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1) Abel assumiu uma dívida perante Bruno, obrigando-se a entregar a Bruno, em 10 dias, ou o carro de marca Toyota Corolla, cuja numeração de placas e chassis foram exarados em contrato, ou um computador e uma filmadora, cujas especificações constaram do mesmo contrato, assinado pelas partes. Diante do furto do veículo, mesmo tendo-o guardado com toda a diligência Abel, e considerando que as partes não estipularam quem tinha a prerrogativa da escolha, é correto dizer que: A) A obrigação recai sobre a prestação remanescente. B) o credor pode exigir a prestação que sobrou ou o valor da outra, acrescido das perdas e danos. C) o credor pode exigir a prestação que sobrou ou o valor da outra, mas não tem o direito de pleitear perdas e danos. D) a obrigação se resolve, e Abel não deve entregar nada a Bruno. E) a obrigação se converte em perdas e danos. Resposta: Letra A, A obrigação recai sobre a prestação remanescente. Justificativa: Se a escolha é do devedor: a obrigação recai sobre a prestação remanescente, sendo culpa do devedor ou não o perecimento da primeira prestação (art. 253, CC/02). Obs.: se a escolha é do credor e a coisa escolhida se torna impossível sem culpa do devedor: a prestação recai sobre a outra. Se a escolha é do credor: caso a 1ª prestação se torne impossível por culpa do devedor, o credor pode exigir a prestação que sobrou ou o valor da outra, acrescida das perdas e danos (art. 255, 1ª parte, CC/02). 2) Na obrigação indivisível, cada devedor está obrigado a parte da dívida. Então, ao pagar, o codevedor se sub-roga no direito do credor, em relação aos demais codevedores. Quanto a esta proposição, assinale a alternativa correta: A) a proposição é falsa, porque ao cumprir integralmente a prestação, o codevedor tem mero direito de reembolso, com relação aos demais codevedores. B) se a obrigação for indivisível, cada devedor pode ser compelido a satisfazer a sua parte, por isso é falsa a proposição. C) a proposição é verdadeira, mas caso a obrigação se converta em perdas e danos por força do inadimplemento, torna-se divisível. D) a proposição é verdadeira, sendo o direito de sub-rogação semelhante ao direito de reembolso. E) a proposição é falsa, porque apenas quando convertida em perdas e danos obriga cada codevedor ao pagamento do todo. Resposta: Letra C, a proposição é verdadeira, mas caso a obrigação se converta em perdas e danos por força do inadimplemento, torna-se divisível. Justificativa: O equivalente da prestação é por todos devido, mas as perdas e danos só são devidas pelo codevedor que culposamente impossibilitou a obrigação. Isso porque um dos codevedores não pode agravar a obrigação dos coobrigados voluntariamente (art. 278, CC), e, obviamente, portanto, não pode agravar a obrigação dos coobrigados por ato ilícito. 3) Quanto à obrigação indivisível, é correto afirmar que: A) As perdas e danos são de responsabilidade de quem teve culpa no descumprimento da obrigação. B) Em caso de pluralidade de credores, cada credor pode exigir apenas a sua quota. C) Havendo pluralidade de credores, o codevedor só se desobriga quando paga a todos os credores conjuntamente. D) Havendo pluralidade de credores, o codevedor só se desobriga ao pagar a um cocredor, se este der caução (garantia) de ratificação dos outros credores. E) Se apenas um dos credores receber a prestação inteira, a cada um dos demais assiste o direito de exigir daquele, em espécie, a parte que lhe caiba no total. Resposta: Letra A, As perdas e danos são de responsabilidade de quem teve culpa no descumprimento da obrigação. Justificativa: Por culpa de um dos obrigados (devedores): o credor recebe o equivalente da prestação, mais as perdas e danos. O equivalente da prestação é por todos devido, mas as perdas e danos só são devidas pelo codevedor que culposamente impossibilitou a obrigação. Isso porque um dos codevedores não pode agravar a obrigação dos coobrigados voluntariamente (art. 278, CC), e, obviamente, portanto, não pode agravar a obrigação dos coobrigados por ato ilícito. 4) Havendo, na obrigação indivisível, remissão, transação, novação, compensação ou confusão da dívida em relação a um dos devedores: A) todos os codevedores têm vantagem. B) somente o devedor perdoado aproveita, pois os cocredores, ao receberem o objeto indivisível, devolvem ao devedor, em espécie, a parte que lhe cabe. C) somente o devedor perdoado aproveita, pois os cocredores, ao receberem o objeto indivisível, devolvem ao devedor, em dinheiro, a parcela que lhe cabe. D) a obrigação se extingue por completo, exonerando todos os codevedores. E) todos os codevedores continuam obrigados, como se nada tivesse ocorrido. Resposta: Letra C, somente o devedor perdoado aproveita, pois os cocredores, ao receberem o objeto indivisível, devolvem ao devedor, em dinheiro, a parcela que lhe cabe. Justificativa: Cada um dos cocredores tem direito apenas a uma parcela da prestação – se recebe a prestação total é por causa da indivisibilidade do objeto (ex.: um livro).Havendo remissão, transação, novação, compensação ou confusão da dívida em relação a um dos devedores, o devedor perdoado aproveita. Os cocredores, ao receberem o objeto indivisível, devolvem ao devedor, em dinheiro, a parcela perdoada (do credor remitente).Ex.: Quando se deve máquina fotográfica a três credores e um dos credores efetua a remissão, como a máquina é indivisível, os outros dois credores a exigem, mas devolvem em dinheiro ao devedor a parte do crédito do credor remitente. 5) São civis as obrigações protegidas pela lei, em que há vínculo jurídico, podendo o devedor ser compelido judicialmente ao cumprimento da prestação assumida, sob pena de sanção aplicável pelo Estado, através da sua função Judiciária, inclusive com a penhora de bens e leilão para que se alcance o valor suficiente para o resgate do crédito. São naturais as obrigações em que o devedor não pode ser compelido judicialmente ao cumprimento da prestação. Nas obrigações naturais, o adimplemento depende meramente da vontade do devedor, por questão de ordem moral, já que a lei não serve de instrumento para que o credor alcance em juízo meios coercitivos para que a prestação seja efetivamente honrada. Das alternativas abaixo, assinale a que elenca exclusivamente exemplos de obrigações naturais: A) a dívida prescrita e a obrigação de pagar dívida decorrente de contrato de jogo ou de aposta. B) obrigações decorrentes de contrato de venda e compra de imóveis, ou de alienação fiduciária em garantia. C) obrigações decorrentes de promessa de doação e de promessa de compra e venda. D) obrigações decorrentes de contratos preliminares em geral. E) dívida prescrita e obrigação de cumprir transação judicial. Resposta: Letra A, a dívida prescrita e a obrigação de pagar dívida decorrente de contrato de jogo ou de aposta Justificativa: São naturais as obrigações em que o devedor não pode ser compelido judicialmente ao cumprimento da prestação. Aqui o adimplemento depende meramente da vontade do devedor, por questões de ordem moral, já que a lei não serve de instrumento para que o credor alcance em juízo meios coercitivos para que a prestação seja efetivamente honrada. As obrigações naturais não são protegidas ou defensáveis judicialmente. São exemplos clássicos de obrigação natural a dívida prescrita ou a obrigação de pagar dívida decorrente de contrato de jogo ou de aposta. É importante ressaltar que, uma vez cumprida a obrigação natural, não cabe ao devedor recobrar o que pagou. Alguém que paga dívida prescrita não pode, por exemplo, exigir a restituição do valor pago, como se houvera ocorrido enriquecimento ilícito do credor. Até porque a prescrição extingue a pretensão de ajuizar ação cobrando a dívida, mas não elimina o direito material docredor ao recebimento do crédito. 6) É principal a obrigação que existe por si, como a do locatário, de recolher os alugueres. A obrigação acessória depende de outra, pressupõe a obrigação principal, como a obrigação de honrar o cumprimento de valor estabelecido em cláusula penal (multa), ou as obrigações do garantidor (fiador; avalista). É certo afirmar, quanto a obrigações principais e acessórias que: A) A distinção é irrelevante. B) A distinção é importante, posto que a obrigação principal segue o destino da obrigação acessória. C) A distinção é importante, posto que a obrigação acessória segue a sina da obrigação principal. É nula se for nula a principal; anulável se for anulável a principal. D) O valor da obrigação acessória costuma ser sempre superior ao valor da obrigação principal. E) As obrigações acessórias jamais podem ter o escopo de reforçar ou assegurar o cumprimento da obrigação principal. Resposta: Letra C, A distinção é importante, posto que a obrigação acessória segue a sina da obrigação principal. É nula se for nula a principal; anulável se for anulável a principal. Justificativa: A importância de tal distinção é mais intensa no campo da responsabilidade civil. É principal a obrigação que existe por si, como a do locatário, de recolher os alugueres. A obrigação acessória depende de outra, pressupõe a obrigação principal, como a obrigação de honrar o cumprimento de valor estabelecido em cláusula penal (multa), ou as obrigações do garantidor (fiador; avalista). A distinção é importante, posto que a obrigação acessória segue a sina da obrigação principal. É nula se for nula a principal; anulável se for anulável a principal. O valor da obrigação acessória não pode superar o da obrigação principal. 7) É correto afirmar, quanto às obrigações propter rem, que: A) Têm características de direito pessoal e outras de direito real. B) Não têm sujeito passivo e prestação, aproximando-se, assim, do direito real. C) Não se transmitem ao sucessor a título singular, como o legatário. D) Não têm previsão no direito brasileiro. E) Têm como fonte exclusiva o contrato entre as partes. Resposta: Letra A, Têm características de direito pessoal e outras de direito real. Justificativa: A obrigação real decorre não da vontade das partes, mas da relação do devedor e do credor com a coisa. A fonte da obrigação real é a lei, não a vontade e nem o ato ilícito. São obrigações frequentes no direito de vizinhança, quando atribuem prestações recíprocas para os vizinhos, com o objetivo de propiciar a convivência harmônica e pacífica.Ex.: por ser proprietário, deve custear metade da cerca, muro ou vala divisória entre os prédios; deve ceder passagem forçada ao vizinho, proprietário de prédio encravado. No direito de vizinhança, credor e devedor são proprietários da mesma coisa (condôminos) ou de coisas vizinhas. Decorrem de direito real como a propriedade, o usufruto, o uso e a habitação (rol taxativo dos direitos reais no art. 1.225, CC) e por vezes a obrigação real é ônus até do possuidor direto, como o locatário ou o comodatário. Ao deixar de ser titular do direito real, o devedor se livra da obrigação propter rem, que perde a sua fonte imediata. A obrigação propter rem não se restringe ao direito real sobre bem imóvel. Obrigações condominiais[1] são obrigações reais, decorrentes do direito real sobre imóveis, mas também são reais certas obrigações tributárias, como recolher o IPTU ou o IPVA, este vinculando o dono do veículo automotor (bem móvel). 8) Ensina Carlos Roberto Gonçalves que a cessão de crédito “pode configurar tanto alienação onerosa como gratuita, preponderando, no entanto, a primeira espécie. O terceiro, a quem o credor transfere sua posição na relação obrigacional, independentemente da anuência do devedor, é estranho ao negócio original” (Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro - Vol. 2 - Teoria Geral das Obrigações, 7ª ed., 2010. Ed. Saraiva, p. 216). É correto afirmar, quanto ao instituto da cessão de crédito, que: A) o terceiro, a quem o credor transfere sua posição na relação obrigacional, é o cedido. B) o devedor é chamado cessionário, e não precisa dar anuência. C) o terceiro, chamado cessionário, assume a posição de credor com os acessórios do crédito. D) o cedido, devedor, não precisa dar anuência, mas pode invalidar a cessão de crédito. E) a cessão de crédito gratuita é proibida no direito brasileiro. Resposta: Letra C, o terceiro, chamado cessionário, assume a posição de credor com os acessórios do crédito. Justificativa: Havia interesse do devedor no caráter personalíssimo do credor, que tinha direito de agir contra a sua pessoa, com direito de escravidão, mutilação e morte. O credor deveria ser paciente e piedoso. A novação, com o ingresso de terceiro na relação obrigacional desde que alcançada a anuência de todos os envolvidos, foi a primeira forma de delegar crédito a terceiro, mas a obrigação originária se extinguia com todos os seus acessórios, e o terceiro, novo credor, não teria por exemplo direito a garantia de fiador. 9) Na cessão de crédito, é correto afirmar que: A) O credor transfere a terceiro, que não participou da relação jurídica originária, o crédito que tem em relação ao cedido, com todos os seus acessórios, desde que haja a anuência do cedido. B) Quem cede é o cessionário; quem adquire o crédito, a título oneroso ou gratuito, o cedido; o devedor é o cedente. C) O crédito é bem como outro qualquer, com valor maior ou menor conforme a maior ou menor capacidade de solvência do devedor, o cedido. D) O crédito é bem corpóreo que compõe o ativo patrimonial do cedente. E) Aplicam-se à cessão de crédito onerosa e gratuita as regras da venda e compra. Resposta: Letra C, O crédito é bem como outro qualquer, com valor maior ou menor conforme a maior ou menor capacidade de solvência do devedor, o cedido. Justificativa: Quem cede é o cedente; quem adquire o crédito, a título oneroso ou gratuito, o cessionário; o devedor é o cedido. O crédito é bem como outro qualquer, com valor maior ou menor conforme a maior ou menor capacidade de solvência do devedor. Trata-se de bem incorpóreo que compõe o ativo patrimonial do cedente. Aplicam- se à cessão de crédito onerosa as regras da venda e compra; e à cessão gratuita, as regras da doação. Cessão de crédito e novação: São institutos diferentes, porque a novação pode ser objetiva, subjetiva ativa e subjetiva passiva. A novação subjetiva ativa não implica transmissão, ao novo credor, dos acessórios como cláusula penal, fiança, juros. A novação extingue a obrigação anterior, é modo de adimplemento obrigacional pela via indireta, enquanto a cessão de crédito é a transferência da mesma obrigação, com todos os seus acessórios, a terceiro, o cessionário. Não há, na cessão de crédito, extinção de vínculo obrigacional. 10) O crédito penhorado: A) Não pode ser cedido. B) Pode ser cedido com a anuência do devedor. C) Pode ser cedido se houver anuência da Fazenda Pública municipal. D) Quando cedido não enseja fraude à execução, pois o devedor intimado da penhora do crédito não é obrigado a pagar em juízo. E) Pode ser cedido sem a anuência do devedor, que é somente notificado para tomar ciência da cessão. Resposta: Letra A, Não pode ser cedido Justificativa: Pois, a A cessão caracterizaria fraude à execução. O devedor intimado da penhora do crédito deve pagar em juízo, sob pena de cumplicidade em fraude e obrigação de novo pagamento.
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