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1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO JSCP-Juros sobre o Capital Próprio como ferramenta de planejamento tributário Prof. Luiz Carlos Torolho Turma Ciências Contábeis 8º Semestre 2017 Abril / 2 0 1 8 Prof. Luiz Carlos Torolho UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL = USCS AULA 03 2 Juros Sobre Capital Próprio Parte 1 - Introdução Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio Parte 3 - Exemplos Práticos Parte 4 - Exercícios a serem enviados. Prof. Luiz Carlos Torolho 3 Parte 1 – Introdução Prof. Luiz Carlos Torolho A carga tributária brasileira é muito elevada se comparada com a de outros países, principalmente quando levamos em conta os benefícios e/ou serviços recebidos pela população. Esse cenário vem contribuindo para que as empresas efetuem pagamentos elevadíssimos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre outros tributos, em relação ao que de fato deveriam pagar, causando relevantes perturbações em seus fluxos de caixa. 4 Parte 1 – Introdução Prof. Luiz Carlos Torolho Parte 1 – Introdução Para minimizar os efeitos da carga tributária brasileira o governo criou alguns mecanismos de desoneração tributária, tais como não tributação da distribuição de lucros, dedutibilidade dos Juros sobre o Capital Próprio (JSCP), entre outras medidas, que apesar de ainda serem muito poucas, estão contribuindo para que nossa carga tributária não fique ainda mais elevada. 5 Parte 1 – Introdução Prof. Luiz Carlos Torolho 1.2 - Objetivos do Tema • ESTUDAR os aspectos conceituais e legais aplicados sobre o assunto juros sobre o capital próprio. • ENTENDER a mecânica de cálculos dos juros sobre o capital próprio, conforme os preceitos legais. • DESENVOLVER um meio sistêmico de comparabilidade da carga tributária envolvendo os JCP como forma de planejamento tributário. 6 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio Prof. Luiz Carlos Torolho 2.1 - Conceito - Juros sobre o Capital Próprio • Juros sobre o Capital Próprio (JSCP) ou Juros Remuneratórios sobre o Capital Próprio (JRCP) correspondem a importância que a entidade paga ao seu titular, sócio ou acionista (proprietários) como contraprestação dos valores por eles investidos na composição do Capital da própria empresa. 7 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio Prof. Luiz Carlos Torolho 2.1 - Conceito - Juros sobre o Capital Próprio • Assim, quando uma pessoa física ou jurídica investe seus recursos no capital de uma empresa, certamente objetiva-se obter rendimentos. • Em síntese JSCP ou JRCP(Juros remuneratórios) é uma das formas de rendimentos do capital investido pelos proprietários e uma determinada empresa. 8 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio Prof. Luiz Carlos Torolho 2.2 - Base do Surgimento dos Juros sobre o Capital Próprio • Conforme o art. 4º, da lei no. 9.249, de 26 de dezembro de 1995, o governo federal extinguiu a correção monetária do balanço, ignorando a existência da malfadada inflação que continuou afetando os resultados das empresas, contribuindo para recolhimento suplementar de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro resultado de uma maior base de cálculo desses tributos. 9 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio Prof. Luiz Carlos Torolho 2.3)Perda inflacionárias A fim de compensar as perdas das empresas decorrentes da extinção da correção monetária do balanço, fazendo com que ocorresse lucros fictícios e, portanto, causando redução nos seus fluxos de caixa, o governo federal utilizando da mesma lei no. 9.249/95, em seu artigo 9º., instituiu o Juros sobre o Capital Próprio, tratando-se de uma forma de remuneração do capital próprio aplicado na empresa, permitida a dedutibilidade de sua despesa. Em outras palavras, transformou-se a correção monetária do balanço (c.m.b.) numa despesa dedutível de remuneração do capital aplicado pelos acionistas. . 10 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio Prof. Luiz Carlos Torolho 2.4 - Base Legal sobre JCP • Seguramente este assunto (JSCP) é tratado por mais de duas dezenas de dispositivos legais entre leis, decretos, Instruções Normativas e outros, inclusive deliberação da C.V.M. - Conselho de Valores Mobiliários; • Veja alguns dos mais importantes: Lei 9.249 – 16/12/1995 – art. 9º Decreto 3.000 – 26/03/1999 – RIR – art. 347,348,668 e 685 I.N. – SRF nº 11 – 21/02/1996 I.N. – SRF nº 41 – 22/04/1998 Deliberação CVM nº 207 – 13/12/1996 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.5 - Pontos Essenciais da Base Legal – JCP I - Lei 9.249 de 16/12/1995: • Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. § 1º O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.(Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996) § 2º Os juros ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de quinze por cento, na data do pagamento ou crédito ao beneficiário. Prof. Luiz Carlos Torolho 11 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.5 - Pontos Essenciais da Base Legal – JCP II - Decreto 3.000 – 26/03/1999: • Art. 668. Estão sujeitos ao imposto na fonte, à alíquota de quinze por cento, na data do pagamento ou crédito, os juros calculados sobre as contas do patrimônio líquido, na forma prevista no art. 347 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º, § 2º). § 1º O imposto retido na fonte será considerado (Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º, § 3º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 51, parágrafo único): I - antecipação do devido na declaração de rendimentos, no caso de beneficiário pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado; II - tributação definitiva, nos demais casos, inclusive se o beneficiário for pessoa jurídica isenta. § 2º No caso de beneficiária pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o imposto de que trata esta Seção poderá ainda ser compensado com o retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração de capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas (Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º, § 6º). Prof. Luiz Carlos Torolho 12 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.5 - Pontos Essenciais da Base Legal – JCP (cont.) III - Instrução Normativa SRF nº 011, de 21 de fevereiro de 1996 Art. 29. ... § 2º Para os fins do cálculo da remuneração prevista neste artigo, não será considerado, salvo se adicionado ao lucro líquido para determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, valor: a) da reserva de reavaliação de bens e direitos da pessoa jurídica; b) da reserva especial de trata o art. 428 do RIR/94; c) da reserva de reavaliação capitalizada nos termos dos arts. 384 e 385 do RIR/94, emrelação às parcelas não realizadas. § 3º O valor do juros pagos ou creditados, ainda que capitalizados, não poderá exceder, para efeitos de dedutibilidade como despesa financeira, a cinqüenta por cento de um dos seguintes valores: a) do lucro líquido correspondente ao período-base do pagamento ou crédito dos juros, antes da provisão para o imposto de renda e da dedução dos referidos juros; ou b) dos saldos de lucros acumulados de períodos anteriores. Prof. Luiz Carlos Torolho 13 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.5 Pontos Essenciais da Base Legal – JSCP (cont.) IV - Instrução Normativa SRF nº 41, de 22 de abril de 1998 Art. 1º Para efeito do disposto no art. 9º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, considera-se creditado, individualizadamente, o valor dos juros sobre o capital próprio, quando a despesa for registrada na escrituração contábil da pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta de seu passivo exigível, representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do titular da empresa individual. - Prof. Luiz Carlos Torolho 14 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.5 Pontos Essenciais da Base Legal – JSCP (cont.) V - Deliberação CVM Nº 207, de 13 de dezembro de 1996 I - Os juros pagos ou creditados pelas companhias abertas, a título de remuneração do capital próprio, na forma do artigo 9º da Lei nº 9.249/95, devem ser contabilizados diretamente à conta de Lucros Acumulados, sem afetar o resultado do exercício. II - Os juros recebidos pelas companhias abertas, a título de remuneração do capital próprio, devem ser contabilizados da seguinte forma: a. como crédito da conta de investimentos, quando avaliados pelo método da equivalência patrimonial e desde que os juros sobre o capital próprio estejam ainda integrando o patrimônio líquido da empresa investida ou nos casos em que os juros recebidos já estiverem compreendidos no valor pago pela aquisição do investimento; e b. como receita, nos demais casos. . - Prof. Luiz Carlos Torolho 15 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.5 Pontos Essenciais da Base Legal – JSCP (cont.) V - Deliberação CVM Nº 207, de 13 de dezembro de 1996 III - Os juros sobre o capital próprio que forem utilizados para aumento de capital ou para manutenção em reserva, na forma do parágrafo 9º do artigo 9º da Lei nº 9.249, deverão ser destinados a partir da conta de Lucros Acumulados e registrados em conta específica de Reserva de Lucros até a sua capitalização. IV - O imposto de renda na fonte, assumido pela empresa e incidente sobre os juros utilizados na forma do item III, deverá ser reconhecido, como despesa, diretamente na demonstração do resultado do exercício. V - Os juros pagos ou creditados somente poderão ser imputados ao dividendo mínimo, previsto no artigo 202 da Lei nº 6.404/76, pelo seu valor líquido do imposto de renda na fonte. Prof. Luiz Carlos Torolho 16 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.6 - Condições para Dedutibilidade dos JCP • No caso de pagamento a seus titulares de JCP, estes valores somente serão dedutíveis da base de cálculo da CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e do IR – Imposto de Renda, nas seguintes condições: a) à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados; b) contabilizado como despesas financeira; c) que os juros sejam pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas; d) juros sejam limitados à variação , pro rata dia, da TJLP; Prof. Luiz Carlos Torolho 17 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.6 - Condições para Dedutibilidade dos JCP (CONTINUAÇÃO) e) excluídos da base de cálculo: reserva de reavaliação, exceto se for adicionada na determinação da base de cálculo da CSSL e IR reserva especiais – art. 460 – RIR – Correção Monetária Especial – Ano 1991 e parcela não realizada da reserva de reavaliação em bens imóveis incorporada ao Capital Social – art. 436 e 437 - RIR; f) Montante dos juros esteja limitado ao maior dos seguintes valores: 50% do lucro líquido do período de apuração antes da dedução desses juros, após a dedução da CSSL (valor provisório) e antes da Provisão para o IR; ou 50% do somatório dos lucros acumulados e reservas de lucros Prof. Luiz Carlos Torolho 18 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.7 - Composição da Base de Cálculo dos JCP • Base é o Patrimônio Líquido encerrado no período imediatamente anterior àquele da remuneração; • Desta forma deve-se considerar que: A empresa enquadrada no regime de lucro real anual, deverá considerar o P.L. existente no último dia do exercício anterior; A empresa enquadrada no regime do lucro real trimestral, o P.L. será aquele existente no último dia do trimestre anterior. • Portanto: A base de cálculo é o total do P.L. antes de apurado o resultado do período findo (trimestre ou ano) Prof. Luiz Carlos Torolho 19 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.7 - Composição da Base de Cálculo dos JSCP (cont.) I - Composição do P.L. (Lei 6.404/76, atualizada pela Lei 11.638/07) (+) Capital Social Integralizado (+) Reservas de Capital (+ ou -) Ajustes de Avaliação Patrimonial (+) Reserva de Reavaliação (optativa) (+) Reservas de Lucros (-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados (=) Total do Patrimônio Líquido II - Exclusão: (+-) Reservas de Capital (quando for reserva especial a CMB 1991) (+ ou -) Ajustes de Avaliação Patrimonial (-) Reserva de Reavaliação III - P.L. - Base de Cálculo para pagamento ou crédito do JSCP (I – II) Prof. Luiz Carlos Torolho 20 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.7.1Observe-se ainda que, para efeito de cálculo dos juros remuneratórios do capital próprio, o lucro auferido no período de apuração não deve ser computado como integrante do patrimônio líquido. Prof. Luiz Carlos Torolho 21 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.7.2 -Empresas Sujeitas ao Lucro Real Os juros auferidos deverão ser registrados como receita financeira, obedecendo ao regime de competência e integrarão o lucro real e base de cálculo da CSLL 2.7.3.Empresas Sujeitas ao Lucro Presumido /Arbitrado Deverão adicionar os juros auferidos deverão ao lucro presumido ou arbitrado, bem como à base de Cálculo da CSLL. Prof. Luiz Carlos Torolho 22 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio 2.8 - Taxa de Juros - TJLP • Conforme consta do caput do art. 9º - Lei 9249/95 e do caput do art. 347 – Decreto 3000/99 – RIR os juros sobre o capital próprio estão limitados à variação, pro rata dia, da TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo; • A TJLP é calculada trimestralmente pelo CMN – Conselho Monetário Nacional e expressa em termos anuais. A sua divulgação se dá por meio de resoluções do BACEN - Banco Central do Brasil; • O sistema de calculo da TJLP mensal é linear(TJLP Anual / 12) e o site www.receita.fazenda.gov.br, disponibiliza a taxa mensal Prof. Luiz Carlos Torolho 23 Parte 2 - Aspectos Conceituais e Legais Aplicados a Juros sobre o Capital Próprio, Taxa Selic – Receita Federal do Brasil Prof. Luiz Carlos Torolho 24 Mês/Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Janeiro 0,7500% 0,5417% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4167% 0,4167% 0,4583% 0,6250% 0,6250% Fevereiro 0,7500% 0,5417% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4167% 0,4167% 0,4583% 0,6250% 0,6250% Março 0,7500% 0,5417% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4167% 0,4167% 0,4583% 0,6250% 0,6250% Abril 0,6792% 0,5417% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4167% 0,4167% 0,5000% 0,6250% 0,5833% Maio 0,6792% 0,5417% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4167% 0,4167% 0,5000% 0,6250% 0,5833% Junho 0,6792% 0,5417% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4167% 0,4167% 0,5000% 0,6250% 0,5833% Julho 0,6250% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4583% 0,4167% 0,4167% 0,5417% 0,6250% 0,5833% Agosto 0,6250% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4583% 0,4167% 0,4167% 0,5417% 0,6250% 0,5833% Setembro 0,6250% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4583% 0,4167% 0,4167% 0,5417% 0,6250% 0,5833% Outubro 0,5708% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4583% 0,4167% 0,4167% 0,5833% 0,6250% 0,5833% Novembro 0,5708% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4583% 0,4167% 0,4167% 0,5833% 0,6250% 0,5833% Dezembro 0,5708% 0,5208% 0,5208% 0,5000% 0,5000% 0,5000% 0,4583% 0,4167% 0,4167% 0,5833% 0,6250% 0,5833% Taxa Selic – Receita Federal do Brasil A TJLP é uma taxa de juros anual válida para um trimestre, divulgada por meio de Circulares do Banco Central do Brasil, que pode ser pesquisada na nossa Agenda de Obrigações Federais. Em 2017(exemplo), as TJLPs (i) divulgadas pelo Banco Central do Brasil foram: Observe-se que, por meio de um cálculo linear, mediante a soma de 3/12((taxa trimestral/12)*3meses)) da TJLP anual vigente em cada trimestre do ano, tendo em vista a TJLP ter-se mantido estável no decorrer do ano-calendário, chegamos ao mesmo percentual anual Prof. Luiz Carlos Torolho 25 1º Trimestre de 2017 1,8750% 2º Trimestre de 2017 1,7500% 3º Trimestre de 2017 1,7500% 4º Trimestre de 2017 1,7500% Total 7,1250% Taxa Selic – Receita Federal do Brasil Prof. Luiz Carlos Torolho 26 Janeiro a Março de 2017 (7,5% / 12) x 3 meses = 1,875 Abril a Maio de 2017 (7,0% / 12) x 3 meses = 1,750 Junho a Setembro de 2017 (7,0% / 12) x 3 meses = 1,750 Outubro a Dezembro de 2047 (7,0% / 12) x 3 meses = 1,750 TOTAL % 7,1250 Parte 3 – Exemplo >> Com base no PL e nos Limites 1)A empresa XX em 31/12/2016, apresentou a seguinte composição do se Patrimônio Líquido = PL Determine os JSCP em 31/12/2017, calculados sobre o saldo do PL em 31/12/2016. Prof. Luiz Carlos Torolho 27 Descrição Valor R$ Capital Social 10.000.000,00 Ajuste de Avaliação Patrimonial 1.000.000,00 Reserva Legal 1.500.000,00 Resrva Estatutária 750.000,00 Reserva de Contingências 500.000,00 Prejuízos Acumulados - 300.000,00 Total do PL 13.450.000,00 Em 2017, o resultado líquido do período, antes do cômputo dos juros é de R$ 2.000.000,00 Descrição Valor R$ Total do PL 13.450.000,00 (-)Ajuste de Avaliação Patrimonial 1.000.000,00 Total do PL AJUSTADO 12.450.000,00 JSCP em 2017 = 7,125% S/PL Ajustado 887.062,50 Exemplo = Empresa XX Prof. Luiz Carlos Torolho 28 Limite em relação à metade dos lucros acumulados: Observe que, muito embora os juros calculados por meio da aplicação da TJLP acumulada para 2017 tenham gerado a quantia de R$ 887.062,50 a ser pago, o limite dedutível para fins fiscais é de R$ 1.225.000,00 correspondentes à metade dos juros acumulados nas contas de reservas, subtraídos os prejuízos acumulados, maior que o lucro do período de 2017. Descrição Valor R$ Reserva Legal 1.500.000,00 Resrva Estatutária 750.000,00 Reserva de Contingências 500.000,00 Prejuízos Acumulados - 300.000,00 LIMITE 2.450.000,00 LIMITE EM RELAÇÃO A METADE DOS LUCROS ACUMULADOS 2.450.000,00 Limite Divide por 2 (50% e 50%) 1.225.000,00 LIMITE EM RELAÇÃO AO LUCRO DO PERÍODO 2.000.000,00 Limite Divide por 2 (50% e 50%) 1.000.000,00 Exemplo = Empresa XX Prof. Luiz Carlos Torolho 29 Exemplo: 2 - Cia ABC Industrial Patrimônio Líquido 31/12/2017 Capital Social R$ 300.000,00 Reserva de Capital R$ 50.000,00 Reserva de Lucros R$ 30.000,00 Total R$ 380.000,00 Informações Adicionais: a)Resultado do exercício em 31/12/2016, antes da provisão para a CSLL e antes de calculados e deduzidos o JSCP em R$ 40.000,00 b)TJLP no período 7,125% c)Alíquota de CSLL = 9% e IRPJ 15% Exemplo = Empresa XX Prof. Luiz Carlos Torolho 30 Exemplo: 2 - Cia ABC Industrial 1)Cálculo dos juros remuneratórios sobre o capital próprio com base na TJLP Base de Cálculo R$ 380.000,00 TJLP 7,125% 7,125% Total de Juros R$ 27.075,00 2)Cálculo dos limites: a)50% do lucro líquido do período antes da dedução dos juros e depois da dedução da CSLL(provisória) Lucro Líquido(LACSLL) R$ 40.000,00 Alíquota da CSLL 9,00% Total Lucro Ajustado R$ 3.600,00 R$ 36.400,00 Exemplo = Empresa XX Prof. Luiz Carlos Torolho 31 Exemplo: 2 - Cia ABC Industrial 3)Cálculo do Límite Base de Cálculo R$ 36.400,00 Limite 50,00% Total R$ 18.200,00 4)50% do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros Lucros Acumulados R$ 0,00 Reserva de Lucros R$ 30.000,00 50% R$ 15.000,00 Exemplo = Empresa XX Prof. Luiz Carlos Torolho 32 Exemplo: 2 - Cia ABC Industrial 5)Determinação do limite dedutível, e observa-se que o maior entre os limites supramencionados e de R$ 18.200,00 Neste exemplo, os juros remuneratórios sobre o capital próprio calculados de acordo com a TJLP para 2017, correspondem a R$ 27.075,00 (R$ 380.000,00x7,125%). No entanto, esse valor não é totalmente dedutível, pois, dos limites de 50% referidos, o maior deles, que poderia ser dedutível, corresponde a R$ 18.200,00. Se for distribuído o valor superior a R$ 18.200,00, a diferença deverá ser adicionada no Lalur IRPJ e na Base de Cálculo da CSLL. (R$ 27.075,00 – R$ 18.200,00 = R$ 8.875,00) Exemplo = Empresa XX Prof. Luiz Carlos Torolho 33 Demonstração da Economia Tributária COM SEM Ganho DRE-Resumida JSCP JSCP Tributário Lucro antes da CSLL e IRPJ 40.000,00 40.000,00 (-) JSCP 18.200,00 0,00 (=)Lucro do Exercício antes do IRPJ e da CSLL 21.800,00 40.000,00 (-)CSLL 9% 1.962,00 3.600,00 1.638,00 (-)IRPJ 15% sem adicional 10% 3.270,00 6.000,00 2.730,00 (=)Lucro Líquido 16.568,00 30.400,00 4.368,00 6)Demonstração da economia tributária Admitamos a seguinte composição do PL em 31/12/2016 Prof. Luiz Carlos Torolho 34 3 – Exemplo >> Com base em Períodos Fracionários Descrição Valor R$ Capital Social 18.000.000,00 Ajuste de Avaliação Patrimonial 500.000,00 Reserva Legal 3.000.000,00 Resrva Estatutária 2.450.000,00 Reserva de Contingências 1.200.000,00 Total do PL 25.150.000,00 Em 15/06/2017, ocorre a integralização de capital em dinheiro, no valor de R$ 5.000.000,00, elevando o capital social para R$ 23.000.000,00. Admitindo-se que o lucro líquido do período seja de R$ 6.700.000,00, vejamos o cálculo dos juros sobre o capital próprio referenteao exercício de 2017 Com base em Períodos Fracionários a)Sobre o saldo de 31/12/2016 Prof. Luiz Carlos Torolho 35 Descrição Valor R$ Total do PL 25.150.000,00 (-)Ajuste de Avaliação Patrimonial 500.000,00 Total do PL AJUSTADO 24.650.000,00 JSCP em 2016 = 7,5% S/PL Ajustado 1.848.750,00 b)Sobre o capital integralizado em 15/06/2017 = Acumulação dos Juros Selic Junho de 2017 **** 15 dias 0,2917 (0,5833/30)*15 DIAS Julho a Setembro 2017 90 dias 1,750 Outubro a Dezembro 2016 90 dias 1,750 Total 3,7917 **** (0,6250/30dias)*15 dias Com base em Períodos Fracionários Aplicação da taxa obtida para o período sobre o valor do capital integralizado em 15/06/17, aplicação da taxa anual sobre o PL de 31/12/2016 Prof. Luiz Carlos Torolho 36 1) Capital Social a integralizar 5.000.000,00 Juros TJLP acumulado em 31/12/17 3,7917% Valor dos JSCP s/R$ 5.000.000 189.585.00. . 2) Total do PL Ajustado em 31/12/2016 24.650.000,00 Valor dos JSCP s/ o PL 31/12/2017 (7,125%) 1.756.312,50 TOTAL = 1 + 2 1.945.897,50 Com base em Períodos Fracionários Limites em relação à metade dos lucros acumulados e lucro líquido do período. Prof. Luiz Carlos Torolho 37 Descrição Valor R$ Reserva Legal 3.000.000,00 Resrva Estatutária 2.450.000,00 Reserva de Contingências 1.200.000,00 TOTAL 6.650.000,00 LIMITE EM RELAÇÃO AO LUCROS ACUMULADOS 6.650.000,00 Limite Divide por 2 (50% e 50%) 3.325.000,00 LIMITE EM RELAÇÃO A METADE DO LUCRO LIQUIDO DO PERÍODO 6.700.000,00 Limite Divide por 2 (50% e 50%) 3.350.000,00 Logo o total de juros calculados pela aplicação da TJLP é dedutível do IRPJ e CSLL Contabilização dos JSCP Prof. Luiz Carlos Torolho 38 Contabilização na sociedade que remunera seus sócios ou acionistas Em razão de a condição para a dedutibilidade fiscal dos juros sobre o capital próprio ser o seu registro como despesa financeira e admitindo - se que os juros calculados pela empresa “X X ” sejam destinados ao pagamento aos acionistas em 30/03/2 01 7 , faremos os seguintes registros: a) em 31/12/201 6 , como despesa financeira: Contas Contábeis Débito Crédito Juros sobre o Capital Próprio - Despesas Financeiras (Conta de Resultado) 887.062,50 IRRF a recolher (Passivo Circulante) 133.059,38 Histórico: Juros sobre o Capital Próprio a Pagar (Passivo Circulante) 754.003,13 b) em 0 2 /01/201 7 , pelo pagamento, com retenção de 15% de IRRF: Contas Contábeis Débito Crédito Juros sobre o Capital Próprio a Pagar (Passivo Circulante) . 754.003,13 Histórico: Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) . 754.003,13 Regras CMV Prof. Luiz Carlos Torolho 39 Contas Contábeis Débito Crédito Lucros ou Prejuízos Acumulados (Patrimônio Líquido) 887.062,50 Ajustes dos Juros sobre o Capital Próprio - Despesas Financeiras (Conta de Resultado) 887.062,50 Histórico: Pelo ajuste do resultado referente aos juros sobre o capital próprio registrado como despesa financeira no exercício, em cumprimento à legislação fiscal. . Ajustes às regras da CVM Em 31/12/2016, admitindo-se que a empresa “XX” seja uma companhia aberta, foi necessário efetuar a reversão dos juros sobre o capital próprio na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme prescreve a Deliberação CVM nº 683/12. A contrapartida do ajuste na DRE será na conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados”, portanto, os juros sobre o capital próprio irão figurar na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), como parcela de lucro distribuído. A forma adequada de cumprir a exigência da CVM seja por meio de lançamento a débito da conta “Lucros ou Prejuízos acumulados”, no patrimônio líquido, e a crédito da conta “Ajustes dos Juros sobre o Capital Próprio” no resultado Contabilização na Beneficiária = Empresa B Prof. Luiz Carlos Torolho 40 Contabilização do recebimento dos juros pelo beneficiário Admitindo - se que a empresa “B”, em 30/03/201 7 , receba da empresa “ XX ” a título de juros sobre o capital próprio, pelo investimento que mantém naquela sociedade que, em razão das normas fiscais, serão registrados da seguinte forma: Contas Contábeis Débito Crédito Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 754.003,12 0 IRRF a Recuperar ( Ativo Circulante) 133.059,38 Juros sobre o Capital Próprio - Receitas Financeiras (Conta de Resultado) 754.003,12 Histórico: Valor referente ao recebimento dos JSC da empresa XX Capitalização dos JSCP Prof. Luiz Carlos Torolho 41 A legislação fiscal prevê a possibilidade de capitalização dos juros sobre o capital próprio, que não será evidencia na contabilidade a retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e deverá ser registrado conforme demonstrado a seguir. Juros sobre o capital próprio (JCP) Os juros sobre o capital próprio - JCP são instituto criado pela legislação tributária, incorporado ao ordenamento societário brasileiro por força da Lei 9.249/95. É prática usual das sociedades distribuirem-nos aos seus acionistas e imputarem-nos ao dividendo obrigatório, nos termos da legislação vigente. Assim, o tratamento contábil dado aos JCP deve, por analogia, seguir o tratamento dado ao dividendo obrigatório. O valor de tributo retido na fonte que a companhia, por obrigação da legislação tributária, deva reter e recolher não pode ser considerado quando se imputam os JCP ao dividendo obrigatório
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