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SUSPENSÕES I Farmacotécnica II Prof. Michelle Alvares Sarcinelli Suspensões Sistemas dispersos e heterogêneos; Fase interna sólida e fase externa líquida. Suspensões “É a forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis.” (FB5) Suspensões Material sólido Meio líquido Fase dispersa Fase contínua FASE INTERNA fármaco insolúvel ou pouco solúvel finamente dividido; FASE EXTERNA veículo líquido contendo adjuvantes dissolvidos Suspensões x soluções Solução Soluto dissolve-se completamente no solvente. Suspensão Partículas sólidas dispersas no veículo. Suspensões Vantagens: Possibilita veicular fármaco insolúvel na forma líquida (preparações pediátricas e geriátricas); Aumenta a estabilidade (penicilinas, cefalosporinas); Melhora sabor desagradável de fármacos; Aumenta o tempo de contato do fármaco com o local de ação (exemplo suspensões oftálmicas); Emulsões Vias de administração Suspensões Suspensões orais Veículos Xarope, sorbitol, água, etc. Problemas de estabilidade Misturas secas para reconstituição. Suspensões Suspensões tópicas Veículos Emulsões O/A ou A/O, pastas, magmas, suspensões de argilas; Exemplo Suspensão de calamina. Suspensões Suspensões oftálmicas e injetáveis Estéreis; Tamanho de partícula controlado Fármaco micronizado Suspensões Características desejáveis Estabilidade física Apresentar sedimentação lenta e ser redispersada com facilidade após agitação suave do recipiente; O tamanho da partícula deve permanecer o mesmo por longos períodos; Deve sair facilmente do recipiente. Suspensões Características desejáveis Estabilidade química Fármaco e adjuvantes não devem interagir entre si e com os recipientes. A redispersão deve produzir sistema homogêneo para garantir uniformidade nas doses administradas; A formulação final deve ser agradável ao paciente quanto ao odor, cor e sabor (para suspensões orais). Suspensões Características desejáveis Estabilidade microbiológica: Manutenção da carga microbiana em níveis aceitáveis (dentro dos limites); Manutenção da esterilidade (se estéril). Suspensões Aspectos físico-químicos Suspensões Velocidade de sedimentação Sedimentação Movimento para baixo de partículas por ação da gravidade. Equação de Stokes Suspensões Equação de Stokes Situação ideal Partículas perfeitamente uniformes e esféricas e se sedimentam sem causar turbulência, sem colidir umas com as outras ou sem interagir ou ter afinidade com a fase dispersante líquida. Suspensões Velocidade de sedimentação Velocidade de sedimentação é maior para as partículas maiores. Suspensões Velocidade de sedimentação Quanto maior for a densidade das partículas maior será a velocidade de sedimentação. Suspensões Velocidade de sedimentação Quanto maior a viscosidade do veículo, menor será a velocidade de sedimentação. Suspensões Suspensões Estabilidade química Estável durante todo o prazo de validade, mantendo suas características químicas. Quaisquer exigências especiais de temperatura devem constar no rótulo; Estabilidade física A sedimentação deve ser mantida em um nível mínimo e, nos casos em que é inevitável, é primordial a redispersão fácil do sedimento. O paciente deve ser capaz de redispersar o sedimento apenas por inversão ou agitação suave do frasco. Estabilidade Suspensões Fatores que afetam a estabilidade Sedimentação Tendência das partículas suspensas no meio líquido em se depositar no fundo do recipiente por ação da gravidade. Solução Aumentar a viscosidade do veículo com agentes suspensores ou diminuir o tamanho das partículas. Suspensões Fatores que afetam a estabilidade A sedimentação pode ocorrer de duas formas: Sedimento compacto Defloculação ou Caking (não ressupende); Sedimento floculado Ressuspende. Suspensões Floculação e defloculação Velocidade de sedimentação é maior para as partículas maiores. Suspensões Fatores que afetam a estabilidade Na sedimentação, há a interação de forças que atuam sobre as partículas: De atração Van der Waals, que tendem a aproximar as partículas em agregados. São forças fracas. De repulsão Resultantes da carga eletrostática superficial das partículas. Forças iônicas. Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta A maioria das partículas adquire carga elétrica superficial quando colocadas em contato com o meio aquoso; Essa carga pode ser oriunda da dissociação de íons na superfície ou adsorção de íons da solução na superfície da partícula. Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta Se considerarmos uma superfície sólida carregada, a partícula, em contato com a solução aquosa contendo íons positivos e negativos, essa carga superficial da partícula vai influenciar a distribuição de íons no meio aquoso. Os íons de carga oposta àqueles da superfície da partícula serão atraídos, enquanto os com carga semelhante serão repelidos. Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta Resultado Formação de uma dupla camada elétrica na interface da partícula com o líquido. Essa dupla camada elétrica se divide em duas regiões a partir da superfície da partícula carregada. “Camada de Stern”Mais fixa; “Camada Difusa” Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta O potencial nessa região decai com o aumento da distância da superfície até atingir o potencial da solução (a uma distância suficientemente grande). Cada partícula e os íons mais fortemente ligados a ela, se movem como uma unidade, e o potencial entre essa unidade e o meio circundante é chamado potencial zeta. Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta O potencial zeta é função da carga superficial da partícula, de qualquer camada adsorvida na interface com o meio e da natureza e composição do meio que a circunda. Suspensões Propriedades elétricas das suspensões e potencial zeta Reflete a carga efetiva nas partículas Se correlaciona com a repulsão eletrostática entre elas e com a estabilidade da suspensão. Quanto maior o potencial zeta Mais provável que a suspensão seja estável. Suspensões Floculação e defloculação Capacidade de floculação Relacionada também com a dupla camada elétrica de cada partícula e o potencial zeta. Baixa do potencial zeta Partículas tendem a se reunir formando flóculos e se depositando no fundo do recipiente da suspensão. Suspensões Floculação e defloculação Suspensão floculada Sedimento pouco compacto e volume de sedimento maior; O depósito formado, de uma forma geral, é facilmente redisperso com agitação simples. Suspensões Floculação e defloculação Defloculação Se não houver baixa do potencial zeta as partículas acabam, muito lentamente, se aproximando e constituindo agregados compactos que sedimentam. Frequentemente o sedimento formado não se dispersa com facilidade. Suspensões Floculação e defloculação A formação de flóculos ou aglomerados mais compactos não pode ser evitada por diminuição do tamanho da partícula ou por aumento de viscosidade da fase dispersante de acordo com a Equação de Stokes. Solução Preparar suspensões suscetíveis a flocular, pois assim evitamos a formação de agregados compactos formados na deflocação. Suspensões Floculação e defloculação Floculaçãocontrolada Pela adição de eletrólitos ou agentes tensoativos iônicos que reduzem o potencial zeta fornecendo uma condição mínima satisfatória para a formação da suspensão. Suspensões Fatores que afetam a estabilidade Quanto maior o potencial Zeta, maiores as forças de repulsão entre as partículas e maior é a tendência de um sedimento compacto Caking. Quanto menor o potencial Zeta, maiores as forças fracas de atração entre as partículas e maior é a tendência de um sedimento floculado e redispersível. Suspensões Suspensões Floculação e defloculação Composição das suspensões Suspensões Agentes molhantes Necessários quando a fase dispersa não tem grande afinidade com o veículo líquido Tendem a formar grumos ou flutuar na superfície do produto; São utilizados para otimizar o fluxo do veículo líquido pela superfície da partícula Melhora a homogeneidade de distribuição das partículas na formulação. Suspensões Agentes molhantes Álcool, glicerina, propilenoglicol e outros líquidos higroscópicos Agentes molhantes quando um veículo aquoso é utilizado. Mecanismo de ação Funcionam expulsando o ar dos sulcos das partículas, dispersando-as e permitindo a penetração da fase dispersante. Suspensões Outros adjuvantes Flavorizantes Utilizados em suspensões de administração oral, principalmente para crianças; Conservantes Sempre que a água estiver presente em uma formulação é necessário a utilização de um conservante para evitar a contaminação microbiana. Tampões Misturas de ácido ou base fraca e um de seus sais. São utilizados para manter os sistemas dentro de uma faixa de pH estabelecida. Suspensões Outros adjuvantes Estabilizantes Utilizados para melhorar a estabilidade química do fármaco. Normalmente são antioxidantes (ácido ascórbico e metabissulfito de sódio) e quelantes (EDTA). Doadores de Viscosidade ou agentes suspensores Utilizados para aumentar a viscosidade das formulações, auxiliando na redução da taxa de sedimentação das partículas dispersas. Ex: Açúcares como glicose ou sacarose; materiais poliméricos (celulose, carboximetilcelulose e ácido algínico) ou inorgânicos (argilas). Suspensões Outros adjuvantes Agentes floculantes Depositam-se na superfície das partículas afetando o potencial superficial,, levando a um efeito secundário sobre a espessura da camada difusa. Ex: Tensoativos. Prof. Michelle Alvares Sarcinelli michellesarcinelli@ima.ufrj.br
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