Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM TECNÓLOGO EM DESIGN DE INTERIORES DISCIPLINA HISTÓRIA DA ARTE E DO DESIGN HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO PROFESSORA: MARCIA NUNES ALUNA: ALICIA POLICARPO ABRIL DE 2018, BELEM- PA Introdução A primeira sociedade a utilizar móveis de forma técnica, da qual temos conhecimento, foi o Egito. A tradição de preservar os mortos e seus pertences em tumbas possibilitou a descoberta de vários itens da cultura egípcia, como: escrita, pinturas, cerâmicas, esculturas, vestuário e também mobiliário. O mobiliário egípcio pouco mudou em mais de três mil anos. Em geral era de cores vivas e com uso de diversos materiais. Boa parte do mobiliário que usamos hoje já existia na sociedade do Egito. Isto inclui bancos, cadeiras, camas, mesas, arcas, divãs, dosséis. Além destes, destacam-se também os apoios para cabeça e tronos magníficos. A maioria das peças de mobiliário egípcio foram encontrados em túmulos, onde foram colocados para que pudessem continuar a ser utilizados por seus proprietários na vida após a morte. Considerando a quantidade de móveis que deve ter sido enterrado ao longo da história egípcia, pouco sobreviveu. Muitas peças foram destruídas por ladrões ou comido por cupins. Boa parte do que temos acesso hoje foi encontrada em tumbas como a da Rainha Hetepheres e a do jovem faraó Tutankhamon. No Egito antigo o mobiliário era geralmente confeccionado com madeira dos bosques locais, principalmente com as árvores de figo, acácia e tamarisco. Já as madeiras de cedro, cipreste e junípero eram importadas da Síria. Também utilizavam madeira negra, importada do sul, ocasionalmente metais preciosos, marfim ou outros materiais de luxo. Papirus e outras fibras eram utilizadas nos assentos, e as forragens eram de algodão e linho. Mobiliário Egípcio Como vivia a população egípcia(hábitos-de-morar) A maior parte da população egípcia morava em pequenas cabanas feitas de junco, madeira e barro. As casas eram construídas nos locais mais elevados, para não serem atingidas pelas inundações. Essas casas, além de fornecer abrigo nas noites frias, protegiam das tempestades de areia. Nas épocas de muito calor, as famílias procuravam locais mais elevados para tomar ar fresco e fugir do mormaço do interior das casas. A casa dos camponeses era simples, geralmente com uma única divisão e quase sem móveis. Os camponeses possuíam apenas algumas esteiras, alguns utensílios de cozinha e alguns vasos. Como não havia talhares, as pessoas comiam com as mãos. As casas dos egípcios mais ricos eram confortáveis. Feitas com tijolos de barro secos ao sol, elas eram bem decoradas e mobiliadas. Possuíam camas, mesas, cadeiras, e os bancos tinham assentos de couro ou de palha. Mesmo as casas de alguns artesãos, que não eram ricos, eram bem melhores que as casas dos camponeses. Técnica egípcia Os egípcios tinham um ótimo conhecimento de anatomia e, por isso, produziam peças que eram confortáveis. O mobiliário não era apenas bonito, ele era também funcional. Como ótimos marceneiros, já conheciam sistemas de encaixes para madeira - usavam cavilhas e tinham habilidade na construção e no acabamento de móveis - o que se demonstra nas pernas curvas do mobiliário, muitas vezes cruzadas, e nos sistemas de encaixes precisos - eles tinham um conhecimento muito grande das matérias primas e usaram diversos tipos de madeira no mobiliário: acácia, cedro, ébano, dentre outros. A decoração era feita com pedras preciosas, ouro, prata, ébano, marfim, vidro e cerâmica. Em termos de mobiliário, viviam com luxo e conforto, e já empregavam fundos entrelaçados de linho ou corda nas peças. O couro tingido ou curtido também era frequentemente utilizado, assim como as peles de pantera. Trabalhos em marchetaria também eram frequentes. Os desenhos não eram simples, ao contrário, eram muito elaborados, representando cenas cotidianas , objetos de uso, a famosa flor de lótus, animais e outros temas comuns na época. O mobiliário Egípcio Podemos dividir a mobília egípcia em duas categorias: -Cerimoniais : tronos e cadeiras – Utilitários : camas, bancos e apoios para cabeça. Mobiliário cerimonialista Os tronos e cadeiras cerimoniais eram revestidos de ouro e prata, enquanto a mobília utilitária possuía poucas decorações e os modelos mais simples permaneciam com a coloração natural da madeira. Possuíam figuras em alto relevo, geralmente destacando o faraó e suas ações. ~Trono de Tutankamon XVIII Dinastia A mais suntuosa cadeira das seis cadeiras encontradas no túmulo do rei Tutankhamon, no Valedos Reis em Luxor. Foi achada na sala conhecida como a antecâmara do túmulo do rei. É de madeira revestida de lâminas de ouro, e ornamentada com pedras preciosas e semipreciosas juntamente com pedaços de vidro policromados. Remonta aos primeiros anos de seu reinado, traz no espaldar uma vigorosa cena, ainda claramente permeada de influência artística amarniana. Minuciosas marchetarias de massa vítrea colorida, pedras duras e prata compõem as duas figuras centrais, assim como os detalhes e o falcão no espaldar. Mobiliário Utilitário Na cultura egípcia, tanto as cadeiras quanto as mesas eram muito baixas, próximas do chão. As cadeiras eram raras e parecem ter sido um sinal de status elevado. Aparentavam riqueza e elegância e simbolizavam o status de quem as usava. Eram feitas de ébano, muitas vezes com patas de leão ou touro e decoradas com pintura ou incrustações de madeira, marfim, pedras semipreciosas e ouro. As mesas eram muito pequenas e delicadas, planejadas apenas como suporte de objetos de luz. Construídas em formato de caixa com os pés mais longos e em quantidade de três ou quatro. A mesa acima - de três pés - não era muito comum no Egito até os tempos dos gregos, embora alguns são mostradas em pinturas de túmulos do Novo Reino (1550-1070 aC). O banco é o item mais comum de móveis, geralmente com um assento escavado. A natureza de elaborar este banco sugere que ele foi feita para um funcionário elite. As pernas cilíndricas estão gravados e embutidos com pequenos pedaços de marfim em pétala de lótus e formas de gota. A parte central do assento desapareceu , mas é evidente a partir de vestígios de que consistia de um pedaço de couro que foi colada sobre a armação. Bancos muito mais simples foram encontrados próximo da vila dos operários de Deir el-Medina e provavelmente foram utilizadas por artesãos para se sentar enquanto eles trabalhavam. Móveis de Dormitório As camas estavam frequentemente incluídas nas tumbas, muitas vezes com o caixão colocado em cima dela. Eram feitas geralmente de madeira, com os pés em forma de patas de animais. Um aclive em uma das extremidades da cama era visto onde ficaria a cabeça. Encostos de cabeça foram usados em vez de almofadas, talvez por serem mais confortáveis em clima quente. As camas eram aproximadamente 30 cm mais elevadas que as dos nossos dias. Manta e couro foram usados para estofa-las, o que provavelmente teria sido bastante confortável. Encostos de cabeça Encostos de cabeça egípcios eram a mesma forma básica ao longo da sua longa história. Eles foram muitas vezes feitas de madeira, mas também poderia ser feito de pedra. No entanto,é provável que a maioria dos apoios de cabeça de pedra foram feitas exclusivamente para utilização na Vida após a Morte e não foram destinados para o uso diário. Neste contexto foram supostamente para proteger a cabeça de ser separada do corpo após a morte - uma grande ameaça real, como tumbas de ladrões, muitas vezes destruíram a múmia em sua procura de amuletos e joias. Arcas As arcas por sua vez eram usadas para guardar peças de vestuário , cabeleiras, objetos de toalete, e também para uso geral – eram decoradas com pinturas e embutidos e faziam suportes para vasos de pernas elegantemente curvadas e afastadas. Outros Moveis Mobiliário Grego Como vivia a população grega (hábitos-de-morar) De modo geral, o homem grego passava o dia fora de casa. Ocupava o tempo trabalhando, fazendo compras ou conversando com os amigos sobre política e outros assuntos. A mulher ficava em casa, cuidando da roupa e da alimentação e organizando o trabalho dos escravos; era ela quem administrava as tarefas da casa. Comparadas com as de hoje, as casas eram pequenas e sem conforto. Mas isso tinha pouca importância, pois, em razão da suavidade do clima, a maior parte das atividades diárias era desenvolvida fora de casa. Construídas com uma mistura de pedregulho e terra cozida, as paredes eram tão frágeis que os ladrões eram chamados de “arrombadores de paredes”, pois eles simplesmente escavavam uma passagem nelas para entrar em casa. Nas pequenas janelas não havia vidros e, no inverno, elas eram fechadas com madeira. As cozinhas eram raras e os alimentos eram preparados ao ar livre. Na Grécia Antiga não havia residências luxuosas. Mesmo um grande general, como Temístocles, vivia numa casa simples, igual à de seus vizinhos. Os homens ricos não eram respeitados pela ostentação, mas pelo que davam aos deuses e à cidade para custear os festivais públicos. Nas cidades havia numerosas construções publicas. As principais eram Odéon, consagrado aos exercícios de música; os teatros, onde se representavam tragédias e comédias; os ginásios, que, de inicio eram usados como lugares de treinamento e, depois, passaram a ser os lugares onde os filósofos davam suas lições ao ar livre; os estádios, onde se efetuavam as corridas a pé e outros exercícios, e os templos, onde eram cultuados os deuses. As casas ficavam dispersas, sem nenhum alinhamento, atrás dos templos e de outros monumentos. Mobiliário Grego Existem poucos registros sobre o mobiliário grego. O que se sabe é que tinham dimensões menores do que os modelos egípcios, proporcionando mais leveza e praticidade. Era adaptado às dimensões humanas; com influência da cultura humanista e do desenvolvimento das artes gregas. Usavam mármore, bronze, ferro e madeira na construção de seus móveis que eram decorados com entalhações, incrustações e pinturas. O móvel grego também se divide em: Móveis cerimoniais: utilizados em eventos de honra ao ar livre (Kline). Móveis de uso comum: como as camas, bancos e cadeiras (Klismos), esta última utilizada somente por mulheres, geralmente para amamentação. Mobiliário cerimonialista Kline O leito ou cline era usado para dormir e os homens reclinavam-se nele para comer enquanto que as mulheres sentavam-se em cadeiras durante as refeições. Cena representando banquete ao som de música, com o kline. cama grega Os estudos mostram ilustrações de muitos tipos de bancos e cadeiras. O thronos era uma cadeira cerimonial com ou sem braços. Os thronos gregos eram conhecidos como "apoio dos céus", ou seja, termo que ficou conhecido quando Zeus se tornou um Deus antropomórfico, imaginado como o "assento de Zeus". Thronos era um tipo de objeto de status elevado, mas não necessariamente de poder. Os aqueus eram conhecidos por colocar adicionalmente tronos vazios nos palácios e templos, para que os deuses pudessem estar sentados quando desejassem. O mais famoso desses tronos era o de Apólo em Amyclae. Mobiliario ultilitario Klimos Já na Grécia antiga o mobiliário teve uma evolução significativa, pois surgiu uma cadeira com desenhos básicos, com curvas nas pernas e no encosto uma travessa única de madeira. Uso de mármore como matéria-prima. Essa cadeira ficou conhecida como Klismos, este desenho básico ganhou muitas versões ao longo da história. Cadeira klismos no túmulo de Hegeso, c. 400 a.C. A klismos era uma cadeira elegante, de belas proporções com pernas e encosto curvos, pés em forma de sabre e assento trançado. Havia também cadeiras com as pernas terminando em discos, patas de cachorro ou leão. As duas principais contribuições da Grécia para a história do mobiliário foram a adição de apoios curvos para a cabeça e para os pés ao leito e a criação da cadeira a que se dava o nome de clismos. Os suportes do leito eram por vezes torneados, e a parte de cima da perna tinha a forma de um sino pesado e côncavo. Este estilo é bastante feio e em breve se passaram a usar pernas retangulares, decoradas com palmitos e ovais. As mesas usadas para comer eram pequenas e podiam ser guardadas por debaixo do leito quando não estavam em uso. Em geral as mesas eram pequenas e baixas, muitas vezes de bronze com 3 ou 4 pés. As pinturas dos vasos parecem indicar que o tipo de mesa mais usual era de tampo retangular. Foi possível identificar pelas pinturas que os gregos utilizavam arcas para guardar objetos Os pertences eram pendurados nas paredes ou guardados em arcas e armários.. Também usavam mesas pequenas, para fazer as refeições e apoiar objetos. Foi na Grécia que começaram a fazer as primeiras peças de mobiliário infantil, nos meados do século V a.C. inventaram uma cadeira de bebê em que a criança ficava sentada em segurança. As inspirações, os motivos do mundo antigo eram de cima para baixo: acanto, ovo, dardo e cabeça de carneiro. MOBILIÁRIO ROMANO Como vivia a população romana (hábitos-de-morar) As moradias romanas eram bastante rigorosas e invariavelmente desenhadas segundo um retângulo básico. A porta de entrada, que ficava em um dos lados menores do retângulo, conduzia a um espaço central chamado de átrio. O telhado do átrio possuía uma abertura retangular, exatamente na direção de um tanque chamado implúvio. Em linha reta em direção à porta de entrada, e dando para o átrio, ficava o principal aposento da casa. Os outros cômodos também davam para o átrio, mas sua disposição era menos rigorosa. O vão retangular no telhado do átrio permitia a entrada de luz,do ar e da água da chuva que era coletada no implúvio. Quando os gregos se encontravam no período helenístico, os romanos apreciavam muito o peristilo, um corredor coberto e circundante aberto lateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas, e que havia no pátio de muitas casas. Mas como os romanos são zelosos em suas tradições, não queriam alterar muito a planta de suas casas, com isso, encontraram uma solução para incorporar o conjunto de colunas que admiravam. A solução queos romanos encontraram para adotar a característica das construções gregas, que apreciavam bastante, foi acrescentar nos fundos da casa um peristilo, em torno do qual se apresentaram os vários cômodos. O resto da construção seguia o esquema tradicional. Mobiliário Romano O mobiliário romano deriva do móvel grego, mas distingue-se pela suntuosidade e pelo emprego de materiais nobres, como o bronze e o mármore. Tinha a aparência pesada, maciça e luxuosa. Os móveis romanos possuem grande variedade de tipos, também divididos entre o uso comum e o uso cerimonial. Os romanos desenvolveram alguns modelos, como a cadeira semi-circular e as mesas pequenas com três pés, usadas para refeições. O vocabulário decorativo do mobiliário inclui os característicos pés com forma de patas de leão e também cariátides e outras figuras mitológicas que ornamentam as pernas de mesas. Pés com forma de pata de leão Mesa de jardim, de bronze niquelado e tampo de mármore. Entre os móveis de assento, o lectus era um dos mais importantes, presente na maioria das casas romanas. Suas funções eram variadas: descanso, fazer refeições, conversar. Utilizado como assento e repouso, sobretudo em cerimônias e banquetes. Confeccionado em madeira, tinha uma cabeceira ornamentada com motivos decorativos, que servia como apoio para o braço quando se estivesse recostado. Lectus: um dos móveis mais usados pelos romanos. A triclinia consistia em uma estrutura em U, formada por três lectus. Já a cattedra era uma cadeira com encosto, geralmente usada pelas mulheres e idosos. Este modelo é adotado posteriormente no período medieval, no espaço religioso. A Cattedra romana. Outro móvel de assento utilizado pelos romanos era a sella curulle, um modelo sem encosto, derivado dos bancos, com dimensões generosas. A Sella Curulle
Compartilhar