é o mesmo, você se lembra? Organizando a tabela do fluxo de caixa de forma semelhante, veremos ano a ano o saldo do fluxo de caixa do projeto. A diferença é que os valores deverão ser convertidos a valores presentes. Para isso, utilizaremos a taxa de desconto de fluxo de caixa igual a 10% ao ano, que representará o custo de capital do projeto para a empresa. Seguindo a mesma sequência de cálculo do payback simples, chegaremos ao valor do período de retorno do investimento no método do payback descontado. Seguindo a mesma sequência de cálculo do payback simples, chegaremos ao valor do período de retorno do investimento no método do payback descontado. Payback Descontado → 2 + ( 111.570 / 300.526 ) = 2 + 0,3712... anos = 2 anos 4 meses 14 dias (aproximadamente) A introdução do valor do dinheiro do tempo incorpora ao método do payback a dimensão de avaliação de resultado econômico, que estará presente em todos os demais métodos. Embora o desconto dos fluxos de caixa pelo custo de capital corrija o principal desvio existente no método do payback, os outros problemas anteriormente mencionados permanecem como, por exemplo, o fato do método desconsiderar os fluxos de caixa após o período do retorno do investimento. Veja um exemplo de como este fato poderá induzir a uma análise falsa! Tomemos por base dois projetos, A e B, representados pelos seus fluxos de caixa. O projeto A é o projeto que utilizamos nos exemplos anteriores e o projeto B é muito parecido com o projeto A, só que ele tem mais dois anos de entrada em seu fluxo de caixa. Veja na tabela a seguir os fluxos de caixa dos projetos A e B: n Página 4 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html Agora, reveja os projetos A e B e calcule o valor do Payback Simples e descontado para os dois. A que conclusão você chegou? Além disso, você concordará que uma pessoa, mesmo não entendendo dos métodos de avaliação financeira de projetos, se tivesse que escolher somente um dos dois projetos, na intuição, escolheria o projeto B, pois tem o mesmo período de retorno do projeto A e terá mais duas entradas financeiras que o projeto A não tem! ESCOLHA DE PROJETO Se o payback fosse utilizado como a única ferramenta para decidir na escolha entre dois projetos, poderíamos ter uma situação ainda mais crítica porque esse método sozinho poderia induzir a uma decisão errada. Observe novamente a tabela a seguir. Imagine se o projeto A tivesse uma entrada financeira no ano 3 um pouco maior do que R$400.000,00, por exemplo, R$500.000,00. Isso faria com que o novo payback do ano A, (2 anos 1 mês e 6 dias, experimente calcular) fosse menor do que o do projeto B, 2 anos 1 mês e 15 dias. Observando apenas o projeto que tem o menor tempo de retorno, escolheríamos o projeto A. Cálculo: PBs = (2 + 50/500)anos = 2,1 anos = 2 anos 1 mês e 6 dias. No entanto, não esqueçamos que o projeto B ainda tem mais duas entradas financeiras, de valores importantes, que o projeto A não tem. Poderíamos estar cometendo um erro ao escolher o projeto A apenas pelo fato de ter um período de retorno menor. No exemplo, a diferença em dias é pequena, mas serve para ilustrar que o método do payback não deve ser utilizado como o único método de análise de viabilidade financeira entre dois ou mais projetos viáveis. A orientação é que ele seja um método complementar e seja utilizado com os métodos do Valor Presente Líquido (VPL) e o da Taxa Interna de Retorno (TIR), que estudaremos nas aulas que se seguem. QUESTÕES 1- Uma empresa tem dois projetos de investimento A e B, mas só pode investir em um deles. Calcule o período de retorno de cada projeto usando método do payback simples. Cálculo: PBs = (2 + 50/500) anos = 2,1 anos = 2 anos 1 mês e 6 dias. Projeto A – 1,62 anos; Projeto B – 2,33 anos. Projeto A – 1,75 anos; Projeto B – 1,91 anos. Projeto A – 2,62 anos; Projeto B – 1,33 anos. Projeto A – 2,75 anos; Projeto B – 2,91 anos. Projeto A – 1,88 anos; Projeto B – 2,75 anos. Página 5 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html Justificativa 2- No exercício anterior, se for utilizado o método do payback descontado, considerando um custo de capital da empresa de 10% a.a. encontram-se: Projeto A – 1,83 anos; Projeto B – 2,75 anos. Projeto A – 1,62 anos; Projeto B – 2,33 anos. Projeto A – 2,62 anos; Projeto B – 1,33 anos. Projeto A – 2,83 anos; Projeto B – 2,91 anos. Projeto A – 1,74 anos; Projeto B – 2,75 anos. Justificativa 3- É uma desvantagem do método do payback simples: Considera o valor do dinheiro no tempo. Não considera os valores do fluxo de caixa. Não considera os valores do fluxo de caixa após o período de retorno. Não considera os valores do fluxo de caixa antes do período de retorno. Considera o custo de capital do projeto. Justificativa 4- Uma vantagem do payback descontado sobre o payback simples é que o payback descontado considera: O valor do dinheiro no tempo. Os valores negativos do fluxo de caixa. O valor líquido do projeto ao final de cada ano. Os valores do fluxo de caixa após o período de retorno. O valor residual dos ativos ao final do projeto. Justificativa 5- É uma desvantagem tanto do método do payback simples quanto do método do payback descontado: Considerar o valor do dinheiro no tempo. Não considerar os valores do fluxo de caixa. Não considerar os valores do fluxo de caixa após o período de retorno. Não considerar os valores do fluxo de caixa antes do período de retorno. Considerar o valor residual dos ativos ao final do projeto o custo de capital do projeto. Justificativa Página 6 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html Glossário Página 7 de 7Disciplina Portal 25/04/2018http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON852/aula4.html
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