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Estudo de caso CC

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FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE
 GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ANA VALÉRIA SILVEIRA PAIXÃO
ROSANGELA ALMEIDA AMARAL DE CARVALHO
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
ARACAJU
2017
ANA VALÉRIA SILVEIRA PAIXÃO
ROSANGELA ALMEIDA AMARAL DE CARVALHO
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
Estudo de caso do Estágio de Ensino Clínico V (Centro Cirúrgico), elaborado pela turma 1005 do curso de Enfermagem, como requisito para obtenção da nota parcial da disciplina sob supervisão do Professor Enfermeiro Alexandre Vasconcelos.
ARACAJU
2017
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................................03
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................04
2 OBJETIVOS..........................................................................................................................08
2.1 Objetivo geral......................................................................................................................08
2.2 Objetivos específicos..........................................................................................................08
3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM......................................08
3.1 Histórico de Enfermagem...................................................................................................08
3.2 Exame físico........................................................................................................................09
3.3 Diagnósticos de Enfermagem (NANDA)...........................................................................10
3.4 Resultados Esperados..........................................................................................................10
3.5 Prescrições de Enfermagem................................................................................................10
3.6 Evolução..............................................................................................................................11
4 EXAMES COMPLEMENTARES........................................................................................11
5 TERAPIA FARMACOLÓGICA EM USO..........................................................................12
6 PLANO DE ALTA................................................................................................................15
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................17
RESUMO
O câncer de colo uterino é o segundo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres de todo o mundo e também no Brasil. Sua maior incidência se dá em mulheres entre 45 e 49 anos de idade e estima-se que o rastreamento sistemático e o tratamento de lesões precursoras possam reduzir a mortalidade pela doença em até 80%. O principal fator de risco é a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e já foram desenvolvidas vacinas contra os principais tipos oncogênicos do vírus. A redução da mortalidade decorrente dessa doença depende da adoção de medidas de prevenção primária, de diagnóstico e tratamento de lesões precursoras bem como do diagnóstico e tratamento adequados das lesões invasivas. É a neoplasia que determina o maior número de óbitos entre os cânceres ginecológicos em todo o mundo. O presente estudo teve como objetivo obter informações acerca do câncer de colo uterino, assim como a elaboração da SAE, apresentação da evolução da paciente, juntamente com os exames complementares e a terapia farmacológica em uso, acompanhados pelo plano de alta. Para isso, foi utilizado um estudo descritivo e transversal, realizado com uma paciente, juntamente com a análise do seu prontuário, na enfermaria C da Fundação Beneficente Hospital de Cirurgia, na cidade de Aracaju/SE, no dia 03 de novembro de 2017, sob a supervisão do professor enfermeiro Alexandre Vasconcelos. A coleta dos dados foi realizada utilizando-se entrevista com a paciente em questão e a inferência diagnóstica foi feita de acordo com o prontuário analisado. O tratamento recomendado estava sendo avaliado pela equipe médica responsável. O conhecimento do comportamento da patologia citada reside no fato de que se faz necessário construir ações de enfermagem nesses casos, e o seu acompanhamento permite aos enfermeiros a escolha de ações direcionadas aos problemas de sua clientela.
INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância. 
É uma doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
É um tipo de tumor que apresenta uma história longa desde suas lesões iniciais até atingir o câncer, com cerca de 10 a 20 anos. Se diagnosticado precocemente, principalmente nas lesões iniciais ou pré-cancerosas (intraepiteliais), pode ser curado em 100% dos casos. Já nas fases mais avançadas, onde o tumor cresceu para regiões além do colo do útero, o prognóstico se torna reservado, com risco de sofrimento acentuado por dores, hemorragias, comprometimento renal e até a morte.
O agente etiológico é o papilomavírus humano (HPV). A mulher adquire este vírus no início da vida sexual, muitas vezes na adolescência, e em decorrência de fatores imunológicos da mulher e à própria agressividade do agente, a infecção se torna persistente, ocasionando lesões pré-cancerosas no colo uterino. Se a condição imunológica for ruim e o tipo do HPV agressivo, ou o tratamento recomendado não for aplicado, estas lesões podem progredir para o câncer.
As lesões pré-cancerosas provocadas pelos vírus cancerígenos no colo uterino são chamadas de neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC). Estas são divididas em 3 graus: I, II e III. A NIC I representa lesão com comportamento benigno e em geral não requer tratamento, pois regride espontaneamente na maioria das vezes. A NIC II, considerada de gravidade intermediária, em adolescentes tem comportamento benigno com altas taxas de regressão. Já na mulher de mais idade, em geral a partir dos 24 anos requer tratamento que pode ser por destruição (cauterização ou vaporização) ou retirada (excisão). A NIC III é a real lesão precursora do câncer e requer sempre tratamento, por excisão. As taxas de cura são altas, com baixo risco de recidiva.
Uma vez que o estudo do fragmento (biópsia) confirme o diagnóstico de câncer invasor do colo do útero, a paciente é estadiada, isto é, ela é examinada completamente e também é submetida a diversos exames laboratoriais para se verificar o quanto o tumor se espalhou pelo corpo. Dentre estes exames ressaltamos: ultrassonografia transvaginal e de abdome total, cistoscopia (avaliação do interior da bexiga), retossigmóidoscopia (avaliação do interior do intestino baixo), urografia excretora (injeção de contraste pelos rins), tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética e RX tórax. Obtém-se ao final desta avaliação completa da mulher o chamado estadiamento do câncer, que é dividido em termos médicos em 4 graus (quadro 1). O tipo de tratamento que cada mulher vai receber dependerá de seu estadiamento. Pode ser realizada cirurgia para os casos mais iniciais e radioterapia e quimioterapia para os casos mais avançados: Estádio I - Câncer localizado no colo do útero, independente de seu tamanho; Estádio II - O câncer se espalha além do colo uterino, mas não chega até a parede óssea da pelve. Envolve a vagina, mas nãoseu terço inferior (sua saída); Estádio III - O câncer se estende até a parede óssea da pelve e/ou envolve o terço inferior de vagina; Estádio IV - O câncer se estende para locais distantes (metástases) ou envolve a bexiga ou intestino baixo. 
Já no câncer de colo uterino, ocorre aparecimento de lesões com destruição ou formação de tumor, que tem como extensão direta a vagina, paramétrios (tecidos ao redor do colo), bexiga e reto.
Os fatores de risco para a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e consequentemente para as lesões pré-cancerosas e o câncer estão associados ao comportamento sexual, hábitos de vida e algumas doenças. Dentre eles são citados:
 Início sexual precoce, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo, imunossupressão, desnutrição, uso de contraceptivos hormonais, baixo nível socioeconômico, infecção por Chlamydia trachomatis.
Os sinais e sintomas do câncer de colo uterino irão depender da fase em que o tumor se encontra. Nas fases iniciais geralmente não apresentam sintomas. Eventualmente, pode ocorrer corrimento e/ou sangramento espontâneo ou após a relação sexual. Os principais sintomas de doença localmente avançada são os mesmos descritos acima para tumores iniciais, bem como a dor para ter atividade sexual. A paciente pode apresentar dor contínua na região pélvica, dores nas costas, formigamento e inchaço nas pernas, bem como trombose venosa das pernas (obstrução dos vasos sanguíneos). Mais tardiamente surgem também os sintomas urinários (urina com sangue, dificuldade para urinar, obstrução da bexiga) e do intestino baixo (dificuldade para evacuar, fezes com sangue, obstrução dos intestinos).
A principal complicação do câncer de colo uterino é a metástase, que acontece quando o câncer avança para outras regiões do organismo tais como: Vagina – os sinais de câncer nessa região são sangramento e corrimento anormal, massa palpável e dor durante a relação sexual (dispaneuria); Bexiga – nesse caso, os sintomas são presença de sangue na urina, urinar com frequência, sensação de dor ou queimação ao urinar e urgência em urinar; Colorretal – os sinais são constipação e diarreia sem associação com alimento, anemia, fraqueza, cólica abdominal, sangramento pelo reto e sensação de evacuação incompleta.
O tratamento do câncer de útero depende do estágio no qual se encontra a doença no momento do diagnóstico. Nos casos iniciais, deve ser realizada a retirada de todo o útero. Devido alguns fatores de risco relacionados ao câncer de útero que podem aumentar a chance da doença voltar no futuro, deve ser feita a retirada dos linfonodos da pelve e para-aórticos, bem como biópsias outras e retirada do omento maior: um avental de gordura que se prende ao cólon transverso (parte do intestino grosso). 
A melhor prevenção contra o câncer de útero é a mulher estar atenta a eventuais sangramentos menstruais após a menopausa. Neste caso, ela deve-se recorrer ao ginecologista para realizar uma investigação relativa ao colo e ao corpo doútero. Manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação nutritiva e sem excesso de gorduras, exercícios físicos regulares, manutenção do peso ideal (evitando-se a obesidade), bem como controle adequado do diabetes e de outras doenças associadas, são medidas muito importantes na prevenção do câncer de útero e de diversos outros problemas graves de saúde.
Durante muito tempo, o único foco do tratamento do câncer era a sobrevivência dos pacientes. Mas, nos últimos anos, vem se estabelecendo uma nova mentalidade: a preocupação com a qualidade de vida e o bem-estar durante e após o tratamento. Por isso, tem crescido cada vez mais a importância do acompanhamento de um profissional de fisioterapia para os pacientes oncológicos.
No paciente oncológico, é possível antever as sequelas e preparar o tratamento de forma mais rápida e eficiente. Mesmo em casos mais extremos, é possível a recuperação.
Com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, excetuando-se os casos de pele não melanoma. Ele é responsável por 265 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
No Brasil, em 2016, são esperados 16.340  casos novos, com um risco estimado de 15,85  casos a cada 100 mil mulheres. É a terceira localização primária de incidência e de mortalidade por câncer em mulheres no país, excluído pele não melanoma. Em 2013, ocorreram 5.430 óbitos por esta neoplasia, representando uma taxa de mortalidade ajustada para a população mundial de 4,86 óbitos para cada 100 mil mulheres.
A paciente em estudo M. S. E., 34 anos, sexo feminino, G3 P3N A0 foi encaminhada à Fundação Beneficente Hospital de Cirurgia, em caráter de urgência, devido a sangramento vaginal vermelho rutilante, há mais de 1 ano. Apresentava-se anêmica, com presença de algia ao sangramento, hipotensão, tontura, cefaleia, náuseas e êmese. Realizada citologia e colposcopia, evidenciando alteração de células escamosas, sugestiva de carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciadas, invasivas e ulceradas. À Tomografia do tórax, não apresentou alterações. À RM do abdome superior e da pelve, foi evidenciada formação expansiva/infiltrativa, centrada na porção anterior do colo uterino, com sinais de extensão ao terço superior da vagina e ao fórnice posterior. 
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia cuidativa que se inicia a partir de um julgamento do enfermeiro, sobre quais são as necessidades dos clientes que estão sendo cuidados profissionalmente por ele. É um instrumento de trabalho que visa facilitar e tornar possível a realização do cuidado. Quando aplicado facilita melhores condições para identificar, compreender e descrever como o cliente está reagindo frente aos seus processos vitais e seus problemas de saúde, reais ou potenciais, podendo determinar quais os cuidados profissionais devem ser implementados (CARVALHO, 2002), isso se aplicando à paciente em questão.
O entendimento dos principais sintomas e dos diagnósticos de enfermagem a este caso é relevante para a prática dos enfermeiros que cuidam destes pacientes, pois permite a escolha de intervenções direcionadas aos problemas apresentados pelo paciente oncológico. 
OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO
 2.1 Objetivo geral: 
O presente estudo teve como objetivo conhecer mais a fundo o câncer de colo de útero, despertando a equipe de enfermagem quanto à patologia citada e a fundamental importância de seu papel no momento da efetivação do diagnóstico clínico e de sua prática assistencial, tendo em vista que cabe à mesma a administração de medicações e o diagnóstico/prescrição de cuidados integrais de enfermagem ao paciente.
 2.2 Objetivos específicos:
- Identificar e detalhar o perfil do atendimento do paciente com câncer de colo uterino;
- Descrever o papel do enfermeiro frente ao atendimento a pacientes com câncer de colo uterino;
- Detectar as dificuldades enfrentadas pelo profissional de enfermagem na assistência ao paciente oncológico. 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 		
Histórico de enfermagem
Paciente: M. S. E.
Idade: 34 anos
Paciente do sexo feminino, G3 P3N A0 foi admitida na Fundação Beneficente Hospital de Cirurgia, em caráter de urgência, no dia 30/09/2017, devido a sangramento vaginal vermelho rutilante, há mais de 1 ano. Apresentava-se anêmica, com presença de algia ao sangramento, hipotensão, tontura, cefaleia, náuseas e êmese. Paciente não possue histórico de tabagismo. Realizada citologia e colposcopia, evidenciando alteração de células escamosas, sugestiva de carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciadas, invasivas e ulceradas. À Tomografia do tórax, não apresentou alterações. À RM do abdome superior e da pelve, foi evidenciada formação expansiva/infiltrativa, centrada na porção anterior do colo uterino, com sinais de extensão ao terço superior da vagina e ao fórnice posterior. Diagnosticada com neoplasia de colo uterino, evoluindocom hemorragia uterina. Iniciou-se medicação anti-hemorrágica (Ácido Tranexâmico), 1 ampola + soro fisiológico 100 ml IV 6/6h; analgésica ( Cloridrato de Tramadol), 500 mg + soro fisiológico 1000 ml IC como SOS; Antak (Cloridrato de ranitidina) – 1 ampola = água destilada 18 ml IV 8/8 h, como suporte gástrico; Clexane (Enoxaparina sódica) – 40 mg SC 1vez ao dia, ou Heparina – 5000 UI SC 12/12 h, como anti-coagulante. 
 Exame físico
M. S. E., 34 anos, com RM do abdome superior e da pelve comprometida, consciente, orientada, desidratada, hipocorada, deambulando, com higiene satisfatória. Couro cabeludo íntegro, sem sujidades, pupilas isocóricas, fotorreagentes, pavilhão auditivo íntegro, sem sujidades, cavidade nasal permeável ao fluxo aéreo, cavidade oral com lábios hidratados, língua não-higienizada, arcada dentária completa, região cervical com mobilidade mantida, glândula tireóidea não palpável e não visível, expansibilidade torácica mantida. À ausculta cardiovascular, Bulhas Cardíacas Normofonéticas (BCNF) em 2T. Abdome abaulado, flácido e álgico à palpação. Ruídos hidroaéreos (+) em QSE. AVP em MSD, pérvio e hidrolisado. MMSS e MMII sem alterações e livre de edemas. Diurese presente, evacuações presentes, sem uso de fralda. Sono difícil. PA 110X70 mmHg, FC 90 bpm, FR 26 ipm.
3.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA)
1- Risco para eliminação urinária prejudicada relacionado à possível compressão ureteral, infiltração de paramétrios até o plano ósseo e ao uso de cisplatina; 
2- Risco para proteção ineficaz relacionado à presença do câncer e tratamento à base de antineoplásicos e radiação;
3- Dor aguda relacionada ao tratamento;
4- Medo de sofrimento físico caracterizado por relato de tensão associada ao risco de sofrimento físico pela doença, relacionado à possibilidade de dores constantes;
5- Ansiedade relacionada à ameaça ao autoconceito.
3.3 RESULTADOS ESPERADOS (NOC)
1- Melhora da eliminação urinária.
2- Melhora da proteção e conforto.
3- Controle da dor.
4- Diminuição do medo.
5- Redução da ansiedade.
3.4 PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM (NIC)
1- Anotar o intervalo de tempo entre as eliminações urinárias; Observar e anotar odor, cor e volume de urina a cada micção espontânea; Ingerir no mínimo 2 litros de líquido diariamente; Anotar a quantidade de copos de água que ingere diariamente;
2- Utilizar roupas íntimas confortáveis, evitando tecidos à base de lycra ou renda; Realizar auto-exame da pele na área irradiada diariamente; Evitar usar roupas justas;
3- Administrar analgésico; Realizar uma avaliação abrangente da dor; Investigar com a paciente os fatores que aliviam ou pioram a dor;
4- Enfatizar os riscos associados ao tratamento e às formas de prevenção; Estabelecer um grau de confiança do paciente com a enfermeira clínica ambulatorial, informando horário e local para atendimento; Dar preferência às condutas terapêuticas do presente, evitando opinar sobre o prognóstico da doença de base;
5- Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medo; Ouvir atentamente a paciente; Oferecer informações reais sobre diagnóstico.
3.5 EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
30/09/2017, 08:55h. Paciente evolui em RM do abdome superior e da pelve comprometida, consciente, orientada, desidratada, hipocorada, calma, deambulando, com higiene satisfatória (banho de aspersão). SSVV: PA 110X70 mmHg, FC 90 bpm, FR 26 ipm. Ao exame da cabeça: Couro cabeludo íntegro, sem sujidades, pupilas isocóricas, fotorreagentes, pavilhão auditivo íntegro, sem sujidades, cavidade nasal permeável ao fluxo aéreo, cavidade oral com lábios hidratados, língua não-higienizada, arcada dentária completa, região cervical com mobilidade mantida. Ao exame do pescoço: glândula tireóidea não palpável e não visível. Ao exame do tórax: expansibilidade torácica mantida. À ausculta cardiovascular, Bulhas Cardíacas Normofonéticas (BCNF) em 2T. Abdome abaulado, flácido e álgico à palpação. Ruídos hidroaéreos (+) em QSE. AVP em MSD, pérvio e hidrolisado. MMSS e MMII sem alterações e livre de edemas. Diurese presente, evacuações presentes, sem uso de fralda. Sono difícil. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Realizado hemograma completo mostrando alterações nos eritrócitos, hemoglobina e hematócrito, todos abaixo do esperado. Exame de urina sem alterações significantes, TTPA (Tempo de tromboplastia parcial ativada). 
Realizada citologia e colposcopia, evidenciando alteração de células escamosas, sugestiva de carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciadas, invasivas e ulceradas. À Tomografia do tórax, não apresentou alterações. À RM do abdome superior e da pelve, foi evidenciada formação expansiva/infiltrativa, centrada na porção anterior do colo uterino, com sinais de extensão ao terço superior da vagina e ao fórnice posterior.
TERAPIA FARMACOLÓGICA EM USO
Paciente em uso de:
Transamim (Ácido Tranexâmico) – 1 ampola + soro fisiológico 100 ml IV 6/6h. Indicações: É destinado ao controle e profilaxia de hemorragias. Contra-indicações: em portadores de coagulação intravascular ativa, vasculopatia oclusiva aguda e em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas nem por mulheres que estejam amamentando sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Efeitos adversos: De modo geral, é bem tolerado. Entretanto, as reações adversas observadas com a utilização do ácido tranexâmico, por ordem de incidência, foram: Reações comuns: náuseas*, vômitos*, dor epigástrica* e diarreia*. Reações incomuns: reações cutâneas de hipersensibilidade. Reações raras: tonteira*, cefaleia*, alterações da visão*, hipotensão arterial* e tromboembolismo*. Em tratamentos de longo prazo, foi observada, também, dificuldade para identificação das cores**. (*) Estas reações adversas ocorreram com a utilização de doses elevadas do ácido tranexâmico e desapareceram com a redução das mesmas. (**) Em caso de dificuldade para identificação das cores, o medicamento deve ser descontinuado. Interações medicamentosas: Foram observadas turvação e precipitação de soluções de ácido tranexâmico, quando associadas a alguns medicamentos. Como não há relatos sobre a interação com todos aqueles utilizados na prática médica, recomenda-se, então, não associar nenhum outro medicamento a Transamin® injetável, nem administrá-lo no mesmo equipo em que já esteja sendo administrado outro medicamento. O ácido tranexâmico pode ser utilizado durante a heparinoterpia. Não foram observadas alterações nos resultados de exames laboratoriais com a utilização do ácido tranexâmico. A farmacocinética do ácido tranexâmico não se modifica na presença de alimentos. 
Clexane (Enoxaparina sódica) – 40 mg SC 1vez ao dia, ou Heparina – 5000 UI SC 12/12 h. Indicações: -Tratamento da trombose venosa profunda com ou sem embolismo pulmonar; -Tratamento da angina instável e infarto do miocárdio semelevação do segmento ST, administrado concomitantemente ao ácido acetilsalicílico; -Tratamento de infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST, incluindo pacientes a serem tratados clinicamente ou com subsequente intervenção coronariana percutânea; -Profilaxia do tromboembolismo venoso, em particular aqueles associados à cirurgia ortopédica ou à cirurgia geral; -Profilaxia do tromboembolismo venoso em pacientes acamados devido a doenças agudas incluindo insuficiência cardíaca, falência respiratória, infecções severas e doenças reumáticas; -Prevenção da formação de trombo na circulação extracorpórea durante a hemodiálise. Contra-indicações: - Hipersensibilidade à enoxaparina sódica, à heparina e seus derivados, inclusive outras heparinas de baixo peso molecular; - Hemorragias ativas de grande porte e condições com alto risco de desenvolvimento de hemorragia incontrolável, incluindo acidente vascular cerebral hemorrágico recente. Efeitos adversos: Hemorragias; Distúrbios vasculasres; Trombocitopenia e trombocitose; Reações alérgicas. Interações medicamentosas: medicamento-medicamento: Recomenda-se a interrupçãodo uso de medicamentos que afetam a hemostasia antes do início do tratamento com Clexane, a menos que seu uso seja estritamente indicado. -medicamento-exame laboratorial: Pode ocorrer aumento do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) e do tempo de coagulação ativada (TCA) com a administração de doses mais altas. Aumentos no TTPa e TCA não estão linearmente correlacionados ao aumento da atividade antitrombótica de Clexane, sendo, portanto, inadequados e inseguros para monitoramento da atividade de Clexane.
Tramal (cloridrato de tramadol) – 500 mg + soro fisiológico 1000 ml IC como SOS. Indicações: cápsula é indicado para dor de intensidade moderada a grave, de caráter agudo, subagudo e crônico. Contra-indicações: - a pacientes que apresentam hipersensibilidade a tramadol ou a qualquer componente da fórmula; - nas intoxicações agudas por álcool, hipnóticos, analgésicos, opioides e outros psicotrópicos; - a pacientes em tratamento com inibidores da MAO, ou pacientes que foram tratados com esses fármacos nos últimos 14 dias (vide item 6. Interações Medicamentosas);
- a pacientes com epilepsia não controlada adequadamente com tratamento; - para tratamento de abstinência de narcóticos. Efeitos adversos: náusea e tontura, ambas ocorrendo em mais que 10% dos pacientes. Interações medicamentosas: não deve ser combinado com inibidores da MAO; com outros fármacos depressores do sistema nervoso central (SNC), incluindo álcool, pode potencializar os efeitos no SNC.
Antak (Cloridrato de ranitidina) – 1 ampola = água destilada 18 ml IV 8/8 h. Indicações: Injetável é indicado para tratamento de úlcera duodenal, úlcera gástrica benigna, úlcera pós-operatória, esofagite de refluxo e outros estados hipersecretores patológicos, sempre que for recomendável a administração parenteral – ou seja, nos seguintes casos: prevenção de hemorragia gastrointestinal por úlcera de estresse em pacientes em estado grave, profilaxia de úlcera pós-operatória, profilaxia de sangramento recorrente em portadores de úlcera péptica hemorrágica e profilaxia em pacientes propensos à aspiração ácida (síndrome de Mendelson) e à síndrome de Zollinger-Ellison. Contra-indicações: O uso de Antak® Injetável é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da fórmula. Efeitos adversos: Distúrbios do sangue e do sistema linfático; Distúrbios do sistema imune; Distúrbios psiquiátricos; Distúrbios cardíacos; Distúrbios vasculares; Distúrbios gastrointestinais
Distúrbios hepatobiliares; Distúrbios musculoesqueléticos e articulares
Distúrbios renais e do trato urinário; Distúrbios do sistema reprodutor e da mama. Interações medicamentosas: A ranitidina tem o potencial de afetar a absorção, o metabolismo e a excreção renal de outros medicamentos. A farmacocinética alterada pode exigir um ajuste na dosagem do medicamento afetado ou a interrupção do tratamento. As interações ocorrem por vários mecanismos, como: 1) Inibição do sistema oxigenase de função mista associado ao citocromo P450 A ranitidina nas doses terapêuticas usuais não potencializa a ação dos fármacos inativados por esse sistema de enzimas, como diazepam, lidocaína, fenitoína, propranolol e teofilina. Não houve relatos de alteração no tempo de protrombina com o uso de anticoagulantes de cumarina (por exemplo varfarina). Devido ao índice terapêutico estreito, é recomendada a monitoração cuidadosa da elevação ou redução do tempo de protrombina durante o tratamento concomitante com a ranitidina. 2) Competição pela secreção tubular renal Uma vez que a ranitidina é parcialmente eliminada pelo sistema catiônico, ela pode afetar a eliminação de outros medicamentos por esta rota. Doses altas de ranitidina (como as usadas no tratamento da síndrome de Zollinger-Ellison) podem reduzir a excreção de procainamida e N-acetilprocainamida, o que resulta em níveis plasmáticos elevados desses fármacos. 3) Alteração do pH gástrico A biodisponibilidade de certos fármacos pode ser afetada. Ou seja, a absorção deles pode ser aumentada (caso de triazolam, midazolam, glipizida) ou reduzida (caso de cetoconazol, atazanavir, delaviridina, gefitinibe). Não há evidências de interação entre ranitidina, amoxicilina e metronidazol. O uso simultâneo com cetoconazol pode resultar na redução da absorção do cetoconazol. Os pacientes devem receber a ranitidina duas horas após o uso do cetoconazol.
6. PLANO DE ALTA
- Orientação acerca da patologia e tratamento quanto à necessidade de movimentação ativa no leito, rotina e visitação familiar;
- Supervisionar e observar frequência e padrão das eliminações vesico-intestinais, padrão de sono, sinais de infecção, sensação álgica, sinais vitais;
- Mostrar ao paciente a importância de não se afastar de eventos sociais e lazer que estejam dentro da sua capacidade funcional;
- Orientar a importância da manutenção da terapia medicamentosa;
- Orientar o paciente que faça o acompanhamento na UBS mais próxima de sua residência.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na atualidade o papel do profissional enfermeiro atuante na área de oncologia não se restringe à ajuda à família na convivência com a morte, que pode ocorrer de forma rápida e previsível. Cabe a este profissional, além da ação terapêutica propriamente dita, dar suporte às pacientes oncológicas para o enfrentamento da doença, pois o câncer requer tratamento prolongado e é passível de efeitos adversos. 
Pacientes com câncer de colo de útero se encontram fragilizadas e ansiosas com o diagnóstico, prognóstico e com as mudanças na vida pessoal e familiar provocadas pela doença. Muitas mulheres desejam aprender tudo o que puderem sobre sua doença, as opções de tratamento, a ação dos quimioterápicos, os efeitos da radiação nas células e suas consequências, e sobre os aparelhos utilizados no decorrer do tratamento. Agindo desta forma se tornam participantes ativas nas decisões relacionadas aos seus cuidados. 
Cabe ao enfermeiro indicar e fornecer orientações relativas às medidas preventivas, identificar precocemente os efeitos colaterais do tratamento a fim de minimizá-los, orientar e acompanhar a paciente e respectiva família e manter em mente que as ações de enfermagem devem ser individualizadas, considerando-se suas características pessoais e sociais. É de grande ajuda a disponibilização de orientações gerais na forma impressa, pois este recurso auxilia no processo de orientação e esclarecimento da própria mulher e de seus familiares. Ele permite reforçar e garantir acesso fácil às orientações fornecidas durante a consulta de enfermagem. 
Ressalta-se a importância do preparo do enfermeiro na orientação e oferecimento de cuidados específicos às pacientes com câncer. Isto demanda a necessidade do conhecimento dos últimos avanços na área do tratamento, independentemente da estrutura na qual está inserido.
REFERÊNCIAS
BRENNA, S. M. F.; HARDY, E.; ZEFERINO, L. C.; NAMURA, I. Conhecimento, atitude e prática do exame de Papanicolaou em mulheres com câncer de colo uterino. Rio de Janeiro. Caderno de Saúde Pública. v. 17. n. 4. p. 909-914, Jul/Ago, 2001. 
CARVALHO, E. C.de. Processo de Enfermagem: O Raciocínio e julgamento Clínico no Estabelecimento do Diagnóstico de enfermagem. Universidade Federal de Uberlândia, Anais-III Fórum de Enfermagem Sistematizar o Cuidar, Uberlândia: Rápida, Nov, 2002.
CARVALHO, R. de; GALVÃO, C. L.; PEREIRA, D. R. da S.; SOUZA, E. R. de; SILVA, S. do S. L. da. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS MICROINVASIVO – RELATO DE CASO 1. Revista Paraense de Medicina. Belém. v. 20. n. 3. Jul/Set, 2006.
FRIGATO, S.; HOGA, L. A. K. Assistência à mulher com câncer de colo uterino: o papel da enfermagem. Revista Brasileira de Cancerologia. v. 49. n. 4. p. 209-214, 2003.
Medicinanet. Disponível em: <www.medicinanet.com.br/bula/detalhes/5120/interações_medicamentosas_transamin.htm. acesso em: 28 Nov. 2017.

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