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Violações direitos humanos trabalhadores

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Campus II
Departamento de Engenharia Civil
Coordenação de Edificações
PETIÇÃO
Professora: Carla Simone Chamon
Turma: Edificações 3A
Bruna Alves Antunes
Emily Natyele Barcelo Caetano
Lara Gabriele Melo Barbosa
Mariana Moreira Andrade
Belo Horizonte – MG
2016
Mariana Moreira Andrade
PETIÇÃO
Trabalho apresentado como parte dos estudos sobre ditadura militar da disciplina História, do Curso Técnico em Edificações do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).
Professora: Carla Simone Chamon
Belo Horizonte – MG
2016
Introdução
A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o golpe de 31 de março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado instituiu no país uma ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares na época justificaram o golpe, sob a alegação de que havia uma ameaça comunista no país.
Durante o regime militar, a liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do governo. Devido aos diversos abusos de poder onde, usualmente, agentes que representavam o governo promoveram prisões, torturas e mortes que contrariavam o respeito aos direitos humanos e a constituição de uma cultura democrática no país, foi sancionada em 2011 a Comissão Nacional da Verdade.
Ela tem por objetivo realizar investigações sobre os vários crimes cometidos pelo Estado brasileiro entre os anos de 1937 e 1985, ou seja, o Estado Novo, e a Ditadura Militar. Mesmo não tendo função punitiva, a Comissão é bastante importante para revelar uma série de ações que marcaram essa época. Até hoje, há diversas versões sobre diversos fatos dessa época. A partir do trabalho dela, é possível ter-se a exposição pública de uma série de documentos que poderão aprofundar nossa compreensão sobre a história brasileira e, principalmente, reforçar as lutas que marcaram a consolidação do regime democrático em nosso país.
Emily
Sistemas de repressão, controle e vigilância em fábricas
A colaboração entre empresários e agentes públicos para repressão, controle e monitoramento de trabalhadores manifestou-se recorrentemente no âmbito político, financeiro e operacional durante a ditadura militar. Essa aliança, apesar de anterior ao golpe de 1964, produziu um novo regime fabril, baseado na militarização de empresas e na vigilância de trabalhadores. Dessa forma, criou-se uma complexa rede estatal-privada destinada a conter, disciplinar e reprimir os operários. Assim, por um lado, os empresários viram-se beneficiados com o aumento da taxa de exploração da força de trabalho. Por outro, tornou-se possível aplicar o lema “desenvolvimento com segurança”, adotado pela ditadura, às questões de ordem privada, de maneira a vinculá-las à manutenção da ordem pública, social e política no país.
O monitoramento dos trabalhadores iniciava-se antes mesmo de este ingressar na empresa, por meio da análise de seu passado durante o processo seletivo, a fim de identificar suas posições político-ideológicas. Para isso, verificava-se o “atestado de bons antecedentes”, o qual consistia em um documento que informava a existência ou ausência de registros criminais em nome do candidato. Além disso, costumava-se perguntar, por telefonema ou carta, sobre o histórico do candidato para os Departamentos de Recursos Humanos das empresas onde o operário já havia trabalhado. 
Candidatos que já houvessem participado de greve ou sido demitido por “justa causa” quase sempre eram preteridos. Ademais, eram feitas “listas negras”, isto é, listas com nomes de trabalhadores demitidos por razões políticas. Algumas pessoas que tiveram seu nome incluído nessas listas não conseguiram emprego em sua cidade natal pelo resto da vida, sendo obrigados a mudar-se de cidade e mesmo de estado.
Proibiu-se toda forma de associação e manifestação coletiva e a mecanismos de resistência à exploração organizados pelo operariado em várias fábricas brasileiras. Como exemplos, destacam-se a proibição à filiação a sindicatos, participação em assembleias e realização de greves e panfletagens. A realização de práticas muitas vezes acarretava a demissão por justa causa, perseguição policial, prisão dos trabalhadores ou estagnação da carreira. 
Formou-se uma rede de delatores, os quais geralmente tratavam-se de policiais federais que se infiltravam na produção e em comissões, disfarçados de operários. Os diretores dos sindicatos que sofreram intervenção do Ministério do Trabalho também colaboravam com delações.
Várias empresas organizavam, entre si, centros comunitários de segurança, que operavam no compartilhamento de informações sobre as atividades dos trabalhadores, por meio de reuniões mensais nas dependências das fábricas, hotéis ou pousadas da região, com a presença de representantes empresariais. Essas reuniões eram realizadas com o objetivo de manter a segurança patrimonial e política dentro das fábricas. Muitas vezes, as informações obtidas eram transmitidas a órgãos estatais, como o Serviço Nacional de Informações (SNI), Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e Conselho de Segurança Nacional (CSN). 
O monitoramento empreendido em empresas estatais foi ainda mais expressivo. Nesse contexto, a Petróleo Brasileiro SA, ou Petrobras, ofereceu um ambiente propício para a implantação de um sistema de controle que funcionou como modelo para outras grandes empresas. Somente na Petrobras, elaboraram-se 131.277 fichas de controle político-social, desencadeando-se diversos processos de auditoria, sindicância e inquéritos administrativos. Alguns desses procedimentos de controle alcançaram até mesmo trabalhadores contratados por subempreiteiras. 
A ditadura militar manteve, aprimorou e ampliou o que havia de mais repressivo na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Sendo assim, manteve-se o corporativismo dos governos Vargas, e acrescentaram-se decretos que aumentavam o controle estatal sobre as organizações sindicais. Como exemplo, destaca-se a Lei n. 4.330/1964, que proibiu quase todas as as greves deflagradas no país. Assim, houve um declínio abrupto no número de greves nos anos 1960 e 1970: 154, em 1962; 25, em 1965; e nenhum registro em 1971. 
Prisões ilegais e arbitrárias e prisões coletivas (ou em massa)
Uma das grandes violações dos direitos humanos dentro do âmbito trabalhista, foram as prisões ilegais e arbitrárias e coletivas. As prisões individuais também visavam aassustar e paralisar os trabalhadores, ocorriam com operários normais e também filiados a sindicatos. Por diversas vezes essas pessoas eram detidas de surpresa enquanto trabalhavam, mas também aconteciam invasões residenciais, locais de reunião ou de manifestação. Porém seja qual a forma de prisão todas elas ocorreram sem o respeito às formalidades legais, sem mandado de prisão, sem comunicação a um juiz, sem a indicação do crime cometido pelo preso etc. Um exemplo apresentado pela Comissão Nacional de Verdade foi o caso do Santo Dias que foi assasinado por um policial militar, que foi entretanto absolvido. Dias sempre denunciou a estranha intervenção do Ministério do Trabalho nos sindicatos, a todo momento demosntrando seu descontentamento por essa ação. Outro caso foi o de Arleide Alves, operária da Metalúrgica Colmeia "Ao se recusar a sair da fábrica, quando lhe comunicaram que for a demitida pelo fato de ter se tornado estável com a entrada na comissão, foi à força do local pela Policia Militar, enquanto o seu chefe a puxava pelos cabelos. Ela disse fui sendo arrastada com o martelo na mão". Havia ainda as prisões coletivas, essas começaram a acontecer quando a classe trabalhadora iniciou manifestaçõese greves, principalmente pelo AI-5, outros por serem considerados associados aos "comunistas internacionais". Diferente das prsões individuais, alguns sindicalistas conseguiram documentar essas prisões em massa de dirigentes de sindicatos, como é o caso do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia. Porém, é válido salientar que inúmeras prisões subsequentes de tortura não foram documentas, e que eram tratados como os prisioneiros individuais, sem condições apropriadas de higiene- muitos foram mantidos em estádios de futebol e navios, tendo como destaque o ginásio Caio Martins e o navio Raul Soares- e sem uma intervenção judicial, tratados como se fossem terroristas. Um caso emblemático é a prisão de 600 trabalhadores em Osasco, São Paulo nas greves de 1968 de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metarlúrgicos de Osasco, ( José Ibranhim ) que também foi preso. Outro foi a greve dos metarlúrgicos de Contagem, Minas Gerais, em que centenas de operários foram presos, porém somente 64 foram documentados.
Tortura
Todas essas prisões foram acompanhadas de torturas físicas e morais com o objetivo de anular suas personalidade e suas capacidades. Floriano Bezerra de Araújo, por exemplo, dirigente do Sindicato dos Salineiros de Macau e deputado estadual pelo PTB do Rio Grande do Norte, preso em 15 de abril de 1964, foi torturado no 16 RI, sofrendo afogamentos e simulação de fuzilamento, entre outras violências, por uma equipe de militares cearenses deslocados para aquele estado. Ao seu lado, dezenas de outros trabalhadores e sindicalistas foram também presos e torturados. Um ponto que comprova a sistemática da tortura brasileira é que as Forças Armadas e também as altas autoridades tinham conhecimento do que estava ocorrendo, sendo que membros das FA eram treinados para isso. Alguns exemplos de técnicas de tortura são: choque elétrico, cadeira dragrão, palmatória, afogamento, telefone, corredor polones, geladeira, tortura psicológica, violência sexual entre outros. 
Mortes e desaparecimentos forçados
De acordo com o primeiro levantamento, temos 437 vítimas, sendo 114 trabalhadores urbanos mortos e desaparecidos. É notória a preferência pela classe trabalhadora, porém outras categorias também foram atingidas. Há também a suspeita de suicídios forçados, que eram causados por situações de violência e pressão, como foi o caso de vários presidentes de sindicatos. Além de massacres, o caso que tem maior número de vítima é o da Serra Pelada, no Pará, em que houve violências seriais a todas as faixas etárias. 
Conclusão
A partir das investigações, a CNV pôde documentar a ocorrência de graves violações de direitos humanos no Estado Novo e na Ditadura Militar. Essa comprovação decorreu da apuração dos fatos que se encontram descritos em seu site, nos quais pose-se perceber a prática de detenções ilegais e de tortura, assim como o cometimento de execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres por agentes do Estado brasileiro. 
Devido a isso, a CNV teve condições de confirmar 434 mortes e desaparecimentos de vítimas desses regimes, os quais identificados no Volume III do relatório, sendo 191 os mortos, 210 os desaparecidos e 33 os desaparecidos cujos corpos tiveram seu paradeiro posteriormente localizado. Contudo, esses números não correspondem ao total de mortos e desaparecidos, mas sim aos casos cuja comprovação foi possível.
Angelina Gonçalves
Angelina Gonçalves nasceu em 1913 no Rio Grande do Sul e começou a trabalhar aos 13 anos de idade, como operária na fábrica de tecidos Rheigantz. Participava da Sociedade União Operária (SUO), a qual proibida de funcionar legalmente a partir de 1949 e era filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Morreu em 1950 após ser atingida por um disparo de arma de fogo durante a manifestação pública pela comemoração do dia do trabalhador do seu estado. Os manifestantes teriam marchado até a sede SUO para reivindicar a sua reabertura. 
Contudo, a manifestação foi interceptada pelo delegado da Delegacia de Ordem Política e Social (Delops), Ewaldo Miranda, que exigiu a dispersão. Ele estava acompanhado de policiais e soldados da Brigada Militar.
Para os acontecimentos a seguir foram relatadas duas versões. O jornal Rio Grande, apresenta a versão oficial do conflito, afirmando que o tiroteio teve início a partir da radicalização dos manifestantes, que se recusaram a dispersar e acabar com a passeata. O delegado Miranda teria se reportado diretamente à liderança da manifestação para tentar por fim ao ato, mas reação agitou os manifestantes, o que acabou resultando em um cenário de agressões físicas. Ewaldo Miranda sacou um revólver e, assim, o tiroteio começou. 
Já na versão contada pelo jornal do PCB Voz Operária o conflito é descrito como armadilha premeditada da polícia, que teria chegado à manifestação com a intenção de dispersá-la, atirando nos manifestantes. Segundo o jornal, a Brigada Militar de armas empunhadas, gritou “nem mais um passo” e abriram fogo contra a multidão desarmada
Quanto a sua morte também há duas versões, em uma, um policial teria arrancado a bandeira nacional que algumas mulheres traziam à frente da passeata e Angelina teria a tomou de volta. Ao retornar para junto dos manifestantes, a militante foi atingida por um tiro na nuca. Na outra Angelina estava com a bandeira nacional em uma mão e a filha Shirley na outra. 
Referências
Só História. Ditadura Militar. Disponível em: < http://www.sohistoria.com.br/ef2/ditadura/ >. Acesso em: 11 de Novembro de 2016.
Brasil Escola. Comissão da Verdade. Disponível em: < http://brasilescola.uol.com.br/historiab/comissao-verdade.htm>. Acesso em: 11 de Novembro de 2016.
Comissão Nacional da Verdade. Volume 1. Disponível em: < http://cnv.gov.br/images/documentos/Capitulo1/Capitulo%201.pdf>. Acesso em: 11 de Novembro de 2016
Comissão Nacional da Verdade. Volume 3. Disponível em: < http://cnv.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_3_digital.pdf > Acesso em: 12 de Novembro de 2016.
Comissão Nacional da Verdade. Volume 3. Disponível em: < http://cnv.gov.br/images/pdf/relatorio/Capitulo%2018.pdf > Acesso em: 12 de Novembro de 2016.

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