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revista de enfermagem

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Felipe AO, Bazzano FO, Andrade MBT, Terra FS. Study of the technical procedure in the administration… 
 
Rev enferm UFPE on line. 2010 abr./jun.;4(2):802-07 802 
DOI: 10.5205/reuol.983-7125-1-LE.0402201044 
 
ISSN: 1981-8963 
 
 
 
TECHNICAL PROCEDURE IN THE ADMINISTRATION OF IMMUNOBIOLOGICAL 
THE DELTOID MUSCLE AND THE ANTEROLATERAL THIGH 
PROCEDIMENTO TÉCNICO NA ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS NA MUSCULATURA 
DO DELTÓIDEO E VASTO LATERAL DA COXA 
PROCEDIMIENTOS TÉCNICOS EN LA ADMINISTRACIÓN DE IMUNOBIOLÓGICS EL MÚSCULO DELTOIDES Y LA 
CARA ANTEROLATERAL DEL MUSLO 
Adriana Olimpia Felipe1, Félix Ocáriz Bazzano2, Maria Betânia Tinti Andrade3, Fábio Souza Terra4 
ABSTRACT 
Objective: to evaluate the technical procedure in the administration of immunobiological the deltoid muscle and 
anterolateral thigh in children. Method: this is an observational descriptive research, from quantitative approach, 
conducted with 12 nursing professionals who had the responsibility of administration immunobiological in four health 
facilities in Alfenas-MG. 117 applications DPT deltoid and vastus lateralis were evaluated. To data collect it was used an 
instrument with questions structured and semi-structured. The study was approved by the Ethics in Research Unifenas 
(protocol number 115/06). Results: it was found that some professionals underwent the procedure without hand hygiene, 
the deltoid and vastus lateralis were defined incorrectly, used non-standard needle in deltoid and positioning of the 
member for the immunobiological administration. Regarding the exchange of hand during the procedure, there was a 
major effect of exchange applications with hand or application with one hand. Conclusion: the reality shows that 
professionals are the most diverse knowledge gaps that involve performing the procedure safely directly favoring the 
occurrence of local reactions. Descriptors: immunization; intramusculares injections; muscles; nursing; health personnel; 
education continuing; public health. 
RESUMO 
Objetivo: Avaliar o procedimento técnico na administração de imunobiológicos na musculatura do deltóideo e vasto 
lateral da coxa em crianças. Método: trata-se de pesquisa observacional, quantitativa e descritiva, realizada com 12 
profissionais da enfermagem que tinham como responsabilidade administração de imunobiológicos em quatro unidades de 
saúde no município de Alfenas-MG. Foram avaliadas 117 aplicações de DPT na região deltóideo e vasto lateral. Para a 
coleta utilizou-se um instrumento com questões estruturadas e semi-estruturadas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de 
Ética em Pesquisa da Unifenas (número de protocolo 115/06). Resultados: verificou-se que alguns profissionais realizaram 
o procedimento sem a higienização das mãos, a região deltóideo e vasto lateral foram delimitadas incorretamente, 
usaram agulha não padronizada no deltóideo e posicionamento inadequado do membro para administração do 
imunobiológico. Com relação a troca de mão durante o procedimento, houve uma incidência relevante de aplicações com 
troca de mão ou aplicação com mão única. Conclusão: a realidade evidencia que os profissionais apresentam as mais 
diversas lacunas de conhecimento que envolve a execução do procedimento de maneira segura favorecendo diretamente a 
ocorrência das reações locais. Descritores: imunização; injeções intramusculares; músculos; enfermagem; pessoal de 
saúde; educação continuada; saúde pública. 
RESUMEN 
Objetivo: evaluar el procedimiento técnico en la administración de inmunobiológicos el músculo deltoides y cara 
anterolateral del muslo en niños. Método: se trata de la investigación observacional, cuantitativo y descriptivo, realizado 
con 12 profesionales de enfermería que tiene la responsabilidad de la administración de inmunobiológicos en cuatro 
centros de salud en Alfenas-MG. Se evaluaron 117 solicitudes DPT deltoides y vasto lateral. Para recoger utiliza un 
instrumento con preguntas estructuradas y semi-estructurados. El estudio fue aprobado por la Ética en la Investigación 
UNIFENAS (número del protocolo 115/06). Resultados: se encontró que algunos profesionales se sometieron al 
procedimiento, sin higiene de las manos, el deltoides y vasto lateral se definieron incorrectamente utilizados no aguja 
estándar en el deltoides y el posicionamiento de los miembros de la administración inmunobiológicos. En cuanto al 
intercambio de la mano durante el procedimiento, no hubo un efecto importante de las solicitudes de intercambio con la 
mano o la aplicación con una mano. Conclusión: la realidad muestra que los profesionales son las lagunas en los 
conocimientos más diversos que implica realizar el procedimiento de forma segura directamente a favorecer la aparición 
de reacciones locales. Descriptores: inmunización; inyecciones intramusculares; músculos; enfermería; personal de salud; 
educación continua; salud pública. 
1,3,4
Universidade José do Rosário Vellano/UNIFENAS. Minas Gerais, Brasil. E-mail: adrianaofelipe@yahoo.com.br; betaniatinti@gmail.com; 
fabsouterra@yahoo.com.br; 
2
Universidade José do Rosário Vellano/UNIFENAS. Universidade do Vale do Sapucaí. Minas Gerais, Brasil. E-mail: 
felix_carlos@oi.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORIGINAL ARTICLE 
 
 
Felipe AO, Bazzano FO, Andrade MBT, Terra FS. Study of the technical procedure in the administration… 
 
Rev enferm UFPE on line. 2010 abr./jun.;4(2):802-07 803 
DOI: 10.5205/reuol.983-7125-1-LE.0402201044 
 
ISSN: 1981-8963 
 
Entre as atividades que propiciam o 
desenvolvimento de um país e de seu povo, no 
setor saúde, cita-se a vacinação que consiste 
na prevenção e/ ou erradicação de inúmeras 
doenças, melhorando assim a qualidade de 
vida.1 
É responsabilidade da equipe de 
enfermagem, o acolhimento da criança, a 
vacina a ser administrada, suas condições de 
uso e a administração desta dentro das 
normas e técnicas preconizadas pelo Programa 
Nacional de Imunização (PNI).2 
As vacinas e outros imunobiológicos são 
geralmente aplicados por via parenteral, 
sendo mais frequentemente utilizadas a 
intramuscular e a subcutânea. A via 
intramuscular é, sem dúvida, aquela que 
suscita maiores dúvidas e gera polêmicas.3 
Embora possa ser considerado por muitos 
como procedimento simples de ser realizado, 
as pesquisas apontam que existem 
complicações relacionados a essa técnica. 
Portanto, a administração parenteral 
necessita de conhecimento das soluções a 
serem infundidas e das estruturas presentes 
nas regiões envolvidas para tal, garantindo 
assim, uma diminuição das complicações 
inerentes a este procedimento. Há uma 
dicotomia entre a teoria versus prática, 
relatando que a inobservância do 
conhecimento científico para a prática de 
administração de medicamentos por via 
intramuscular, torna-se cada vez mais séria. 4-6 
Vale ressaltar que os acidentes podem ser 
minimizados pela habilidade técnica e 
conhecimento do procedimento a ser 
realizado.7 
A vacinação e um procedimento de rotina 
nas unidades de saúde é fundamental detectar 
as possíveis falhas referente à administração 
do imunobiológico. Assim, contribuirá para a 
reflexão dos profissionais de saúde quanto à 
importância em realizar este procedimento 
corretamente para se ter uma administração 
segura e isenta de complicações. 
 
Avaliar o procedimento técnico na 
administração de imunobiológicos na 
musculatura deltóidea e vasto lateral da coxa 
realizado pelos profissionais. 
 
Estudo descritivo, observacional com 
abordagem quantitativa. 
A pesquisa foi desenvolvida na sala de 
imunização de quatro Unidades de Saúde do 
município de Alfenas – MG. Foram sujeitos 12profissionais de enfermagem (enfermeiro, 
auxiliar e técnico de enfermagem) que tinham 
como responsabilidade a administração de 
imunobiológicos nestas unidades e que 
relizaram no período de coleta de dados 117 
aplicações de vacina DPT, por via 
intramuscular, sendo 66 na região deltóidea e 
51 no vasto lateral, em crianças na faixa 
etária de 15 meses (1° reforço) a 6 anos de 
idade (2° reforço). 
Para a coleta de dados foi elaborado um 
questionário, com questões estruturadas e 
semi–estruturadas, contendo informações 
referente a técnica realizada pelo profissional 
de saúde, além da caracterização da amostra. 
Os dados foram tabulados e apresentados 
em tabelas com valores absolutos e 
percentuais. Os mesmos foram submetidos a 
analise estatística com aplicação do teste qui-
quadrado ou Exato de Fisher, fixando-se, 
como nível de significância, o valor p ≤ 0,05. 
Para a realização do estudo solicitou-se a 
autorização da Secretaria Municipal de Saúde 
do município de Alfenas-MG e submeteu-se o 
projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em 
Pesquisa da Universidade José do Rosário 
Vellano, sendo o mesmo aprovado e 
protocolado sob o n°115/06. Após, os sujeitos 
foram abordados e orientados quanto aos 
objetivos da pesquisa e informados que os 
preceitos éticos seriam respeitados, 
assegurando o anonimato e a 
confidencialidade das informações, sendo 
necessária a assinatura do Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido, conforme 
Resolução 196/96 que trata de pesquisa 
envolvendo seres humanos. 
 
O presente estudo mostrou que há 
predominância do sexo feminino na categoria 
de auxiliares e técnico de enfermagem, 
exercendo atividades de imunização. No que 
diz respeito ao tempo de profissão, observou-
se que estes profissionais tem mais de 20 anos 
de atuação profissional (58,34%), entretanto, 
41,67%, exercem atividades laboral na sala de 
vacina há menos de 5 anos e apenas 16,67% 
tem um período maior ou igual a 20 anos 
(Tabela 1). 
 
 
 
RESULTADOS 
 
MÉTODO 
 
OBJETIVO 
 
INTRODUÇÃO 
 
Felipe AO, Bazzano FO, Andrade MBT, Terra FS. Study of the technical procedure in the administration… 
 
Rev enferm UFPE on line. 2010 abr./jun.;4(2):802-07 804 
DOI: 10.5205/reuol.983-7125-1-LE.0402201044 
 
ISSN: 1981-8963 
Tabela 1. Caracterização dos 12 profissionais que exerce a atividade laboral em sala de vacina de 
acordo com as variáveis - categoria profissional, sexo, tempo de profissão e tempo que exerce 
atividades em sala de vacina. Alfenas-MG, 2007. 
Variáveis N % 
Categoria profissional 
 Enfermeiro 02 16,67% 
 Técnico de enfermagem 04 33,33% 
 Auxiliar de enfermagem 06 50,00% 
Sexo 
 Feminino 11 91,67% 
 Masculino 01 8,33% 
Tempo de profissão 
 5 a 10 anos 01 8,33% 
 10 a 20 anos 04 33,33% 
 ≥de 20 anos 07 58,34% 
Tempo que exerce atividades laborais em sala de 
vacina 
 
 < 5 anos 05 41,67% 
 5 a 10 anos 04 33,33% 
 10 a 20 anos 01 8,33% 
 ≥de 20 anos 02 16,67% 
 
Ao comparar o grupo que recebeu 
imunização no deltóideo e vasto lateral, 
quanto à prática de higiene das mãos, não 
houve significância estatística (p>0,05) 
(Tabela 2). Entretanto, dos 117 
procedimentos, 31 (26 %) não fizeram lavagem 
das mãos (20 deltóide e 11 vasto lateral). É 
necessário salientar que mesmo quando havia 
a higiene das mãos, ela ocorria de forma 
inadequada, uma vez que não havia material 
necessário para tal procedimento como sabão 
e/ou papel toalha. 
A conduta de avaliar a pele antes da 
aplicação do imunibiológico não é adotada 
pelos profissionais, uma vez que no presente 
estudo foi constatada a presença de 
escoriações ou lesões em cinco (7,57%), nas 
regiões do deltóideo e, um (1,96%) na região 
do vasto lateral, e mesmo assim o 
procedimento foi executado nas proximidades 
deste ferimento. 
Tabela 2. Distribuição da amostra conforme a correlação das variáveis (higiene das mãos, musculatura, 
tamanho da agulha, angulação, aspiração e posição do membro) com a localização da técnica nas regiões 
deltóidea e vasto lateral, em Alfenas- MG, 2007. 
 
 
Variáveis 
Deltóideo (n=66) Vasto lateral (n=51) 
Padrão Não Padrão Padrão Não Padrão 
N % N % N % N % 
Higiene das mãos1 46 69,70 20 30,30 40 78,43 11 21,57 
Musculatura2 34 51,52 32 48,48 16 31,37 35 68,63 
Tamanho da agulha3 50 75,76 16 24,24 49 96,08 02 3,92 
Angulação 4 51 77,27 15 22,73 42 82,35 09 17,65 
Aspiração5 63 95,96 03 4,04 51 100,0   
Posição do membro6 40 60,61 26 39,39 51 100,0   
Nota: 1Qui-quadrado: X2= 1,127 X2= (1gl; 5%)= 3,841 Não significante;
 2Qui-uadrado: X2= 4,770 X2= (1gl; 5%)= 
3,841 (p< 0,05) Significante; 3 Qui quadrado: X2= 9,126 X2= (1gl; 5%)= 3,841 (p< 0,01) Significante; 4Qui-
quadrado: X2= 0,455 X2= (1gl; 5%)= 3.841 Não Significante; 5Teste de Fisher: p= 0,175912 Não significante; 
6Qui quadrado: X2= 25,831 X2= (1gl; 5%)= 3.841 p< 0,001 Significante 
Ao analisar a musculatura utilizada para a 
aplicação da injeção intramuscular verifica–se 
que existe uma falha em determinar o local 
correto para tal procedimento. A região 
deltóidea e vasto lateral foram delimitadas 
incorretamente respectivamente em 32 
situações (48,48%) e 35 (68,63%), sendo a 
última musculatura estatisticamente 
significante (p< 0,05) (Tabela 2). Notou-se 
que as aplicações da vacina ocorreram na 
porção inferior e posterior da região 
deltóidea, e na porção anterior da coxa, ou 
seja, na musculatura do reto femoral. 
Em relação ao tamanho da agulha nota–se 
que existe uma padronização mais evidente no 
que tange a musculatura do vasto lateral, 
onde 49 (96,08%) empregaram a agulha 20 x 
5,5 e 2 (3,92%) a agulha 25 x 7, o oposto 
ocorre no deltóideo pois em 16 (24,24%) casos 
verificaram o uso da agulha 20 x 5,5 e 51 
(77,27%) a agulha 25 x 7, sendo essa agulha o 
padrão neste sítio, portanto, há uma 
significância (p<0,001) no deltóideo quanto ao 
uso da agulha não padronizada (Tabela 2). 
Ao avaliar a angulação usada para o 
procedimento verificou–se que não existe 
significância entre os grupos deltóideo e vasto 
lateral (p>0,05), porém constatou–se que na 
região do deltóideo em 50 (75,76%) a inserção 
da agulha ocorreu no ângulo de 90° em 
relação a pele e 16 (24,24%) em 45°, no vasto 
lateral 42 (82,35%) ocorreu com a agulha 
inclinada em sentido podálico e 9 (17,65%) 
realizou em outras angulação como 10° e 
90° (Tabela 2). 
No que diz respeito à mão empregada para 
a realização da técnica, observou-se que a 
mão dominante é usada para injetar a agulha 
Felipe AO, Bazzano FO, Andrade MBT, Terra FS. Study of the technical procedure in the administration… 
 
Rev enferm UFPE on line. 2010 abr./jun.;4(2):802-07 805 
DOI: 10.5205/reuol.983-7125-1-LE.0402201044 
 
ISSN: 1981-8963 
e a não dominante para aspirar o êmbolo em 
30 (45,45%) injeções no deltóideo e 17 
(33,34%) no vasto lateral; não havendo 
significância estatística (p>0,05) (Tabela 3), 
todavia houve incidência relevante de 
aplicações de injeções em que ocorreu a troca 
de mão ou o procedimento era executado 
com uma única mão, desde a inserção da 
agulha até a aspiração foram feitas com a mão 
dominante, respectivamente, no deltóideo 33 
(50,0 %) e três (4,54%) e no vasto lateral 28 
(54,90%) e seis (11,76%). 
Tabela 3. Distribuição da amostra segundo a troca de mão do funcionário durante o procedimento técnico, 
Alfenas-MG, 2007. 
Troca de mão Deltóideo (n=66) Vasto lateral (n=51) Total 
N % N %N % 
Sim 30 45,45 17 33,34 47 40,17 
Não 33 50,00 28 54,90 61 52,13 
Mão única 3 4,54 6 11,76 9 7,70 
Total 66 100,00 51 100,00 117 100,00 
Nota: Qui quadrado: X2= 3,134 X2= (2gl; 5%)= 5.991 Não Significante 
 Ficou evidenciado neste estudo que o ato 
de aspirar o êmbolo antes de introduzir o 
medicamento ocorreu em 51 casos (100%), ou 
seja, em todas as aplicações executadas no 
vasto lateral, e 63 (95,96%), no deltóideo, 
portanto em três (4,04%) situações não 
ocorreu a aspiração (Tabela 2). 
No presente estudo, todas as crianças que 
receberam imunização na face lateral da coxa 
encontravam-se com o membro inferior 
fletido, independentemente de sua posição. 
Portanto, esse grupo foi estaticamente 
significante (p< 0,001), em relação ao grupo 
deltóide, no qual as crianças permaneceram 
com o antebraço flexionado 40 (60,61%) e 
estendido 26 (39,39%) (Tabela 2). 
 
Sabe-se que a lavagem das mãos é um 
pequeno gesto, mas ressalta que é importante 
prática que sobrevive ao desenvolvimento 
técnico, como medida mais eficaz na 
prevenção das infecções.8 Um percentual da 
população estudada não realizou a lavagem 
das mãos. Diante esses resultados, fica 
evidente que, o ato de lavar as mãos não é 
uma prática rotineira entre os profissionais. A 
lavagem das mãos é uma das práticas mais 
importantes que antecedem à administração 
de vacinas.9 
Antes da aplicação do imunobiológico, faz-
se necessário avaliar a pele, uma vez que o 
local deve estar isento de irritações, 
cicatrizes ou lesões10-11. Todavia, essa conduta 
não foi adotada pelos profissionais estudados. 
A literatura refere à probabilidade de lesão 
do nervo radial quando uma injeção é 
administrada posterior e inferior no músculo 
deltóide12. Apesar da musculatura do deltóide 
ser utilizada na administração de vacina, não 
se pode deixar de mencionar que há risco de 
ocorrer alterações neurovasculares, 
principalmente se forem executados 
incorretamente13. O que não difere da 
administração de imunobiológicos na região da 
coxa, caso a injeção seja administrada na 
porção anterior da coxa haverá trombose da 
artéria aorta. 14 
Os dados do estudo vem ao encontro com 
que a literatura, ao mencionar que os 
profissionais têm dificuldade na localização 
exata do sítio para a administração de 
injeções intramusculares.15 
Preconiza-se para imunização a utilização 
da agulha 20 x 5,5 no vasto lateral e 25 x 7 no 
deltóideo16. Embora pareça intuitivo que a 
agulha mais curta com o calibre mais fino 
produza menos trauma e dor, há um número 
de estudos que define que as agulhas mais 
longas irão penetrar na musculatura, 
minimizando-se os efeitos adversos17. A 
administração de vacinas no músculo deve 
garantir a imunidade e ao mesmo tempo 
evitar as reações locais, e para isso o 
profissional de saúde deve selecionar uma 
agulha com calibre e comprimento 
adequado.18 
Há um consenso na literatura que a técnica 
de aplicação da injeção intramuscular no 
deltóideo deve ser em ângulo de 90°, porém 
essa recomendação não é clara em relação ao 
vasto lateral19. Sendo evidente até mesmo nos 
Manuais do Ministério da Saúde, uma vez que 
o Manual de Capacitação de Pessoal em Sala 
de Vacina determina que a angulação deva ser 
levemente oblíqua ao eixo longitudinal da 
perna em sentido podálico9; enquanto o 
Manual de Procedimentos para Vacinação 
menciona que nessa região a agulha deve ser 
introduzida em ângulo de 90° e acrescenta 
que em caso de criança com pouca massa 
muscular usar ângulo de 60° em sentido 
podálico20. È precípuo que a administração da 
vacina seja realizada profundamente no 
tecido muscular. 1 
É necessário que a musculatura seja fixada 
entre o polegar e o indicador para isolar e 
estabilizar, conseqüentemente a substância 
irá depositar em sua parte mais profunda9. 
Evidente essa prática no presente estudo, em 
todas as crianças que foram imunizadas na 
região do deltóideo e do vasto lateral. 
DISCUSSÃO 
 
Felipe AO, Bazzano FO, Andrade MBT, Terra FS. Study of the technical procedure in the administration… 
 
Rev enferm UFPE on line. 2010 abr./jun.;4(2):802-07 806 
DOI: 10.5205/reuol.983-7125-1-LE.0402201044 
 
ISSN: 1981-8963 
A agulha deva ser inserida na pele com a 
mão dominante e a aspiração com a mão livre 
(não dominante)19,21. No que diz respeito à 
mão empregada para a realização da técnica, 
no presente estudo observou-se uma 
incidência relevante de aplicações de injeções 
em que ocorreu a troca de mão ou o 
procedimento era executado com uma única 
mão. 
Vale ressaltar que em nenhum caso que 
houve a aspiração do êmbolo, houve o retorno 
do sangue. Entretanto, esse procedimento 
tem como intuito certificar–se que a mesma 
encontra-se alojada fora da luz vascular, 
prevenindo a ocorrência de necrose e 
isquemia. 22,23 
Além do procedimento técnico é 
importante posicionar adequadamente a 
criança e o membro para evitar possíveis 
acidentes no momento da aplicação da 
injeção intramuscular, reduzindo assim a 
tensão muscular e conseqüentemente 
minimizando o desconforto.10,20 
Recomenda-se que para a administração de 
medicamento no deltóideo a criança deve 
estar sentada com antebraço flexionado10,21 
nunca deixar a criança em pé, pois elas 
podem ser imprevisíveis e não cooperarem 
totalmente ao receber uma injeção, e assim 
ocorrer um desmaio, e uma queda14. Na 
administração de medicamento no vasto 
lateral a posição do cliente pode ser em 
decúbito dorsal com membros inferiores em 
extensão ou sentados com flexão da perna23. 
Se o cliente estiver deitado o joelho deve ser 
ligeiramente flexionado com o objetivo de ter 
a coxa da criança exposta e relaxada. 10,16 
Conforme descrito é fundamental 
imobilizar a criança com segurança, mas os 
pais não devem ser responsáveis em segurá–la, 
os mesmos devem permanecer juntos para 
apoiá-la24. Cabe mencionar que no presente 
estudo as crianças são seguradas pelos pais e 
ou/ responsável em decorrência da escassez 
de recursos humanos nas instituições de 
saúde. 
Autores enfatizam que os profissionais não 
se preocupam em posicionar a criança a ser 
vacinada. Verificou-se também neste estudo 
que estas eram posicionadas no colo dos pais, 
com as pernas esticadas e o músculo contraído 
na aplicação do vasto lateral. 25 
Frente ao exposto, faz-se necessário a 
educação em saúde dos profissionais de 
enfermagem que administram 
imunobiológicos. A educação em serviço e um 
instrumento importante e necessário para 
qualificar o atendimento do profissional de 
enfermagem. Visto que, oferecem uma 
assistência de enfermagem com segurança em 
seu processo de trabalho e respaldo teórico, 
características desenvolvidas por meio do 
conhecimento adquirido com 
aperfeiçoamentos. 26 
 
A realidade evidencia que os profissionais 
apresentam as mais diversas lacunas de 
conhecimento em vários aspectos que 
envolvem a execução do procedimento 
técnico de administração de imunobiológicos 
de maneira segura. Portanto, há uma grande 
necessidade de atualização desses 
profissionais mediante a administração 
intramuscular de imunobiológicos. 
Talvez o grande desafio seja reconhecer 
que esse procedimento necessita por parte do 
executor o conhecimento científico dos passos 
da técnica de aplicação intramuscular, 
anatomia e os possíveis efeitos decorrentes da 
mesma. Nesse cenário, em que a necessidade 
de investimento no processo educativo é 
emergencial, destaca-se a educação 
continuada,a qual se indica para sanar a 
problemática retratada nesse estudo. 
 É ao mesmo tempo, o profissional 
enfermeiro que gerencia o serviço seja 
responsável em manter uma articulação entre 
os membros da equipe promovendo educação 
em saúde, permitindo à integralidade da 
assistência na imunização. Assumir a 
responsabilidade de qualificação periódica e 
atualizada em relação à administração de 
imunobiológicos é atitude obrigatória do 
enfermeiro, no sentido de prevenir danos e 
potencializar benefícios. 
Neste momento, é oportuno refletir que os 
Manuais de Procedimento para a Imunização 
devem ser normativos e ao mesmo tempo 
claros, objetivos e concisos. Uma vez que a 
equipe de enfermagem é exercida por classes 
diferenciadas, necessitando de respaldo legal 
para a execução da técnica de injeção 
intramuscular, caracterizados por muitos 
como um procedimento simples e rotineiro. 
 
1. Weckx LY. Imunização: esquema de 
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Conflict of interest: No 
Date of first submission: 2009/11/20 
Last received: 2010/03/15 
Accepted: 2010/03/17 
Publishing: 2010/04/01 
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